CATEQUESE LITÚRGICA: FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR NO TEMPLO

Catequese Litúrgica – Festa da Apresentação do Senhor (Ano C)

Neste vídeo, o programa Catequese Litúrgica, preparado e apresentado pela Ir. Cidinha Batista, pddm, com edição de vídeo de Ir. Neideane Monteiro, pddm, propõe uma reflexão profunda sobre o Evangelho da Festa da Apresentação do Senhor (Ano C).

A festa, celebrada no dia 2 de fevereiro, recorda o momento em que Maria e José apresentam o menino Jesus no Templo de Jerusalém, cumprindo a tradição judaica. Com base no Evangelho de Lucas 2,22-40, o programa convida os fiéis a refletirem sobre a luz que Jesus traz ao mundo, simbolizada pela presença de Simeão e Ana, que reconhecem o Messias como a salvação prometida a todos.

A catequese litúrgica explora o significado teológico dessa festa e ajuda os fiéis a compreenderem a importância da Apresentação de Jesus no Templo, como um gesto de consagração e fé, que nos convida a oferecer nossa própria vida ao Senhor.

O vídeo proporciona uma oportunidade de aprofundar a compreensão do mistério da encarnação de Cristo, através de uma explicação acessível e edificante, guiada pelas reflexões de Ir. Cidinha Batista e enriquecida pela edição cuidadosa de Ir. Neideane Monteiro.

Se você busca uma forma de meditar sobre o evangelho e o significado desta importante festa litúrgica, este vídeo oferece uma reflexão significativa e inspiradora.


A Vida Consagrada e a Festa da Apresentação do Senhor

A vida consagrada é uma resposta generosa e radical ao chamado de Deus, uma resposta que se traduz em um caminho de entrega total e amor a Ele. Aqueles que optam por seguir esse estilo de vida se dedicam ao serviço de Deus e da Igreja, buscando viver o Evangelho de forma plena e profunda. A vida consagrada não é apenas uma escolha pessoal, mas uma vocação que envolve uma doação inteira, um testemunho público de fé e uma caminhada que exige desprendimento dos bens materiais, dos interesses pessoais e das ambições mundanas. Em vez disso, quem segue essa vocação se compromete a viver com radicalidade a pobreza, a castidade e a obediência, buscando, através dessa entrega, refletir a imagem de Cristo no mundo.

Na Igreja, encontramos diversas formas de vida consagrada: presbíteros, religiosos, religiosas, missionários, consagrados e consagradas em diferentes carismas e institutos. Cada uma dessas formas de consagração é uma expressão do amor a Deus e ao próximo, em um modo de vida que se destaca pela busca incessante de santidade e serviço. A vida consagrada é um testemunho de fidelidade, de dedicação e de amor a Deus, mas também um exemplo de como os cristãos devem viver sua fé no mundo.

A Festa da Apresentação do Senhor, celebrada no dia 2 de fevereiro, é uma data muito significativa na liturgia cristã, pois oferece uma reflexão profunda sobre a consagração de toda a vida a Deus. Esta celebração recorda o momento em que Maria e José, obedecendo à Lei de Moisés, apresentaram o menino Jesus no Templo de Jerusalém, 40 dias após o Seu nascimento. Esse gesto simples, mas carregado de significado, simboliza a entrega e consagração do Filho de Deus à vontade do Pai. Ao oferecerem Jesus ao Senhor, Maria e José nos ensinam que a consagração a Deus deve ser feita com fé, confiança e obediência.

Este gesto de apresentação de Jesus no Templo, embora pertencente ao contexto judaico, assume um significado pleno para os cristãos. De fato, a Festa da Apresentação do Senhor nos ajuda a refletir sobre a nossa própria consagração, seja por meio da vida consagrada, seja no compromisso diário de seguir a Cristo. Ao celebrarmos esta festa, somos convidados a renovar nossa entrega ao Senhor e a refletir sobre a luz que Cristo representa para a nossa vida.

Na tradição cristã, a Festa da Apresentação do Senhor é também chamada de “Festa da Candelária”, em alusão à luz que Jesus representa para o mundo. No evangelho de Lucas, Simeão, ao ver o Menino Jesus no Templo, declara: “Agora, Senhor, podes deixar o teu servo ir em paz, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel” (Lc 2,29-32). A luz da vela acesa nesta festa simboliza Cristo, a verdadeira Luz que ilumina as trevas do pecado e guia a humanidade para a salvação.

A celebração da Apresentação do Senhor, assim, oferece um convite para que cada cristão se pergunte: Como posso ser luz no mundo? E a resposta para essa pergunta está no testemunho da vida consagrada. Os consagrados, ao se entregarem totalmente a Deus, tornam-se sinal vivo da presença de Cristo, levando Sua luz ao mundo. A vida consagrada não se resume a uma vida de oração e contemplação, mas é também uma vida de ação, de evangelização, de serviço ao próximo e de dedicação ao bem comum. Aqueles que optam por seguir a vida consagrada se tornam luzes no mundo, refletindo o amor de Deus e compartilhando a Boa Nova com todos.

Além disso, a festa da Apresentação do Senhor nos recorda que a consagração não é um ato isolado, mas um processo contínuo de renovação e entrega. A vida consagrada exige perseverança e firmeza, pois envolve muitos desafios e renúncias. No entanto, é uma vida cheia de graça e de alegria, pois quem se dedica a Deus encontra em Sua presença o sentido profundo da vida, a verdadeira paz e a verdadeira felicidade. A entrega a Deus na vida consagrada não é um fardo, mas uma dádiva que traz frutos abundantes de amor, bondade e sabedoria.

A festa também convida todos os cristãos a refletirem sobre a própria vocação, seja ela consagrada, matrimonial, celibatária ou leiga. Cada um de nós é chamado a consagrar a própria vida a Deus, a ser luz no mundo e a seguir o exemplo de Maria e José, que apresentaram Jesus ao Senhor com confiança e amor. Para os consagrados, a festa da Apresentação do Senhor é uma oportunidade para renovar o compromisso de seguir Cristo de forma radical e de viver sua vocação com alegria e fidelidade. Para os leigos, é um convite a entregar a própria vida nas mãos de Deus e a viver com intensidade a missão de anunciar o Evangelho.

A festa também nos ensina a importância da obediência. Maria e José, ao cumprirem a Lei, demonstraram sua obediência a Deus. Este ato de submissão à vontade divina é um exemplo para todos os cristãos. Em nosso próprio caminho, também somos chamados a confiar plenamente em Deus e a nos submeter à Sua vontade, mesmo quando ela nos leva a lugares ou situações desafiadoras.

Em resumo, a Festa da Apresentação do Senhor é uma celebração profunda e rica de significado, que nos leva a refletir sobre o sentido da consagração e a nossa própria entrega a Deus. Ela nos convida a renovar o compromisso de ser luz para o mundo, a seguir o exemplo de Maria e José na obediência a Deus e a refletir sobre o testemunho dos consagrados, que, ao dedicar toda a sua vida ao Senhor, tornam-se sinais vivos de Seu amor. Que, neste dia, todos possamos renovar nossa fé e nossa vocação, buscando viver de maneira cada vez mais fiel o chamado de Deus para nossas vidas.

Comentário dos textos bíblicos


Revista de Liturgia

1. Aprofundando os textos bíblicos:

  • Malaquias 3,1-4;
  • Salmo 24 (23);
  • Hebreus 2, 14-18;
  • Lucas 2,22-40

O episódio da apresentação de Jesus no Templo enfatiza sua pertença ao Pai, desde o início da existência (1,31-32), e sua identidade messiânica como luz e salvação. A consagração do primogênito exigia apenas o resgate por meio do sacrifício de um animal (Ex 13,2.12-13; 34,19-20). O rito da purificação era prescrito à mãe da criança: 40 dias após o parto de um menino, e 80 dias se fosse menina (Lv 12,1-8). Maria e José ofereceram um par de rolas ou dois pombinhos, a oferta dos pobres, pois não podiam oferecer um cordeiro para o sacrifício.

Ana e Simeão representam o resto de Israel à espera da manifestação plena da salvação, indicando que os pobres são os primeiros destinatários da missão libertadora de Jesus (4,18ss). Segundo a profecia de Simeão, Jesus será motivo de queda e elevação, por sua atuação em favor dos excluídos. Ana, profetisa como Míriam (Ex 15,20), Débora (Jz 4,4), pertencia à tribo de Aser no extremo norte da Galileia. Viúva, virtuosa e santa, Ana dava graças a Deus e falava do menino a todos os que esperavam a redenção, reconhecendo-o como o Salvador. O pai e a mãe de Jesus, maravilhados com o que haviam escutado, voltaram para Nazaré.

O menino crescia em “sabedoria” e “graça”, atributos que lhe vêm  do Pai, o qual guiará o seu caminho de fidelidade. A profecia de Malaquias remete ao pós-exílio, quando o Templo já havia sido reconstruído, e propõe um culto conforme a justiça e a ética para ser agradável ao Senhor. O Salmo realça a entrada do Rei da Glória no Templo, o Senhor que sustenta seu povo na busca da justiça e fraternidade. A leitura aos Hebreus apresenta Cristo sumo sacerdote misericordioso, solidário com a humanidade pecadora.

2. A palavra na vida

Simeão e Ana ensinam a deixar-se conduzir pelo Espírito, a fim de reconhecer e anunciar a presença de Jesus como luz e salvação de todos os povos. 

3. A palavra na celebração

O gesto de Maria que “oferece” se traduz em gesto litúrgico em cada Eucaristia. Quando o pão e o vinho frutos da terra e do trabalho humano nos são restituídos como Corpo e Sangue de Cristo, nós também nos tornamos corpo de Cristo, pão e vinho para quem tem fome e sede.

Bênção e Procissão das Velas na Festa da Apresentação do Senhor

1ª Forma: Procissão

1. Na forma conveniente, os fiéis se reúnem numa igreja menor ou em outro lugar adequado, fora da Igreja para a qual se dirige a procissão. Trazem nas mãos velas apagadas.

2. O presbítero, acompanhado dos ministros, dirige-se ao lugar da reunião, revestido de paramentos brancos para a Missa. Em lugar da casula poderá usar a capa, depondo-a no fim da procissão.

3. Enquanto se acendem as velas, canta-se a antífona seguinte ou outro canto apropriado:

Eis que virá o Senhor onipotente iluminar os nossos olhos, aleluia.

4. O presbítero saúda o povo, como de costume, e faz uma breve exortação, convidando os fiéis a celebrarem de modo ativo e consciente o rito da festa. Pode usar estas palavras ou outras semelhantes:

Irmãos e Irmãs, há quarenta dias celebrávamos com alegria o Natal do Senhor. E hoje chegou o dia em que Jesus foi apresentado ao Templo por Maria e José. Conformava-se assim à Lei do Antigo Testamento, mas na realidade vinha ao encontro do seu povo fiel. Impulsionados pelo Espírito Santo, o velho Simeão e a profetisa Ana foram também ao Templo. Iluminados pelo mesmo Espírito, reconheceram o seu Senhor naquela criança e o anunciaram com júbilo.

Também nós, reúnidos pelo Espírito Santo, vamos nos dirigir à casa de Deus, ao encontro de Cristo. Nós o encontraremos e reconheceremo na fração do pão, enquanto esperamos a sua vinda gloriosa.

5. Depois da exortação, o presbítero, de mãos unidas, benze as velas, dizendo:

Oremos.

Deus fonte e origem de toda luz,
que hoje mostrates ao justo Simeão
a luz que ilumina as nações,
nós vos pedimos humildemente:
santificai estas velas com a vossa bênção,
e atendei às preces do vosso povo aqui reunido.
Fazei que, levando-as nas mãos em vossa honra
e seguindo o caminho da virtude,
cheguemos à luz que não se apaga.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

Ou:

Oremos.
Ó Deus, luz verdadeira,
fonte e princípio da luz eterna,
fazei brilhar no coração de vossos fiéis
a luz que não se extingue,
para que, iluminados por estas velas
no vosso templo santo,
cheguemos ao esplendor da vossa glória.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

Em silêncio, asperge as velas com água benta.

6. O presbítero recebe a vela preparada para ele e dá início à procissão, dizendo:

Vamos em paz,
ao encontro do Senhor.

7. Durante a procissão canta-se a seguinte antífona, com o cântico indicado ou outro canto conveniente:

Ant. Uma luz que brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o vosso povo.

Deixai, agora, vosso servo ir em paz,
conforme prometestes, ó Senhor.

Ant. Uma luz que brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o vosso povo.

Pois meus olhos viram vossa salvação.

Ant. Uma luz que brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o vosso povo.

Que preparastes ante a face das nações:

Ant. Uma luz que brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o vosso povo.

8. Ao entrar a procissão na Igreja, canta-se a antífona da entrada. Chegando ao altar, o presbítero o saúda e, se for oportuno, o incensa. Vai à cadeira e, se usou a capa, troca-a para casula. Depois do canto do Glória, diz a oração como de costume e a missa prossegue de modo habitual.

2ª forma: Entrada Solene

9. Os fiéis reúnem-se na igreja com as velas nas mãos. O presbítero, de paramentos brancos, com os ministros e uma delegação de fiéis, dirige-se a um lugar apropriado, quer diante da porta da igreja, quer no interior, onde pelo menos grande parte do povo possa participar do rito com facilidade.

10. Quando o presbítero chega ao lugar designado, acendem-se as velas ao canto da antífona: Eis que virá o Senhor ou de outro apropriado.

11. O presbítero, depois da saudação e exortação, benze as velas, como acima (n. 4 e 5) e faz-se a procissão para o altar com o canto (6 e 7). Na Missa observa-se o que foi dito no nº 8.

Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia
no meio de vosso templo.
Vosso louvor se estende, como o vosso nome,
até os confins da terra;
toda a justiça se encontra em vossas mãos.

Deus eterno e todo poderoso,
ouvi as nossas súplicas.
Assim como o vosso Filho único,
revestido da nossa humanidade,
foi hoje apresentado no templo,
fazei que nos apresentemos diante de vós
com os corações purificados.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo.

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.

Corações ao alto.
O nosso coração está em Deus.

Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
É nosso dever e nossa salvação.

Na verdade, é justo e necessário,
é nosso dever e salvação
dar-vos graças, sempre e em todo lugar,
Senhor, Pai santo,
Deus eterno e todo-poderoso.

Vosso Filho eterno,
hoje apresentado no templo,
é revelado pelo Espírito Santo
como glória do vosso povo
e luz de todas as nações.

Por esta razão,
também nós corremos
ao encontro do Salvador;
e, com os anjos e com todos os santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando  a uma só voz:

Santo, Santo, Santo…

Meus olhos viram o Salvador,
que preparastes, ó Deus, para todos os povos.

Por esta comunhão, ó Deus,
completai em nós a obra da vossa graça
e concedei-nos alcançar a vida eterna,
caminhando ao encontro do Cristo,
como correspondestes à esperança de Simeão,
não consentindo que morresse
antes de acolher o Messias.
Por Cristo, nosso Senhor.