Mestrado em Liturgia

Conclusão do reconhecimento civil do mestrado em teologia com especialização em liturgia

Nós nos unimos a Ir. Veronice Fernandes que concluiu o seu reconhecimento civil do mestrado em teologia com especialização em liturgia. Ela se expressa:

As palavras que brotam do coração são: “A minh’alma engradece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”. Após concluir mais esta etapa da minha vida, rendo graças primeiramente a Deus Deixo aqui registrado também minha sincera gratidão às Irmãs Pias Discipulas do Divino Mestre que me proporcionaram fazer o reconhecimento civil do mestrado.

Havia participado das aulas do mestrado nos anos 1995/1996 e apresentado a dissertação 2002, na Pontifícia Faculdade de Teologia N.S. da Assunção, em São Paulo, na época, sob a coordenação do Centro de Liturgia.

As exigências da missão a serviço da liturgia, sobretudo no meio acadêmico, me impulsionaram para a obtenção do reconhecimento civil do mestrado, quase 20 anos depois da conclusão deste, só com reconhecimento eclesiástico. Para isso foi preciso praticamente fazer o curso novamente. A Universidade, agora PUC/SP exigiu fazer todo o processo, somente aceitando minha dissertação já escrita, porém atualizada.

Assim, no dia 27 de setembro, em modo remoto, pela plataforma TEAMS, apresentei minha dissertação para a banca que era constituída dos professores: Dr. Pe. Valeriano dos Santos Costa (orientador); Dr. Fr. José Ariovaldo da Silva (leitor convidado de outra Instituição) e Dr. Pe. Tiago Gurgel (leitor da PUCSP).

O tema da minha dissertação é a “A dimensão orante da celebração dominical da Palavra de Deus”. A apresentação iniciou-se com a invocação do Espírito Santo, em seguida, por cerca de 15 minutos, apresentei minha pesquisa e após, os professores fizeram suas ponderações e por fim fui aprovada. A PUC SP não dá mais nota, somente aprova ou não.

Agradeço ainda a participação em tempo real das Irmãs no dia 27 de setembro e as orações, comunhão e mensagens recebidas das Irmãs e Jovens.

Nosso louvor a Deus pela oportunidade de qualificar nossas Irmãs para o serviço ao Reino de Deus.

Print de tela durante a banca. A sala chegou a 17 pessoas participando da exposição da dissertação.

Testemunho de Débora Brito, Amiga do Divino Mestre de Brasília

[…] “podem entrar todos aqueles que se empenham de fazer pela boa imprensa ou especiais orações, ou ofertas, ou trabalhar, escrever…” […] “Vós sereis seus zeladores junto a todos aqueles que puderdes. Dentro de trinta anos compreendereis a importância de quanto eu disse nessa noite. Dentro de trinta anos”. (Diário de Giaccardo, 30 de setembro de 1918, pp 46-47).

Assim começa a minha missão como Cooperadora Paulina, Amiga do Divino Mestre, antes mesmo que eu entendesse esse chamado. Desde pequena sempre fui uma pessoa muito falante e comunicativa. Cresci em uma família muito grande, com dois irmãos e meus pais, vivíamos com avós, tios e primos em um mesmo ambiente. Participei da catequese desde muito nova e, aos 13 anos, comecei a auxiliar os catequistas em minha comunidade. Aos 15 anos oficialmente após a crisma, me tornei catequista. Entrei também para o ministério de música e grupo de jovens, na Igreja praticamente o dia todo, como dizem por aí.

Nessa mesma época, meus pais se casaram no religioso iniciando a conversão de toda nossa família. Iniciei meu namoro também nesse período e passamos 11 lindos anos de relacionamento, entre namoro e noivado. Organizando casa, preparando a vida para constituir a tão sonhada família. Mas os planos de Deus foram outros. Em meados de 2009, aquela notícia que ninguém quer receber: seu grande amor, companheiro de vida foi diagnosticado com câncer. Um susto e ao mesmo tempo aquela esperança de que tudo se resolveria.

De repente, mais uma notícia: um primo muito querido falece, de câncer no auge da juventude. Tempo depois, um tio que há muito tempo não se via, falece por suicídio, e outro por uma doença adquirida por uma bactéria transmitida por pombos. As perdas só iam aumentando, duas senhoras amigas queridas também falecem de câncer. Parecia que essa era a palavra do dia, algo comum, a dor era inevitável, mas as lágrimas secaram e só vivia conforme a vida ia seguindo. No meio desse turbilhão idas e vindas no hospital para acompanhar meu noivo nesse processo todo, e revezamento com uma faculdade de administração na qual nem mesmo sei como passei e concluí a graduação, porque até mesmo meus trabalhos eram amigas maravilhosas que me ajudavam.

Em 2011, meu noivo faleceu e com ele toda uma vida de sonhos e idealizações. Ali, fui ao fundo do poço literalmente quando baixaram o caixão. Me fechei para tudo, para o mundo, mas o sorriso estampado no rosto para não permitir que ninguém sofresse comigo, por achar que aquela dor era só minha, me deu forças para seguir de alguma maneira. Um assalto em nossa residência, nos fez trocar de casa e apaguei da memória todo resquício que havia deixado de uma vida e fui atrás de outros caminhos.

Recomecei em novo trabalho, nova Igreja, novos amigos. Mas no meio da caminhada que parecia estar tudo normal, adoeci. E me vi em uma mesa de cirurgia. Vivia tendo crises e crises hemorrágicas devido a uma endometriose, na qual vivia em hospitais tomando remédios e a tristeza por trás daquele sorriso começou a transparecer mais forte. O médico disse que teria que fazer uma nova cirurgia, mais complexa porque meu intestino havia aderido ao útero e não poderia ser feita de forma simples.

Então, mais uma vez no turbilhão, nasceu minha primeira sobrinha, e a luz voltou. Naquele ser tão pequeno que eu só pude conhecer uma semana depois porque eu estava me recuperando, me deu novo sopro de vida e um amor tão grande que nem percebi, quando estava indo para a segunda cirurgia. Conversei com Deus e pedi uma luz para mudar a minha vida e pedi a cura para cuidar da minha pequena.

Uma amiga linda cuidou de mim e me indicou excelentes médicos, e fui parar no melhor médico de Brasília e especialista da área. Na mesma semana essa amiga também faleceu. Perdi também meus avôs nesse meio tempo e a morte passou a ser rotineira na minha vida. Dessa vez, eu tinha por quem lutar e fui pedindo a Deus forças. Entrei e saí de grupo de Igreja. Me revoltei, me afastei, mas Ele sempre nos busca aonde for. A catequese era minha base e foi o único grupo que não saí até hoje. E em uma formação, conheci a irmã Graça, Discípula do Divino Mestre, que fez o convite para ir em uma missa de envio aos 100 anos dos Cooperadores.

Operei, melhorei e fé em Deus fui curada, não da doença porque essa é crônica, mas para Deus nada é impossível. Nasceu meu segundo sobrinho e a tristeza que havia no sorriso foi dissipando ainda mais. A frase do início do texto, bateu forte no coração, desde o primeiro encontro dos Amigos, no qual levei minha mãe também. E em São Paulo, no encontro dos Cooperadores, desabrochou após uma entrevista ao Bem-vindo, Romeiro. A energia ali foi tão forte e aos pés de Nossa Senhora Aparecida naquela Missa, minha vida mudou. A comunicação veio forte e o chamado só foi aumentando.

Então me vi na comunicação nacional dos Amigos. Me vi em uma faculdade de jornalismo e hoje pós-graduada em Marketing Digital. Produtora e repórter voluntária em uma rádio católica em Brasília, no projeto de eventos Católicos e muitos outros projetos na área da comunicação, assumindo a gestão das redes sociais de algumas empresas privadas, além de um estágio no Ministério da Justiça em Brasília.

Tenho certeza de que Alberione intercede por mim e me leva cada vez mais para a comunicação católica. A fazer a boa imprensa e levar o Evangelho aonde for, pois esse tornou-se o lema do meu chamado: “Despertai o mundo com a Luz do Evangelho”. Agora falta apenas emitir as promessas no momento certo e ir cada vez mais anunciar a boa-nova e mostrar Jesus Divino Mestre, como Paulo fez.

Agradeço aos amigos e as irmãs queridas que me acolherem com tanto amor, por me ensinar, dar um sentido e razão de viver e anunciar. Além de entender que: “Dentro de trinta anos compreendereis a importância de quanto eu disse nessa noite. Dentro de trinta anos”. Tudo fez sentido!

Débora Brito.

CP-ADM núcleo de Brasília

Conselho de Instituto Online 2021

A Pandemia provocou uma mudança significativa nos compromissos marcados. O Conselho de Instituto das Irmãs Pias Discípulas estava marcado para 2020 na Coreia. Devido a grande crise sanitária que o mundo passou, teve que ser adiada. Agora houve uma adaptação na modalidade que este grande evento vai acontecer.

De 3 a 24 de outubro, as Pias Discípulas do Divino Mestre celebram o Conselho de Instituto de forma online. Com uma programação intensa e adaptada de acordo com os multi fuso-horários, 30 irmãs que exercem o ministério de superioras nos diversos países onde estamos estarão reunidas para tratar, em forma sinodal, assuntos de maior importância para a Congregação e para verificar o desempenho das linhas operativas do Capítulo geral (cf. RV e Dir. 92). Esta assembleia é um organismo de caráter consultivo, composto pelas Superioras de Circunscrição e pelo Governo geral.

O tema da assembleia, “Bem de madrugada, quando ainda estava escuro” (Jo 20,1) acontecerá on-line. O tema descreve bem a situação geral que estamos vivendo – bem de madrugada – e o ambiente no qual estamos imersas – ainda estava escuro –. Caminhamos no crepúsculo matinal com a esperança no coração, porque estamos certas de que Jesus é o Senhor, e é Ele o Caminho, a Verdade e a Vida, razão essencial do nosso ser discípulas missionárias hoje.

O tema nasce de uma inspiração evangélica carismática, olhando para as mulheres que seguiram Jesus de Nazaré, desde a Galileia até Jerusalém, e na sua escola foram curadas e cresceram na doação total de si mesmas (cf. Lc 23,55). Os evangelistas nos contam que Jesus, bem de madrugada, quando estava ainda escuro, costumava retirar-se para rezar (cf. Mc 1,35).

No diálogo filial com o Pai, guiado pelo Espírito de Amor punha-se à escuta para responder a todos aqueles que, mendigos de salvação e de vida, Ele se aproximava cada dia. A oração, é portanto, um espaço interior no qual também nós, do Mestre Jesus, aprendemos a pôr ordem em nossa vida para caminhar nas estradas do mundo, como apóstolas para contribuir à realização plena do Reino de Deus, em nós e ao nosso redor. Este é o melhor modo para preparar-se ao Conselho de Instituto e para acompanhar seus trabalhos, na comunhão, como semeadoras de esperança.

Ir. M. Micaela Monetti, superiora geral, na Circular n. 4, datada de 30 de agosto de 2021, convoca a todos a “preparamo-nos para a celebração online do Conselho de Instituto. Convido todas as comunidades, as jovens em formação, e Amigos e Amigas do Divino Mestre, a unirem-se a nós em oração no tempo de preparação e durante a celebração”. A superiora geral anima: “Sugiro, adotar como oração da Congregação, a Consagração à Santíssima Trindade que se encontra no Livro de Orações Família Paulina (pág.215): para que este evento seja vivido para louvor e glória de Deus e para obter paz à humanidade”.

Oração de Consagração

à Santíssima Trindade

(Lv de Oração da Família Paulina, p. 215)

Ó Trindade divina, Pai e Filho e Espírito Santo, presente e atuante na Igreja e no mais profundo do meu ser, eu vos adoro, vos agradeço e vos amo. E pelas mão de Maria, minha mãe santíssima, eu me ofereço, entrego e consagro inteiramente a vós, nesta vida e na eternidade.

Pai celeste, a vós me ofereço, entrego e consagro como filho (a).

Jesus Mestre, a vós me ofereço, entrego e consagro como irmã e discípula.

Espírito Santo a vós me ofereço, entrego e consagro como “templo vivo” a ser consagrado e santificado.

Maria, mãe da Igreja e minha mãe, vós que viveis na presença da Trindade divina, ensinai-me a viver, por meio da liturgia e dos sacramentos, em comunhão sempre mais profunda com as três Pessoas divinas, a fim de que a minha vida inteira seja um “glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo”. Amém.

Encontro das Junioristas no Brasil

De 04 a 06 de setembro, as Irmãs Junioristas se reuniram para um encontro fraterno. Momento de comunhão e alegria, as Irmãs estiveram na cidade de Cabreúva. As Junioristas que participaram foram: Ir. M. Romilda Cordeiro Sarmento, Ir. M. Neideane Alves Monteiro, Ir. M. Risalva Ribeiro Gonçalves, Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos, Ir. M. Jessica Carolina Vallenilla Pérez, Ir. M. Samillis Praia de Castro.

O tema norteador do encontro foi “Autoimagem e a Crítica”. É importante pensar sobre a Autoimagem como conhecimento que o indivíduo tem sobre si mesmo e, nesse conhecimento, há também uma parte valorativa chamada de “autoestima”. Enquanto a autoestima está relacionada ao amor que temos por nós mesmos, a autoimagem é quem nós pensamos ser. Ela engloba traços de personalidade, comportamento e aparência física.

Por que uma religiosa deve compreender isto? É importante para a Irmã ser o mais livre possível internamente para doar-se ao outro e outra. E isto está muito ligado ao conceito que temos de nós mesmos. Isto pode muitas vezes limitar nossa personalidade, aprisionando em medos e inseguranças, impedindo ao serviço ao Reino de Deus com maior liberdade. Refletir isto em grupo contribuiu no crescimento também em conjunto.

A Ir. M. Juceli Aparecida Mesquita foi a facilitadora neste evento. Ela é a psicóloga e a Irmã que acompanha as Junioristas na Província. Segundo a Ir. M. Juceli, o encontro foi descontraído, rico em vivências e partilhas. As Irmãs puderam se reencontrar, conversar, descansar e refletir.

As Irmãs Junioristas também manifestaram a sua gratidão a toda província que as acompanharam na oração e apoio.

REVISTA DE LITURGIA PROMOVE LIVE COM O PE. FRANCISCO TABORDA

Na memória da páscoa do Senhor, recordamos a Bem-aventurada, Mãe de Deus, a mais singular testemunha de Jesus, imagem da nova humanidade. Para marcar esta importante festa da Igreja sobre o dogma da Assunção de Maria, a Revista de Liturgia promoverá uma live muito interessante no canal do Youtube da Revista de Liturgia.

Marque esta data: LIVE dia 13 de Agosto de 2021, às 20h

Com Pe. Francisco Taborda.

Durante a live teremos um sorteio do Conjunto para oratório Assunção de Maria.

Aproveite! Acesse o link, curta a página do Youtube da Revista de Liturgia, ative o sininho para acompanhar esta live!

Pe. Francisco de Assis Costa Taborda

Segundo o site O ESCAVADOR, o teólogo e padre jesuíta Francisco de Assis Costa Taborda possui doutorado em Teologia pela Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha, 1974), graduação em Teologia pela Philosophisch-theologische Hochschule St. Georgen (Frankfurt, Alemanha, 1969), licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, 1964) e graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Cristo Rei (atual UNISINOS, São Leopoldo, RS, 1963). Professor emérito da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia dos Sacramentos e Mariologia.

REVISTA DE LITURGIA E A ASSUNÇÃO DE MARIA

Abaixo um texto publicado pelo site IHU UNISINOS em 18 de agosto de 2017 que vale a pena ler para ir se preparando para esta live.

Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores medievais, pintores e poetas. Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas e levam o leitor ao momento em que a Virgem Maria adormeceu e o seu corpo foi levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.”

A reflexão é do teólogo italiano Mario Colavita, padre da diocese de Termoli-Larino e presidente diocesano do Istituto Sostentamento del Clero e professor do Instituto Teológico Abruzzese-Molisano de Chieti.

O artigo foi publicado por Settimana News, 14-08-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Nos textos canônicos, a última recordação que temos de Maria é a relacionada com os Atos dos Apóstolos, em que se diz que, depois da ascensão de Jesus, “todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus” (At 1, 14). Depois disso, não sabemos mais nada da Virgem Maria a partir dos textos sagrados considerados inspirados. Eles são bastante secos em delinear detalhes e indícios sobre os últimos instantes da vida da Mãe de Deus.

Um patrimônio apócrifo

No entanto, desde os primeiros séculos do cristianismo, por obra da comunidade judaico-cristã, transmitiram-se histórias orais sobre o último curso da vida da Virgem. No fim do século II, essas tradições foram postas por escrito formando, assim, textos apócrifos em que se delineiam detalhes sobre a Dormição ou o Trânsito da Virgem.

Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores medievais, pintores e poetas.

Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas, mesmo que, às vezes, pareçam abundar em detalhes pitorescos, e levam o leitor ao momento em que a Virgem Maria adormeceu e o seu corpo foi levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.

Giotto, Sepultura de Maria (Fonte: Settimana News)

Os trânsitos (conhecemos cerca de 20 deles em várias línguas: grego, copta, siríaco, latim) nascem pela veneração à Mãe de Deus, pela piedade e pelo culto que, na comunidade, estavam nascendo e crescendo. Não só isso, os primeiros cristãos buscavam saber o que tinha acontecido com o corpo da Virgem e os últimos instantes da vida da Mãe de Jesus.

Em um livro de 1748, com o título emblemático “O perfeito legendário: da vida e dos fatos de N. S. Jesus Cristo e de todos os santos”, diz-se, atribuindo a narrativa a Epifânio de Salamina, que a Virgem adormeceu 24 anos depois da ascensão do Filho. Outros, de acordo com o que Eusébio de Cesareia escreve, que a Virgem morreu sob o imperador Cláudio, no ano 48 d.C., aos 73 anos de idade.

A igreja do Kathisma

De acordo com a tradição de JerusalémMaria adormeceu no Sião, o monte do alto da cidade santa, repleto de memórias. Sobre essa colina, os cristãos veneravam o Santo Cenáculo.

No século IV, sobre o Sião, surgiu uma imponente igreja chamada de Santa Sião, que incorpora tanto o lugar da santa ceia quanto o lugar da dormição da Virgem.

A partir dos apócrifos, sabemos que, depois da dormitio da Virgem, os apóstolos pegaram o corpo e o levaram a um sepulcro novo, no Vale do Cedron, perto da gruta da traição, no terreno do Getsêmani.

Lendo os apócrifos, ficamos sabendo o lugar da sepultura da Virgem: “Os apóstolos transportaram o leito e depuseram o seu corpo santo e precioso em um túmulo novo do Getsêmani; e um perfume delicioso se espalhou a partir do sagrado túmulo da Nossa Senhora Teotóco. Por três dias, ouviram-se vozes de anjos invisíveis que glorificavam Cristo, Deus nosso, nascido dela. Depois do terceiro dia, as vozes não foram mais ouvidas: todos, então, compreenderam que o puro e precioso corpo dela havia sido transportado para o paraíso”.

Em uma versão do Trânsito da Virgem do século V, em siríaco, lemos: “Nesta manhã, peguem a Senhora Maria e vão para fora de Jerusalém, na via que leva ao vale principal do outro lado do Monte das Oliveiras. Eis que lá há três grutas: uma ampla externa, depois outra interna e uma pequena câmara interna com um banco elevado de argila na parte leste. Vão e ponham a Bem-aventurada sobre aquele banco e coloquem-na lá e sirvam-na até que eu diga”.

Segundo a tradição, a Virgem Maria foi sepultada nos arredores da torrente Cedron, não muito longe do campo do Getsêmani. Aqui surgiu, desde o primeiro século, uma veneração especial por um túmulo novo, entalhado na rocha, onde os apóstolos tinham deposto o corpo da Mãe de Deus. Posteriormente, o lugar foi transformado em uma igreja rupestre (século IV). Ela foi consagrada à Mãe de Deus pelo bispo Juvenal de Jerusalém, depois do Concílio de Calcedônia, em 451.

Em 490 d.C., o imperador Maurício quis edificar uma nova igreja de planta redonda (como a da anastasis para o túmulo de Cristo) sobre a primeira igreja, que se tornou, assim, a cripta que conservava o santo túmulo (vazio) da Virgem.

A recordação do lugar foi conservada pela devoção dos fiéis que celebravam ali, com ritos solenes, a memória do trânsito e da assunção de Maria ao céu. Devemos a data de 15 de agosto, provavelmente, ao dia da dedicação da igreja do Kathisma (= pausa, parada), no caminho para Belém. Depois do Concílio de Calcedônia, talvez, também por problemas entre as duas Igrejas (uma fiel ao Concílio de Calcedônia, a outra, não), no Kathisma, a festa era antecipada para o dia 13 e, no Getsêmani, para o dia 15 de agosto.

A igreja edificada pelo imperador Maurício foi destruída antes da chegada dos cruzados.

O sepulcro de Maria

Os beneditinos, em 1112-1130, abriram um novo acesso à cripta e ali edificaram uma terceira igreja com um monastério adjacente. Ela foi destruída por Saladino depois de 1187, mas poupou a cripta e o túmulo para a veneração que a religião islâmica tem em relação a Maria, venerada como a mãe do profeta Jesus.

O abade russo Daniel, peregrino à Terra Santa em 1106, recorda: “O sepulcro da santa Mãe de Deus (…) é uma pequena gruta escavada na pedra, que tem portinhas tão pequenas que um homem deve se curvar para entrar. Dentro da gruta, de frente para as portinhas, não há como que um banco esculpido na pedra da gruta, e, naquele banco, foi posto o corpo venerável”.

Para venerar o sepulcro da Virgem, desce-se uma longa escadaria que leva à cripta. Depois da inundação de 1972, o padre franciscano Bagatti estudou o local, chegando a afirmar que o túmulo da Virgem faz parte de um lugar sepulcral em uso no século I d.C.

O túmulo venerado corresponde às indicações contidas nos apócrifos. Ela se eleva de 1,60 a 1,80 metros e apresenta duas aberturas, uma a norte e outra a oeste. São as portas atuais pelas quais passam os devotos para entrar. O túmulo de Maria tem todas as características de um túmulo do primeiro século, embora os cruzados tenham embelezado o banco rochoso, que apresenta quatro restos de decorações que se sucederam umas às outras entre os séculos IV e XII.

A “dormição” de Maria

Sobre a dormição, os apócrifos são fortemente marcados pelo período histórico, pelas diferenças das várias comunidades (Jerusalém – Belém), pelas heresias, pelo culto, pela devoção, pelo ambiente judaico, elementos que constituíram os seus relatos. Na maioria dos casos, os escritos respeitam uma espécie de pista comum: Maria morreu de morte natural (descartando, assim, tanto o martírio quanto a imortalidade, seguida ou não pela ressurreição); os apóstolos chegam, todos, milagrosamente ao leito da Virgem em Jerusalém, à qual um mensageiro celeste havia anunciado a proximidade da morte; o temor de Maria ao se aproximar da morte; a intervenção hostil dos judeus à sua sepultura; a assunção gloriosa do corpo da Virgem ao céu.

Através dessas narrativas, a nascente comunidade cristã quis reafirmar a sua fé em Jesus Cristo nascido de Maria Virgem.

O que lemos no “Transitus Romanus”

A dormição da Virgem é assim descrita: “Enquanto Pedro falava e confortava as multidões, chegou a aurora, e despontou o sol. Maria se levantou, saiu, recitou a oração que o anjo lhe havia dado e, depois da oração, estendeu-se no leito e levou a termo a sua economia (…). O Senhor a abraçou, levou a sua alma santa, pô-la entre as mãos de Miguel” (Transito R, 32.34) [1].

Depois desses fatos prodigiosos, o texto do trânsito descreve a procissão fúnebre do corpo da Virgem, do Sião ao Getsêmani. Os apóstolos saem cantando “Israel saiu do Egito, aleluia”, enquanto uma grande luz envolve toda a cidade de Jerusalém. Os sumos sacerdotes do templo, ouvindo o barulho, saem cheios de ódio e querem queimar o corpo da Virgem, “o corpo que trouxe aquele sedutor”. Mas os anjos cegam a todos, exceto o sumo sacerdote Jefonias.

Aqui, o trânsito quer demonstrar a superioridade da comunidade cristã sobre a judaica, fazendo a fé em Jesus Cristo ser confessada pelo sumo sacerdote: “Jefonias se aproximou dos apóstolos e, quando os viu carregando o leito coroado, cantando hinos, ficou cheio de raiva e disse: ‘Eis quanta glória recebe hoje a morada daquele que despojou a nossa estirpe!’. E, cheio de raiva, dirigiu-se ao leito, com a intenção de derrubá-lo. Tocou-o no ponto onde se encontrava a palma: logo as suas mãos se colaram ao leito, foram truncadas nos cotovelos e ficaram suspensas no leito” (Transitus R, 39).

Jefonias, então, pediu a graça da cura aos apóstolos, que o convidaram a fazer a profissão de fé. Pedro – continua o relato – fez parar o leito com o corpo de Maria, e o sumo sacerdote fez a profissão de fé: “No nome do Senhor Jesus Cristo, filho de Deus e de Maria, pomba imaculada daquele que está escondido na sua bondade, que as minhas mãos se unam sem defeito! E, logo, tornaram-se como eram antes” (Transitus R, 43).

Seria, depois, Jefonias que anunciaria à multidão aos prantos em Jerusalém o prodígio da Virgem: “[Jefonias] tomou a folha [a palma], falou-lhes da fé, e aqueles que creram recuperaram a visão”.

A narrativa do Trânsito encerra-se com a assunção da Virgem Maria. Os apóstolos, depois de terem deposto o corpo no sepulcro novo, viram chegar o Senhor Jesus: “Eis, descido dos céus, o Senhor Jesus Cristo com Miguel e Gabriel (…). O Senhor disse a Miguel para elevar o corpo de Maria sobre uma nuvem e transferi-lo para o paraíso (…). Tendo chegado ao paraíso, depuseram o corpo de Maria sob a árvore da vida. Miguel levou a sua alma santa, que depuseram no seu corpo” (Transitus R, 47-48).

O símbolo da palma

Para alguns autores, os trânsitos podem ser divididos em duas grandes famílias: aqueles em que se menciona a palma (sinal da glória de Deus) que Maria recebeu de Deus, e aqueles do anúncio da Dormitio em Belém com um aspecto mais litúrgico.

É interessante notar como o símbolo da palma acompanha Maria até a sua glorificação.

A palmeira, com as suas folhas verdes, é símbolo da vida, que nada pode destruir. Pela sua altura, profundidade e flexibilidade, é também símbolo de beleza, elegância, graça, estabilidade. O justo que, radicado na Palavra se eleva ao alto, para Deus (Sl 93, 13), é como uma palmeira verdejante. No Evangelho de João, a palma indica a vitória de Jesus sobre a morte e a sua ressurreição. No Apocalipse, recorda o triunfo dos mártires (Ap 7, 9).

Na estrada que vai de Jerusalém a Belém, na terceira milha, estão os restos de uma antiga igreja octogonal chamada “do Kathima” (o repouso da Virgem), os mosaicos encontrados estão todos ao redor e dentro da Igreja. Entre eles, um é de particular importância e beleza: a palmeira com as tâmaras.

No Evangelho apócrifo do Pseudo-Mateus, narra-se a sagrada família voltando do Egito. Em um certo momento, Maria pede para repousar um pouco à sombra de uma alta palmeira, desejando comer as frutas. José, respondendo, diz: “Admiro-me que tu digas isso e que, vendo o quão alta é esta palmeira, penses em comer os frutos da palmeira. Eu, ao contrário, penso na falta de água: ele já veio a faltar nos odres, e não temos onde nos refocilar, nós e os jumentos. Então, o menino Jesus, que, com o rosto sereno, repousava no colo de sua mãe, disse à palmeira: ‘Árvore, dobre os teus ramos e restaura, com o teu fruto, a minha mãe’. Ao ouvir essas palavras, a palmeira logo curvou a sua copa até os pés da bem-aventurada Maria, e recolheram dela os frutos com os quais todos se refocilaram. (…) Jesus disse: ‘Palmeira, levanta-te, toma força e sê companheira das minhas árvores que estão no paraíso do meu Pai. Abre com as teus raízes a veia de água que está escondida na terra, para que dela fluam águas para a nossa saciedade’. Logo ela se ergueu e, da sua raiz, começou a brotar uma fonte de águas limpidíssimas e extremamente frias e claras” (Evangelho do Pseudo-Mateus 20, 1-2).

No Alcorão, a palmeira é citada na sura 19 a propósito do nascimento de Jesus: “Não fiques triste. O teu senhor fez jorrar uma fonte aos teus pés. Sacode perto de ti o tronco da palmeira, que fará cair sobre ti tâmaras frescas e maduras. Come, bebe e alegra-te” (Sura 19, 25-26).

De acordo com P. Manns, o símbolo da palmeira que abre o apócrifo do trânsito da Virgem, junto com outros símbolos, como as nuvens, a lâmpada e o perfume, remete à festa de Sucot, a festa judaica das cabanas.

Todos esses símbolos podem ser associados à festa judaica de Sucot.

Para o profeta Zacarias (14, 16), será no Monte das Oliveiras que os sobreviventes das nações, que fizeram a guerra contra Jerusalém, se reunirão para celebrar a festa das cabanas.

Relendo os apócrifos, os apóstolos, quando levam o corpo de Maria ao Vale do Cedron, cantam o Halel, o salmo que é cantado para as grandes festas judaicas.

A festa das cabanas é apresentada como festa de ressurreição, e Filão de Alexandria afirma que a festa é esperança da imortalidade. Se o simbolismo for aceito, o sentido do apócrifo, de acordo com Manns, seria: “Maria celebra a sua última festa das cabanas sobre o Monte das Oliveiras. O simbolismo judaico de tal festa ilustrava bem o sentido da sua morte e a sua fé na ressurreição. Em outras palavras, significa que a fé na assunção de Maria remonta aos judeu-cristãos de Jerusalém. Os judeu-cristãos estavam bem preparados para aceitar a assunção de Maria, porque, do judaísmo, tinham herdado a fé de que Miriam, irmã de Moisés, não tinha conhecido a corrupção do túmulo” [2].

Notas:

1. Transito R está para romanus. Cf. L. Moraldi (org.). Apocrifi del Nuovo Testamento. Turim: I, Utet, 1971, p. 807-925.

2. F. Manns. Scoperte archeologiche e tradizioni antiche sulla Dormizione e Assunzione di Maria. In: G. C. Moralejo; S. Cecchin (org). L’assunzione di Maria Madre di Dio: significato storico-salvifico a 50 anni dalla definizione dogmática. Atas do 1º Forum Internazionale di Mariologia, Roma, 30-31 out. 2000, Cidade do Vaticano, 2001, p. 181.

MARTA, MARIA E LÁZARO: OS TRÊS IRMÃOS DE BETÂNIA

No dia 29 de julho, Marta, Maria e Lázaro, os três irmãos de Betânia descritos nos Evangelhos, são lembrados juntos, pela primeira vez, como Santos. A decisão do Papa Francisco foi apresentada em um decreto emitido pela Congregação para o Culto Divino em 2 de fevereiro. Mas além dos calendários e livros litúrgicos, a memória da família de Betânia é um convite para redescobrir a dimensão relacional e familiar da vida eclesial e para valorizar a diversidade na consciência de que Jesus nos acolhe precisamente em nossa fragilidade.

A incerteza sobre a identidade de Maria

Na raiz da escolha de Francisco está o desejo de esclarecer uma incerteza sobre a identidade de Maria de Betânia, como explica o padre Corrado Maggioni, liturgista e desde 2014 subsecretário da Congregação para o Culto Divino.  “A tradição ocidental nos transmitia uma dúvida: no passado alguns estudiosos identificavam Maria de Betânia com Madalena, Maria de Magdala, mas na realidade já na década de cinquenta os que trabalhavam na reforma do Calendário Romano já tinham verificado que essa identificação era incerta. Pensou-se, portanto, que já tinha chegado o tempo para resolver definitivamente esta perplexidade, até porque o nosso Dicastério recebia pedidos para unificar na mesma celebração os santos Marta, Maria e Lázaro e já existiam calendários, como o dos beneditinos ou o da Terra Santa, que celebravam juntos no dia 29 de julho estes três irmãos, amigos de Jesus”.   Por outro lado”, explica o religioso, “o Martirológio Romano restaurado, publicado em 2002, já havia esclarecido esta dúvida sobre a identidade de Maria de Betânia. Assim, fizemos este pedido ao Papa para que a variação ao Calendário Romano Geral pudesse ser aprovada”.

MARTA, MARIA E LÁZARO: Acolher Jesus em família

O Padre Maggioni não tem dúvidas sobre o significado pastoral da nova memória. “O Evangelho diz que Jesus gostava muito dos três irmãos de Betânia. De Lucas e João aprendemos que eles têm temperamentos diferentes, mas todos são capazes de acolher o Senhor Jesus em sua casa. Eles disponibilizam um espaço físico para Jesus quando ele deseja passar momentos de serenidade com os amigos. Portanto, esta memória sublinha a acolhida dos três irmãos para com Jesus e da sua palavra e o amor que Jesus tem por eles. É, portanto, uma ocasião para valorizar a amizade, o acolhimento, mas também as relações familiares que ajudam a unir-se à Palavra de Jesus”. “Pode acontecer que a família seja um impedimento à adesão ao Evangelho, a fazer escolhas radicais para seguir Jesus”, explica o Padre Maggioni. “Mas a casa de Betânia nos mostra que são precisamente as relações familiares, irmãos, irmãs, parentes, que nos ajudam com seu exemplo a abrir nossos corações para acolhê-Lo”.

A amizade é o alfabeto do Evangelho

Há alguns anos, padre Luigi Maria Epicoco, sacerdote e escritor, diretor do Instituto Superior de Ciências Religiosas Fides et Ratio de Aquila, dedicou a estes três personagens do Evangelho um livreto de meditações, impresso pela Tau Editrice, centrado no tema dos laços de amizade. “A escolha do Papa de lembrá-los juntos em uma única festa – comenta – é uma notícia maravilhosa porque estes três personagens são uma verdadeira família e Jesus frequenta sua casa. Portanto, foi correto não dar espaço a apenas um dos protagonistas, mas estender esta celebração a todo o clã familiar que nos diz, afinal, que o cristianismo sempre funciona dentro de uma dinâmica de relações e não simplesmente no heroísmo individual”.

De acordo com Epicoco, a dinâmica relacional é a única dentro da qual é possível compreender o Evangelho. Este cristianismo que às vezes respiramos hoje, tão solipsístico, individual, fechado no otimismo, não é o cristianismo de Jesus Cristo”. De fato, Jesus nos ensinou que, para compreender a Boa Nova, devemos apostar nossas vidas nas relações. Na vida de Jesus a amizade jamais é um passatempo, mas é o alfabeto básico para poder compreender a sua mensagem. Se pensamos que mesmo no Getsêmani Jesus precisava de amigos, entendemos que nossa maior presunção é a de querer enfrentar a vida sozinhos”.

CONGREGATIO DE CULTU DIVINO ET DISCIPLINA SACRAMENTORUM

Prot. N. 35/21

DECRETO
sobre a celebração de Santa Marta, Maria e Lázaro,
no Calendário Romano Geral

Na casa de Betânia o Senhor Jesus experimentou o espírito de família e a amizade de Marta, de Maria e de Lázaro; por isso, o Evangelho de S. João afirma que Ele os amava. Marta ofereceu-Lhe generosamente hospitalidade, Maria ouviu atentamente as suas palavras e Lázaro saiu de imediato do sepulcro a convite d’Aquele que aniquilou a morte.

A tradicional dúvida na Igreja latina acerca da identidade de Maria – a Madalena a quem Cristo apareceu depois da ressurreição, a irmã de Marta, a pecadora a quem o Senhor perdoou os pecados – determinou a inscrição, no Calendário Romano, unicamente de Marta no dia 29 de julho. A solução encontrou-se em estudos de tempos recentes, como atesta o atual Martirológico Romano, que comemora naquele mesmo dia, também, Maria e Lázaro. Além disso, em alguns Calendários particulares, os três irmãos são celebrados conjuntamente nesse dia.

Por conseguinte, considerando o importante testemunho evangélico dos três irmãos, que ofereceram ao Senhor Jesus a hospitalidade da sua casa, prestando-lhe uma atenção dedicada, e acreditando que Ele é a ressurreição e a vida, o Sumo Pontífice FRANCISCO, acolhendo a proposta deste Dicastério, decidiu que no dia 29 de julho seja inscrito no calendário Romano Geral a memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro.

Assim, é com esta denominação, que esta memória deverá figurar em todos os Calendários e Livros Litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas. As variantes e os acrescentos a adotar nos textos litúrgicos, em anexo ao presente decreto, deverão ser traduzidas, aprovadas e, depois de confirmadas por este Dicastério, publicadas pela Conferência Episcopal.

Nada obste em contrário.

Sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos,

26 de janeiro de 2021, memória de S. Timóteo e S. Tito, bispos.

Robert Card. Sarah
Prefeito

X Arthur Roche
Arcebispo Secretário

ORAÇÕES EUCOLÓGICAS PARA ESTE DIA

ORAÇÃO DO DIA
Ó Deus, o vosso Filho
fez voltar Lázaro do sepulcro para a vida
e se dignou hospedar-se na casa de Marta,
concedei-nos, vos suplicamos,
que nós também, servindo fielmente aos nossos irmãos,
mereçamos com Maria nutrir-nos da meditação de Sua Palavra.
Ele vive e reina convosco na unidade do Espírito Santo
por todos os séculos dos séculos.

SOBRE AS OFERENDAS
Nós vos proclamamos admirável nos vossos santos, Senhor,
e suplicamos a vossa majestade
que seja aceitável o exercício de nosso serviço,
assim como vos agradou a atenciosa caridade deles.
Por Cristo nosso Senhor.

DEPOIS DA COMUNHÃO
A sagrada comunhão do Corpo e Sangue de vosso Filho,
ó Senhor, nos afaste de todas as coisas caducas,
para que, pelo exemplo dos santos Marta, Maria e Lázaro,
possamos progredir na prática sincera da caridade na terra,
e contemplar com alegria perene a vossa glória no céu.
Por Cristo nosso Senhor.

Fonte: Vatican News

PDDM: 65 ANOS DE BRASIL

Pias Discípulas do Divino Mestre: 56 anos de presença no Brasil

A fundação das Pias Discípulas deu-se no dia 26 de julho de 1956, com a chegada ao Brasil de um grupo de seis Pias Discípulas. Pe. João Roata, ssp, Mestre Dolores, fsp, e outras Paulinas receberam as Irmãs fundadoras, que logo iniciaram a vida e missão no Brasil com a adoração eucarística e o serviço sacerdotal no Seminário da Pia Sociedade de São Paulo.

Ir. Paulina de Luca

As irmãs que chegaram neste dia 26 de julho se juntaram a Ir. Paulina de Lucca, que havia vindo ao Brasil no dia 1º de fevereiro de 1956. Ela havia nascido em São Carlos do Pinhal, SP. Poucos meses depois de seu nascimento, seus pais, migrantes, retornaram para a Itália. Lá Ir. Paulina de Lucca cresceu, estudou e provavelmente terá se sentido bem mais italiana que brasileira. Aos 18 anos, ingressou na Congregação. Sua família retornou ao Brasil. Havia 30 anos que não via seus pais. Assim, vir antes foi uma preparação importante para a chegada das primeiras em terras brasileiras, mas foi uma possibilidade dela rever os pais.

Apesar de nunca ter expressado o desejo de rever os pais, o Fundador, Bem-Aventurado Tiago Alberione a enviou primeiramente a revê-los. A saúde deles já estava debilitada e isto foi importante.

Ir. M. Salvatoris Lucia Rosa, Ir. M. Modesta Santina Grotto, Ir. M. Giancarla Catarina Barale, Ir. M. Pasquina Romano, Ir. M. Fabiana Giuseppa Lucido, Ir. M. Paolina Margharita De Lucca e Ir. M. Venerina Vaccarisi, saíram no dia 09 de julho de 1956, do Porto de Gênova, no navio “Conte Grande” para o porto de Santos/SP. No dia 26 de julho de 1956, as Pias Discípulas foram acolhidas com prolongado toque de sino, na casa das Filhas de São Paulo. Depois passaram a morar no Seminário Paulino.

Irmãs no porto de Gênova: Tecla Molino, Fabiana, Salvatoris, Madre Lucia, Pasquina, Giancarla, Modesta e Venerina.

Ir. Marilez Furlanettto, atual provincial PDDM no Brasil, assim se expressa: “A elas e a todas as que nos antecederam, nosso reconhecimento e estima, porque souberam acolher e fazer frutificar as graças e bênçãos que o Senhor derramou em cada uma das pequenas ou grandes ações realizadas com amor e por amor a Deus que é fiel em suas promessas”.

De fato, celebrar 65 anos nos enche de gratidão por este caminho de fé, doação e amor a Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida. Ainda, Ir. Marilez motiva:

O Senhor nos conduziu ao longo destes 65 anos, iluminando nossos passos e enviando pessoas generosas que muito contribuíram como amigos, benfeitores, colaboradores e cooperadores Amigos/as do Divino Mestre, para a expansão da Congregação no Brasil e desenvolvimento da Missão. Temos a certeza que Ele está conosco e quer continuar nos mostrando o caminho. Deixemo-nos guiar pela sabedoria divina e acolhamos os “sinais dos tempos,” que na atual situação nos desafiam a redesenhar nossas presenças e a entrar na dinâmica da solidariedade, como nos orienta o Papa Francisco na Carta Encíclica Fratelli tutti: A solidariedade manifesta-se concretamente no serviço, que pode assumir formas muito variadas de cuidar dos outros. O serviço é, «em grande parte, cuidar da fragilidade. Servir significa cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo». Nesta tarefa, cada um é capaz «de pôr de lado as suas exigências, expetativas, desejos de omnipotência, à vista concreta dos mais frágeis (…). O serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até “padece” com ela e procura a promoção do irmão. Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas». Peçamos que Jesus Mestre e Pastor continue chamando pessoas que desejam abraçar a causa do Reino de Deus. E assim podermos levar a Boa notícia do Evangelho para que todos tenham vida e vida em plenitude. Desejamos caminhar na comunhão e servir na alegria. 

Padre Tiago Alberione escreveu às Irmãs enviadas em Missão: “Páscoa de 1956. Felicitações e orações. Peço a Deus que a solenidade destes dias proporcione aumento de graças, luzes, merecimentos e alegrias. Abençoo cada um dos vossos nomes. O Divino Mestre vos dará outra casa, se fordes fiéis. Rezo pelas vocações; mas muito cuidado na escolha das mesmas. Amor a Jesus Hóstia!”.

Nossas Irmãs foram memória viva dessa herança carismática. O Divino Mestre tornou-as fiéis, fecundas na fé e na esperança, e os frutos foram abundantes. Gratidão eterna a Deus por sua bondade e às Irmãs pela generosa doação no grande desafio dos inícios de chegada na Terra de Santa Cruz.

Pias Discípulas: contexto sociocultural e eclesial na chegada, em 1956

Como as demais congregações paulinas vindas para o Brasil, as Pias Discípulas se instalaram em São Paulo, na capital. A população era predominantemente italiana, portuguesa e japonesa. Na época, o fenômeno da urbanização marcava a cidade de São Paulo, que buscava responder aos imensos desafios urbanos e das culturas emergentes. Dominava a migração nordestina.

No quarto centenário (1954) da cidade de São Paulo, o Estado de São Paulo possuía catorze Dioceses e a população da Arquidiocese ultrapassava três milhos de habitantes – o que a colocava como a maior do Brasil e da América do Sul. Em 1955, deu-se a fundação da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por iniciativa de Dom Hélder Câmara.

A Igreja recebeu forte impulso do CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano), cuja fundação deu-se também em 1955.

Deste contexto emergem:

  • Redescoberta da dimensão social da fé, ensaio da nova presença da Igreja na sociedade.
  • Experiência de fé no contexto do compromisso laical, Ação Católica e Movimentos: ACO (Ação Católica Operária); JOC (Juventude Operária Católica) – JUC (Juventude Universitária Católica).
  • Emergência das classes populares: plano de pastoral de conjunto com forte sentido de participação, planejamento e descentralização do poder.

As Pias Discípulas foram acolhidas oficialmente pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, na pessoa de Dom Paulo Rolin Loureiro, bispo auxiliar e vigário geral do Arcebispado.

Ministérios Instituídos e admissão das mulheres

O Regional Sul 3 da CNBB, organizou um Seminário Regional de Liturgia. A live da terceira noite, quinta-feira, dia 15 de julho, a assessora foi a Ir. Veronice Fernandes, da Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre. O tema deste encontro: Ministérios Instituídos e admissão das mulheres.

Acompanhe:

Ministérios instituídos e admissão da mulher | 15 de julho de 2021

A ir. Veronice Fernandes, pddm, iniciou sua argumentação a partir da Lumen Gentium que diz que a renovação eclesiológica conciliar compreendeu o cristão(a) leigo(a) plenamente como membro efetivo da Igreja e não como um fiel de pertença menor ou inferior, a quem faltasse algo da comum dignidade cristã. (LG, cap. 4).

Assim, o Vaticano II se constituiu numa experiência de valorização e reconhecimento, dos leigos e leigas, um verdadeiro Pentecostes, pois a constituição dogmática, Lumen Gentium que repensou a identidade da Igreja, colocou em primeiro lugar o que era comum a todos(as) na igreja católica, ou seja, a condição cristã, que em virtude do sacramento do Batismo nos constitui a todos(as) como equivalentes dentro do Povo de Deus, possibilitando, aos leigos e leigas, um novo estatuto dentro da Igreja Católica. Colaborou para nos restituir a situação, que tínhamos na Igreja dos primórdios. (cf. TEPEDINO. De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias, perspectivas da Igreja Latino-americana, p. 377).

A partir do Concilio Vaticano II, que bebeu das fontes, as Conferências Episcopais Latino-Americanas e a Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil: Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007), compreende-se o leigo e a leiga como “sujeito eclesial”. (DAp, n. 497a). Cada cristão leigo e leiga é chamado a ser sujeito eclesial para atuar na Igreja e no mundo.

Dentro deste panorama que chama os leigos à corresponsabilidade na Igreja, vão aparecer as mulheres: “Com efeito, se é verdade, que todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, algumas, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão de seu estado e missão; e os seus fundamentos, devido às circunstâncias especiais de nosso tempo, devem ser mais cuidadosamente expostos. Os sagrados pastores conhecem, com efeito, perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de toda a igreja. Pois eles próprios sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da igreja para com o mundo. (LG 30).

Sobre a participação da mulher na vida cultural e que podemos aplicar para todos os setores, vale a pena recordar a Gaudium et spes:

“As mulheres trabalham já em quase todos os setores de atividade; mas convém que possam exercer plenamente a sua participação, segundo a própria índole. Será um dever para todos reconhecer e fomentar a necessária e específica participação das mulheres…”. (GS 60).

E, sobretudo, Apostolicam actuositatem: “Os leigos exercem o seu apostolado multiforme tanto na Igreja como no mundo… E como hoje a mulher tem cada vez mais parte ativa em toda a vida social, é da maior importância que ela tome uma participação mais ampla também nos vários campos do apostolado da Igreja”. (AA 9).

Os ministérios instituídos

Motu proprio Ministeria quaedam

Após um processo de reforma dos ministérios não ordenados, em 15 de agosto de 1972, através do motu proprio Ministeria quaedam, Paulo VI: aboliu as “ordens menores” (hostiário, leitor, exorcista e acólito); suprimiu o subdiaconato (“ordens maiores”); substituiu o termo “ordens” por “ministérios”; Estabeleceu os ministérios de leitor e acólito que, segundo a norma “podem ser confiados também aos fiéis leigos (homens), de modo que não sejam mais considerados como reservados aos candidatos da ordem”. (ALMEIDA, Antonio Jose de. Novos ministérios: a necessidade de um salto à frente. São Paulo: Paulinas, 2016).

Paulo VI tirou o monopólio clerical de muitos séculos, que não correspondia, entretanto, ao conjunto da tradição e possibilitou ministérios oficiais exercidos por leigos; autorizou as Conferências Episcopais de instituir outros ministérios que sejam úteis e necessários. (ALMEIDA, Antonio Jose de. Novos ministérios: a necessidade de um salto à frente. São Paulo: Paulinas, 2016).

O leitor

O leitor é instituído para:

  • Ler a palavra de Deus na assembleia litúrgica: proclamará as leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho na missa e nas demais celebrações sagradas;
  • Faltando o salmista recitará o salmo responsorial;
  • Proclamará as intenções para a oração universal, na falta do diácono ou o do cantor;
  • Dirigirá o canto e a participação do povo;
  • Instruirá os fiéis para receberem os sacramentos;
  • Quando necessário preparará outros fiéis para proclamar as leituras da Sagrada Escritura. (MQ V)

(Ver ainda: IGMR 99; cf. IGMR 194-198; ELM 49;51-55).

O acólito

  • O acólito é instituído para o serviço do altar e para auxiliar o presidente da celebração e o diácono;
  • Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados;
  • Se necessário, distribuir aos fiéis a comunhão, da qual é ministro extraordinário;
  • Se necessário, expor o Santíssimo sacramento para a adoração;
  • Pode cuidar da instrução dos demais fiéis (MQ VI).

(Ver também: IGMR 98; cf. IGMR 187-193).

O acólito aprenda tudo aquilo que pertence ao culto público divino e trate de captar seu sentido íntimo e espiritual; de forma que ofereça diariamente a si mesmo a Deus, sendo para todos um exemplo de seriedade e devoção no tempo sagrado e outros lugares, com sincero amor, se aproxime do Corpo Místico de Cristo, o povo de Deus, especialmente os necessitados e enfermos (MQ VI).

Todas estas funções as exercerá mais dignamente participando com piedade cada dia mais ardente na Sagrada Eucaristia, alimentando-se dela e adquirindo um mais profundo conhecimento da mesma (MQ VI)

Inclusão das MULHERES leitoras e acólitas instituídas

Spiritus Domini papa Francisco 10 de janeiro de 2021 – Festa do Batismo do Senhor

Sobre a modificação do Cân. 230§1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das pessoas do sexo feminino ao ministério instituído do leitorado e do acolitado. Carta ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé a respeito do acesso das mulheres aos ministérios do leitorado e do acolitado.

No final do Sínodo de 2008, sobre a Palavra de Deus na vida da Igreja, foi feito o pedido de admitir mulheres ao ministério instituído do leitorado (Propositio, n.17). Recentemente (2019), o Documento Final do Sínodo para a Amazônia solicitava o leitorado e o acolitato para asmulheres (n. 102).

“Pedimos revisar o Motu Proprio de São Paulo VI, Ministeria quaedam, para que também mulheres adequadamente formadas e preparadas possam receber os ministérios do Leitorado e do Acolitado, entre outros a serem criados”. (DF).

O papa Francisco em Spiritus Domini recorda os pedidos dos Sínodos para aprofundar a questão: “aprofundar doutrinalmente este tema, de modo a responder à natureza dos mencionados carismas e às exigências dos tempos, oferecendo um apoio oportuno ao papel de evangelização que cabe à comunidade eclesial”. (p. 10 – Edições CNBB e Paulus).

E argumenta:

“Aceitando estas recomendações, nestes últimos anos alcançou-se um desenvolvimento doutrinal que evidenciou como determinados ministérios instituídos pela Igreja têm como fundamento a condição comum de batizado e o sacerdócio real recebido no Sacramento do Batismo; eles são essencialmente distintos do ministério ordenado, recebido com o Sacramento da Ordem. Com efeito, também uma prática consolidada na Igreja latina confirmou que tais ministérios laicais, baseando-se no Sacramento do Batismo, podem ser confiados a todos os fiéis que forem idôneos, de sexo masculino ou feminino, de acordo com quanto já é implicitamente previsto pelo cânone 230 § 2”. (p. 10 – Edições CNBB e Paulus).

Na Carta do Papa Francisco ao Cardeal Ladaria, Prefeito da Congregação pela Doutrina da Fé, que acompanha e motiva teologicamente o Motu Proprio Spiritus Domini, é expressamente mencionado o Sínodo para a Amazônia:

“No horizonte de renovação traçado pelo Concílio Vaticano II, existe hoje um crescente sentido de urgência em redescobrir a corresponsabilidade de todos os batizados na Igreja, e especialmente a missão dos leigos. A Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazónica (6-27 de outubro de 2019), no quinto capítulo do documento final assinalou a necessidade de pensar em ‘novos caminhos para a ministerialidade eclesial’. Não só para a Igreja Amazônica, mas para toda a Igreja, na variedade de situações, ‘é urgente promover e conferir ministérios a homens e mulheres… É a Igreja dos batizados que devemos consolidar promovendo a ministerialidade e, sobretudo, uma consciência da dignidade batismal’”. (Documento Final, n. 95).

Destacamos:

– A retomada do sacerdócio batismal: “É a Igreja dos batizados que devemos consolidar promovendo a ministerialidade”. (S.D.)

– A resposta dada ao pedido dos Sínodos e outras instâncias….

Nesse sentido, e com base no Ministeria quaedam de Paulo VI, propõe que mulheres adequadamente treinadas e preparadas possam receber os ministérios do leitorado e do acolitado, entre outros a serem desenvolvidos. •

[…] depois de ter ouvido o parecer dos Dicastérios competentes, decidi prover à modificação do cânone 230 § 1 do Código de Direito Canônico. Portanto, disponho que no futuro o cânone 230 § 1 do Código de Direito Canônico seja assim redigido:

Os leigos que tiverem a idade e as aptidões determinadas com decreto pela Conferência Episcopal, podem ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico estabelecido, nos ministérios de leitores e de acólitos; no entanto, tal concessão não lhes atribui o direito ao sustento ou à remuneração por parte da Igreja” (Spiritus Domini, 2021).

Modificação feita por papa Francisco no can. 230, § 1

1983

Modificação (10/01/2021) Festa do Batismo do Senhor

“Os leigos varões que tiverem a idade e as qualidades estabelecidas por decreto da Conferência dos Bispos, podem ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico prescrito, para os ministérios do leitor e de acólito; o ministério, porém, a eles conferido não lhes dá o direito ao sustento ou à remuneração por parte da Igreja”.

“Os leigos que tiverem a idade e as qualidades estabelecidas por decreto da Conferência dos Bispos, podem ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico prescrito, para os ministérios de leitores e de acólitos; o ministério, porém, a eles conferido não lhes dá o direito ao sustento ou à remuneração por parte da Igreja”. (Papa Franscisco. Motu Proprio Spiritus Domini)


Disponho do mesmo modo a modificação das outras disposições, corroboradas pela lei, que se referem a este cânone. Quanto deliberado por esta Carta apostólica sob forma de Motu Proprio, ordeno que tenha vigor firme e estável, não obstante qualquer disposição contrária, mesmo que seja digna de menção especial, e que seja promulgado através da publicação em L’Osservatore Romano,  entrando em vigor no mesmo dia, e em seguida publicado no comentário oficial das Acta Apostolicae Sedis (Spiritus Dominis)

A reforma disciplinar de Paulo VI trouxe à luz o caráter laico desses ministérios e marcou uma diferença com aqueles ordenados no diaconato, presbiterado e episcopado. • Francisco fala do desenvolvimento doutrinário ao confiar o leitorado e o acolitado também às mulheres, colocando como fundamento teológico “a comum condição de ser batizado e o sacerdócio real recebido no sacramento do Batismo”.

“A partir da modificação do cânone 230 § 1, podem ser instituídos homens e mulheres para exercerem o ministério de leitor e de acólito. Embora as mulheres, aqui no Brasil, já exercem estes ministérios, esta modificação traz para elas a possibilidade de exercerem estavelmente o leitorado e o acolitato e saírem, nestes casos, da condição de ‘ministras extraordinárias’”. (BRANDÃO, 2021, p. 6-7).

Significado da Mudança

  • A vida eclesial nutre-se da referência reciproca entre sacerdócio ordenado e sacerdócio comum e é alimentada pela frutuosa tensão desses dois polos,, enraizados no único sacerdócio de Cristo.
  • Possibilidade de cada Igreja local/particular… Viver a ação litúrgica, o serviço dos pobres e o anúncio do Evangelho em fidelidade ao mandato do Senhor Jesus.
  • Pode ajudar a Igreja a redescobrir o sentido da comunhão que a caracteriza e a iniciar um renovado empenho na catequese e na celebração da fé.
  • Esta reciprocidade, do serviço ao sacramento do altar, é chamada a refluir, na distinção das tarefas, para aquele serviço de ‘fazer de Cristo o coração do mundo’, que é a missão particular de toda a Igreja […]  sem disputas de poder… (Carta ao Prefeito…).
  • Redescobrir a corresponsabilidade de todos os batizados na Igreja.
  • Aumentará o reconhecimento, também através de uma ato litúrgico (instituição), da preciosa contribuição que, durante muito tempo, muitos leigos, incluindo mulheres, oferecem à vida e missão da Igreja. (Carta ao Prefeito…).
  • “A opção de conferir também às mulheres ofícios como os de leitorado e acolitado, “que comportam uma estabilidade, um reconhecimento público e um mandato do bispo, torna mais efetiva na Igreja a participação de todos na obra de evangelização“.(Carta ao Prefeito…).
  • “Permite que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na liderança das comunidades, mas sem deixar de o fazer com o estilo próprio da sua marca feminina”. (Francisco, Exortação Apostólica Querida Amazonia, n. 103).

O Motu Proprio abre um cenário inédito. Sem dúvida, é fruto da caminhada da Igreja pós-conciliar que vê as mulheres como sujeitos nas paróquias e nas dioceses, com múltiplas formas de serviço pastoral e ricas experiências de ministerialidade: as mulheres  de hoje são portadoras de uma palavra falada com autoridade, competente, pública, que contribui para a construção e o amadurecimento do corpo eclesial.

O passo dado é portador de um rico significado eclesiológico, no espírito de uma recepção mais profunda da visão conciliar do povo de Deus, em que os leigos são vistos como sujeitos corresponsáveis da vida e da missão da igreja.

Temos enfim:

  • Verdadeiro reconhecimento do fato que, pelo batismo, todos os leigos – homens e mulheres, participam do sacerdócio batismal com igual dignidade e comum responsabilidade, sem que sejam justificáveis exclusões de gênero no exercício de ministérios leigos (de fato ou instituídos).
  • A superação de um fator discriminatório, não justificável no plano teológico; uma “reserva” em contraste com a igualdade radical de todos os leigos, afirmada no Código de Direito Canônico.
  • O rosto ministerial da igreja é enriquecido: nascem novas “figuras ministeriais”, inexistentes até hoje, de mulheres leitoras e acólitas.

BIBLIOGRAFIA


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BRANDÃO, Patrick. Ministérios leigos instituídos na Igreja. Revista de Liturgia, São Paulo, v. 48, n. 284, p. 4-7, mar./abr. 2021.

FRANCISCO. Antiguum Ministerium pela qual se institui o ministério do catequista. Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio. São Paulo: Paulinas, 2021. (A voz do Papa).

FRANCISCO. Querida Amazônia: ao povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade. Exortação Apostólica Pós-Sinodal. São Paulo: Paulinas, 2020. (Coleção a voz do papa, 209).

FRANCISCO. Spiritus Domini: sobre a modificação do Cân. 230 § 1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das pessoas do sexto feminino ao ministério instituído do leitorado e do acolitado. Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio. Brasília: Edições CNBB, 2021. (Documentos Pontifícios, 46).

GOLDIE. Rosemary. Mulher. In: SARTORE, Domenico; TRIACCA, Achille M. (Org.). Dicionário de liturgia. São Paulo: Paulinas; Lisboa: Paulistas, 1992. p. 799-810.

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LEPORE, Francesco. Leitoras e acólitas, a obra-prima estratégica do Papa Francisco. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/606183-leitoras-e-acolitas-a-obra-prima-estrategica-do-papa-Francisco. Acesso em: 5 julho 2021.

MODINO, Luis Miguel. Papa Francisco institui o Ministério do Catequista, “uma acentuação maior ao empenho missionário”. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/609185-papa-francisco-institui-o-ministerio-do-catequista-uma-acentuacao-maior-ao-empenho-missionário. Acesso em: 12 julho 2021.

MODINO, Luis Miguel. Leitorado e acolitado feminino, um novo caminho nascido na Amazônia. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/606058-leitorado-e-acolitado-feminino-um-novo-caminho-nascido-na-amazonia. Acesso em: 12 julho 2021.

SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA. O livro do leitor. 2ª ed., Fátima: Artipol, 2015.

SÍNODO DOS BISPOS. Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Assembleia Especial para a região Pan-Amazônica. Documento final, Brasília: Edições CNBB, 2019.

TEPEDINO, Ana Maria. De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias, perspectivas da Igreja Latino-americana. In: Atualidade Teológica – Revista do Departamento de Teologia da PUC-Rio, v. XIV,  n. 36, p. 376-394, set./dez., 2010. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/17718/17718.PDF. Acesso em: 5 julho 2021.

TORNIELLI, Andrea. Catequistas, um serviço com raízes antigas voltado para o futuro. Disponível em:  http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/609186-catequistas-um-servico-com-raizes-antigas-voltado-para-o-futuro. Acesso em: 12 julho 2021.

PROPOSTAS DE FORMAÇÃO LITÚRGICA E ESPIRITUAL ONLINE

As nossas Irmãs estão somando em diversas propostas super interessantes para a formação litúrgica e espiritual. Confira alguns destes encontros pelo Brasil e programe sua participação:

RETIRO ESPIRITUAL ONLINE PELA CRB-SP

Este evento é promovido pela CRB-SP e tem como público alvo exclusivo as comunidades religiosas. As inscrições são pelo site: www.crbsp.org.br e o a proposta acontece de 22 a 27 de julho de 2021, pela plataforma zoom. As orientadoras do retiro serão a Ir. Penha Carpanedo, pddm, e Ir. Marilene Brandão, am. Mais informações pelos telefones: (11) 3141-2566 e (11) 94881-5362. O tema do retiro é: CONTEMPLAR O ROSTO FEMININO DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA.

VALOR DO CURSO POR COMUNIDADE
R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais)

PERÍODO DO RETIRO
De 22 a 27 de julho de 2021

DIREÇÃO GERAL
Ir. Edilamar da Glória Martins, cp

ORIENTADORAS
Ir. Penha Carpanedo, pddm
Ir. Marilene Brandão, am



SEMINÁRIO REGIONAL DE LITURGIA

O tradicional Seminário Regional de Liturgia sempre foi uma data esperada pelos agentes deste serviço nas arqui/dioceses do Rio Grande do Sul. Considerando a impossibilidade de realizar o encontro formativo de forma presencial, o Setor de Liturgia do Regional propõe o Seminário online, com o tema Ministérios leigos à serviço da Liturgia.

Pe. Luciano Massullo é referencial para o Setor de Liturgia do Regional Sul 3 e explica que o tema escolhido está em sintonia com o desejo do Concílio Vaticano II de uma Igreja ministerial.

Os diferentes ministérios têm lugar, também, na Liturgia da Igreja, onde, se manifesta de modo orgânico o Corpo de Cristo. Recentemente, o Papa Francisco, ampliou a possibilidade da instituição dos ministérios de Leitor e Acólito! É em sintonia com o desejo do Papa que queremos refletir e apontar caminho para o exercício destes ministérios, destaca Pe. Luciano.

O seminário, que não foi realizado em 2020 por causa da pandemia do Coronavírus, iniciou dia 1º de julho e se estende durante todo o mês, com encontros nos dias 07, 15, 22 e 29. Neste próximo dia 15 de julho, teremos como assessora a Ir. Veronice Fernandes, pddm.

Acompanhe toda a programação no flyer digital abaixo e siga as redes sociais da CNBB Sul3.

EVENTO GRATUITO E PELO YOUTUBE.

Ative o sininho para acompanhar a live com a Ir. Veronice Fernandes pelo Youtube da CNNB – Sul3.


ESPAÇO LITÚRGICO

Para mais informações, entre em contato: (92) 98229-3742

EVENTO PAGO: R$ 40,00

Link da inscrição https://forms.gle/nTdgCM76UEd6sh5G9




ESCOLA DE LITURGIA

♨️ ESCOLA DE LITURGIA DO ITEPES ESTÁ COM MATRÍCULAS ABERTAS PARA O 4° MÓDULO
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Tema: Ministérios Litúrgicos

🗞️ _Com certificação reconhecida pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP_

Assessoria: Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre
Irmã Cidinha Batista e Irmã Marinez Cantelli

INÍCIO: 04 de agosto de 2021
Vagas limitadas

VALOR: R$50,00

*INSCRIÇÕES:* https://forms.gle/jNjvMUYBt5Kc4s749

12 DE JULHO: NASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA

Recordamos 12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA, a primeira irmã Pia Discípula do Divino Mestre. Na nossa Congregação, celebramos o DIA DAS PRÉ-POSTULANTES, que são todas aquelas aspirantes à vida religiosa. Confiamos à intercessão da Venerável Madre Escolástica todas as vocações da nossa família religiosa.

Abaixo, alguns vídeos importantes:

12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA

Nesta bonita recordação, trazemos abaixo um trecho do trabalho final de Ir. Chris Amador, pddm da Venezuela, sobre o estudo das fotografias de Madre Escolástica nos diversos tempos da vida da Madre Escolástica. Esta análise do seu rosto como um elemento comunicador da beleza de Deus na vida da Venerável Madre Escolástica.

Acompanhemos:

A beleza de um rosto que fala

Através do rosto, mostramos os nossos sinais, gestos, que falam de nós ou algo que queremos expressar, isto é, comunicamos. Ao comunicar, mostramos emoções que transmitem pensamentos. É por isso que o rosto é um meio de comunicação aberta de algo profundo sobre uma pessoa. Emoções dizem medo, alegria, surpresa, etc. Tudo isso se vê no rosto humano. À vezes, nosso rosto está triste e queremos disfarçar com um sorriso, mas certamente isto não soará como autêntico.

Mesmo que a análise de um rosto possa ser muito profunda, com simplicidade podemos conhecer algumas realidades da pessoa como os olhos e a boca aberta podem expressar notícias importantes, enquanto se você ver um sorriso imediatamente está associado à alegria que pode variar na manifestação de contentamento, de serenidade.

Esta informação nos convida a considerar com atenção o rosto que comunica um conteúdo, e indica um forte caráter vital, ou seja, comunica algo sobre a vida da pessoa, sua psicologia, seu pensamento, seus sentimentos.

Nesse sentido, observar o rosto da Irmã Escolástica Rivata, além de uma memória de gratidão, traz à luz o conhecimento de sua pessoa, seus sentimentos e pensamentos, significa deixá-la contar sua história sem palavras. O silêncio iniciado em 1924, com a primeira entrega da sua vocação e que a conduziu a uma profunda intimidade com o Divino Mestre, nos fala hoje através do seu rosto.

Na verdade, o rosto da Irmã Escolástica sempre falou, sempre comunicou a todos aqueles que quiseram ouvir algo sobre ela, mas, acima de tudo, este rosto sempre comunicou Deus. “A paz inalterada de sua alma pode ser atribuída ao pensamento do paraíso, que se tornou transparente no rosto relaxado e no sorriso habitual”. Mas também numa leitura histórica da sua vida e presença como piedosa discípula.

Olhando para o seu rosto, aquele já marcado pelas dobras da vida, encontramos todas as linhas horizontais, verticais e transversais que tecem a história das suas relações com Deus, com os irmãos, com a criação, consigo mesma. O rosto da Madre Escolástica é a síntese do que ela foi na aventura interior da fé, tão provada e tão luminosa. A provação não conseguiu endurecer as feições desta mulher apaixonada por Cristo, pela Igreja, pela Família Paulina, pelo destino do mundo.

Com esta simples passagem podemos tentar descobrir como uma pessoa pode tornar-se bela, comparando-se com aquela palavra do Cardeal Martini de que “nenhuma negação da beleza é tão triste como a que vem de quem com toda a sua vida foi chamado a ser a testemunha do amor crucificado e, portanto, apóstolo da beleza que salva ” (Questões Teológicas vol. 39, n. 92, julho/dezembro 2012, 355). A caminhada da Escolástica evidencia um aspecto do discipulado, segundo o pensamento de Pe. Alberione dentro da espiritualidade paulina.

2. Itinerário fotográfico

2.1. UM BOM COMEÇO (1897-1921)

Em 16 de abril de 1896, Lucia Alessandria e Antonio Rivata se casaram na igreja paroquial de San Martino. Com simplicidade, celebram o seu amor no nascimento da sua primogênita, pouco depois, em Guarene, numa quarta-feira, 12 de julho de 1897. Ela foi batizada no dia seguinte na igreja paroquial dos Santos Pedro e Bartolomeu e recebe o nome de Orsola.

Orsola pertence a uma família profundamente cristã. Terá duas irmãs e um irmão, nascido em 3 de abril de 1904, que falece pouco tempo depois. A infância da pequena Orsola se alimenta do bom exemplo de seus pais, mas ela conhecerá imediatamente o rosto da dor porque ficou órfã de sua mãe aos 6 anos (8 de julho de 1903). Este será seu primeiro encontro com uma realidade que marcará sua vida. No entanto, a experiência da morte de sua mãe a aproximará da Santíssima Virgem Maria. Em 1941 deixa a memória deste período em que, já à luz da maturidade de vida em Cristo, se consegue uma bela releitura:

E a vida parecia não ter nada além de rosas e fúria. Amada por bons pais e rodeada dos mais atenciosos cuidados, dias felizes se passaram. Com minha voz argentina enchi a casa de trinados festivos e atormentei minha mãe com mil perguntas, tenho querida mãe! aqueles dias eram lindos demais, a prova tinha que vir para visitar este pequeno ser despreocupado.

A nova situação a ajudará a crescer em responsabilidades, especialmente no cuidado das duas irmãzinhas, no ambiente camponês. Em 1904, aos 7 anos, recebeu pela primeira vez Jesus eucarístico, e este primeiro encontro iria começar a marcar o ritmo da sua vida, num caminho de amor partilhado pelos outros. Em 10 de outubro de 1909 recebeu o Sacramento da Confirmação de Dom Giuseppe Re, Bispo de Alba.

Frequentou o jardim de infância das Irmãs Cottolengo e depois a escola primária. Também amante do bem intelectual, alimenta-se de bons livros. Orsola é uma menina bonita, “parecia um anjo”, que sabe ajudar onde há necessidade, colabora com o pai no campo e se enche de toda a beleza que a natureza oferece uma alma de vida interior, precisamente a contemplação do o bem supremo, onde o silêncio do lugar trouxe sua união com Deus.

Ao mesmo tempo em que na simplicidade do tempo adquire uma consciência profunda do trabalho, cresce também na virtude e nos dons do Espírito Santo, especialmente na força que a dispõe para superar com força sobrenatural muitas provações da vida. Em 1912-1913 trabalhou como operária na fiação De Fernex em Alba e aqui conheceu Eufrosina Binello que mais tarde se tornou Maestra Margherita FSP, irmã de Teresa Binello, uma das primeiras 8 Pias Discípulas.

Com tudo isso, ela continua a crescer e se tornar uma garota comum, sem nada de especial, para o que era normal poder direcionar sua vida para o casamento. Mas em seu coração ela cultivou uma relação vital e esponsal com Deus que a leva a recusar uma proposta de um bom jovem, só depois de ter orado porque desde muito jovem começou a desfrutar da beleza de estar na casa do Senhor.

Quando o Senhor tem planos para uma alma, Ele mesmo a conduz ao longo do caminho que deseja. Meu pai estava pensando em outra coisa e um dia antes de ir à missa ele me disse: na saída da igreja está um jovem que me pediu sua mão, olha para ele e se você gosta dele é um bom jovem , que está feliz com seus bens e você pode ser feliz com ele. Não dei importância às suas palavras, mas depois da missa, voltando para casa ele me tomou como uma espécie de medo e entrando na casa fui encaminhado para o meu quarto onde havia uma bela estátua do Sagrado Coração. Mecanicamente, independentemente do que eu estivesse fazendo, eu estava na frente do Sagrado Coração e disse a ele: Senhor, só você e basta. Desci a escada e fui até a casa do meu pai dizer: não, não aceito a mão dele. A partir daquele momento mudei muito no meu trabalho e não me contentava em mortificar-me, rezar constantemente, missa todas as manhãs, confissão semanal e comunhão…”. (SRqd_004. AGPDDM) .

A partir desse momento, a vida de Orsola entra decisivamente num caminho repleto de belos momentos, mas também de muitas provações, para que, na intimidade entre Deus e ela, haja um primeiro pacto de amor, ignorando tudo o que isso implicará para a sua vida. Não é difícil imaginar o momento: ela com a energia da juventude, com uma piedade simples, mas com muita fé.

Nestas poucas linhas valorizamos também a relação com o pai, a maturidade de Úrsula, a forma de tomar a decisão, quase como um método de discernimento, cheio de oração, silêncio, tempo, liberdade e autoconhecimento, marcam um caminho de estar na frente do mundo. Com esta escolha, Orsola demonstra que experimentou o bom, o belo e responde optando por ele.

12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA

Para este período tão importante ela deixa a lembrança de uma fotografia familiar já que está com suas irmãs Giuseppina, e Clotilde que mesmo sendo mais jovens que ela e muito parecidas nos olhos e também na expressão doce do rosto, ela parece o menor. Podemos dizer que é uma memória, certamente para o pai, ter a memória de suas lindas filhas. Seus olhos grandes são observados com o olhar fixo quase pronto para ser observado, ela não sorri, mas parece serena; aqui você pode observar uma delicada feminilidade, beleza e ordem na forma de se apresentar.

A família Rivata é simples, camponesa, mas, na pobreza, não falta amor. Ela revela os valores aprendidos na primeira escola, a do lar. Irmã Escolástica (Orsola) na foto em preto e branco, mostra um fundo escuro, é uma foto delicada e bem feita mesmo com sombreamento, dá para ver a iluminação de um lado do rosto; esta abordagem refere-se a um mistério a ser descoberto, no início de uma vida que se tornará luz para muitos.

Vemos um olhar fixo que ao longo dos anos continuará a repousar sobre o seu único amor, Jesus Mestre na Eucaristia, parece pensativa, talvez no mistério que comove o seu coração e que só ela conhece, a chama da vocação, o mistério de uma chamada e o desafio de uma grande resposta. Seus lábios estão suavemente fechados, nós a vemos com o requinte de uma mulher de sua época, também adornada com orelhas e uma medalha.

Orsola Rivata, a protagonista do acontecimento que ela própria narrou, era a rapariga bonita com chapéus castanhos claros, ligeiramente ondulados, presos num coque na nuca ou esvoaçando graciosamente nos ombros da jovem. De delicada tez rosada com rosto redondo e agradável, em que se destacavam dois olhos castanhos com pintas douradas. Um look inteligente e expressivo que manterá a clareza da inocência até a velhice. Graciosa em atear fogo, em administrar, ela se tornava agradável e era procurada e popular.

A vida espiritual de Ursula pode ser vista em sua vida paroquial, onde pertence às Filhas de Maria, ela entende e saboreia o valor e a beleza da Liturgia. “Pela sua delicada sensibilidade, nas ações sagradas apreendeu o valor da Beleza, nela se alegrou por si e pelos outros, tornando-se consciente e atento em louvar a Deus, em prestar-lhe pessoal e coletivamente o devido culto”. Ainda se na fotografia ele tem os lábios fechados, ela sabe abri-los para louvar a Deus: “dotada de uma voz afinada e harmoniosa, usava-a sobretudo para louvar ao Senhor, sobretudo na igreja”. A sua virtude ou característica era a alegria, a alegria, capacidade de iniciativa com porte digno e respeitoso e, assim, dia após dia, sente-se cada vez mais atraída por Deus e cresce no desejo de consagrar-se a ele.

São muitos os aspectos que dizem como Deus agiu no coração de Úrsula fazendo-lhe a alma aos poucos mais lindamente através do alimento espiritual, como ela mesma dizia: “quando Deus tem um projeto para uma pessoa, ele mesmo a guia”, como ele conta recordando que Tempo: Muitas vezes o meu pároco convidava, para a celebração eucarística, que o sacerdote de Alba, Pe. Alberione, vinha pregar. De bom grado, fui escutar a homilia do padre Alberione. Escutei-o com muita atenção, sobretudo na festa de Santa Úrsula, minha padroeira, festa das filhas de Maria.

O seu amor pelo bem intelectual a leva a ir à livraria e aí encontra o Pe. Alberione, encontro decisivo para a sua vida e vocação. Ela o conhece duas vezes consecutivas e, na segunda vez, é convidada a entrar em São Paulo. Ela vai demorar um pouco mais para chegar acompanhada de seu pai.

Ele indaga sobre minhas intenções para o futuro, e após algumas respostas me pergunta: Então, quando você pretende entrar em São Paulo? Ela responde: “em meu nome até imediatamente, mas as dificuldades da família me impedem …“.

Parte do trabalho final da Ir. Chris Amador, pddm, da Venzezuela. Elaborato finale del corso del carisma della Famiglia Paolina 2013-2014, Roma, Itália, La bellezza di Madre Scolastica Rivata, Una fotostoria, Studentessa: Suor M. Chris Amador F. Pddm e Relatrice: Suor M. Joseph Oberto pddm

12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA
12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA
Os Amigos do Divino Mestre prepararam este lembrete sobre este dia: 12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA