DIA DAS NOVIÇAS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Domingo “in Albis”: Páscoa da Igreja para os neófitos

Segundo a tradição das Pias Discípulas do Divino Mestre, celebra-se o dia da noviça no 2º Domingo da Páscoa, anteriormente chamado domingo “in Albis” (= branco).

Todas as pessoas que haviam recebido os sacramentos da iniciação na Vigília Pascal recebiam uma veste branca e permaneciam com ela durante toda a oitava da Páscoa. Este tempo era chamado de catequese mistagógica,. Os neófitos – como eram chamados os que tinham recebido o Batismo – aprofundavam o sentido dos sacramentos pascais e entravam em relação fraterna com a Igreja.

No Domingo “in Albis” deixavam esta veste branca, sinal de que a celebração terminava e entravam na vida do Mistério celebrado. A antífona de entrada: “Como recém-nascidos, desejem o puro leite espiritual para crescerem na Salvação, Aleluia!” (1ºPd 2,2) entoa o sentido deste sinal. Isto é, renascidos em Cristo, todos os que haviam recebido os sacramentos da iniciação à vida cristã e que já estavam há um tempo caminhando no aprofundamento da fé e vida cristã são convidados a desejar o alimento da vida nova recebida e assumida. Este é o paralelo com as noviças que estão no início do caminho de seguimento a Jesus, no estilo de vida das Discípulas do Divino Mestre.

As Noviças são convidadas a também assumir este desejo constante de nutrir-se bem e crescer em todas as dimensões para um seguimento autêntico à Jesus, no estilo de vida da Irmãs Pias Discípulas.

Quem iniciou esta tradição foi Pe. Timóteo Giaccardo, primeiro sacerdote Paulino, quando se ocupava da formação das noviças Pias Discípulas do Divino Mestre.

Atualmente temos cinco noviças no Brasil:

1° ano- 09/02/2020
 Belimar Victoria Hernández Escobar (Venezuela)
 Maria Odette Jagou Hultsch (Irlanda-U.S.A.)
 Virginia Landín Rodriguez (México)
 Amira Giselle Isleño (Argentina)

2° anno – 09/02/2019
 Indianara Cristina da Silva Pereira (Brasil)

Rezamos com cada uma delas, invocando de Deus todas as luzes para bem viver esta etapa de formação.

Via-Sacra: meditações escritas do cárcere

Cinco detentos, uma família vítima de homicídio, a filha de um condenado a prisão perpétua, uma educadora, um juiz corregedor de presídios, a mãe de um presidiário, uma catequista, um sacerdote acusado injustamente, um frade voluntário, um policial, todos ligados à Capelania do Cárcere “Due Palazzi” de Pádua: são os autores das meditações que serão lidas durante a Via-Sacra deste ano, presidida pelo Papa Francisco no adro da Basílica de São Pedro.

“Acompanhar Cristo no Caminho da Cruz, com a voz rouca dos que vivem no mundo carcerário, é uma oportunidade para assistir ao prodigioso duelo entre a Vida e a Morte, descobrindo como os fios do bem se entrelacem inevitavelmente com os fios do mal”. São palavras escritas na introdução das meditações da Via-Sacra publicadas pela Libreria Editrice Vaticana. Os textos, as narrações do capelão do Instituto carcerário “Due Palazzi” de Pádua, padre Marco Pozza, e da voluntária Tatuana Mario, foram escritos por eles mesmos, mas pretendem dar voz a todos os que compartilham a mesma condição no mundo inteiro.

Confira o texto integral das meditações: https://is.gd/vrEHWj

Texto: Vaticano News

XVIII Congresso Eucarístico Nacional será adiado para 2021

Uma decisão colegiada, pensada em conjunto após deliberação entre os 21 bispos da CNBB Regional Nordeste 2 teve o apoio da Presidência da CNBB nesta segunda-feira, 30/03/2020. Trata-se do pedido de adiamento da realização do XVIII Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que seria sediado no Recife e aconteceria no segundo semestre, no período de 12 a 15 de novembro deste ano.

Diante do quadro imprevisível causado pela pandemia do novo coronavírus, tanto em relação à duração do surto epidêmico como em relação às possíveis sequelas econômicas, a medida mais sensata no momento foi optar pelo adiamento do XVIII CEN. A resposta da CNBB chegou endereçada ao Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido e foi assinada pelo Secretário geral da CNBB, Dom Joel Portela Amado.

Segue abaixo a Nota Oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre o adiamento do XVIII Congresso Eucarístico Nacional, a ser realizado na Arquidiocese de Olinda e Recife, com nova previsão, entre os dias 12 e 15 de novembro de 2021:

Fonte: PASCOM RECIFE/OLINDA

Aprofundamento bíblico para o Tríduo Pascal

Nesta semana, a REVISTA DE LITURGIA publicou um texto da ir. Helena Ghiggi, pddm, com aprofundamento bíblico do Tríduo Pascal. Nossas Igrejas Domésticas se animam, mais do que nunca, para celebrarem com fervor as festas pascais.

Abaixo, o texto na íntegra. Vai nos ajudar na nossa leitura orante de cada dia do Tríduo Pascal:

ESTE É O DIA QUE O SENHOR FEZ PARA NÓS; ALEGREMO-NOS E NELE EXULTEMOS! (Sl 118,24)

QUINTA FEIRA NA CEIA DO SENHOR

A antífona da entrada nos introduz no mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor: “A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou” (Gl 6,14). A cruz, maldição (Dt 21,22-23), instrumento de tortura, torna-se sinal de salvação na entrega de Jesus. A oração do dia enfatiza o sentido da “santa ceia, na qual o Filho único do Pai, ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como banquete do seu amor”.

Nesse momento difícil de sofrimento causado pelo Covid-19, o Papa Francisco destaca que o Senhor reanima a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separem do seu amor redentor (homilia, 27/03/2020).

O texto do evangelho segundo João (Jo 13,1-15) faz referência a Última Ceia, mas não relata a instituição da eucaristia, pois Jesus já havia revelado sua vida como pão e vinho, verdadeira comida e bebida (Jo 6,51-58). Aqui o evangelista traz o gesto do lava pés, símbolo do amor gratuito de Jesus aos irmãos e irmãs, memorial de sua atuação ao longo do ministério. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). O “Mestre e Senhor”, com seu exemplo de humilde serviço, ensina um novo modo de viver na fraternidade, que transforma as desigualdades e toda forma de injustiça e dominação. O cuidado recíproco, realçado no mandamento novo de “amar como Jesus amou” (Jo 13,34-35), é essencial para que todos tenham vida digna. Como Igreja doméstica, somos chamados a celebrar a memória da entrega radical de Cristo, servidor até a cruz, solidários com o bem comum de toda a sociedade, de toda a comunidade.

A Leitura do livro do Êxodo (Ex 12,1-8.11-14) recorda a Páscoa dos hebreus, antiga festa pastoril que se torna memorial da passagem da escravidão no Egito para a liberdade em busca da terra prometida, de vida melhor para todos os povos. O Salmo 116 (115) mostra que o povo agradece a salvação e os benefícios recebidos do Senhor, “erguendo o cálice da salvação”, gesto de compromisso com o seu projeto. Paulo, na Leitura de 1Coríntios (1Cor 11,23-26), apresenta a narrativa mais antiga da Ceia do Senhor. “Este é o Corpo que será entregue por vós, este é o cálice da nova aliança no meu Sangue, diz o Senhor. Todas as vezes que os receberdes fazei-o em minha memória”. A eucaristia, memória da morte de Jesus como dom de vida para a humanidade, é testemunhada na compaixão, cuidado, partilha com os irmãos (1Cor 11,17-34).

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

O caminho de fidelidade trilhado por Jesus, Servo sofredor, é acentuado já na aclamação ao evangelho: “Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz, pelo que o Senhor Deus o exaltou, e deu-lhe um nome muito acima de outro nome” (Fl 2,8-9). A narrativa da Paixão de Jesus segundo João (Jo 18,1–19,42) acentua o sentido soteriológico, salvífico da morte de Jesus, e também o significado de revelação na qual a natureza profunda de Deus se torna manifesta. Jesus revela o Deus compassivo que ouve o clamor do povo “Eu Sou” (Jo 18,6; Ex 3,14), e livra os discípulos dos que chegam para prendê-lo com a força e a violência.

Conduzido ao palácio dos sumos sacerdotes, Jesus aguarda a reunião do Sinédrio na manhã seguinte. Após o julgamento, ele é enviado ao pretório onde ficava o governador romano, de modo que sua acusação torna-se política. Diante do poder imperial, Jesus reafirma que seu Reino não é deste mundo e dá testemunho da verdade, que é ele mesmo (Jo 14,6). Apesar de ser reconhecido inocente Jesus é condenado à morte, consequência de seu compromisso com as vítimas do sistema, com os últimos. Assim, Jesus assume livremente o caminho até o Calvário, carregando a própria cruz. “Crucificaram Jesus no meio de outros dois”, com tantas pessoas que carregam a cruz da violência, desemprego, fome. O sofrimento de Jesus até à morte violenta na cruz não é da vontade do Pai, mas causa de salvação e fonte de vida e libertação para a humanidade.

Em meio a tanta dor, Jesus não se encontra só, ao pé da cruz a comunidade fortalece a fé e a esperança para dar continuidade à missão. A presença da mãe de Jesus, como nas bodas em Caná da Galileia (Jo 2,1-12), sublinha que chegou a “hora” da glorificação do Filho. A solidariedade dos discípulos e discípulas junto ao Mestre na cruz multiplica-se através dos gestos de bondade de tantas pessoas, que consolam os doentes, os idosos, os abandonados. “Tudo está consumado” revela a soberania de Jesus, que completa a obra confiada pelo Pai com fidelidade. “E, inclinando a cabeça, Jesus entregou o Espírito” como dom de vida nova para seus seguidores e seguidoras.

Nenhum osso é quebrado de Jesus, o verdadeiro Cordeiro Pascal (Ex 12,46), que entrega a vida enquanto eram imolados os cordeiros para a Páscoa. A leitura do Livro do Profeta Isaías (Is 52,13–53,12) é o quarto cântico do “Servo do Senhor”. Convida a contemplar a vida do Servo oprimido e exaltado, cujo sofrimento substitui a culpa do povo, como prefiguração de Jesus Cristo. O Salmo 31 (30) é um cântico de lamentação e confiança, que Jesus rezou na cruz: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). A leitura da Carta aos Hebreus (Hb 4,14-16; 5,7-9) ressalta a solidariedade de Jesus com a humanidade e sua fidelidade ao Pai, que o tornam fonte de salvação, mediador único e definitivo.

O Papa Francisco fala de tantos companheiros de viagem exemplares, que arriscam suas vidas para curar e defender as pessoas. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns, que hoje marcam os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, cuidadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosos e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho (homilia, 27/03/2020).

VIGÍLIA PASCAL DO SENHOR

A Páscoa infunde confiança no Pai, que nunca abandona seus filhos/filhas e oferece a plenitude da vida à humanidade mediante a ressurreição de seu Filho Amado. No texto do evangelho segundo Mateus (Mt 28,1-10), a vida nova que jorrou do Crucificado fortalece a fé e a esperança da comunidade, impelida a realizar a missão na certeza da presença viva do Ressuscitado. As discípulas fiéis desde a Galileia, que permanecem junto de Jesus e o acompanham até a paixão e a morte de Cruz (Mt 27,55-56), se dirigem ao local onde o Mestre fora enterrado para “ver o sepulcro”. A experiência pascal possibilita encontrar novos caminhos, para anunciar a Boa Nova do Reino após a morte de Jesus Cristo.

A pedra que fechava o túmulo (Mt 27,60) foi removida pelo anjo do Senhor, cuja aparência fulgurante evoca o transfigurado-ressuscitado (Mt 17,2). O diálogo do anjo com as mulheres (Mt 28,5-7) ilumina a “não ter medo”, que corresponde a manter viva a fé. Jesus, o Crucificado a quem procuravam, “foi ressuscitado”, voz passiva que acentua a intervenção divina na vitória da vida sobre a morte. A missão confiada às mulheres, no anúncio da ressurreição de Jesus aos discípulos, rompe o esquema social excludente que não reconhecia o testemunho delas. Enquanto as mulheres corriam para anunciar a Boa Notícia aos discípulos, o Ressuscitado vem-lhes ao encontro e as saúda com a alegria pascal, plenificando-as de confiança. As mulheres se prostram diante do Senhor, reconhecendo sua presença que conduz no caminho para a Galileia, região onde o Mestre havia iniciado o ministério (Mt 4,12-17).

As Leituras recordam as grandes maravilhas realizadas por Deus ao longo da história da salvação, plenificada na ressurreição de Jesus. O Ressuscitado é a primícia da nova criação, que faz resplandecer a luz sobre as trevas do pecado e da morte. Filho único, que passa pela cruz assumida por amor fiel, Jesus revela o Deus que quer a vida como no episódio de Abraão e Isaac. A Páscoa de Jesus realiza plenamente o êxodo, a libertação do povo que atravessa o Mar Vermelho em busca da Terra Prometida. Em Jesus manifestam-se a consolação do povo e o banquete messiânico, anunciados no fim do exílio babilônico (Is 54 e 55). A vida doada de Jesus interpela a converter e a renovar o coração, como proclamam Baruc e Ezequiel. Rm 6,3-11 sublinha a participação na morte e ressurreição de Cristo pelo batismo, que nos reveste da vida nova para construirmos a fraternidade entre os povos (Revista de Liturgia, Março/Abril, 2020).

O Papa Francisco diz que a resposta de Deus ao problema da morte é Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida… Tenham fé! Em meio ao choro continuem a ter fé, ainda que pareça que a morte tenha vencido. Removam a pedra de seus corações! Deixem que a Palavra de Deus leve de novo a vida onde há morte. Deus não nos criou para o túmulo, nos criou para a vida, bela, boa, alegre. Jesus Cristo veio nos libertar dos laços da morte. Cristo vive, e quem o acolhe e se une a Ele participa da vida. O batismo nos insere no Mistério Pascal de Cristo. Pela ação e a força do Espírito Santo, o cristão é uma pessoa que caminha na vida como uma nova criatura: uma criatura para a vida, e que vai em direção à vida. Que a Virgem Maria nos ajude a sermos compassivos como o seu Filho Jesus, que fez sua a nossa dor. Que cada um de nós seja próximo daqueles que estão sofrendo, tornando-se para eles um reflexo do amor e da ternura de Deus, que liberta da morte e faz vencer a vida (29/03/2020).

DOMINGO DA PÁSCOA

NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

A oração do dia realça o sentido da “ressurreição de Jesus” como acontecimento central da nossa fé: “Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova”. O Ressuscitado caminha conosco, sustentando a nossa fé e esperança nesse momento de trevas e morte, causada pela pandemia. No texto do evangelho segundo João (Jo 20,1-9), Maria de Mágdala se dirigiu ao sepulcro no alvorecer do “primeiro dia da semana”, quando ainda estava escuro. A ressurreição de Jesus inaugura a nova criação, a vitória da vida sobre o pecado da injustiça e da morte. A caminhada de fé da comunidade leva a compreender os sinais do sepulcro, o poder da vida que vence a morte pelo amor solidário.

Com a experiência pascal, os que foram ao sepulcro à procura do corpo de Jesus compreendem as Escrituras, que anunciavam o corpo do Ressuscitado como novo e definitivo santuário da humanidade (Jo 2,21). A comunidade unida como “Corpo de Cristo” continua a missão libertadora de Jesus, conduzida pela força do seu Espírito (Jo 20,11-23). No texto do evangelho segundo Lucas (Lc 24,13-35), Jesus ressuscitado caminha com os discípulos de Emaús, reafirmando a presença viva de Deus que nunca abandona o seu povo. O Ressuscitado se faz presente na escuta e compressão da Palavra: “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos abria as Escrituras?”. Os olhos dos discípulos se abrem verdadeiramente, quando repetem os gestos de acolhida de Jesus “fica conosco”, e da entrega de sua vida por amor “tomou o pão, abençoou, partiu e deu a eles” (22,19; 24,30).

A Leitura dos Atos dos Apóstolos (At 10,34a.37-43) é um anúncio querigmático sobre Jesus de Nazaré, o Ungido de Deus que passou a vida fazendo o bem e curando todos os males; foi morto pelas autoridades, mas “Deus o ressuscitou no terceiro dia” e permanece na vida da comunidade como “o Senhor de todos” (10,36). O salmo 118(117), ação de graças a Deus pelas vitórias que dá ao seu povo, celebra a esperança de nossa libertação definitiva na ressurreição de Cristo: “Este é o dia que o Senhor fez para nós; alegremo-nos e nele exultemos”! A Leitura da Carta aos Colossenses (Cl 3,1-4) reflete a experiência de morte e ressurreição pela fé batismal (Cl 2,12), que faz trilhar o caminho da vida nova, buscando as coisas do alto, os valores do Reino anunciados por Jesus.

 A leitura orante da Palavra faz arder o nosso coração e permanecer vigilantes, nesse momento em que a prioridade deve ser a vida das pessoas. O Papa Francisco nos alerta: sabemos que defender as pessoas supõe um prejuízo econômico. Mas seria triste se o oposto fosse escolhido, o que levaria à morte muitas pessoas, algo como um “genocídio viral” (carta enviada a Roberto Andrés Gallardo). O Ressuscitado caminha conosco, suscitando “novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade”. Cantemos com esperança: “Da região da morte cesse o clamor ingente: Ressuscitou! exclama o anjo refulgente. Jesus, perene Páscoa, a todos alegrai-nos. Nascidos para a vida, da morte libertai-nos. Louvor ao que da morte ressuscitado vem, ao Pai e ao Paráclito eternamente. Amém”. (hino de Laudes, no Domingo da Páscoa).

Fonte: site da Revista de Liturgia

Madre Escolástica: modelo de santidade

No dia 24 de março de 1987, Madre Escolástica conclui seu peregrinar terreno. Ela foi a primeira sobre a qual o bem-aventurado Tiago Alberione havia posto o olhar para dar vida à nova fundação e é a última do primeiro núcleo das oito a concluir, podemos assim dizer, o arco fundacional.

Dia 13 de março de 1993, em Alba, inicia-se o processo diocesano para a beatificação e canonização de Madre Escolástica Rivata. Ela foi proclamada Venerável pelo papa Francisco no dia 9 de dezembro de 2013 e agora continua o processo para o próximo passo, a beatificação.

Com a expressão Senhor, só tu e basta, a jovem Úrsula diz o seu “sim” Àquele que por primeiro a escolheu e que, a partir daquele momento lhe pedirá para ser “o Único” da sua vida, “na alegria e na dor, na saúde e na doença, na pátria e no exílio…” Embora já tenha atingido a maioridade, a sua decisão provoca certo contraste na família, acolhido por ela como uma prova que a reforça ainda mais na decisão.

Úrsula continua a sua formação lendo muito. A paixão pela leitura, na busca de bons livros, leva-a ao encontro de um grande apóstolo dos tempos modernos: padre Tiago Alberione o qual, sem rodeios, enquanto procura o livro pedido por ela, e depois num breve diálogo, lhe diz: Quando você vem para a casa São Paulo? A partir disso tendo já vinte e quatro anos, sente-se impulsionada a romper com as demoras e a oposição da família.

Acompanhada pelo pai, no dia 29 de julho de 1922, Úrsula entrou na aventura que a conduziu nos insondáveis caminhos do Senhor. No vivaz contexto das primeiras fundações paulinas, no dia 21 de novembro de 1923, padre Alberione diz: Separai para mim Úrsula e Matilde, para a obra à qual as destinei. Assim começou a escolha de Úrsula para iniciar a nova fundação juntamente com outras seis jovens que a própria Úrsula ajudará escolher dentre as jovens do grupo feminino já existente.

O dia 10 de fevereiro de 1924, memória de Santa Escolástica, foi escolhido pelo padre Alberione para o início da nova fundação. No dia 25 de março do mesmo ano, festa da Anunciação, este grupo de oito jovens, faz sua manifestação oficial com o hábito religioso e a profissão dos votos. Recebem um nome novo e Úrsula torna-se Irmã Escolástica da Divina Providência.

No mesmo dia inicia aquele que será o seu trabalho principal: a Adoração Eucarística e o viver como irmã e mãe ao lado dos Sacerdotes e Discípulos da Sociedade São Paulo. Desde estes inícios, Madre Escolástica Rivata passa a ser a colaboradora em Cristo com Padre Alberione, para a realização do carisma das Pias Discípulas do Divino Mestre. Com vinte e oito anos é a responsável pela nova família que surge e, a partir deste momento, pode-se ler a história de Escolástica somente seguindo passo a passo o caminho das Pias Discípulas.

A vida de Madre Escolastica foi cheia de testemunho evangélico e isto a faz uma expressão de beleza autêntica, capaz de incentivar o encontro com Jesus com seu rosto alegre, seu sorriso que faz brilhar a verdade e a bondade do Ressuscitado.

Pelo seu testemunho, o eco da sua vida nos inspira a ter a coragem para se deixar formar pela beleza, como fizeram Pe Alberione e Pe Timoteo Giaccardo. É certamente uma resposta ao mundo de hoje, dizer com vida que a beleza não consiste em exterioridade estética, mas encontra plenitude em Cristo aqueles que vivem em conformidade com o Evangelho. A beleza experimentada nesta forma também se torna um meio vocacional.

As palavras do Papa Bento XVI pronunciadas na conclusão da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em 23 de outubro de 2005, certamente relatam esta experiência de fé de Madre Escolástica:

“O santo é aquele que é tão fascinado pela beleza de Deus e por sua perfeita verdade que se deixa a ser gradualmente transformado. Por essa beleza e verdade, ele está pronto para desistir de tudo, até de si mesmo. O amor de Deus é suficiente: ele ( o santo) experimenta no serviço humilde e desinteressado ao seu próximo, especialmente daqueles que são incapazes de retribuir. Quão providencial, nessa perspectiva, é o fato de que hoje a Igreja aponta para todos os seus membros cinco novos santos que, nutridos por Cristo, o Pão vivo, se converteram ao amor e lhe marcaram toda a sua existência! Em diferentes situações e com diferentes carismas, eles amavam o Senhor com todo o coração e o próximo como a si mesmos “para se tornar um modelo para todos os crentes” (1 Ts 1: 6-7).

Música feita pela Ir. Goretti Medeiros, pddm

Irmã Dulce: uma samaritana comprometida com a vida

A Campanha da Fraternida deste ano de 2020, no seu cartaz, traz a imagem de Irmã Dulce, o Anjo Bom da Bahia, canonizada 13 de outubro de 2019 pelo Papa Francisco.

Diante do convite à conversão, na luz do evangelho do Bom Samaritano (Lc 10, 33 ss.), a imagem desta mulher traduz numa prática extrema de amor com os mais pobres. Caminhando com os excluídos de Salvador e outras cidades, atraídos pela sua bondade, ir. Dulce (Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes – 1914 a 1992), transformou a realidade que via pela compaixão. Acollhia a todos os que eram abandonados e necessitavam da sua ajuda para minimizar o seu sofrimento.

A Verbo Filmes registrou um pouco deste trabalho desta maravilhosa mulher. No filme, ela mesma conta sua vida doada e santificada pelos irmãos e irmãs com quem conviveu. Um dos vídeos mais importantes e que registram em primeira pessoa a visão deste mulher, exemplo de fé, amor, cuidado com a vida e compromisso cristão com aqueles mais necessitados.

Assista ao vídeo abaixo:

O Bom Samaritano: Anúncio da compaixão e do cuidado com a vida

Fonte: Texto Base da CF 2020, Nº 1-14.

Em meio aos inúmeros e ricos textos bíblicos que podem iluminar a nossa Quaresma, um deles é destacado pela Campanha da Fraternidade deste ano, tornando-se referência para tudo o que viermos a rezar, refletir e agir: “Um doutor da Lei se levantou e, para experimentar Jesus, perguntou: “Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?” Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês?” Ele respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo coração, com toda a tua alma, com toda a tua força e com todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo!” Jesus lhe disse: “Respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Jesus retomou: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo, espancaram-no e foram embora, deixando-o meio morto. Por acaso descia por aquele caminho um sacerdote, mas ao ver o homem, passou longe. Assim também um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante pelo outro lado. Um samaritano, porém, que estava viajando, chegou perto dele e, ao vê-lo, moveu-se de compaixão. Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas, derramando nelas azeite e vinho. Depois, colocou-o sobre seu próprio animal e o levou a uma hospedaria, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou dois denários e deu-os ao dono da hospedaria, recomendando: ‘Cuida dele, e o que gastares a mais, eu o pagarei quando eu voltar’. No teu parecer, qual dos três fez-se próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze o mesmo” (Lc 10,25-37).

Essa parábola, proposta por Jesus em seu caminho de subida a Jerusalém (Lc 9, 51 -19,27), é parte da explicação do que seria necessário fazer para entrar na vida eterna. Esse tipo de questionamento era muito comum naquele tempo já que existiam mais de 613 leis e outras prescrições pontuais a serem cumpridas para se chegar a esse fim. Por essa razão, vendo a impossibilidade de cumprir fielmente todos os mandamentos, o doutor da lei questiona Jesus sobre o que realmente não poderia deixar de ser feito para herdar a vida eterna.

“Que devo fazer?”. A busca pelo cumprimento exato das prescrições da lei deveria ser seguida do esforço pessoal para coloca-las em prática. Diante da questão, Jesus responde com uma nova pergunta com a qual indaga sobre o conteúdo das Escrituras. O que elas dizem sobre o que fazer para herdar a vida eterna? A resposta oferecida pelo doutor da lei a Jesus conecta Dt 6,5 a Lv 19,18 criando um mandamento único composto de duas partes: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, com toda a tua alma, com toda a tua força e com todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10,27).

A Jesus não interessa inserir um novo ensino teórico sobre os deveres em relação ao mandamento do amor a Deus e ao próximo. Diante da segunda pergunta do doutor da lei, “Quem é meu próximo?”, Jesus propõe uma nova perspectiva e uma nova possibilidade de realizar tal mandamento, divergindo do que havia sido proposto. Os mestres fariseus já haviam ensaiado muitas vezes respostas sobre quem seria o próximo citado em Lv 19,18. No entanto, suas respostas oscilavam sempre entre as ligações nacionais, étnicas, afetivas, sociais e religiosas. No texto do Antigo Testamento, o próximo era o compatriota, membro do povo de Deus e também aquele que tinha sido inserido no povo na medida em que assumia sua religião e seus costumes (Lv 19,33-34).

A parábola é composta por cinco personagens anônimos, indicados apenas por suas etnias ou funções, e ocorre em um local de fácil compreensão para alguém daquele tempo. Por isso, embora seja uma parábola, a história narrada possui grande possibilidade de ter sido, ao menos em parte, um fato que realmente aconteceu na estrada que ligava Jericó a Jerusalém. Um homem, vítima de salteadores, é deixado quase morto, à beira da estrada. O fato de ter sido agredido leva a pensar na possibilidade de ter resistido ao assalto, o que lhe teria ocasionado a agressão quase fatal e o abandono à beira da estrada, não sendo capaz de fazer algo por si mesmo.

Dois transeuntes oriundos do templo, o sacerdote, responsável pelos sacrifícios, e o levita, responsável pela animação da liturgia, retornaram de Jerusalém após concluírem seus turnos de trabalho e agem com indiferença diante daquele que jaz sofrendo à beira da estrada. Não se descreve o motivo da indiferença. Poderia ser por motivos culturais, religiosos [se fossem contaminados com o sangue ou o homem viesse a morrer, ficariam impuros (Lv 15; 21,11)], ou simplesmente por não desejarem interromper a viagem, não mudarem seus planos, não terem seu trajeto e horário prejudicados por esse acontecimento. De qualquer forma, é dito que viram o homem e se distanciaram dele, seguindo o trajeto anteriormente proposto.

Um samaritano que passava, ao ver o homem, sentiu compaixão. Essa compaixão nasceu do seu modo diferente de olhar, do seu modo diferente de perceber aquela realidade. Essa compaixão o levou a se aproximar do homem, gastar tempo, modificar parcialmente sua viagem, tudo para não ser indiferente com aquele que sofria diante dele. Os cuidados práticos descritos na parábola são emergenciais: desinfeta as feridas com vinho e alivia a dor com o óleo, costumes daquele tempo; transporta o homem até a hospedaria e paga as despesas de sua estrada.

A postura inesperada do samaritano contém o centro do ensinamento de Jesus: o próximo não é apenas alguém com quem possuímos vínculos, mas todo aquele de quem nos aproximamos. É todo aquele que sofre diante de nós. Não é a lei que estabelece prioridades, mas a compaixão que impulsiona a fazer pelo outro aquilo que é possível, rompendo, dessa forma, com a indiferença. A fé leva necessariamente à ação, à fraternidade e à caridade.

A vida nos traz oportunidades de concretizar a fé em atitudes bem específicas. Para perceber os outros, principalmente em suas necessidades, não bastam os conceitos, mas, sim, a compaixão e a proximidade. Não se deve questionar quem é o destinatário do amor. Importa identificar quem deve amar e não tanto quem deve ser amado, pois todos devem ser amados, sem distinção. Não importa quem é o próximo. Importa quem, por compaixão, se torma próximo do outro (Lc 10,36). A medida do amor para como próximo não é estabelecida com base em pertença religiosa, grupo social ou visão de mundo. Ela é estabelecida pela necessidade do outro, acolhendo como próximo qualquer pessoa de quem possa acercar com amor generoso e operativo. Isso abre uma nova perspectiva nos relacionamentos, excluindo a indiferença diante da dor alheia.

O Bom Samaritano nos inspira e ensina como vencer a globalização da indiferença.

Junioristas: gratidão e alegria no seguimento mais de perto de Jesus Mestre

Dos dias 22 a 23 de fevereiro de 2020, foi realizado o encontro anual das Junioristas em Cabreúva, interior de São Paulo. Estiveram presentes Ir. Antônia Bianca Oliveira dos Santos, Ir. Jessica Carolina Vallenilla Perez, Ir. Neideane Alves Monteiro, Ir. Natali Santos Bertoso, Ir. Romilda Cordeiro Sarmento e Ir. Samillis Praia de Castro.

Acompanhando o grupo estavam a formadora Ir. Juceli Aparecida Mesquita e Ir. Penha Carpanedo a qual assessorou o encontro e trabalhou o tema: A Liturgia como lugar Teológico. Partindo de uma roda de conversa sobre a música ‘’Eu e a Vida’’, do cantor Jorge Vercillo, foi feita uma analogia entre a música do artista que fala diretamente a vida das pessoas e grupos, que em muitos momentos precisam passar por desafios para se desprenderem, desapegar, esvaziar para crescer e aprender; com a história do povo da Bíblia conduzido por Deus em toda sua história.

Após este momento riquíssimo de partilhas, focou-se na reflexão do Rito como Linguagem presente na liturgia. A assessora lembrou que o rito está presente desde sempre na vida do homem, sendo, assim, ‘’um dado antropológico fundamental, que permeia a vida pessoal, comunitária e social o tempo todo, visto que se encontra nas religiões e culturas e renasce nas culturas modernas’’, mantendo sempre a ligação entre as pessoas, a sociedade e Deus.

Além disso, o rito é ‘’guardião da memória’’, porque ao repetir, o rito faz ‘’lembrar, recordar, ressignificar a vida com esta recordação’’ e é exatamente na raiz dessa lembrança, da memória, que se revela a aliança de Deus e seu povo até chegar em Jesus e nele se cumprir fazendo a vontade do Pai.

Assim, seguiram-se as ponderações e partilhas tornando o encontro dinâmico, descontraído e participativo. Foram dois dias de muito aprendizado para as Junioristas em seu primeiro encontro do ano.

 Houve ainda a acolhida das neo-professas, Irmãs Antônia, Jessica e Samillis, e a despedida das Irmãs Natali e Romilda, que estão no processo de preparação para a profissão perpétua. A preparação será feita em Roma, Itália. Elas farão parte do grupo internacional de Junioristas das Pias Discípulas do Divino Mestre.

O encontro finalizou com a oração, gratidão das junioristas e avaliação dos momentos vividos. As junioristas se posicionaram positivamente quanto a toda a dinâmica do evento e ressaltaram a importância das partilhas, do bem querer, do texto, da convivência e da alegria entre elas.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020: "Viu, sentiu compaixão e cuidou dele", Lc 10,33-34

A Campanha da Fraternidade é o modo com o qual a Igreja no Brasil vivencia a Quaresma. Há mais de cinco décadas, ela anuncia a importância de não se separar conversão e serviço à sociedade e ao planeta. A cada ano, um tema é destacado, assim, a Campanha da Fraternidade já refletiu sobre realidades muito próximas dos brasileiros: família, políticas públicas, saúde, trabalho, educação, moradia e violência, entre outros enfoques.

Em 2020, a CF convida, por meio de seu texto-base, a olhar de modo mais atento e detalhado para a vida. Com o tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34), busca conscientizar, à luz da palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso, que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, casa comum. 

Sobre a CF 2020

Lançado pela editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Edições CNBB, o texto-base convida a um olhar que se eleva para Deus, no mais profundo espírito quaresmal, e volta-se também para os irmãos e irmãs, identificando a criação como presente amoroso do Pai. No texto, a presidência da CNBB afirma que a Campanha será uma motivação para olhar transversalmente as diversas realidades, interpelando a todos ao respeito do sentido que, na prática, se atribui à vida, nas suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica.

“Não se pode viver a vida passando ao largo das dores dos irmãos e irmãs”, diz um trecho do texto base. Versentir, compaixão cuidar são os verbos de ação que irão conduzir este tempo quaresmal. Para isso, o texto-base que é dividido em três partes, convida que cada pessoa, cada grupo pastoral, movimento, associação, Igreja Particular e o Brasil inteiro, motivados pela Campanha da Fraternidade, possam ver fortalecida a revolução do cuidado, do zelo, da preocupação mútua e, portanto, da fraternidade.

HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020

O autor da letra é o padre José Antônio de Oliveira, 67 anos, da paróquia São João Batista de Barão de Cocais da arquidiocese de Mariana (MG). Segundo ele, o hino tem o poder de levar a mensagem central da campanha da fraternidade para todo o Brasil. “É uma semente que será semeada por aí. Não deixa de ser uma alegria muito grande evangelizar por meio da música”, disse.

O religioso já teve outras letras de música escolhidas para concursos da CNBB, entre elas o canto de comunhão: “Vamos Juntos para a Mesa”, da CF 2002, musicada por Lucas de Paula Almeida.

Processo de escolha –  31 propostas de letra para o hino da CF 2020 chegaram à CNBB após a prorrogação do edital de concurso nacional até 22 de julho de 2019. A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB fez uma triagem entre todas as propostas e pré-selecionou 5 letras que foram apresentadas em reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da entidade. Entre as cinco finalistas, os bispos, membros do Consep, escolheram o hino.

A próximo passo segundo o irmão Fernando Benedito Vieira, assessor do Setor de Música Litúrgica da CNBB, será colocar a música na letra, o que será feito com o apoio de uma equipe composta de cinco peritos em música litúrgica. A proposta é que em um mês a versão final de letra com a música seja apresentada para a Comissão para a Liturgia da CNBB para a aprovação final.

Conheça a letra do Hino da Campanha da Fraternidade 2020:

Tema: Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso
Lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (cf. Lc 10,33-34)
Autor: Pe. José Antonio de Oliveira

1) Deus de amor e de ternura, contemplamos
este mundo tão bonito que nos deste. (Cf. Gn 1,2-15; 2,1-25)
Desse Dom, fonte da vida, recordamos: (Cf. SI 36,10)
Cuidadores, guardiões tu nos fizeste. (Cf. Gn 2,15)

Peregrinos, aprendemos nesta estrada
o que o “bom samaritano” ensinou:
Ao passar por uma vida ameaçada,
Ele a viu, compadeceu e cuidou. (Cf. Lc 10,33-34)

2) Toda vida é um presente e é sagrada,
seja humana, vegetal ou animal. (Cf. LS, esp. Cap. IV)
É pra sempre ser cuidada e respeitada,
desde o início até seu termo natural.

3) Tua glória é o homem vivo, Deus da Vida; (Cf. Santo Irineu)
ver felizes os teus filhos, tuas filhas;
é a justiça para todos, sem medida; (Cf. Am 5,24)
É formarmos, no amor, bela Família.

4) Mata a vida o vírus torpe da ganância,
da violência, da mentira e da ambição.
Mas também o preconceito, a intolerância.
O caminho é a justiça e conversão. (Cf. 2Tm 2,22-26)

HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020

Eu vim para servir…

O encontro das irmãs que exercem o ministério das Coordenadoras das diversas comunidades do Brasil das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre aconteceu em Cabreuva, SP, na casa da senhora Antonieta, uma amiga da comunidade Jardim Divino Mestre, de 14 a 16 de fevereiro.

Participou do evento as 12 irmãs coordenadoras, a ir. Marilez Furlanetto, como provincial e assessora, e a ir. Ana Patrícia Reinaldo, ecônoma provincial.

As irmãs trabalharam a 4ª prioridade da CRB, com a motivação de tecer relações interpessoais. Como plano de Ação da Conferência dos Religiosos do Brasil – Nacional, proposto para o triênio 2019 a 2022, se propõe promover relações humanizadoras e atenção diferenciada à cada geração na Vida Religiosa Consagrada. Segundo a carta motivadora salienta, existe a necessidade de tecer relações de ternura, de fraternidade e de sinodalidade como expressão de uma nova forma de convivência capaz de superar o individualismo e a dominação.

De fato, em todas as fases da Vida Religiosa Consagrada deve resplandecer o vigor e a alegria de quem optou pelo discipulado de Jesus, promovendo relações mais humanizadoras com as características próprias de cada pessoa, suas belezas e limites. Promover uma cultura de encontro nos desafia a incrementar os consensos comunitários, a partilha de sentimentos, as relações humanizadoras, o perdão e a festa. Fomentar relações fraternas que, no serviço a Deus e ao povo, encontre a fonte da sua vitalidade.

A Vida Religiosa Consagrada Jovem aparece como um dom a ser acolhido, escutado, acompanhado e levado em conta o seu protagonismo. Redesenhar os processos de acompanhamento à terceira idade e aos religiosos enfermos emerge como uma urgência para muitas congregações.

É preciso reconhecer o valor de cada pessoa, na sua faixa etária, as que acabaram de chegar, as que estão à frente da missão, as de meia-idade, e as que se consagraram há mais tempo, de modo que todas deem testemunho do Deus vivo e atuante no meio do seu povo.

O desafio de novos modos de relação nos interpela a refletir e oferecer orientação sobre comportamentos padronizados, autoridades inquestionáveis e a realidade do abuso de poder, de consciência e sexual, sendo sensíveis e profetas perante as questões de gênero.

A ir. Juceli Mesquita, coordenadora e mestra da Casa Nazaré, de acolhida a etapa formativa do Postulado, fez uma dinâmica que salientou as características de cada pessoa na composição deste rosto comunitário.

Também foi fomentado a compreensão do que se entende hoje com o ministério de coordenação. O enfoque foi na forma de liderança assertiva nas nossas comunidades. Também se falou da importância do projeto comunitário levando em conta o rosto de cada comunidade.

O encontro foi motivador. Todas as irmãs saíram incentivadas e animadas para a missão.

Renovo por um ano…

Depois da formação inicial que perpassa pelo aspirantado, postulantado e noviciado, a jovem faz a opção de professar os votos de pobreza, castidade e obediência, como fizeram as jovens Samillis e Bianca, neste último dia 09/02/2020.

A jovem o faz por 6 anos consecutivos. A profissão pública dos votos é feita a cada ano, com a celebração das jovens em suas comunidades. Este período é chamado de juniorato.

A professa de votos temporários, como é chamada a juniorista pelas constituições das Pias Discípulas, é inserida em uma comunidade apostólica e empenha-se a percorrer o caminho de santificação e de apostolado num projeto comum, no exercício da corresponsabilidade. A jovem pode colocar-se nesta abertura à evangelização, abrindo-se a novos horizontes e respondendo ativamente aos desafios da igreja particular com a sua vida colocada a serviço (cf. RV 59).

À professa de votos temporários deve crescer na identidade carismática e no sentido de pertença ao Instituto (cf. RV 60), colaborando para o sim definitivo ao final deste período formativo, para os votos perpétuos.

Neste último dia 09/02, em uma celebração Eucarística presidida pelo pelo Pe. Silvio de Oliveira Ribas, paulino, na Comunidade Timóteo Giaccardo em São Paulo, renovaram os votos as junioristas Pias Discípulas do Divino Mestre: Ir. Maria Natali Santos Bertoso, Ir. Maria Neideane Alves Monteiro e Ir. Maria Romilda Cordeiro Sarmento.

Ir. Maria Kelly Silva de Oliveira, coordenadora da comunidade, foi a delegada da superiora geral para receber os votos. É um momento forte da caminhada destas irmãs e de toda Igreja que acolhe o sim generoso de cada uma. As irmãs agradecem a todas às pessoas, que estiveram unidas a elas neste dia especial. 

As irmãs Natali e Romilda já se colocam no processo de preparação para a profissão perpétua. Elas farão parte de um grupo internacional que reúne todas as jovens de todos os países onde as Pias Discípulas estão e há junioristas. Esta preparação será feita em Roma, Itália.

Nossa comunhão com todas as jovens que se colocam no seguimento mais de perto de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, invocando sobre elas a graça da fidelidade.