Neste domingo, 14 de setembro, Festa da Exaltação da Santa Cruz, o Papa Leão XIV presidiu na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, uma celebração em memória dos mártires e testemunhas da fé do século XXI. O encontro reuniu cerca de 4 mil pessoas, além de representantes de Igrejas Ortodoxas, Antigas Igrejas Orientais, Comunhões cristãs e Organizações ecumênicas.
Na homilia, o Papa destacou que, assim como Cristo carregou a cruz, muitos homens e mulheres hoje enfrentam perseguição e até a morte por permanecerem fiéis ao Evangelho. “São religiosos e religiosas, leigos e sacerdotes, que pagam com a vida a fidelidade ao Evangelho, o compromisso com a justiça, a luta pela liberdade religiosa e a solidariedade com os mais pobres”, afirmou.
A “esperança desarmada” dos mártires
Leão XIV ressaltou que esses testemunhos mantêm viva uma “esperança cheia de imortalidade”, capaz de vencer o ódio e a violência do mundo. Segundo ele, a fé dos mártires nunca recorreu à força, mas à mansidão do Evangelho. “É uma esperança desarmada, porque ninguém poderá silenciar a voz ou apagar o amor que eles deram”, disse o Pontífice.
Homenagem à Irmã Dorothy Stang
Entre os exemplos lembrados, o Papa citou a missionária americana Irmã Dorothy Stang, assassinada no Pará em 2005 após décadas de dedicação à Amazônia e aos direitos dos trabalhadores rurais. Ele recordou o momento em que, diante dos homens que iriam matá-la, ela levantou a Bíblia e declarou: “Esta é a minha única arma”.
Dorothy tinha 73 anos e dedicou quase 40 anos de sua vida ao Brasil. Para o Papa, sua entrega é símbolo de coragem evangélica e memória que não deve ser esquecida.
Unidade dos cristãos e memória viva
Durante a celebração, o Pontífice destacou também o trabalho da Comissão para os Novos Mártires, criada em 2023 pelo Papa Francisco. Desde então, mais de 1.600 testemunhos de fé foram reconhecidos pelo Vaticano, reforçando que a unidade entre os cristãos nasce da cruz de Cristo.
Ao final, Leão XIV citou o exemplo de Abish Masih, um menino paquistanês morto em um atentado, que havia escrito em seu caderno: “Making the world a better place” (“tornar o mundo um lugar melhor”). Para o Papa, esse sonho deve inspirar todos a testemunharem a fé com coragem e a construírem juntos uma humanidade mais pacífica e fraterna.
📖 Fonte: Vatican News