LITURGIA DO DIA: QUANDO TUDO PARECE DESABAR… RESPIRA, PERMANECE, CONFIA!

33º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Leituras: Ml 3,19-20a | Sl 97(98),5-6.7-8.9a.9bc (R. cf. 9) | 2Ts 3,7-12 | Lc 21,5-19

Às vezes, parece que Jesus gosta de nos pegar desprevenidos. Enquanto alguns discípulos admiravam o Templo de Jerusalém, Jesus solta, com toda serenidade: “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra.” Imagina a cena. É mais ou menos como você comentar: “Nossa, que prédio bonito!”, e alguém responder: “Pois é, vai cair tudinho.” Não exatamente o tipo de conversa que anima um domingo de manhã.

Mas é justamente desse espanto inicial que nasce a reflexão deste domingo. Jesus não está fazendo terrorismo espiritual. Ele está ensinando seus discípulos — e nós — a não colocar o coração nas estruturas que passam, por mais impressionantes que sejam. É como se dissesse: “Gente, foquem no essencial.” O Evangelho começa com pedras e termina com promessa. Entre uma coisa e outra, existe um caminho feito de perseverança, coragem e olhos atentos.

1. Quando as estruturas tremem

Os discípulos, evidentemente alarmados, perguntam: “Mestre, quando será isso?” A pergunta que a gente adoraria fazer também. Jesus, porém, não dá datas, cronogramas ou tabelas de eventos proféticos. Ele prefere falar do coração humano, das ilusões, dos medos e da tentação de ser enganado. “Cuidado para não serdes enganados.” Quando o cenário confunde, quando o mundo parece um grande reality show apocalíptico, a primeira coisa que Jesus pede é: discernimento.

E aqui entra o toque humorístico da vida real: quantas vezes, quando algo dá errado, a nossa mente já começa a criar um filme inteiro de catástrofes? “Meu Deus, o carro fez um barulho estranho… será que é o motor? Será que vai explodir? Será que devo vender tudo e virar eremita?” O imaginário humano é fértil, às vezes até demais.

Jesus, porém, nos convida a olhar para a realidade sem pânico e com fé. Não se trata de negar os desafios do mundo (guerras, violências, tensões sociais, injustiças), mas de não deixar que eles nos roubem a paz. Ele nos ensina a viver com os pés no chão e o coração no alto.

2. Entre perseguições e testemunhos

Depois, Jesus aprofunda o discurso: “Antes disso, sereis presos e perseguidos… isso será uma oportunidade para testemunhardes.” Aqui está um dos maiores paradoxos do Evangelho: momentos difíceis não são sinais de abandono, mas oportunidades de fidelidade.

Parece até contraditório; nós preferiríamos que “oportunidades de testemunho” viessem na forma de aplausos, holofotes e cafés bem passados, e não de dificuldades. Mas Jesus insiste: as provações podem se tornar palco para o amor e para a resistência da fé.

A primeira leitura, de Malaquias, ilumina essa parte. O profeta fala do “dia do Senhor”, visto por alguns como ameaça, mas, para aqueles que permanecem fiéis, esse dia é “sol de justiça” que traz cura. Em outras palavras: para quem confia no Senhor, os dias difíceis não são o fim, mas começo de algo novo.

3. “É ficando firmes que ireis ganhar a vida”

O versículo final do Evangelho é uma verdadeira bússola espiritual: “É pela vossa perseverança que ireis ganhar a vida.” Não é pela força, não é pela esperteza, não é pela estratégia humana: é pela perseverança, essa palavra tão pequena e tão exigente.

Perseverar significa continuar mesmo quando o entusiasmo diminui. É correr a maratona da fé sabendo que não é sprint. É ser fiel no ordinário, no discreto, no repetitivo. Parece pouco, mas é ali que se constrói a santidade.

E é aqui que Paulo, na segunda leitura (2Ts 3,7-12), entra com uma conversa que parece saída diretamente de uma reunião comunitária: “Trabalhem. Não fiquem à toa. Não vivam às custas dos outros.” A comunidade cristã não é refúgio para preguiçosos espirituais ou sociais. Perseverar também significa contribuir, estar presente, colocar a mão na massa, com alegria, responsabilidade e humildade.

4. O horizonte da liturgia deste domingo

Quando reunimos as leituras, temos um mosaico espiritual:

  • Malaquias fala do dia do Senhor como purificação e cura;
  • O Salmo 97 canta que Deus vem para governar com justiça;
  • Paulo lembra a importância do testemunho concreto;
  • Jesus nos convida à perseverança diante de tempos turbulentos.

Tudo converge para uma mensagem central: a vida cristã não é fuga do mundo, mas fidelidade dentro dele. Mesmo quando os “templos” da vida (aquilo que construímos, admiramos ou seguramos com tanta força) parecem desabar, Deus permanece. E é nessa permanência divina que a nossa própria fidelidade se apoia.

5. Quando o Evangelho encontra a vida real

O Evangelho de hoje também tem um lado profundamente humano. Todos nós temos nossos “templos”: projetos, seguranças, rotinas, planos infalíveis (ou não tão infalíveis assim). E todos nós já sentimos o chão tremer quando algo inesperado acontece.

O que Jesus nos diz é: não coloquem o coração no que passa. Não absolutizem o que é relativo. Não façam eternos os cenários provisórios. E, sobretudo, não busquem atalhos espirituais, nem gurus da moda, nem profetas do pânico, nem receitas mágicas de fé.

A fé verdadeira não precisa de pirotecnia. Ela precisa de constância. De passos pequenos e firmes. De escuta. De discernimento. De coragem.

E, sim, às vezes precisa também de humor. Aquele humor que nasce da humildade, de reconhecer que não controlamos tudo, e que Deus continua sendo Deus mesmo quando nossos planos não são aprovados.

O penúltimo domingo do Tempo Comum nos prepara para o Advento. Fala de fins, mas aponta para começos. Porque o Evangelho não termina com destruição, mas com promessa: “Eu vos darei sabedoria.” “Nenhum fio de cabelo se perderá.” “Pela perseverança ganhareis a vida.”

Quando sentimos que tudo está incerto, Jesus nos entrega três convites simples e profundos:

  1. Não tenham medo.
  2. Não se deixem enganar.
  3. Permaneçam.

E talvez seja isso que precisamos ouvir mais do que nunca: mesmo quando tudo parece desabar, respira, permanece, confia. Porque Deus não abandona o seu povo: Ele o sustenta. Ele o atravessa. Ele o conduz. E, no fim, como diz Malaquias, o Sol da Justiça voltará a brilhar. Com cura. Com esperança. Com vida plena.

ADRIANA ESCANDIAN: FAMÍLIA AMIGA DO DIVINO MESTRE

Adriana, Mauro e Ana Clara: família Amiga do Divino Mestre conta sua história neste importante movimento dos leigos e leigas no carisma das Pias Discípulas do Divino Mestre.

Conheci a Congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre em 2011 quando as irmãs Terezinha Lubiana e Veronice Fernandes foram fazer trabalho missionário na minha paróquia, Santíssima Trindade, em Linhares – ES.

Participei dos encontros de liturgia e demais atividades por elas propostos, mas sem muito contato. Logo em seguida fui para São Paulo – SP para fazer um tratamento de saúde e lá eu e meu esposo Mauro as conhecemos mais de perto e nos encantamos com a missão da congregação.

Em 2013 fomos convidados para fazer parte dos Amigos e Amigas do Divino Mestre – ADM e conhecemos outras pessoas, amigos e amigas, que também amam a missão das Pias Discípulas. Lá estudamos sobre a vida e missão de São Paulo Apóstolo, a fundação da Família Paulina por intermédio e inspiração do Bem-Aventurado Tiago Alberione, a vida e testemunho da Madre Escolástica, a fundação dos Cooperadores Paulinos e consequentemente dos Amigos do Divino Mestre.

Participamos de todos os encontros nacionais realizados (2013, 2014, 2016 e 2018) e nos mantemos conectados diariamente pelo grupo de WhatsApp onde recebemos o Evangelho do dia e notícias dos grupos de ADM distribuídos pelo nosso Brasil a fora.

Através dessas conversas diárias mantemo-nos ligados as Irmãs e aos Amigos uma vez que não existe em nossa cidade e estado nenhuma comunidade de irmãs Discípulas. Cada encontro (presencial ou on-line), cada boletim enviado, cada conversa no grupo de WhatsApp é um momento de espiritualidade e fortalecimento de minha fé. Ver tantas vidas se doando de várias formas à evangelização e por amor a JESUS MESTRE, CAMINHO, VERDADE E VIDA me faz querer divulgar esta missão tão linda das Pias Discípulas. Somos gratos à Deus pelo dom da vida e missão de cada irmã Pia Discípula do Divino Mestre, de cada amigo e amiga do Divino Mestre pelo acolhimento, testemunho e esperança semeada a cada manhã.

Cada encontro nacional é uma festa da evangelização onde encontramos culturas diferentes do Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste do nosso país. Eu e minha família rogamos diariamente à Deus para que envie numerosas e santas vocações sacerdotais, leigas, missionárias e consagradas para a nossa Igreja e para o mundo, em especial para a Congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre.

Que Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos interceda à Deus por cada um de nós. Que São Paulo Apóstolo, Bem-aventurado Tiago Alberione e Madre Escolástica nos ajude na nossa caminhada.

Foto: Adriana, seu esposo Mauro e a filha do casal, a linda e querida Ana Clara.

Adriana Escandian

Linhares – Espírito Santo – julho 2021

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