Ir. Helena Corazza, fsp

 

À luz da temática “Despertai o mundo com a luz do Evangelho” os Cooperadores da Família Paulina no Brasil concluíram o Centenário com uma Romaria ao Santuário de Aparecida (SP), no dia 30 de junho de 2018, com momentos de reflexão, testemunho e partilha. Ao final, foi feito o envio e bênção com a entrega do Santo Evangelho para cada um.

Uma Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida, com 550 participantes, membros da Família Paulina, familiares, marcou o encerramento do Centenário no Cooperadores Paulinos do Brasil como Família Paulina. A programação foi organizada em conjunto por Irmãs e Cooperadores das Congregações que mantêm grupos como Paulinas, Discípulas do Divino Mestre e Pastorinhas das Províncias de São Paulo e do Sul, com uma missa, pela manhã, e uma tarde de reflexão e partilha.

A abertura do Ano Centenário – para os grupos de São Paulo – aconteceu no Santuário São Judas Tadeu, em São Paulo, nesta mesma data, presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Comunicação, Dom Devair Araújo da Fonseca.

Abertura do Centenário em São Paulo – Família Paulina

Na Província do Sul também aconteceu nas diversas regiões com Celebração Eucarística e uma em Caxias do Sul, com todos os grupos da região sul, seguida de uma programação de partilhas de experiências dos grupos, momentos de lazer e um delicioso almoço servido para todos.

Abertura do Centenário em Caxias do sul – Família Paulina.

Na celebração eucarística presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, os Cooperadores participaram da procissão de entrada levando símbolos do Centenário, como um banner com o lema: “Despertai o mundo com a luz do Evangelho” e o banner do Bem-aventurado Tiago Alberione, fundador da Associação. Acompanhou também as imagens dos Apóstolos Pedro e Paulo e a lamparina de 10 chamas.

Despertai o mundo com a luz do Evangelho e Bem-aventurado Pe. Tiago Alberione
São Pedro e São Paulo – Lâmpada das 10 chamas
Dom Orlando Brandes – Arcebispo de Aparecida

O Arcebispo destacou, em sua homilia, a missão evangelizadora da Família Paulina no espírito do Apóstolo Paulo, bem como a coincidência do Ano Centenário da Associação dos Cooperadores Paulinos com o Ano do Laicato para a Igreja do Brasil. Ele exaltou a importância do Apóstolo e foi enfático em afirmar: “Quem quer conhecer Jesus leia uma carta de São Paulo”. Dom Orlando exortou a vivermos o espírito do Apóstolo São Paulo hoje como “Igreja em saída”. Saída de nossas casas para visitar as pessoas e famílias como fez Jesus.

Tarde de reflexão – celebração

Organizada por uma comissão do Centenário formada por Cooperadores, Cooperadoras e Irmãs responsáveis de cada Congregação, a equipe de coordenação deu as boas-vindas aos participantes, destacando este momento de alegria, festa e celebração, neste Ano do Laicato, exortando a terem um coração ardente como o do Apóstolo Paulo. Ir. Ninfa Becker, fsp; Ir. Soeli T. Branco, sjbp; Irmã Vera M. Galvan, pddm; Ir. Elisabete Martins, ijbp). 

A coordenação do encontro ficou a cargo de Neusa Alves – “Cooperadores Paulinos para o Evangelho” (CPPE – Paulinas); Maria Ivete Ursulina Santos – “Amigos do Divino Mestre” (Discípulas); e Arnaldo Poletto – “Amigos de Jesus Bom Pastor” (Pastorinhas).

Na saudação aos participantes, as Provinciais reafirmaram o sentido da celebração de um Centenário. Irmã Maria Antonieta Bruscato, FSP, destacou o “tesouro” que são os Cooperadores na grande árvore da Família Paulina com todas as cores do mundo. Leigos com sabor de futuro, capazes de sonhar, lembrando que devemos “fazer a todos a caridade da verdade”. Irmã Marilez Furlanetto, DDM, ressaltou que Alberione se deixou tocar pela espiritualidade missionária de Paulo. Deixou-se seduzir pelo Senhor e pelo chamado que é dom do Espírito. Irmã Bertila Picelli, SJBP, representou a Irmã Maria de Fatima Piai, em viagem pelo Gabão, e transmitiu a sua saudação lembrando que celebrar 100 anos é gratificante e exortou a entrar no coração de Alberione e crescer na experiência paulina. Irmã Adriana Cortelini, SJBP, lembrou o Fundador ao dizer que a Associação começou no dia dos Apóstolos Pedro e Paulo, portadores de Cristo, que trazem muitas virtudes, o espírito pastoral. Lembrou o Ano do Laicato e as palavras do Papa Francisco: não apagar o fogo profético e o lema “Despertai o mundo com a luz do Evangelho”.

Ir. M. Antonieta Bruscato fsp, Ir. Marilez Furlanetto pddm, Ir. Adriana Cortellini ijbp, Ir. Bertila Picelli ijbp

A geografia dos cooperadores no Brasil

A coordenação ficou por conta de cooperadores da comissão do Centenário que também apresentou os grupos de Cooperadores existentes e presentes no evento, resultando presenças em 20 estados, 35 cidades, num total de 671 Cooperadores com e em caminho para fazer a Promessa.

O grupo ligado às Paulinas intitula-se  “Cooperadores Paulinos para o Evangelho”. Iniciou sua organização em 2007 e hoje são cerca 264, em 17 grupos, sendo que 98 fizeram a Promessa.

Encontro nacional cooperadores paulinos para o Evangelho

As Discípulas do Divino Mestre iniciaram a organização entre os anos de 1996 e 2002, com o Boletim intitulado “Amigos do Divino Mestre”, direcionado aos Cooperadores da missão e, também, aos familiares das Irmãs e jovens. Em 2013, respondendo ao apelo do 8º Capítulo Geral, criou-se uma Comissão de Irmãs para retomar o Estatuto da Associação e elaborar um projeto de constituição de grupos de CP-ADM e formação de seus membros em vista da missão. Assim foi feito e atualmente estão organizados em sete grupos, hoje os Cooperadores são 80.

Na Província Jesus Bom Pastor com sede em Caxias do Sul (RS), as Irmãs Pastorinhas começaram a se reunir nos anos de 1998 a 2000 nas festas da Congregação. Nos anos de 2003 a 2005, após uma formação carismática com todas as Irmãs da Província, as Irmãs assumiram com mais clareza, entendendo o valor dos leigos e leigas que partilham o mesmo Carisma. Hoje são 15 grupos, dos quais um é formado por jovens, e os Cooperadores somam com promessa 167. Dentre eles, cerca de 50 estão próximos ao caminho para a Promessa.  Já as Pastorinhas de São Paulo iniciaram a organização em 2005 com os “Amigos de Jesus Bom Pastor” e atualmente são 150 organizados em nove grupos.

Momento de testemunhos

A programação dedicou um tempo para ouvir testemunhos de dois Cooperadores por Província, com a pergunta: o que significa para mim ser um Cooperador paulino hoje? Talvez se possa sintetizar os depoimentos dos que testemunharam, em alguns traços que dizem respeito à vocação do cristão leigo:

– um chamado e encantamento pela espiritualidade paulina, com os matizes do carisma da comunicação, do serviço pastoral e do serviço à liturgia;

– a formação que os ajuda na vivência pessoal e no serviço à comunidade e à sociedade, sobretudo a Palavra de Deus meditada e pregada;

– o desafio de pensar o apostolado com o espírito de São Paulo onde quer que estejamos;

– o desafio de ser sal e luz do mundo na missão;

– o testemunho de alegria percebido nas Irmãs.

– a graça de viver este Primeiro Centenário. Quem foi a Roma sentiu muito de perto a experiência de universalidade.

– a importância da união e conhecimento dos cooperadores das outras Províncias, algo reforçado também pela Convenção em Roma e que se concretizou durante o Ano Centenário, especialmente  neste encontro.

A animação do encontro da tarde ficou a cargo do Grupo Chamas das irmãs Paulinas, jovens cooperadores paulinos e membros da Família Paulina.

O Centenário na experiência dos Cooperadores Paulinos

 Esta reportagem entrevistou alguns Cooperadores presentes no evento, perguntando o que significa viver este Centenário. Para Agenor Sousa, de São Luís (MA), CPPE desde 2007, o que lhe “tocou o coração foi perceber que a ideia de Alberione, há 100 anos, sobre a importância do leigo na Igreja, se confirmou hoje nas palavras de Dom Orlando, quando falou do laicato”. Para a amiga de Jesus Bom Pastor, Sirley Diniz Boza, de Campo Grande (MS), Cooperadora desde o ano 2000, o Ano Centenário “é uma graça, e a certeza de que está fazendo história junto à Família Paulina”. Ela teve a graça de participar do Congresso de Roma.

Para Terezinha Donato, do Rio de Janeiro (RJ), amiga do Divino Mestre desde 1997, “viver este Centenário é confirmar a fé na missão e bênção de Jesus Mestre; a caminho, agradeço”. A CPPE desde 2012, Maria Lúcia Gomes Silva, de Osasco (SP), afirma que viver este Centenário é “uma caminhada de luz que tem iluminado o trabalho de evangelização na luz do Espírito Santo. Ser Cooperadora é ser luz, levar a luz”. O amigo de Jesus Bom Pastor, José Ronaldo Macário, de Tupanatinga (PE), afirma: “Estou muito feliz com o Centenário dos Cooperadores Paulinos, onde estivemos juntos, nós povo de vários lugares, na missão de evangelizar. Tudo isso ajuda a sermos melhores e a amar mais o próximo. A partir do momento em que comecei a participar desta Associação, senti o apelo de ajudar a comunidade a viver melhor o Evangelho, promovendo encontros com o conteúdo preparado para o Centenário, reunindo as famílias da comunidade para que o Evangelho seja conhecido, amado e vivido por nossos vizinhos e amigos que até então não tínhamos o exercício da Leitura Orante nesta localidade”.

Segundo o Amigo de Jesus Bom Pastor, Vitalino Martins, de Bodoquena (MS), Cooperador desde 2010, o Centenário “é uma oportunidade de viver o carisma, conhecer os lugares do Fundador, intensificar a cooperação, vivendo em contínua conversão”. Ele participou do Congresso Internacional em Roma. O casal, Amigos do Divino Mestre, Janer e Rosenira Samuel, de Manaus (AM), Cooperadores Amigos do Divino Mestre desde 2014, vive com intensidade os encontros de formação e espiritualidade e, para eles,  viver o Centenário “é motivo de júbilo e emoção por termos sido convidados a participar da missa de Aparecida no presbitério, foi um momento ímpar”. Ficaram muito tocados com a reflexão de Dom Orlando sobre a vida e atitudes de Paulo. Por sua vez, o amigo de Jesus Bom Pastor, Arnaldo Poletto, diz que viver o Centenário “é revisitar o passado, rever as raízes para produzir frutos hoje na perspectiva do Evangelho da justiça e da solidariedade, como missão”.

Segundo André L. Kawahala,  de São Paulo (SP), CPPE desde 2007, é “entender mais qual a missão do leigo no carisma paulino, na Igreja e na sociedade; na missão procuro compreender e comunicar a face de Jesus Mestre para as pessoas e, sobretudo, para a família”.  A amiga de Jesus Bom Pastor,  de Tupanatinga (PE), Maria Helena Cursino de Melo diz: “É muito importante para mim a espiritualidade que me ajuda a partilhar, aprender a me colocar no lugar do outro e fortalece a minha vida. Às pessoas que fazem parte  dos Cooperadores Paulinos recomendo que participem sempre dos encontros do grupo, tenham presente a mensagem de Alberione, baseada nos escritos paulinos, um meio para alcançarmos os objetivos de Paulo: chegar aos irmãos mais afastados”.

Despertai o mundo com a luz do Evangelho!

Pe. Luís Miguel Duarte, ssp

O tema do Ano Centenário foi abordado pelo provincial dos Paulinos, padre Luís Miguel Duarte,  em três tópicos: as origens, o patrono Paulo Apóstolo e propostas para os Cooperadores Paulinos. Padre Luís Miguel começou dizendo que Alberione tinha um “infreável ardor apostólico” e, desde a passagem do século,  sentiu que precisava se preparar para fazer alguma coisa. E o que o preocupava era a “boa imprensa”, contrapondo-se à “má imprensa”, entendendo-se imprensa por todas as publicações da época.  O provincial fez um percurso histórico trazendo fragmentos dos escritos de Alberione a respeito de como pensou os Cooperadores e, segundo ele, pode-se afirmar que “nasceram com a Pia Sociedade de São Paulo”.  Lembrou o tipo de cooperação como orações, ofertas e obras.

Sobre o Patrono, pe. Luís Miguel lembrou que São Paulo cultivava grande amor por Jesus Cristo e citou diversos textos de suas cartas, dentre eles Gl 2,20, que, segundo pesquisas do padre Roatta, é a mais citada por Alberione e se constitui o fundamento. O segundo ponto é que Paulo é imbuído de imenso zelo apostólico: “Faço tudo pelo evangelho” (1Cor 9,23), sofro pelo Evangelho. E por fim lembrou a ternura do Apóstolo “…desse modo, querendo-vos bem,  quisemos vos entregar  não somente o Evangelho de Deus, mas também nossas vidas, porquanto vos tornastes amados a nós” (Ts 2,8).

O terceiro ponto abordado foram propostas, lembrando que em 1920 o Fundador falava de ter uma casa própria e os Cooperadores ajudaram financeiramente, recolhendo ofertas para isso. Considerou que o Centenário no Ano do Laicato celebra uma presença organizada. E no item o que se espera dos Cooperadores foi elencando alguns tópicos: fazer crescer em nós o amor de Cristo; contato diário com a Palavra de Deus; aumento do conhecimento do Apóstolo – imbuir-se do amor por todos os povos (1Cor 9,16); evangelizar – tornar Jesus Cristo conhecido pela palavra oral, escrita, de todas as formas, pelas redes sociais; a credibilidade – “Façam a todos a caridade da verdade”; testemunho de vida cristã onde estivermos, na universidade, no tempo livre, no trabalho.

O palestrante lembrou que, em 1954, o Fundador assim definiu os Cooperadores: “Pessoas que compreendem a situação atual e a eficácia dos meios de comunicação”. Daí decorre que os Cooperadores são os primeiros promotores vocacionais, por isso, têm como missão promover vocações para a Família Paulina. E concluiu sua fala com essa afirmação: “Revolucionai o mundo com a luz do Evangelho!”.

Bênção e envio

Coroando o Centenário, os Paulinos presentes, Padre Luís Miguel Duarte, Padre Antonio Silva e Padre José Carlos invocaram as bênçãos de Deus sobre os Cooperadores e fizeram o envio. Num gesto simbólico, as Irmãs Provinciais entregaram a cada Cooperador e Cooperadora um exemplar do Santo Evangelho, o Cristo Palavra a ser vivido e anunciado na vida e missão.

 

COOPERADORAS E COOPERADORES PAULINOS

 DESPERTAI MUNDO COM A LUZ DO EVANGELHO HOJE!

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