Reflexão: A Vontade de Deus como Caminho de Comunhão e Plenitude

Os textos de Marcos 3,31-35, Hebreus 10,1-10 e o Salmo 39(40) convergem em um poderoso chamado: viver segundo a vontade de Deus. Eles nos convidam a enxergar a profundidade da relação que Deus deseja estabelecer conosco, marcada pela obediência, pelo amor e pelo sacrifício que gera vida.

Marcos 3,31-35: A verdadeira família de Jesus

Neste trecho do Evangelho, Jesus redefine o conceito de família. Quando informam que sua mãe e seus irmãos estão à sua procura, Ele afirma: “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos? Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Com isso, Jesus nos ensina que a verdadeira família é formada por aqueles que vivem em comunhão com Deus, assumindo seu projeto de amor e justiça.

Esta passagem nos desafia a refletir: fazemos parte dessa família espiritual? Nossa vida tem sido guiada pela busca sincera de cumprir a vontade de Deus? Jesus nos convida a uma relação profunda com Ele, baseada na obediência e na entrega confiante.

Hebreus 10,1-10: O sacrifício perfeito de Cristo

A carta aos Hebreus nos recorda que os sacrifícios da antiga aliança eram apenas sombras de uma realidade maior. Eles não podiam, de fato, purificar o coração humano. No entanto, Cristo, ao se oferecer de uma vez por todas, cumpriu plenamente a vontade de Deus e nos santificou por meio de seu sacrifício.

Aqui, vemos que viver segundo a vontade de Deus não é apenas um ato de obediência, mas uma participação no plano de salvação realizado em Jesus. Ele nos mostra que o cumprimento da vontade divina exige entrega e renúncia, mas conduz à verdadeira liberdade e à plenitude da vida.

Salmo 39(40): “Eis que venho, Senhor, para fazer a vossa vontade”

O Salmo 39 é um cântico de entrega e confiança. O salmista proclama que Deus não se agrada de sacrifícios externos, mas de um coração disposto a fazer sua vontade. Ele clama: “Eis que venho, Senhor, para fazer a vossa vontade”, demonstrando que a verdadeira adoração está na entrega sincera ao querer divino.

Este Salmo é um eco da atitude de Cristo e um convite para nós: vivamos cada dia com a disposição de dizer “sim” a Deus, reconhecendo que Ele deseja o melhor para nós e para o mundo.

Reflexão Final

Os três textos nos conduzem a uma mesma mensagem: a verdadeira relação com Deus não está em ritos externos ou em laços meramente humanos, mas em fazer a sua vontade. Ser parte da família de Jesus é acolher o projeto divino com amor e obediência, assim como Ele mesmo fez.

Perguntemo-nos:

  • Tenho buscado discernir a vontade de Deus em minha vida?
  • Minhas escolhas refletem o desejo de estar em comunhão com Ele?

A teologia de Santo Tomás de Aquino, o qual fazemos memória hoje, coloca Cristo como o modelo supremo de obediência e sacrifício, realizando a vontade de Deus de maneira perfeita, sendo este o tema central que liga esses textos de maneira harmônica. Que possamos responder como o salmista e como Cristo: “Eis que venho, Senhor, para fazer a vossa vontade”. Assim, encontraremos sentido, alegria e plenitude na caminhada da fé.

A Obra Redentora de Deus: Acolhida, Gratidão e Louvor

Reflexão dos textos bíblicos de hoje, 28/01/2025: Marcos 3,22-30, Hebreus 9,15.24-28 e o Salmo 97(98):


Os três textos nos convidam a meditar sobre a grandiosidade da obra de Deus em Cristo e sobre nossa resposta à sua misericórdia. Eles falam da vitória do Senhor, do sacrifício redentor de Cristo e do perigo de resistir à ação do Espírito Santo.

Marcos 3,22-30: O pecado contra o Espírito Santo

Neste trecho do Evangelho, vemos a grave acusação dos escribas contra Jesus: afirmam que Ele expulsa demônios pelo poder de Belzebu. Jesus refuta essa acusação, mostrando a incoerência dessa lógica, e alerta para o perigo de cometer o pecado contra o Espírito Santo, que é a rejeição definitiva à graça divina. Este pecado é imperdoável, pois implica fechar o coração à ação de Deus, recusando o próprio meio pelo qual o perdão se manifesta.

Esse trecho nos desafia a refletir: estamos abertos à ação do Espírito Santo em nossa vida ou, de alguma forma, resistimos à graça de Deus por meio de nossos preconceitos, endurecimento de coração ou descrença?

Hebreus 9,15.24-28: O sacrifício único e eficaz de Cristo

O texto de Hebreus nos apresenta Cristo como o mediador da nova aliança. Ele se ofereceu uma vez por todas para expiar os pecados da humanidade. Sua obra é perfeita e definitiva, abolindo os sacrifícios repetitivos da antiga aliança. Cristo entrou no “Santuário celeste” para interceder por nós e, assim, nos oferecer a redenção eterna.

Aqui vemos a profundidade do amor de Deus: em Cristo, Ele tomou sobre si o peso de nossos pecados e abriu o caminho para a salvação. Esse sacrifício exige de nós uma resposta de fé e gratidão, reconhecendo que, em Jesus, Deus nos oferece tudo o que precisamos para a vida eterna.

Salmo 97(98): Aclamai o Senhor, pois Ele fez maravilhas

O Salmo é um cântico de louvor pela salvação e justiça de Deus. Ele celebra as “maravilhas” que o Senhor realizou e convida toda a terra a aclamar sua bondade. Esse louvor ressoa com os outros textos, pois reconhece que Deus é o autor da vitória contra o pecado e a morte.

O Salmo nos ensina que, diante da obra redentora de Deus, a única resposta adequada é o louvor e a alegria. Ele nos convida a celebrar, de coração aberto, as maravilhas que Deus opera em nossa história, assim como nos é apresentado em Cristo.


Reflexão Final

Os três textos nos conduzem a uma visão integral da ação de Deus:

  1. Em Marcos, somos alertados contra o perigo de rejeitar a graça de Deus, representada na ação do Espírito Santo.
  2. Em Hebreus, contemplamos a profundidade dessa graça, manifestada no sacrifício único de Cristo.
  3. No Salmo, somos convidados a responder com louvor e gratidão por essa obra grandiosa.

Nossa vida cristã deve ser marcada por essa tríade: abertura ao Espírito Santo, acolhida do sacrifício de Cristo e louvor constante por suas maravilhas. Assim, permanecemos unidos ao plano de Deus, vivendo a redenção que nos foi oferecida com gratidão e confiança.


Essa reflexão nos convida a um exame de consciência: como tenho respondido ao chamado do Espírito Santo? Estou aberto à ação de Deus em minha vida? E, sobretudo, tenho acolhido o sacrifício de Cristo com um coração agradecido e uma vida de louvor?

O Chamado de Deus, a Nova Aliança e a Paz: Transformando Vidas Através da Fé

Por Júlia de Almeida, pddm

Comentários dos textos bíblicos da liturgia de hoje, 24/01/2025

Liturgia Diária: https://espacoorante.piasdiscipulas.org.br/litugia-do-dia/

Os textos bíblicos, da liturgia de hoje, de Marcos 3,13-19, Hebreus 8,6-13 e Salmo 84(85) abordam temas profundos e transformadores: o chamado de Deus, a nova aliança em Cristo e a paz de Deus. Cada um desses textos nos convida a refletir sobre o papel fundamental da obediência a Deus, o relacionamento renovado com Ele através de Cristo e a busca pela verdadeira paz, que vai além das circunstâncias temporais.

Marcos 3,13-19: O Chamado de Deus para a Missão

No evangelho de Marcos 3,13-19, vemos Jesus escolhendo Seus apóstolos. Ele os chama para estarem com Ele e, ao mesmo tempo, para serem enviados em missão. Este momento marca o chamado de Deus que é respondido com uma missão clara: pregar, curar e anunciar a chegada do Reino de Deus. Jesus escolhe doze apóstolos, não por sua perfeição, mas pela vontade divina de utilizar aqueles homens para uma obra grandiosa.

Esta passagem lembra-nos que cada um de nós também é chamado para uma missão, independentemente das nossas fragilidades. O chamado de Deus é uma resposta a uma necessidade de transformar o mundo, através da proclamação da palavra, da cura das feridas espirituais e da busca por uma vida de santidade. A missão dos apóstolos é a missão de todos os cristãos: viver em união com Cristo e levar essa mensagem de reconciliação aos outros.

Hebreus 8,6-13: A Nova Aliança em Cristo

Em Hebreus 8,6-13, é apresentada a nova aliança estabelecida por Cristo. A antiga aliança foi renovada pela vinda de Jesus, que se tornou o mediador de uma nova aliança. Essa nova aliança, operando no coração dos fiéis, transforma o ser humano por meio do Espírito Santo.

Esta passagem revela que, em Cristo, estamos a Ele, perfeito e eterno, que traz perdão e reconciliação. Deus coloca Sua lei em nossos corações e em nossas mentes, e, assim, somos chamados a viver em um relacionamento mais profundo com Ele. A nova aliança é uma aliança de graça que nos permite seguir em frente e crescer na santidade.

Salmo 84(85): A Paz e a Justiça de Deus

O Salmo 84(85) traz um belo retrato da paz e justiça que vêm de Deus. O salmista expressa o desejo de que a graça divina e a verdade se encontrem, e que a paz seja estabelecida entre os seres humanos. Ele deseja que Deus se lembre da Sua misericórdia e nos conceda a verdadeira paz, uma paz que vai além das circunstâncias externas e que se fundamenta no relacionamento sincero com Deus.

Este salmo reflete o desejo profundo de muitos corações: a esperança de que, por meio da ação de Deus, a paz prevaleça. A paz mencionada aqui não é a ausência de conflitos, mas a presença de Deus em nossas vidas, que traz a serenidade interior e a capacidade de viver com justiça, amor e misericórdia. Deus, em Sua bondade, deseja que todos experimentem essa paz, que resulta da harmonia entre Suas promessas e as ações humanas, quando estas estão alinhadas com Sua vontade.

CONCLUSÃO

Esses três textos nos mostram a jornada do cristão, começando com o chamado de Deus para a missão, a compreensão de que essa missão é vivida na nova aliança com Cristo e, finalmente, o fruto dessa aliança, que é a paz. Cada um de nós, como os apóstolos escolhidos por Jesus em Marcos 3, é chamado para viver de acordo com os ensinamentos de Cristo, levando Sua mensagem de esperança, cura e perdão ao mundo. Como em Hebreus 8, a nova aliança com Cristo implica uma transformação profunda no coração humano, um relacionamento mais íntimo e pessoal com Deus, onde a Sua lei é gravada em nossa alma.

E, ao viver conforme essa nova aliança, como é proclamado no Salmo 84(85), a verdadeira paz se estabelece em nossos corações e, por meio de nós, pode também se espalhar ao nosso redor. A paz que vem de Deus é o resultado de uma vida em harmonia com Sua vontade, uma vida de obediência, amor e justiça. A paz verdadeira é duradoura e baseada no relacionamento profundo com Deus.

O chamado de Deus, a nova aliança e a paz de Deus são temas que nos convidam a refletir sobre nossa própria caminhada de fé. Como os apóstolos, somos chamados para a missão de proclamar a Boa Nova, não só com palavras, mas com nossas ações diárias. A nova aliança em Cristo nos transforma, tornando-nos participantes da Sua graça, e a paz que experimentamos ao vivermos essa aliança é a verdadeira paz que Cristo nos oferece.

Esses textos nos lembram de que, como cristãos, não fomos chamados apenas para crer, mas para viver de maneira ativa, trazendo ao mundo a cura, a reconciliação e a paz que encontramos em Cristo. Ao respondermos ao chamado de Deus, vivermos a nova aliança e procurarmos a verdadeira paz de Deus, estamos cumprindo o propósito que Deus tem para cada um de nós.

São Francisco de Sales como Exemplo Vivo da Missão Cristã

A vida de São Francisco de Sales foi uma verdadeira resposta à chamada divina, refletindo de forma única os ensinamentos encontrados em Marcos 3,13-19, Hebreus 8,6-13 e Salmo 84(85). Ele viveu sua missão com um coração dedicado ao serviço da caridade, pregando a paz e vivendo a nova aliança de Cristo de maneira profunda e concreta. Seu legado nos ensina que, como discípulos de Cristo, somos chamados a viver a caridade cristã em nossas ações diárias, buscando sempre a reconciliação, a paz e a transformação interior que a nova aliança em Cristo nos oferece. São Francisco de Sales, com sua vida de fé e serviço, continua a ser um farol de inspiração para todos aqueles que buscam viver de acordo com a vontade de Deus, em plena harmonia com o próximo.

A Relação entre Marcos 3,1-6, Hebreus 7,1-3.15-17 e Salmo 109(110),1.2.3.4: A Autoridade e o Sacerdócio Eterno de Cristo

Por Ir. Julia de Almeida, pddm

Comentário dos textos bíblicos propostos para a liturgia do dia 22/01/2025.

Textos na íntegra: https://espacoorante.piasdiscipulas.org.br/litugia-do-dia/

Os textos de Marcos 3,1-6, Hebreus 7,1-3.15-17 e Salmo 109(110),1.2.3.4 estão profundamente conectados, destacando temas centrais sobre a autoridade de Cristo, o novo sacerdócio e o cumprimento das promessas de Deus. Vamos explorar como esses textos se relacionam entre si.

1. A Autoridade de Cristo e o Novo Papel Sacerdotal

Em Marcos 3,1-6, encontramos Jesus curando no sábado, um gesto que desafia as interpretações rígidas da Lei pelos fariseus. Ao curar a mão ressequida de um homem, Jesus afirma Sua autoridade divina e Sua missão de trazer cura e libertação. Ele se coloca acima das restrições legais, apontando para um novo entendimento da Lei, que está centrado na misericórdia e na restauração da vida humana.

Hebreus 7,1-3.15-17 explica que Jesus é o sumo-sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec, uma figura do Antigo Testamento que prefigura o sacerdócio único e eterno de Cristo. Enquanto o sacerdócio levítico era temporário e imperfeito, o sacerdócio de Cristo é eterno, estabelecido por Deus, e superior a todas as formas de sacrifício.

O Salmo 109(110),1.2.3.4 é uma profecia messiânica que se cumpre em Jesus. Ele é declarado sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec, o que confirma Sua autoridade e Sua função como intercessor entre Deus e a humanidade. O salmo destaca tanto o reinado quanto o sacerdócio de Cristo, apontando para Sua missão redentora.

2. Jesus como Cumprimento das Escrituras

Marcos 3,1-6 mostra Jesus desafiando as expectativas religiosas de Sua época e revelando que Sua autoridade não se limita ao cumprimento legal da Lei, mas à cura e ao restabelecimento da verdadeira intenção de Deus para o ser humano.

Em Hebreus 7,1-3.15-17, a referência a Melquisedec e o sacerdócio eterno de Cristo são um cumprimento das promessas feitas por Deus ao longo da história, especialmente a promessa de um sacerdócio perfeito e eterno, prefigurado por Melquisedec, mas realizado de forma plena em Cristo.

O Salmo 109(110) antecipa o papel de Cristo como sacerdote e rei, destacando a importância de Sua missão como mediador eterno, que vai além da antiga aliança e das práticas do sacerdócio levítico.

3. A Missão de Jesus: Cura e Libertação

No episódio de Marcos 3,1-6, a cura realizada por Jesus em um dia de sábado é um símbolo de Sua missão de libertar e restaurar a humanidade. Ele não se limita às regras religiosas, mas traz uma nova perspectiva de salvação, centrada no amor e na misericórdia de Deus.

Em Hebreus 7,1-3.15-17, a missão de Jesus é descrita como a de um sacerdote que intercede pelo povo e garante uma salvação eterna, libertando o ser humano do pecado e da morte. Seu sacerdócio, ao contrário dos sacerdotes antigos, é perfeito e contínuo, oferecendo uma cura espiritual duradoura.

O Salmo 109(110), ao se referir ao sacerdócio eterno de Cristo, também aponta para Sua missão de salvação e redenção, ao declarar que Ele é o verdadeiro mediador entre Deus e os homens.

4. A Nova Ordem de Cristo

Marcos 3,1-6 revela que a missão de Jesus traz uma nova ordem que desafia as práticas religiosas convencionais. Ao curar no sábado, Ele redefine o que significa cumprir a Lei, mostrando que o amor e a cura são superiores à observância rígida de normas externas.

Em Hebreus 7,1-3.15-17, o autor da carta sublinha que o sacerdócio de Cristo inaugura uma nova aliança, uma nova maneira de se relacionar com Deus, mais profunda e eterna, estabelecida por Jesus como o sacerdote eterno.

O Salmo 109(110) profetiza essa nova ordem, onde Cristo é tanto rei quanto sacerdote, e Sua autoridade é eterna e definitiva, completando e realizando o plano de salvação de Deus para toda a humanidade.

Conclusão

Esses três textos estão interligados pela figura de Cristo como sacerdote eterno e autoridade divina. Marcos 3,1-6 revela Sua autoridade ao desafiar as práticas religiosas da época e curar no sábado, mostrando que Ele veio para restaurar a verdadeira essência da Lei. Em Hebreus 7,1-3.15-17, vemos que Seu sacerdócio é perfeito e eterno, conforme prefigurado por Melquisedec. O Salmo 109(110) confirma essa profecia messiânica, que fala de um sacerdote eterno e de um reinado divino, que se cumpre plenamente em Cristo. Juntos, esses textos nos revelam a missão de Jesus de trazer cura, libertação e a nova aliança de salvação para toda a humanidade.

Jesus como Cumprimento da Aliança: Esperança, Autoridade e Libertação

Comentário sobre os textos bíblicos de 21 de janeiro de 2025

Por Ir. Julia de Almeida, pddm

Textos de hoje na íntegra, veja no link: https://espacoorante.piasdiscipulas.org.br/litugia-do-dia/

Os três textos apresentados para a liturgia de hoje (20/01/2025) — o Evangelho segundo Marcos 2,23-28, a Leitura da Carta aos Hebreus 6,10-20 e o Salmo 110(111),1-2.4-5.9 e 10c — estão interligados principalmente pelos temas da aliança de Deus, fidelidade, salvação e a reinterpretação das leis em Cristo. Vejamos as relações entre eles:

1. A Aliança de Deus e a Fidelidade

  • O Salmo 110(111) celebra a fidelidade de Deus à Sua aliança com o povo. Ele lembra que Deus é bom, clemente e nunca se esquece de Sua aliança. Essa fidelidade divina é um tema central em todos os textos, pois Deus se compromete com Seu povo e garante Suas promessas.
  • Em Hebreus 6,10-20, a carta fala do juramento de Deus a Abraão e como, por meio de dois atos irrevogáveis (a promessa e o juramento), Ele reafirma a esperança de salvação. Essa esperança é descrita como uma âncora segura e firme para os cristãos, que têm Cristo como mediador dessa promessa. Jesus, como sumo-sacerdote eterno na ordem de Melquisedec, é a garantia da aliança e da salvação.
  • No Evangelho de Marcos, Jesus se posiciona como Senhor do sábado, redefinindo a interpretação das leis antigas. Ele afirma que o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado, implicando que a verdadeira aliança com Deus não se resume à observância legalista de rituais, mas deve ser vivida de forma que atenda às necessidades humanas, como exemplificado pela história de Davi.

2. A Autoridade de Cristo

  • Em Marcos 2,23-28, Jesus declara que Ele é o Senhor do sábado, posicionando-se como autoridade superior à interpretação legalista dos fariseus. O sábado, enquanto parte da Lei de Moisés, é reinterpretado por Jesus, que destaca a necessidade de atender às necessidades humanas e não sobrecarregar as pessoas com regras que não são conforme o espírito da aliança de Deus. Ele, portanto, afirma sua autoridade como Filho do Homem, que é superior à Lei.
  • A autoridade de Cristo também é mencionada em Hebreus 6,20, onde Ele é descrito como o precursor e sumo-sacerdote eterno. Ele entra no santuário celestial, abrindo caminho para que os fiéis possam ter acesso direto a Deus. Assim, em ambos os textos, Jesus é apresentado como aquele que cumpre e reinterpreta a antiga aliança para trazer um novo caminho de salvação.

3. A Esperança e a Salvação

  • Hebreus 6,10-20 fala de esperança como uma âncora firme e segura para a vida dos cristãos, apontando para a confiança nas promessas de Deus, cumpridas em Cristo. A esperança é encontrada em Cristo, o sumo-sacerdote que garante a salvação eterna.
  • No Salmo 110(111), Deus envia libertação ao Seu povo e confirma Sua aliança. Isso é uma preparação para a promessa de salvação que se cumpre em Cristo, que, como Sumo-Sacerdote, oferece a verdadeira libertação.
  • Marcos 2,23-28, embora focado na interpretação do sábado, também indica que a salvação e a misericórdia de Deus estão acima das regras e rituais externos. Jesus vem para dar ao povo um descanso verdadeiro, que vai além da simples observância de normas, apontando para a verdadeira libertação em Deus.

4. A Reinterpretação das Leis

  • No Evangelho de Marcos, Jesus reformula a observância do sábado, ensinando que a Lei não deve ser um peso, mas um meio de promover o bem-estar do ser humano. Isso também se relaciona com a Carta aos Hebreus, onde a fidelidade à promessa de Deus não está nas observâncias externas, mas em Cristo, o sumo-sacerdote eterno.
  • Em Hebreus 6, a confiança nas promessas e a perseverança são enfatizadas como respostas mais profundas à aliança de Deus, que se cumpriu em Cristo. Isso implica que a verdadeira observância da aliança de Deus é vivida pela fé em Jesus, não por rituais externos.

Conclusão

Esses textos, embora abordem temas distintos, estão unidos pela fidelidade de Deus à Sua aliança, a autoridade de Cristo como mediador da nova aliança, a reinterpretação das leis e a esperança de salvação que é garantida em Cristo. O Evangelho de Marcos redefine a prática religiosa à luz de Cristo, enquanto a Carta aos Hebreus reafirma a base da nossa esperança na fidelidade de Deus, consumada na obra de Cristo como sumo-sacerdote eterno. O Salmo 110 complementa, exaltando a justiça e a salvação de Deus, e lembrando que Ele se lembra sempre de Sua aliança com o Seu povo.