23ª Semana do Tempo Comum – Ano C
Hoje a Igreja celebra com alegria a Natividade de Maria, a Mãe do Senhor. É uma festa de esperança: ao nascer aquela que seria escolhida para ser a Mãe do Salvador, já desponta a aurora da redenção. Maria é dom de Deus para a humanidade, sinal do amor fiel que conduz a história da salvação desde as origens.
Primeira Leitura: Mq 5,1-4a ou Rm 8,28-30
O profeta Miqueias anuncia que de Belém surgirá aquele que será o Pastor de Israel. Em Maria, filha de Israel, vemos cumprida a promessa, pois é dela que nasce o Messias. Já na carta aos Romanos, São Paulo recorda que todos fomos chamados e predestinados no amor de Deus, que age em nossa história.
Salmo: Sl 70(71) ou Sl 12(13)
O salmista louva a fidelidade divina desde o ventre materno e exulta no Senhor que realiza maravilhas. Assim como Maria, podemos cantar: “Exulto de alegria no Senhor, a minha alma se alegra em Deus.”
Evangelho: Mt 1,1-16.18-23
O Evangelho apresenta a genealogia de Jesus e o anúncio de sua concepção. Essa lista de nomes mostra que a encarnação não aconteceu de forma mágica, mas dentro de uma história concreta, feita de gerações, com luzes e sombras.
A genealogia revela que Jesus é o cumprimento das promessas de Deus, descendente de Abraão e Davi, o Messias esperado que realiza a aliança. Ela também recorda que a salvação passa pela fragilidade humana: entre os antepassados de Jesus há justos e pecadores, mas Deus conduz sua promessa mesmo assim. A presença de mulheres estrangeiras e improváveis — Tamar, Raab, Rute e Betsabé — mostra que a salvação é universal e que Deus age de modo surpreendente.
Tudo culmina em Maria. Diferente das mulheres anteriores, nela a promessa se realiza plenamente: pelo poder do Espírito Santo, ela concebe o Emanuel, “Deus conosco”. O texto de Mateus conclui com o anúncio: “Ela dará à luz um filho, e ele será chamado Jesus, porque salvará o seu povo de seus pecados”. Assim, a vida de Maria está desde o início totalmente orientada para Cristo.
Celebrar sua natividade é contemplar a delicadeza de um Deus que prepara, com amor e paciência, cada passo da salvação. O nascimento de Maria é como a aurora que precede o Sol da justiça, Cristo.
Hoje também é um dia especial para as Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre. Ao fazer a profissão religiosa, todas recebem o nome Maria. Esse nome é mais do que devoção: é missão. Significa viver à semelhança da Virgem, discípula fiel e disponível à vontade do Pai, configurando-se cada vez mais a Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida.
Que também nós, como Maria, saibamos acolher a vontade de Deus e ser sinais de esperança em nosso tempo.
