18 de novembro de 2025

Hoje a Igreja celebra a Memória da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo, erigidas em Roma sobre os túmulos dos dois grandes Apóstolos que sustentam, com sua fé e seu martírio, os alicerces da vida cristã.

Desde o século XII, a Igreja de Roma fazia memória anual da dedicação das duas basílicas: a de São Pedro, no Vaticano, e a de São Paulo, na Via Ostiense. As primeiras dedicatórias remontam ao século IV, realizadas pelos papas Silvestre (São Pedro) e Siriaco (São Paulo). Com o passar dos séculos, essa celebração ultrapassou os limites das basílicas romanas e passou a ser observada em todas as igrejas do Rito Romano, como sinal de comunhão com o centro da cristandade e com a fé apostólica que sustenta toda a Igreja.

Assim como, em 5 de agosto, o aniversário da Basílica de Santa Maria Maior celebra a Maternidade divina da Virgem Maria, também hoje a liturgia nos convida a venerar os Dois Príncipes dos Apóstolos. Em São Pedro, reconhecemos a rocha sobre a qual Cristo edificou sua Igreja; em São Paulo, contemplamos o ardor missionário que levou o Evangelho para além das fronteiras do povo de Israel.

Celebrar esta memória é voltar às fontes: recordar os fundamentos apostólicos, renovar a comunhão com a Igreja universal e reafirmar que nossa fé está edificada sobre testemunhas que deram a vida por Cristo. As basílicas dedicadas a Pedro e Paulo permanecem como sinais visíveis da continuidade da tradição cristã, lugares onde a memória se torna presença e onde a Igreja, ainda hoje, se reconhece unida na mesma fé.

Que esta celebração fortaleça em nós a fidelidade ao Evangelho e o desejo de testemunhá-lo com a mesma generosidade dos santos Apóstolos.

Conheça mais sobre a Basílica de São Pedro: https://www.basilicasanpietro.va/en

Conheça mais sobre a Basília de São Paulo fora dos Muros: https://www.iubilaeum2025.va/pt/pellegrinaggio/cammini-giubilari-dentro-roma/il-pellegrinaggio-delle-sette-chiese/basilica-di-san-paolo-fuori-le-mura.html


Dos Sermões de São Leão Magno, papa

(Sermo 82, in natali apostolorum Petri et Pauli 1,6-7: PL 54,426-428). (Séc. V)

É preciosa aos olhos do Senhor a morte de seus santos (Sl 115,15), e nenhuma crueldade pode destruir a religião fundada no mistério da cruz de Cristo. A Igreja não diminui pelas perseguições; pelo contrário, cresce. O campo do Senhor se reveste de messes sempre mais ricas, porque os grãos, que caem um a um, nascem multiplicados.

Em quantos rebentos estes dois excelentes germes da divina semente brotaram são testemunhas os milhares de santos mártires que, rivais das vitórias apostólicas, envolveram com uma multidão coberta de púrpura nossa Urbe e a coroaram com um diadema de glória, cravejado de muitas pedras preciosas.

Temos de alegrar-nos sumamente, caríssimos, com a comemoração de todos os santos por esta proteção, preparada por Deus, para exemplo e confirmação da fé. Mas, em vista da excelência destes patronos, é justo que os glorifiquemos com ainda maior exultação, porque a graça de Deus, dentre todos os membros da Igreja, os elevou ao cume. Por isso, no corpo, cuja cabeça é Cristo, constituem como que os dois olhos.

Não devemos pensar que os seus méritos e virtudes acima de toda a expressão sejam diferentes de algum modo ou tenham algo de peculiar, pois a eleição divina os tornou pares, o trabalho assemelhou-os e o fim da vida os igualou.

Por experiência pessoal e pela afirmação de nossos antepassados, cremos e confiamos que, nas lutas da vida, temos sempre a intercessão destes especiais padroeiros para obter a misericórdia de Deus; e por mais abatidos que estejamos pelos próprios pecados, somos reerguidos pelos méritos apostólicos.

Oração
Ó Deus, guarda sob a proteção dos apóstolos Pedro e Paulo a vossa Igreja, que deles recebeu a primeira semente do Evangelho, e concede que por eles receba até o fim dos tempos a graça que a faz crescer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, na unidade do Espírito Santo.

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