Leitura Orante Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, Ano B

Algumas recomendações: Antes de começar a leitura, prepare o ambiente, acenda uma vela…Encontre uma posição confortável, acalma-se de toda a agitação, preste atenção aos próprios sentimentos, pensamentos, preocupações…Deixe que volte ao coração acontecimentos, pessoas, situações…Entregue tudo ao Senhor. Em atitude de fé, invoque o Espírito Santo, pois é ele que ‘perscruta todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus’ (cf. I Coríntios 2,10-12). Se desejar escreve no seu caderno pessoal tudo que viveu durante a oração e partilhe.

Leituras dos textos bíblicos:
Evangelho João 18,33b-37
1ªLeitura da Profecia de Daniel 7,13-14
Salmo 93 (92), 1ab.1c-2.5 (R.1a)
2ªLeitura – Livro do Apocalipse de São João 1,5-8
QUATRO PASSOS DA LEITURA ORANTE
Invocação ao Espírito Santo…
Primeiro passo: LER
“Ele me desperta a cada manhã e me excita o ouvido,
para prestar atenção como um discípulo” (Is 50,4b)
● Ler e reler o texto, baixinho e em voz alta; escutar o texto (alguém está falando!).
● Prestar atenção a cada palavra, às ideias, às imagens, ao ritmo, à melodia.
● Tentar entender o texto (no contexto em que foi escrito).
● Se for possível, recorrer também a um bom comentário de um biblista.

  • Ler como se fosse a primeira vez.
  • Ler quantas vezes forem necessárias para deixar o texto falar.
  • O que o texto está dizendo?
  • Não interpretar, nem jogar suas ideias no texto – escute!
  • Responder: Nível literário: Quem? O quê? Quando? Como? Onde? Por quê? O texto faz insistências (imagens, verbos, substantivos…)? Nível histórico: Quando o texto foi escrito? O relato coincide com a data da redação? Para quem foi escrito? Nível teológico: O que Deus estava dizendo naquela situação? Como ele se revelava? Como o povo respondia?
  • Obs.: procurar as respostas em primeiro lugar no texto, depois em algum subsídio.
  • Ao final desse momento, experimente reler o texto.

Segundo passo: MEDITAR
“Uma vez Deus Falou, duas eu ouvi” (Sl 62,12)
● Repetir o texto (ou parte dele) com a boca, a mente e o coração: não “engolir” logo o texto, e sim mastigá-lo, “ruminá-lo”, tirando dele todo o seu sabor; não ficar só com as idéias que contém, mas deixar que as próprias palavras mostrem sua força; aprender de cor (= de coração!) pelo menos uma parte do texto.
● Penetrar no texto, interiorizá-lo; compreendê-lo, interpretá-lo a partir de nossa realidade; identificarmo-nos com ele. Perceber como o texto expressa nossas próprias experiências, sentimentos e pensamentos. Principalmente no caso dos salmos, estas experiências podem ser entendidas também como se referindo a Jesus, o Cristo.
● Trata-se de atualizar o texto: perceber como ele acontece hoje, em nossa realidade pessoal comunitária e social; perceber qual a palavra que o Senhor poderá estar nos dizendo…

  • Ouvir o que Deus está dizendo hoje através do texto.
  • Relacionar o texto com outras leituras (texto da Bíblia ou da Liturgia).
  • Experimente reler o texto!
  • Escolha uma frase ou expressão do texto que te marcou.

Terceiro passo: ORAR
“O Espírito nos socorre em nossa fraqueza,
pois não sabemos orar como convém” (Rm 8,26)
● Deixar brotar de dentro do coração tocado pela Palavra uma resposta ao Senhor. Dependendo da leitura e da meditação feitas, poderá ser uma resposta de admiração, louvor, agradecimento, pedido de perdão, compromisso, clamor, pedido, intercessão…

  • O que o texto me faz dizer a Deus?
  • Não “maquiar” os sentimentos diante de Deus.
  • A oração pode ser feita a partir de um salmo ou cântico bíblico.
  • Levar em conta o próprio texto e deixar o “movimento” do Espírito conduzir sua prece, louvor, adoração…
  • Você pode também compor uma oração estilo coleta ou uma introdução para a celebração dominical (sentido litúrgico).
  • Formular um compromisso: “Senhor, que queres que eu faça?”
  • Experimente reler o texto.

Quarto passo: CONTEMPLAR
“Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl 2,5)
● A Bíblia não usa o verbo contemplar e, sim, escutar, conhecer, ver. Trata-se de saborear, “curtir” a presença de Deus, o jeito de ele ser e agir, o quanto ele é bom e o quanto faz por nós. Supõe uma entrega total na fé. Passa necessariamente pelo conhecimento de Jesus Cristo (“Quem me vê, vê o Pai”), que se encontra ao lado dos pobres.

  • Ver a realidade com os olhos de Deus. Transformação interior de que se pôs à escuta da palavra.
  • Contemplar = “viver no templo” – atitude permanente de vida.
  • Permitir a encarnação do Verbo – o sentido das escrituras está na sua realização em nossas vidas: “Hoje se cumpriu”.
    Palavra de um lavrador: “…fui notando que se a gente vai deixando a palavra de Deus entrar dentro da gente, a gente vai se divinizando. Assim, ela vai tomando conta da gente e a gente não consegue mais separar o que é de Deus e o que é da gente. Nem sabe muito bem o que é Palavra dele e palavra da gente. A Bíblia fez isso em mim”.

Para ajudar no aprofundamento dos textos: O Messias rei, cujo trono pulsa de amor pela vida – João 18:33-37
Pilatos então voltou para o Pretório, chamou Jesus e lhe perguntou: “Você é o rei dos judeus?” Perguntou-lhe Jesus: “Essa pergunta é tua, ou outros te falaram a meu respeito?” Respondeu Pilatos: “Acaso sou judeu? Foram o seu povo e os chefes dos sacerdotes que entregaram a mim. Que foi que você fez?” Disse Jesus: “O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui”. “Então, você é rei!”, disse Pilatos. Jesus respondeu: “Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem”. (João 18:33-37).
Qual era o sonho de Judas Escariotes, senão a eclosão de um reino poderoso que derrotasse a tirania romana, submetendo César e o resto mundo ao secto de Jerusalém, com Jesus entronizado rei? Aliás, esse messias imbatível que faz descer fogo do céu estava muito vivo na cultura belicista dos “filhos do trovão”, discípulos de jesus que, até um pouco antes da prisão do seu mestre, alimentavam o desejo de ver os ditos incircuncisos da sua época transformados em cinzas pelo fogo do seu messias. Como foi difícil para aqueles homens compreenderem a natureza messiânica de Jesus de Nazaré! Assim como Judas, os demais discípulos de jesus viram frustradas suas pretensões de se assentarem a direita e a esquerda do futuro monarca e, ainda assim, até o último momento antes da prisão, não desistiram de entronizá-lo rei. Judas, talvez – especulação minha – tinha a pretensão de forçar uma reação poderosa do messias que projetava de si mesmo e Pedro, com o facão que cortou a orelha de Malco, decepou também a última possibilidade de se tornar a pedra poderosa que seria a base do “reinado” com o qual sonhara até aquele momento. O desejo doentio de usar a figura de Jesus Cristo para a imposição de projetos de poder não parou ali no olival, às margens do vale de Cedrom, a história é pródiga de acontecimentos tristes em que o filho de Deus é usado para legitimar tiranias legitimadas pela religião, às custas de vidas inocentes. Gosto muito da leitura do padre Alberto Maggi realizada no livro “A Loucura de Deus – O Cristo de João” onde diz que, “[…] em Jesus, o Homem-Deus, se manifesta a plenitude do amor do Pai, um Deus-Amor que não é rival do homem, mas seu aliado, que não o domina, mas o potencia, não o absorve, mas se funde com o homem, para comunicar-lhe a plenitude da sua vida divina (Jo 17,22). Um Deus que não pede ofertas, porque é ele que se oferece (Jo 4,10), que não quer ser servido, porque é ele que serve aos homens (Jo 13,14), que pede nova relação com ele, não mais como servos, mas como filhos.” (Maggi, p.10, 2013). Eu poderia encerrar esta reflexão com esta citação do Alberto Maggi, que diz tudo o que é necessário dizer sobre a natureza do Rei Jesus e da natureza do seu reinado. Entretanto, quero dialogar um pouco mais com você leitor e leitora atentos. Vejam que a mentalidade do poder atravessa toda a sociedade, dos discípulos aos religiosos do templo, de Herodes aos funcionários de Roma. Ao receber Jesus, manietado, fisicamente indigente diante da poderosa Roma, Pilatos trás para a cena a fala que denuncia os interesses do império ao perguntar se aquele galileu, de Nazaré, era o rei dos Judeus? Não é mera retórica de um magistrado romano ante um réu acusado de revolta contra o império. A pergunta está carregada de interesses da preservação dos privilégios de quem governa em palácios, de sentimentos que alimentam a fobia à cultura alheia – Xenofobia, de pensamentos supremacistas, de preconceitos racistas das ditas elites de “sangue azul” que não suportam o cheiro do Povo, especialmente dos pobres periféricos de “Nazaré.” E aqui, trago para o centro da nossa reflexão as dores e perdas dos nossos irmãos e irmãs das periferias do mundo que sofrem as atrocidades de gente violenta que atira bomba em cima de crianças, mulheres e famílias desarmadas sob o discurso mentiroso da guerra contra o terror…Sim! Diante de Roma está o Rei da glória! Fisicamente limitado pelo espancamento e pelas agressões sofridas desde a prisão no olival. Um rei cujo domínio inicia no terreno da Liberdade. Ele tem a sua vida nas mãos. Ninguém, absolutamente, ninguém pode tomar dele. Somente ele pode entregá-la. Isso é lindo no Deus-Amor que se revela em jesus de Nazaré. Vejam queridos leitores e leitoras os versículos 4, 5 e 6 do mesmo capítulo desta reflexão: Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, saiu e lhes perguntou: “A quem vocês estão procurando?” “A Jesus de Nazaré”, responderam eles. “Sou eu”, disse Jesus. (E Judas, o traidor, estava com eles.) Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. A potência do Kyrios (Senhor) estava, e está, plena da possibilidade de doar a sua vida como um cordeiro, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A glória do rei é de uma outra natureza, de divindade amorosa que se revela na fragilidade do humano, tão profundamente humano que, em sua plena humanidade, permitia ao toque das mãos, seus contemporâneos, apalparem o rosto de Deus. Por isso, tantos sinais, curas e milagres. Todo reino se caracteriza pelas relações com os súditos onde este domínio se materializa. O reinado de Jesus Cristo tem um jeito diferente de se relacionar com aqueles que se colocam debaixo do seu secto. Concluo, transcrevendo a fala do pastor Ed Rene Kivitz sobre a régua que baliza as relações políticas no reino de Deus. Ed Diz assim: – “Deus não faz acepção de pessoas! Amém? Mas, Ele tem lado. O lado do órfão, da viúva e do estrangeiro. Da criança. Do empobrecido. Do escravizado. Do que sofre preconceito. Do que sofre violência. Deus está sempre do lado da vítima […].” A loucura de um Messias cujo trono pulsa de amor pela vida está na identificação radical do Rei com o seu Povo, especialmente com este Povo citado no hell transcrito acima, pois, a política do seu reino se baseia no acolhimento que Deus faz, a partir dos pequenos.
Referência: Hell – pastor Ed Rene Kivitz
Andrade é pastor da Comunidade Batista do Caminho (CBC) em Campina Grande /PB.

Roteiro preparado pelas irmãs
Pias Discípulas do Divino Mestre – Pastoral Vocacional
Site: www.piasdiscipulas.org.br

Junho é marcado pelas formações nas Pias Discípulas

 

ENCONTRO DAS CENTRISTAS DO APOSTOLADO LITÚRGICO E COORDENADORAS DE SETORES  APOSTÓLICOS

De 21 a 22 de junho, as irmãs Pias Discípulas responsáveis pela gerência das lojas Apostolado Litúrgico e as irmãs responsáveis dos Setores Apostólicos se reuniram para avaliar o caminho feito e, juntas, buscarem soluções para o trabalho. 

Elas contaram com o auxílio do professor Hilário que já acompanha as irmãs há algum tempo. Além dele, o SENAC prestou uma assessoria técnica, com propostas importantes para a qualificação do trabalho ofertado pelas Irmãs.

 

24ª SEMANA DE FORMAÇÃO INTENSIVA DAS IRMÃS PIAS DISCÍPULAS

Em continuação a este encontro, no Domingo, dia 23 de junho, iniciou-se a 24ª Semana de Formação Intensiva. Este momento formativo reúne todas as irmãs da província Brasil em torno de um assunto. As irmãs são divididas em dois grupos. O segundo grupo realizará o encontro no próximo mês, julho.

Nesta semana, o assunto é em torno da Iniciação Cristã. O pe. Domingos Ormonde, escritor da Revista de Liturgia e membro do clero de Duque de Caxias e São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro, é o facilitador do estudo. Pe. Domingos é um grande pesquisador sobre o RICA. Escreveu durante os anos de 2001 a 2010  sobre este assunto na Revista de Liturgia. Ele colabora com a formação em várias regiões do Brasil. 

No momento que toda a Igreja retoma com insistência este tema, como proposta de formação dos discípulos e missionários para uma Igreja em saída, retomar a iniciação cristã e os ritos propostos numa perspectiva da liturgia-catequese é apurar nossos sentido para uma Igreja mais aberta e acolhedora na caminhada de fé.  

O conjunto de ritos propostos para o catecúmeno e catequisando é uma proposta pedagógica de tomada de consciência da pessoa que se aproxima e pede pelos sacramentos. Todo o caminho não visa exclusivamente os sacramentos, mas a formação integral de discípulos, homens e mulheres comprometidos com a Igreja e os apelos da atual sociedade . Os sacramentos são este grande sinal deste caminho responsável e assimilado na vida de adolescentes, jovens e adultos. 

Além desta bonita caminhada, esta edição da Semana de Formação foi marcada pelo início da caminhada formativa com os Amigos do Divino Mestre inseridos, juntos com as irmãs. Nesta primeira semana, participaram o casal Ivete e Toninho, ambos de São Paulo. Para o segundo encontro, está prevista a participação de outros Amigos do Divino Mestre, vindo de outros estados brasileiros.

O encontro termina nesta próxima sexta-feira, dia 28 de junho.

Estola Presbiteral Ravena Bordado Sagrado Coração

Casula Shantung Sagrado Coração Creme

 

Casula Ravena Sagrado Coração Pérola

Noviciado das Pias Discípulas: um passo em direção ao Mestre

No dia 09 de fevereiro de 2019, na comunidade Divino Mestre, Caxias do Sul, RS, com a presença da Irmã Marilez Furlanetto, superiora provincial do Brasil, durante a celebração de Laudes, ingressaram no noviciado as jovens Indianara Cristina da Silva Pereira e Olga Taiany da Silva Morais.

O noviciado é um momento de intenso e marca o período da iniciação à vida consagrada como Pia Discípula do Divino Mestre. A noviça é acompanhada de forma progressiva para tomar consciência da vocação da Pia Discípula; para experimentar a vida comunitária e a missão específica segundo a Regra de Vida.

A Congregação, na pessoa da mestra, Ir. Luciana Tonon, acompanha as jovens neste processo orientando e ajudando no discernimento da noviça para viver de modo pleno e gratuito a vocação à vida consagrada.

O noviciando dura dois anos. O primeiro é específico e dedicado ao aprofundamento e assimilação do carisma na comunidade formativa. Indianara e Olga iniciam este primeiro ano. Enquanto isto, as jovens Bianca, Samillis (Brasil), Sara (Itália), Jessica (Venezuela) e Marilina (Argentina) preparam-se para serem enviadas para o período apostólico.

Rezemos por todas elas para que se empenhem no cultivo vital e esponsal com Jesus Mestre, nutridas pelas Palavra de Deus e pela Eucaristia, na oração pessoal, comunitária e litúrgica. Que cresçam na liberdade de coração até a plena configuração com Cristo Mestre.