Jesus como Cumprimento da Aliança: Esperança, Autoridade e Libertação

Comentário sobre os textos bíblicos de 21 de janeiro de 2025

Por Ir. Julia de Almeida, pddm

Textos de hoje na íntegra, veja no link: https://espacoorante.piasdiscipulas.org.br/litugia-do-dia/

Os três textos apresentados para a liturgia de hoje (20/01/2025) — o Evangelho segundo Marcos 2,23-28, a Leitura da Carta aos Hebreus 6,10-20 e o Salmo 110(111),1-2.4-5.9 e 10c — estão interligados principalmente pelos temas da aliança de Deus, fidelidade, salvação e a reinterpretação das leis em Cristo. Vejamos as relações entre eles:

1. A Aliança de Deus e a Fidelidade

  • O Salmo 110(111) celebra a fidelidade de Deus à Sua aliança com o povo. Ele lembra que Deus é bom, clemente e nunca se esquece de Sua aliança. Essa fidelidade divina é um tema central em todos os textos, pois Deus se compromete com Seu povo e garante Suas promessas.
  • Em Hebreus 6,10-20, a carta fala do juramento de Deus a Abraão e como, por meio de dois atos irrevogáveis (a promessa e o juramento), Ele reafirma a esperança de salvação. Essa esperança é descrita como uma âncora segura e firme para os cristãos, que têm Cristo como mediador dessa promessa. Jesus, como sumo-sacerdote eterno na ordem de Melquisedec, é a garantia da aliança e da salvação.
  • No Evangelho de Marcos, Jesus se posiciona como Senhor do sábado, redefinindo a interpretação das leis antigas. Ele afirma que o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado, implicando que a verdadeira aliança com Deus não se resume à observância legalista de rituais, mas deve ser vivida de forma que atenda às necessidades humanas, como exemplificado pela história de Davi.

2. A Autoridade de Cristo

  • Em Marcos 2,23-28, Jesus declara que Ele é o Senhor do sábado, posicionando-se como autoridade superior à interpretação legalista dos fariseus. O sábado, enquanto parte da Lei de Moisés, é reinterpretado por Jesus, que destaca a necessidade de atender às necessidades humanas e não sobrecarregar as pessoas com regras que não são conforme o espírito da aliança de Deus. Ele, portanto, afirma sua autoridade como Filho do Homem, que é superior à Lei.
  • A autoridade de Cristo também é mencionada em Hebreus 6,20, onde Ele é descrito como o precursor e sumo-sacerdote eterno. Ele entra no santuário celestial, abrindo caminho para que os fiéis possam ter acesso direto a Deus. Assim, em ambos os textos, Jesus é apresentado como aquele que cumpre e reinterpreta a antiga aliança para trazer um novo caminho de salvação.

3. A Esperança e a Salvação

  • Hebreus 6,10-20 fala de esperança como uma âncora firme e segura para a vida dos cristãos, apontando para a confiança nas promessas de Deus, cumpridas em Cristo. A esperança é encontrada em Cristo, o sumo-sacerdote que garante a salvação eterna.
  • No Salmo 110(111), Deus envia libertação ao Seu povo e confirma Sua aliança. Isso é uma preparação para a promessa de salvação que se cumpre em Cristo, que, como Sumo-Sacerdote, oferece a verdadeira libertação.
  • Marcos 2,23-28, embora focado na interpretação do sábado, também indica que a salvação e a misericórdia de Deus estão acima das regras e rituais externos. Jesus vem para dar ao povo um descanso verdadeiro, que vai além da simples observância de normas, apontando para a verdadeira libertação em Deus.

4. A Reinterpretação das Leis

  • No Evangelho de Marcos, Jesus reformula a observância do sábado, ensinando que a Lei não deve ser um peso, mas um meio de promover o bem-estar do ser humano. Isso também se relaciona com a Carta aos Hebreus, onde a fidelidade à promessa de Deus não está nas observâncias externas, mas em Cristo, o sumo-sacerdote eterno.
  • Em Hebreus 6, a confiança nas promessas e a perseverança são enfatizadas como respostas mais profundas à aliança de Deus, que se cumpriu em Cristo. Isso implica que a verdadeira observância da aliança de Deus é vivida pela fé em Jesus, não por rituais externos.

Conclusão

Esses textos, embora abordem temas distintos, estão unidos pela fidelidade de Deus à Sua aliança, a autoridade de Cristo como mediador da nova aliança, a reinterpretação das leis e a esperança de salvação que é garantida em Cristo. O Evangelho de Marcos redefine a prática religiosa à luz de Cristo, enquanto a Carta aos Hebreus reafirma a base da nossa esperança na fidelidade de Deus, consumada na obra de Cristo como sumo-sacerdote eterno. O Salmo 110 complementa, exaltando a justiça e a salvação de Deus, e lembrando que Ele se lembra sempre de Sua aliança com o Seu povo.