A Quaresma é um período de preparação para a Páscoa, marcado pelo jejum, oração e penitência. Durante esses 40 dias, a Igreja Católica adota um tom de sobriedade, refletindo sobre o sacrifício de Cristo e convidando os fiéis à conversão. Como parte desse espírito de recolhimento, uma das tradições litúrgicas é a ausência de flores nos altares e nos espaços sagrados.
As flores são símbolos de alegria, beleza e celebração. Seu uso é comum em momentos festivos da Igreja, como o Natal e a Páscoa, quando representam a vida, a renovação e a glória de Deus. No entanto, durante a Quaresma, a Igreja propõe um ambiente mais austero. A retirada das flores, assim como a suspensão do canto do “Glória” e do “Aleluia”, ajuda a criar um clima de introspecção e penitência.
Há, contudo, algumas exceções a essa norma. No Quarto Domingo da Quaresma, chamado “Domingo Laetare” (que significa “Alegra-te”), a Igreja permite um alívio na austeridade litúrgica, podendo haver um uso moderado de flores para indicar a proximidade da alegria pascal. Além disso, em solenidades que possam coincidir com o período quaresmal, como a Anunciação do Senhor, o uso de flores pode ser permitido.
Como decorar a Igreja na Quaresma?
Mesmo sem flores, a Igreja pode ser decorada de forma simples e coerente com o espírito quaresmal. Algumas sugestões incluem:
- Uso de tecidos roxos, cor litúrgica da Quaresma;
- Arranjos com ramos secos ou galhos sem folhas, simbolizando o deserto e a penitência;
- Iluminação mais suave para criar um ambiente propício à oração e reflexão.
- Propiciar o ambiente silencioso, como convite para oração e encontro profundo com o Senhor.
A ausência de flores na Quaresma não significa tristeza, mas sim um convite ao recolhimento e à reflexão sobre a nossa caminhada de fé. É um tempo de preparação para a grande festa da Páscoa, quando os templos se enchem novamente de cores e flores para celebrar a vitória de Cristo sobre a morte.