Pias Discípulas do Divino Mestre: 56 anos de presença no Brasil
A fundação das Pias Discípulas deu-se no dia 26 de julho de 1956, com a chegada ao Brasil de um grupo de seis Pias Discípulas. Pe. João Roata, ssp, Mestre Dolores, fsp, e outras Paulinas receberam as Irmãs fundadoras, que logo iniciaram a vida e missão no Brasil com a adoração eucarística e o serviço sacerdotal no Seminário da Pia Sociedade de São Paulo.
As irmãs que chegaram neste dia 26 de julho se juntaram a Ir. Paulina de Lucca, que havia vindo ao Brasil no dia 1º de fevereiro de 1956. Ela havia nascido em São Carlos do Pinhal, SP. Poucos meses depois de seu nascimento, seus pais, migrantes, retornaram para a Itália. Lá Ir. Paulina de Lucca cresceu, estudou e provavelmente terá se sentido bem mais italiana que brasileira. Aos 18 anos, ingressou na Congregação. Sua família retornou ao Brasil. Havia 30 anos que não via seus pais. Assim, vir antes foi uma preparação importante para a chegada das primeiras em terras brasileiras, mas foi uma possibilidade dela rever os pais.
Apesar de nunca ter expressado o desejo de rever os pais, o Fundador, Bem-Aventurado Tiago Alberione a enviou primeiramente a revê-los. A saúde deles já estava debilitada e isto foi importante.
Ir. M. Salvatoris Lucia Rosa, Ir. M. Modesta Santina Grotto, Ir. M. Giancarla Catarina Barale, Ir. M. Pasquina Romano, Ir. M. Fabiana Giuseppa Lucido, Ir. M. Paolina Margharita De Lucca e Ir. M. Venerina Vaccarisi, saíram no dia 09 de julho de 1956, do Porto de Gênova, no navio “Conte Grande” para o porto de Santos/SP. No dia 26 de julho de 1956, as Pias Discípulas foram acolhidas com prolongado toque de sino, na casa das Filhas de São Paulo. Depois passaram a morar no Seminário Paulino.
Ir. Marilez Furlanettto, atual provincial PDDM no Brasil, assim se expressa: “A elas e a todas as que nos antecederam, nosso reconhecimento e estima, porque souberam acolher e fazer frutificar as graças e bênçãos que o Senhor derramou em cada uma das pequenas ou grandes ações realizadas com amor e por amor a Deus que é fiel em suas promessas”.
De fato, celebrar 65 anos nos enche de gratidão por este caminho de fé, doação e amor a Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida. Ainda, Ir. Marilez motiva:
Pias Discípulas: contexto sociocultural e eclesial na chegada, em 1956
Como as demais congregações paulinas vindas para o Brasil, as Pias Discípulas se instalaram em São Paulo, na capital. A população era predominantemente italiana, portuguesa e japonesa. Na época, o fenômeno da urbanização marcava a cidade de São Paulo, que buscava responder aos imensos desafios urbanos e das culturas emergentes. Dominava a migração nordestina.
No quarto centenário (1954) da cidade de São Paulo, o Estado de São Paulo possuía catorze Dioceses e a população da Arquidiocese ultrapassava três milhos de habitantes – o que a colocava como a maior do Brasil e da América do Sul. Em 1955, deu-se a fundação da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por iniciativa de Dom Hélder Câmara.
A Igreja recebeu forte impulso do CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano), cuja fundação deu-se também em 1955.
Deste contexto emergem:
- Redescoberta da dimensão social da fé, ensaio da nova presença da Igreja na sociedade.
- Experiência de fé no contexto do compromisso laical, Ação Católica e Movimentos: ACO (Ação Católica Operária); JOC (Juventude Operária Católica) – JUC (Juventude Universitária Católica).
- Emergência das classes populares: plano de pastoral de conjunto com forte sentido de participação, planejamento e descentralização do poder.
As Pias Discípulas foram acolhidas oficialmente pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, na pessoa de Dom Paulo Rolin Loureiro, bispo auxiliar e vigário geral do Arcebispado.