A Obra Redentora de Deus: Acolhida, Gratidão e Louvor

Reflexão dos textos bíblicos de hoje, 28/01/2025: Marcos 3,22-30, Hebreus 9,15.24-28 e o Salmo 97(98):


Os três textos nos convidam a meditar sobre a grandiosidade da obra de Deus em Cristo e sobre nossa resposta à sua misericórdia. Eles falam da vitória do Senhor, do sacrifício redentor de Cristo e do perigo de resistir à ação do Espírito Santo.

Marcos 3,22-30: O pecado contra o Espírito Santo

Neste trecho do Evangelho, vemos a grave acusação dos escribas contra Jesus: afirmam que Ele expulsa demônios pelo poder de Belzebu. Jesus refuta essa acusação, mostrando a incoerência dessa lógica, e alerta para o perigo de cometer o pecado contra o Espírito Santo, que é a rejeição definitiva à graça divina. Este pecado é imperdoável, pois implica fechar o coração à ação de Deus, recusando o próprio meio pelo qual o perdão se manifesta.

Esse trecho nos desafia a refletir: estamos abertos à ação do Espírito Santo em nossa vida ou, de alguma forma, resistimos à graça de Deus por meio de nossos preconceitos, endurecimento de coração ou descrença?

Hebreus 9,15.24-28: O sacrifício único e eficaz de Cristo

O texto de Hebreus nos apresenta Cristo como o mediador da nova aliança. Ele se ofereceu uma vez por todas para expiar os pecados da humanidade. Sua obra é perfeita e definitiva, abolindo os sacrifícios repetitivos da antiga aliança. Cristo entrou no “Santuário celeste” para interceder por nós e, assim, nos oferecer a redenção eterna.

Aqui vemos a profundidade do amor de Deus: em Cristo, Ele tomou sobre si o peso de nossos pecados e abriu o caminho para a salvação. Esse sacrifício exige de nós uma resposta de fé e gratidão, reconhecendo que, em Jesus, Deus nos oferece tudo o que precisamos para a vida eterna.

Salmo 97(98): Aclamai o Senhor, pois Ele fez maravilhas

O Salmo é um cântico de louvor pela salvação e justiça de Deus. Ele celebra as “maravilhas” que o Senhor realizou e convida toda a terra a aclamar sua bondade. Esse louvor ressoa com os outros textos, pois reconhece que Deus é o autor da vitória contra o pecado e a morte.

O Salmo nos ensina que, diante da obra redentora de Deus, a única resposta adequada é o louvor e a alegria. Ele nos convida a celebrar, de coração aberto, as maravilhas que Deus opera em nossa história, assim como nos é apresentado em Cristo.


Reflexão Final

Os três textos nos conduzem a uma visão integral da ação de Deus:

  1. Em Marcos, somos alertados contra o perigo de rejeitar a graça de Deus, representada na ação do Espírito Santo.
  2. Em Hebreus, contemplamos a profundidade dessa graça, manifestada no sacrifício único de Cristo.
  3. No Salmo, somos convidados a responder com louvor e gratidão por essa obra grandiosa.

Nossa vida cristã deve ser marcada por essa tríade: abertura ao Espírito Santo, acolhida do sacrifício de Cristo e louvor constante por suas maravilhas. Assim, permanecemos unidos ao plano de Deus, vivendo a redenção que nos foi oferecida com gratidão e confiança.


Essa reflexão nos convida a um exame de consciência: como tenho respondido ao chamado do Espírito Santo? Estou aberto à ação de Deus em minha vida? E, sobretudo, tenho acolhido o sacrifício de Cristo com um coração agradecido e uma vida de louvor?

Cristo: O Sumo Sacerdote Eterno e Mediador da Nova Aliança

Por Julia de Almeida, pddm

Comentário dos textos bíblicos da liturgia de 23/01/2025.

Textos da liturgia de hoje: https://espacoorante.piasdiscipulas.org.br/litugia-do-dia/

Os textos de Marcos 3,7-12, Hebreus 7,25-8,6 e Salmo 39(40),7-8a.8b-9.10.17 se entrelaçam de forma profunda ao apresentarem a missão redentora de Cristo e o Seu sacerdócio eterno. A partir desses textos, podemos refletir sobre o papel único de Jesus como aquele que atrai as multidões, mas também como sumo sacerdote perfeito, intercedendo por nós junto ao Pai. Além disso, esses textos revelam a nova aliança que Ele institui, uma aliança que se fundamenta não em sacrifícios repetidos, mas em Seu sacrifício único e eterno. Vamos analisar como essas passagens bíblicas nos ajudam a entender a profundidade do amor e da salvação de Cristo.

1. Marcos 3,7-12: A Atração das Multidões e a Autoridade de Jesus

No trecho de Marcos 3,7-12, vemos que Jesus está em plena atividade de cura, atraindo uma multidão imensa de pessoas de diversas regiões. Elas vêm em busca de cura, libertação e esperança. Esse episódio é significativo, pois demonstra que Jesus, pela Sua autoridade divina, não apenas cura fisicamente, mas também restaura espiritualmente aqueles que se aproximam d’Ele. A multidão sente uma urgência em tocar Jesus, pois sabem que Ele tem poder para curar e expulsar os demônios.

Jesus, apesar de ser seguido por uma grande multidão, demonstra Sua autoridade ao ordenar que os demônios não O revelassem, pois ainda não era o momento para que a Sua identidade plena fosse divulgada. Nesse momento, Cristo revela Seu poder e autoridade, mas também mostra Sua sabedoria em não querer ser mal interpretado ou pressionado a revelar Seu verdadeiro papel antes da hora certa. Ele sabia que Sua missão transcende a simples ação de curar fisicamente, sendo, na verdade, uma missão de salvação integral para a humanidade.

Este episódio em Marcos nos faz refletir sobre como Jesus atrai as pessoas pelo Seu poder de cura, mas também revela que Sua missão é de restaurar o ser humano de forma completa. A multidão busca milagres, mas o verdadeiro milagre que Cristo oferece é a salvação eterna, que vai além da cura temporal.

2. Hebreus 7,25-8,6: O Sacerdócio Eterno de Cristo

O livro de Hebreus nos apresenta Cristo como o sumo-sacerdote eterno, um papel que Ele assume não apenas para interceder pelo povo, mas para garantir a salvação eterna de todos os que Nele creem. O trecho de Hebreus 7,25-8,6 explica que, ao contrário dos sacerdotes do Antigo Testamento, que ofereciam sacrifícios para a remissão dos pecados, Cristo oferece um sacrifício perfeito e definitivo, uma vez por todas. Ele é o intercessor perfeito, mediando a reconciliação entre Deus e os homens de maneira única e eterna.

O autor de Hebreus destaca que Cristo vive para sempre e, por isso, é capaz de interceder continuamente pelos fiéis. Ele não apenas morre por nós, mas também ressuscita e vive eternamente, tornando-se o único mediador entre Deus e a humanidade. Sua missão é eterna, e Ele assegura que a salvação dada por Deus seja para sempre. Essa intercessão permanente de Cristo é um aspecto central da nova aliança que Ele estabeleceu, onde a graça de Deus é dada de maneira definitiva e irrevogável.

A carta aos Hebreus também nos fala de um novo sacerdócio, o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedec, que é eterno e sem fim. Melquisedec, figura enigmática do Antigo Testamento, é o precursor de Cristo, que, ao ser o sumo-sacerdote eterno, não tem fim. Cristo realiza o sacrifício único, mas também intercede perpetuamente em nosso favor, garantindo nossa reconciliação com Deus e nossa salvação. Ao fazer isso, Ele inaugura uma nova aliança, não baseada em sacrifícios de animais, mas na Sua própria entrega por todos nós.

3. Salmo 39(40),7-8a.8b-9.10.17: A Obediência de Cristo à Vontade de Deus

O Salmo 39(40) é uma oração de confiança e entrega a Deus, onde o salmista se coloca em disposição para cumprir a vontade de Deus. Esta oração tem uma forte relevância messiânica, pois ela profetiza a obediência de Cristo, que vem para cumprir a vontade do Pai. No versículo 8, o salmista declara: “Sobre mim está escrito no livro: “Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!””. Esse versículo se cumpre plenamente em Cristo, que, ao assumir a natureza humana, vem para obedecer totalmente ao Pai, oferecendo-Se como o sacrifício perfeito.

Jesus é o sacerdote que Se entrega de forma plena, obedecendo à vontade do Pai, até o fim. Ao fazer isso, Ele realiza a salvação de todos os homens. Ele não apenas é o sacerdote que intercede, mas o sacrifício que oferece, cumprindo o propósito de Deus para a redenção da humanidade.

Este salmo também nos ensina sobre a importância da obediência a Deus. A salvação não vem da total entrega à vontade do Pai, como demonstrado por Cristo. Ele é o cumprimento perfeito de toda a Escritura e o único capaz de realizar a vontade de Deus de maneira plena, trazendo a verdadeira libertação e salvação para o mundo.

4. A Nova Aliança: Cristo como Mediador Perfeito

Em Hebreus 8,6, vemos que Cristo é o mediador de uma nova aliança, uma aliança que é perfeita e eterna. Ao contrário da antiga aliança, baseada na Lei e nos sacrifícios repetidos, a nova aliança é fundamentada no sacrifício definitivo de Cristo. Ele não apenas oferece o sacrifício, mas garante a salvação para todos aqueles que Nele creem. A nova aliança é a promessa de que Deus estará conosco de maneira definitiva, sem mais necessidade de intermediários humanos, pois Cristo, como sumo-sacerdote eterno, nos reconciliou com Deus de forma total e definitiva.

5. A Missão Redentora de Cristo: Cura, Libertação e Salvação

Os três textos juntos nos revelam a profundidade da missão redentora de Cristo. Marcos 3,7-12 nos mostra Jesus como aquele que atrai as multidões, revelando Seu poder de cura, mas também a autoridade divina que tem sobre todas as coisas. Em Hebreus 7,25-8,6, entendemos que Sua missão vai além da cura física: Ele é o sumo-sacerdote eterno que garante nossa salvação de forma definitiva e eterna. Por fim, o Salmo 39(40) profetiza Sua obediência total ao Pai, o que culmina no sacrifício perfeito que Ele oferece por nós.

Cristo, como sumo-sacerdote, intercede constantemente por nós e estabelece a nova aliança. Sua obra de cura, libertação e salvação é definitiva e eterna, oferecendo a todos que creem uma vida plena em Deus.

Conclusão

Esses três textos nos ajudam a compreender de forma mais profunda o papel de Cristo como o Mediador perfeito, o Sumo Sacerdote eterno e o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A Sua missão não se limita à cura física, mas se estende à salvação eterna, que Ele oferece a todos que O buscam. Cristo é o cumprimento de todas as promessas de Deus, sendo o sacrifício perfeito que nos reconcilia com o Pai e nos dá acesso à vida eterna.