O Santo Padre proclamou o III Domingo do Tempo Comum como dia dedicado à celebração, reflexão e propagação da Palavra. O documento, elaborado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, assinado em 17/12/2020 pelo prefeito do Dicastério, cardeal Robert Sarah, quer contribuir para despertar a consciência sobre a importância da Sagrada Escritura para a vida dos fiéis, sobretudo na Liturgia, “que leva ao diálogo vivo e permanente com Deus”.
A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou, no ano de 2020, uma nota sobre o “Domingo da Palavra de Deus”, que o Papa Francisco instituiu em 30 de setembro de 2019 com a Carta apostólica, em forma de Motu proprio “Aperuit illis“, para recordar alguns “princípios teológicos, celebrativos e pastorais acerca da Palavra de Deus proclamada na Missa”.
Na nota destaca-se ainda que o “Domingo da Palavra de Deus” é “uma boa oportunidade para reler alguns documentos eclesiais”, de modo especial, a Praenotanda do Ordo Lectionum Missae, dividido em dez pontos, com muitas orientações para a celebração.
Não substituir as Leituras
Ao ressaltar que, “por meio das leituras bíblicas, proclamadas na Liturgia, Deus fala a seu povo e o próprio Cristo anuncia o seu Evangelho”, o Dicastério indica que “uma das modalidades rituais próprias para este domingo (…) é a procissão de entrada com o Evangelho ou, na impossibilidade, a sua colocação sobre o altar”.
Desta forma, a nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos esclarece também que as leituras bíblicas, dispostas pela Igreja no Lecionário, não devem ser substituídas ou suprimidas e, sim, utilizadas as versões da Bíblia, aprovadas para uso litúrgico.
Por isso – lê-se no documento -, “a proclamação dos textos do Lecionário constitui um vínculo de unidade entre todos os fiéis que os escutam” e se recomenda também o canto do Salmo responsorial.
A respeito da homilia, os Bispos, presbíteros e diáconos são convidados a “explicar e permitir que todos compreendam a Sagrada Escritura, tornando-a acessível à própria comunidade”, desempenhando seu ministério “com especial dedicação, aproveitando dos meios propostos pela Igreja”. A seguir, destaca-se a importância do silêncio na celebração litúrgica, porque, “ao favorecer a meditação, permite que a Palavra de Deus seja acolhida interiormente por quem a escuta”.
Cuidado para com o ambão
Em relação aos que proclamam a Palavra de Deus na assembleia – sacerdotes, diáconos e leitores -, a nota explica que se requer “preparação interior e exterior específica, familiaridade com o texto a ser proclamado e prática necessária no modo de proclamá-lo”.
O Dicastério insiste ainda a ter cuidado com o ambão, do qual se proclama a Palavra de Deus, se pronuncia “a homilia e as intenções da oração universal, mas não deve ser usado para fazer comentários, avisos, dirigir cantos”; insiste para que seja dado o devido valor ao material necessário e ao bom uso dos “livros que contêm as passagens da Sagrada Escritura”, definindo “inadequado o uso de folhetos, fotocópias, subsídios para substituir os livros litúrgicos”.
Desta forma, para que a Sagrada Escritura e seu valor nas celebrações litúrgicas sejam mais conhecidos, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos convida a promover encontros formativos, antes ou depois do Domingo da Palavra de Deus, para, por exemplo, ilustrar mais detalhadamente “os critérios de distribuição litúrgica dos vários livros bíblicos, no decorrer do ano e em seus respectivos tempos, a estrutura dos ciclos dominicais e semanais das leituras da Missa”.
Enfim, a nota do Dicastério identifica o Domingo da Palavra de Deus, onde se favorece a celebração comunitária das Laudes e das Vésperas, como uma “ocasião propícia para aprofundar o nexo entre a Sagrada Escritura e a Liturgia das Horas, a oração dos Salmos e Cânticos do Ofício com as leituras bíblicas”.
São Jerônimo, exemplo a ser seguido
A nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos conclui sugerindo que “São Jerônimo seja proposto como exemplo pelo seu grande amor que nutria pela Palavra de Deus”. De fato, na Carta Apostólica “Scripturae sacrae afetus”, escrita no último dia 30 de setembro, por ocasião do XVI centenário da morte de São Jerônimo, o Papa Francisco recordou que “ele foi um incansável estudioso, tradutor, exegeta, profundo conhecedor e apaixonado divulgador da Sagrada Escritura”. Ao meditá-la, encontrou a si mesmo, o rosto de Deus e dos seus irmãos, aprimorando sua predileção pela vida comunitária.
OS LEIGOS NA FAMÍLIA PAULINA PARA A MISSÃO DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO EM TEMPO DE PANDEMIA
Caros irmãos e irmãs da Família Paulina,
na conclusão do 38ª Encontro de Governos Gerais, nos unimos a vocês para compartilhar um pouco da riqueza recebida nesses dias[1]. Devido ao distanciamento físico imposto pela pandemia em curso, pela primeira vez em 38 anos este encontro foi vivido de forma inovadora. Não só pela utilização da plataforma digital Zoom, mas sobretudo graças à numerosa e variada presença de Delegados dos Institutos agregados e de irmãos e irmãs Cooperadores Paulinos. Com efeito, a participação internacional alargou os limites desse encontro de Família, concretizando a visão do Bem-aventurado Tiago Alberione, quando nos recorda que “A nossa paróquia é o mundo”.
Compartilhamos, como links, alguns temas emersos das contribuições ouvidas. O primeiro link é viver o sofrimento, esse sofrimento coletivo infligido pela Covid-19, não apenas suportando-o mas questionando-o e deixando-se instruir como por um mestre de vida. Aprender, como discípulo, é a atitude característica de quem vive com o olhar em Jesus, Caminho, Verdade e Vida, e se relaciona com ele como o único Mestre, o belo e bom Pastor. Essa máxima, reafirmada pelo economista Stefano Zamagni, retomou a lição de vida que a pedagoga Chiara Scardicchio nos narrou. Estamos vivendo, paradoxalmente, um tempo de graça que nos oferece a oportunidade de redescobrir o que há de melhor em nós mesmos. Redescobrir a humildade como verdade, como aquele saudável “manter os pés no chão” para nos enraizar no que realmente importa. Exercitar a prudência para olhar distante com visão e parresia. E, enfim, estar atentos à arrogância de quem centraliza, perigo insidioso para os que têm responsabilidade de governo, deixando de cultivar a cultura da subsidiariedade, para caminhar cada vez mais solidários, em estilo sinodal.
Estamos todos na mesma tempestade, mas certamente não todos no mesmo barco: de fato, nem todos obtêm os mesmos resultados desta pandemia. A divisão social está aumentando perigosamente. É necessário manter desperta a consciência da interconexão social, política, econômica e humanitária. Surge assim o segundo link, entre a proposta do Prof. Stefano Zamagni e a visão delineada em linhas gerais pelo Presidente do Parlamento Europeu, Dr. David Sassoli, reiterando como a saída para esta emergência reside em procurar e assumir soluções comuns.
O terceiro link encontra-se na recomendação de não abdicar da vocação paulina da estudiosidade, como amor ao estudo e à pesquisa, como coragem para produzir pensamento de qualidade que contribua para cultivar, em nós e ao nosso redor, o novo humanismo. Assim, reafirma-se a necessidade de dedicar tempo e energia à formação cultural para preencher o que foi destacado com preocupação: a perda de mestres.
As leituras críticas apresentadas nos abrem os olhos para a pobreza desenfreada de que pouco falam os meios de comunicação, mas que traz consigo consequências humanamente nefastas: as consequências da pandemia para a vida eclesial. Se a nível institucional os gestos e as palavras do Papa Francisco e de alguns sábios Pastores continuam a ressoar como um aviso profético, a nível pastoral nas Igrejas particulares está ocorrendo uma deriva alarmante. Certamente, pelo menos nas Igrejas ocidentais do Hemisfério Norte, as torres sineiras já ruíram há tempo, mas agora, devido à pandemia, está se evaporando a consciência de ser comunidade: povo reunido em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E as consequências estão à vista de todos: na vida sacramental, no campo educativo e agregativo, na vida paroquial. É tema sobre o qual também se concentrou o teólogo Marco Ronconi, embora sob outra perspectiva. A profunda busca de espiritualidade e de sentido que ressoou várias vezes nos fez abrir os olhos a esta dissolução da consciência de ser “ecclesia”, portanto comunidade, porque o Senhor reúne na mesma casa aqueles que são animados pelo mesmo Espírito. Eis o quarto link. A nós a escolha entre deixar o tempo escapar das nossas mãos como areia seca e estéril ou como semente de vida nova (cf. Thomas Merton).
Marco Ronconi também nos apresentou uma Igreja que há de vir, através de seu olhar laico, como batizado e, portanto, como nós e conosco, parte do povo de Deus. Nessa perspectiva popular, somos convidados a enfrentar a realidade como quem aprendeu acima de tudo a amá-la e não apenas a explicá-la ou a resolvê-la. Do mesmo modo, o teólogo liturgista Andrea Grillo, com leitura agradecida, positiva, do que se passa em nossas vidas e na manifestação pública e privada da fé cristã, nos ajudou a descobrir a dimensão sacramental daquilo que vivemos. Mãos, rosto, espaço tornaram-se globalmente mensagens de proteção à saúde, mas também experiência direta para resgatar a qualidade da relação humana, com Deus, com a criação e com os outros. Se a pandemia obriga a nos distanciarmos no espaço, fazemos nosso o axioma do Papa Francisco – “O tempo é superior ao espaço” – para redescobrir no distanciamento obrigatório novas oportunidades de relacionamento, em comunhão. Este é o quinto link.
O sexto link emerso é o tema da vida adulta. Ele apareceu em todas as relações que ouvimos. Igreja, sociedade, jovens, política, cultura, espiritualidade precisam de crentes adultos, geradores, isto é, credíveis e capazes de autorizar outros a investir criativamente a herança recebida. Tal como Jesus Mestre nos ensina: quem perder a própria vida – quem não a guardar para si – por causa de mim e do Evangelho, a encontrará (cf. Mt 16,25), e terá vida plena e em abundância (cf. Jo 10,10).
A mesa redonda online – coordenada por Pe. Vito Fracchiolla, vigário geral dos Paulinos, e na qual participaram cinco Cooperadores Paulinos de diferentes Países: Christin Jezak (Estados Unidos), Rosane Manfro (Brasil), Lourdes Pechuela (Filipinas), Antonietta Rago (Itália) e Mireille Yav Manyong (R.D. Congo) – foi uma oportunidade muito eficaz para o diálogo e a escuta recíproca. Com responsável sentido de pertença à Família, solicitaram que se dê continuidade aos encontros para se conhecerem, se formarem e para participar na missão com projetos concretos.
Estamos conscientes de que a Família Paulina, presença eclesial formada por batizados que vivem a comum vocação cristã em diferentes estados de vida – laical, religiosa e ministerial ordenada – é desafiada a responder às novas questões que vão surgindo. É necessário ativar um corajoso processo hermenêutico para a atualização de um carisma particular em obediência ao Espírito de Deus e às questões dos homens e mulheres de hoje. A nós a tarefa de fazer bem as perguntas e de interceptar, sem muitos filtros interpretativos, as vozes de quem em toda parte busca a vida e a salvação, mesmo sem saber.
Somos gratos ao Senhor pelo que ele nos concedeu viver nesses dias e pela presença rica e significativa de todos. Agradecemos aos secretários gerais que prepararam o evento e a todos aqueles que o conduziram com calor humano, cortesia e profissionalismo.
Saudamos vocês com afeto, em Jesus Mestre.
Roma, 11 janeiro 2021
PARTICIPANTES DO XXXVIII ENCONTRO DE GOVERNOS GERAIS DA FAMÍLIA PAULINA
_________________________ [1] As conferências estarão disponíveis no site www.alberione.org
Veja outras informações sobre este assunto neste link:
A Madre Geral Ir Micaela Monetti e seu conselho comunicou nesta terça-feira, dia 15 de dezembro, as novas Conselheiras provinciais nomeadas, segundo a norma do artigo 112 da Regra de Vida, que colaborarão no serviço de governo para o triênio 2020-2023.
Em ordem alfabética pelo sobrenome são: GALVAN IR. VERA MARIA LUBIANA IR. M. TEREZINHA SILVA DE OLIVEIRA IR. M. KELLY SILVA TONON IR. M. LUCIANA.
Dentre estas, uma será escolhida para estar ao lado da Superiora provincial na qualidade de vigária. A nomeação da Secretária provincial é da competência da Superiora provincial, com o consenso de seu Conselho (RV art.113). A Superiora provincial, com o consenso de seu Conselho, apresentará à superiora geral a proposta da Ecônoma provincial, que, em diálogo e atenção às necessidades da Província, receberá a nomeação para este serviço administrativo (RV art.114).
A Ir. Micaela Monetti, em carta protocolar, manifestou a sua gratidão a todas: às irmãs que colaboraram diretamente no precedente mandato de governo e àquelas que deram agora sua disponibilidade ao serviço na comunhão.
Ela também agradeceu a todas as irmãs que se adaptaram à nova modalidade de consultação imposta pelo problema de saúde pública. Fez-se necessário fazer todo o processo via meios eletrônicos, já que as viagens do Conselho Geral tiveram que ser canceladas.
No dia 26 de novembro, data que toda a Família Paulina recorda a morte do Bem-Aventurado Padre Tiago Alberione, será a abertura para o Ano Bíblico. Para este dia, a ir. Penha Carpanedo, pddm, preparou alguns roteiros para as celebrações deste dia.
Abaixo disponibilizamos os textos para as Laudes, em word e pdf, para o dia 26 de novembro com o audio das partes que podem ser cantada.
Para a Missa, a Paróquia Santo Inácio poderá receber aproximadamente 200 pessoas na celebração de Pe. Tiago Alberione, às 18h. Na ocasião, se fará a menção a abertura do ano Bíblico.
Vamos celebrar e fazer com que a Palavra de Deus seja anunciada e vivida por todos aqueles que a conhecem.
No próximo dia 26 de novembro, será a abertura do Ano Biblico para a Família Paulina. Foi lançado nesta semana o hino para marcar este ano. Foi composto pela Irmã Eunice Grespan, pastorinha. Abaixo o pdf com a letra e o áudio do hino:
Este ano é também tempo de eleição nas Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre do Brasil. Em uma modalidade adaptada pela situação imposta pela Pandemia do Corona Vírus, a Ir. Marilez Furlanetto foi reeleita provincial para o triênio de 2021 a 2023.
Segundo protocolo de nomeação da Madre Geral, Ir. Micaela Monetti assim se expressa:
Neste tempo caracterizado pela pandemia em curso, que torna mais complexa e difícil qualquer organização, a Palavra de Deus nos ilumina com clareza e nos convida a deixar-nos envolver com generosidade e criatividade para que o Pão da Vida seja partido para todos. Solidárias e participantes da fragilidade e da emergência humanitária em que estamos imersas, escutamos de modo novo as palavras de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”. Madre Escolástica Rivata em 1932 escreveu: “Creio que cabe a nós, com a nossa vocação religiosa e pastoral, repartir o pão da palavra de Deus, do Evangelho, para todas estas pobres almas! Por isso, devemos dar muita importância à nossa vocação e rezar ao Divino Mestre para que nos conceda as virtudes e as graças religiosas e pastorais. (…) Sobretudo, muita oração, silêncio, vida interior de recolhimento, além de caridade e zelo pelas almas colocando, como Jesus, a nossa vida em favor delas. Devem, pois, ser pastorais as nossas cruzes e contrariedades, porque quando maior é o bem a ser feito, mais é contestado. Adorem, amem sempre as disposições de Deus, sejam quais forem, e agradeçam a ele sempre e em tudo, e a cada momento”. Segue agora a consultação para a nomeação das quatro Conselheiras, segundo as indicações da Regra de Vida. Procurai entre vós irmãs de comunhão e de visão, não perfeitas, mas felizes de serem discípulas de Jesus. Irmãs disponíveis a caminhar junto e a colaborar na animação espiritual das diversas áreas da formação e da missão. Agradeço Ir. Marilez que se dispõe a continuar o serviço de governo bem consciente do que comporta, porque para viver isto, na comunidade cristã, é preciso assumir um poder crucificado, a exemplo de Jesus Mestre. Desejo que possais continuar o caminho de discipulado com um estilo renovado pelo Espírito de Deus que faz novas todas as coisas, no espírito das bem-aventuranças evangélicas. Vivamos com confiança, formadas pelo apóstolo Paulo, porque, em qualquer tribulação, somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou (Rm 8, 37).
Agradecemos a Ir. Marilez pelo seu generoso sim e confiamos no Espírito Santo para que conduza a nossa província na escolha agora das quatro conselheiras que integrarão o governo provincial juntamente com a ir. Marilez.
Nós Pias Discípulas do Divino Mestre temos a alegria de festejar com as nossas irmãs Lourdes Tonon e Irene Brunetta 50 anos de vida religiosa.
Ir. Lourdes Tonon atualmente mora na comunidade de Brasília, DF. Ela nos escreve:
50 Anos: Jubileu de Ouro! No dia 23 de setembro 2020, completei 50 anos de dedicação e sim constante ao Mestre Jesus. É um tempo de louvor, tempo de dar gracas, tempo de júbilo e alegria pela fidelidade de Deus para comigo. Também um tempo de avaliação e de pedido de perdão pelas incorrespondências ao projeto dele sobre mim. Que ele me conserve fiel e feliz na missao de amar e servir, na certeza de que havendo iniciado em mim sua boa obra a levará a um bom final. Senhor, envia novos operários para tua messe. Amem.
Ir. Irene Brunetta mora na comunidade de Olinda/Recife, PE. Ela atualmente cumpre a desafiante missão de coordenar a loja Apostolado Litúrgico, em Recife, PE.
Às nossas duas irmãs, pedimos a Deus a constante presença na vida delas. Para que Ele leve a bom termo tudo que começou em cada uma delas!
A Associação Solidária Amigos de Betânia (ASAB) está com uma exposição na Rua Uruguaiana, 39B, Rio de Janeiro, RJ. É um bazar beneficiente. Nele está a exposição de móveis customizados e objetos para decoração feitos pelos internos do projeto sob a orientação dos professores do projeto.
Em janeiro de 2020, na sede da ASAB houve um incêndio e eles perderam o espaço que tinham. Agora estão trabalhando para reconstrução do espaço. Esta exposição faz parte deste projeto de arrecadação de fundos para adequação do espaço novamente para os atendimentos aos moradores em situação de rua.
A Comunidade Betânia tem como público alvo a população de Rua adulta, gênero masculino, com idade de 18 à 59 anos, em situação de risco e vulnerabilidade, enquadrando-se assim, no serviço de alta complexidade e vulnerabilidade social agravado ou não pela dependência de álcool e/ou outras drogas. Assim, a comunidade trabalha no resgate de valores essenciais, tais como: autonomia, saúde integral, respeito e direito à vida, resgate da autoestima, exercício de direitos e cidadania, prática da fraternidade e justiça, igualdade de direitos e solidariedade.
O Apostolado Litúrgico cedeu o espaço onde haverá a venda destes objetos. Era o espaço da antiga loja. É a arte que reconstrõe a vida destes nossos irmãos da Comunidade Betânia, no Rio de Janeiro.
A partir do dia 04 de novembro de 2020, haverá o atendimento ao público de 09h às 17hs, durante a semana, e sábado de 09h às 12h. Serão aceitos como forma de pagamento cartões de crédito, débito e espécie.
Meditação do Pe. Alberione aos Clérigos Paulinos no Ano Santo de 1933
Tendo chegado ao terceiro dia dos Exercícios é muito útil ver se nós já os começamos, e isso significa: ver se entramos apenas no horário dos Exercícios – e isso seria fácil – mas no espírito. Os Exercícios espirituais exigem, sobretudo, o exame de consciência: tanto mais na primeira parte na qual devemos conhecer a nós mesmos, para ver aquilo que na nossa vida necessita ser reformado. Têm por fim, os Exercícios espirituais, aquilo que Santo Inácio pôs no título do seu preciosíssimo livro: “Exercícios espirituais para vencer a si mesmo e para pôr ordem na própria vida, sem tomar decisões em base a alguma propensão que seja desordenada”. São Exercícios, isto é, são um conjunto de obras espirituais: exercícios de meditação, exercícios de oração exercícios de virtude: um conjunto de práticas disposta de modo que o homem possa vencer-se a si mesmo e, para o futuro, reordenar, reorganizar a sua vida sem miras humanas, mas somente tendo em vista a vontade divina, com o olhar da eternidade, do Paraíso. E nós já chegamos a isso:
“Vencer-se a si mesmo”? “Pôr ordem na própria vida”? Os Exercícios não se conhecem pela fidelidade ao horário, ainda que seja necessária, mas pela profundidade dos exames de consciência. Façamos, portanto, isso. Esta manhã vamos tratar um argumento que já temos considerado e sobre o qual já falamos outras vezes: A Sagrada Escritura. Ontem também já consideramos que o religioso, entre outras ajudas, tem a da Bíblia, a qual é luz para todos, mas especialmente é luz para os religiosos. Porque se Deus confiou à pobre humanidade um “pão” e uma “lâmpada”, o Pão Eucarístico e a Lâmpada Evangélica, “lâmpada ardente”, isto o fez especialmente para os religiosos.
1. O que é a Sagrada Escritura
Materialmente sabemos que ela é o Livro por excelência, que se compõe de setenta e dois livros, que seriam mais propriamente os capítulos de um mesmo livro, pois muitas vezes os livros sucessivo começam com “e”, quase como coligação: porque o autor, Deus, tendo terminado de escrever um capítulo, chamando, por assim dizer, outro amanuense, que é o escritor sacro, faz que escreva outro capítulo, como São Paulo que ditava sua carta ao primeiro escritor que se achava com ele, e, dependendo do lugar em que se encontrava, daí despachava suas cartas. Assim é a Sagrada Escritura.
A Escritura bem entendida é o livro divino, autor do qual é o Senhor, o qual endereçou esse livro aos homens tornando-se companheiro deles. E antes mandou que fosse guardado entre as coisas mais sagradas, com os pães da proposição, isto é, com o símbolo da Eucaristia, na Arca Santa. Mandou depois a Igreja guardá-lo, interpretá-lo e propô-lo ao povo. Então é Deus que o fez, é Deus que o guarda, e é o Espírito Santo que dá a luz e a força para interpretá-lo com sabedoria, do modo certo, como ele deve ser entendido. Os homens são instrumentos. Deus é o grande Autor.
Ademais o que é a Sagrada Escritura para nós? Para nós é a fonte de tudo. O que quer dizer? Para nós é a fonte da Teologia dogmática, para nós é a fonte da Teologia moral, para nós é a fonte da Teologia ascética, para nós é a fonte da Teologia pastoral, para nós é a fonte da Teologia mística.
É a alma, é o espírito, é a autoridade, é a prática, é tudo nesses campos. Portanto, para nós não é um livro estranho, mas um livro que tem uma extrema, necessária, essencial conexão com o nosso estudo, aliás, forma a substância verdadeira da nossa ciência, a substância verdadeira do nosso estudo. Na prática, portanto, não podemos ter, em realidade, nenhuma ciência que não seja justa. A Bíblia é a ciência que Deus deu ao homem, escrita por Deus para nós: é a sua mente, o seu coração. E para o religioso o que é a Sagrada Escritura? Para o religioso a Sagrada Escritura é o livro de maior luz e de maior força […].
O Vigário de Jesus Cristo, a quem é dada uma sabedoria e dons extraordinários, é diretamente iluminado pelo Espírito Santo, também para iluminar e guiar os religiosos…
O Papa e a Escritura são luzes do religioso, as luzes propriamente ditas. E o Papa pega da Escritura e os religiosos devem ler a Escritura.
A Bíblia é o grande livro do religioso. Diríamos que é o livro de todos: sim, é o livro de todos. Mas se aos seculares, aos bons cristãos pode-se fazer um extrato das máximas lá contidas, o religioso deve assumi-la inteira, para que possa receber todo o espírito de Deus. Somente a Bíblia pode elevar o religioso à sua verdadeira altura, iluminá-lo no caminho especial que ele deve seguir para chegar à perfeição; e, na Bíblia, especialmente o Novo Testamento. E não basta: a Bíblia é para o religioso força. Quando alguém estiver desanimado [escolha] a leitura da Bíblia. Vós, à medida que fordes caminhando, tereis sempre necessidade de direção espiritual, e tomarão consciência disso; mas a direção espiritual não pode ser sempre a respeito dos mesmos pontos: não se pode chegar ao quarto ano de teologia e ainda ter que dizer: “Quando tiveres tentações, dize uma jaculatória”. Esse é um costume que já deve ter sido adquirido. Como no quarto ano primário temos certas matérias que não temos mais em teologia – isso é claro -, assim o religioso faz um curso teológico e precisa de ajudas que não pode encontrar senão na Sagrada Escritura. É, portanto, importantíssimo que o religioso diga: “Este é o meu livro”.
Por isso os religiosos dos primeiros tempos, os religiosos de verdadeiro espírito tinham todos grande tendência à Bíblia, à Sagrada Escritura. E no deserto os antigos Padres, e os Basilianos e os filhos de Santo Agostinho, e os seguidores de São Bento, e os discípulos de São Francisco de Assis… todos têm grande tendência, uma grande preferência a esse livro, que forma os heróis: porque dá uma mentalidade que é divina; dá uma virtude que é divina; dá um espírito, uma vida que é divina. Se vós não ledes Jesus Cristo, isto é seu Evangelho, e o grande Teólogo do Novo Estamento, São Paulo, que organizou os ensinamentos dispersos e dados quase ocasionalmente pelo Divino Mestre, o que podemos dizer? …Lendo um Santo secular, tendes um secular; mas vós tendes Jesus Cristo para imitar, Deus; e há certas virtudes que não se encontram senão em Jesus Cristo, em Deus, e elas são as virtudes religiosas: daquele que deve deixar tudo, daquele que deve submeter sua vontade, daquele que deve viver uma vida nova. Por consequência o vosso livro é a Sagrada Escritura. Quanto, portanto, nós deveríamos empregar de amor à Sagrada Escritura!
2. A Bíblia e o Apostolado
Passemos a considerar algo sobre a Bíblia e nós, isto é o Apostolado. A Bíblia, naquilo que se refere ao Apostolado, como já consideramos, é novamente a luz, o caminho e a vida. É a luz, porque todas as verdades as obtemos de lá… É o caminho, porque o que quereis praticar, o que quereis viver a não ser aquilo que Deus dá e no modo que Deus dá? Como quereis ter raciocínios que persuadem?
Santo Agostinho diz que raciocínios dos filósofos e humanos não persuadem. E São Paulo: “A minha palavra e a minha mensagem não se basearam em discursos persuasivos de sabedoria, mas sobre a manifestação do Espírito e da sua potência” (1Cor 2,4): e isso é a Bíblia. O nosso religioso com a leitura da Bíblia eleva-se a Deus: ele é o homem que se torna Deus11. O religioso que pega a Bíblia e a medita e depois a explica, é Deus que desce até ao homem para instruí-lo. E leva a lâmpada que é Deus, e leva o método que é divino, e leva a vida que é sobrenatural, presente nas páginas sempre vivas e têm a fragrância de todo perfume spiritual da Bíblia.
Portanto a Bíblia é tudo para o nosso Apostolado: luz, caminho ou método, e vitalidade. Não fiquem cavilando ou persuadindo, mas dizei simplesmente: “Ipse dixit”: isso disse Jesus, isso foi Deus que disse. E quem achais que vos ataque quando foi Deus que disse, quando repetis a palavra de Deus? A quem atacarão, a Deus? Nós somos a sua voz, nós somos os seus repetidores, nós somos os seus tipógrafos, nós somos seus mensageiros, seus agentes postais que entregam sua carta aos homens. O embaixador não merece castigo: ele tem a autoridade e a em virtude daquele que o mandou, isto é, por Deus e de Deus.
Bendito seja o Senhor, porque não devemos procurar argumentos subtilíssimos, sofismas humanos, requintes da eloquência profana, artifícios da retórica… Nós devemos dizer: “o Senhor disse” e é claro, e basta que repitamos a sua palavra.
Deus fez o coração humano e depois lhe deu sua palavra. Jesus via como é feito o coração do homem e adaptava sempre a palavra ao coração. Jesus via as necessidades dos homens, e dizia aquilo que aos homens convém. É como dizer: se um indivíduo fez a cabeça de um homem, fará para ele também o chapéu, ou melhor, modelará o chapéu à cabeça que já fez. Deus modela suas palavras ao coração do homem: porque quando se refere a palavra de Deus, chega-se logo ao coração e os livros que reproduzem a palavra de Deus, como são a Imitação de Jesus Cristo , os Exercícios Espirituais de Santo Inácio, os escritos de São Bernardo, de São Gregório Magno, etc., são lidos logo com avidez e cada pessoa sente como um instinto lá dentro. De consequência, eis o vosso livro.
3. Na vida prática
Venhamos à prática. a) Primeiro pensamento: reparação. Reparemos se tivermos perdido nas classes primária ou ginasiais ou superiores tempos, minutos a leituras demasiado humanas, desconsiderando a palavra de Deus. Quando se começou a leitura do livro de Pellico, um menino disse: “Desde quando o senhor não lê mais aquele péssimo livrão…” Eis! A Escritura foi jogada fora como um péssimo livro, viram!?
Quantas vezes também por nós foi deixada de lado! O Pellico sentiu-se ferido e obrigado a reparar, ainda que naqueles momentos seu coração estivesse tomado por uma crise. Reparemos! E reparamos com dor, peçamos perdão. Examinai-vos também a respeito disso: chegareis a ser de verdade apóstolos da Imprensa e a lerdes bem a Bíblia. Reparemos! Reparemos com jaculatórias, com Comunhões, mas especialmente com o colocá-la, a Bíblia, em primeiro lugar, e, depois, lê-la todos os dias e adquirir o método para lê-la, como diremos daqui a pouco. Lê-la na visita. Que a Bíblia se torne o vosso livro. São Filipe Benizi dizia: “O Crucifixo: eis o meu livro”.
Vós dizei: “A Bíblia: eis o meu livro”.
b) Segundo: Ler a Bíblia com método. Qual método? Um dos três métodos: mas como vós já estais no Curso de Filosofia ou já o superaram, deixemos o método popular, que seria ler os livros históricos do Novo Testamento e depois os livros proféticos, e por último os livros sapienciais e morais: venhamos ao método vosso. Começai do Gênesis e chegai ao Apocalipse, na ordem que deu o Concílio de Trento: para vós é mais útil. Fazei, portanto, um bom plano, para ler a Bíblia: calculai bem, depois dividi pelo tempo que quereis empregar para lê-la… e, depois, à frente, com método, o vosso método, que é o de ver o desenvolver-se da Revelação: e, portanto, começai do Gênesis e vinde avante. Há entre vós alguns que têm muita memória, e até poderiam estudá-la; mas não fazei grandes propósitos! Dado que já haveis estudado muito da Bíblia, fixai aquelas partes que já haveis estudado. Alguns aprendem até as canções dos melros e não quereis aprender a voz de Deus? E quem és tu que não conheces a voz de teu pai, e que conheces o canto dos melros e sabes imitar a voz do rouxinol? Já vos examinastes alguma vez a esse respeito? Durante os exames dos Exercícios podeis fazê-lo. Adotai um bom método, uma boa divisão.
c) Depois, continuando a prática, imprimi-la e difundi-la. Imprimi-la bem: quando há de verdade devoção à Sagrada Escritura, compõe-se bem, corrige bem, imprime bem, faz-se bem a brochura. O amor não é feito de sentimentalidade; o amor é feito de prática, de obras. Por consequência: procurai fazer tudo isso bem. Outro ponto: difundi-la. Sei que já se fez muito nesse ponto, e sei que se faz: isso está bem. Façamos de modo que a difusão seja sempre mais abundante e mais sapiente: não insisto tanto em encorajar, mas em fazer com amor e atenção.
Conclusão
E o que devemos dizer como conclusão? Como conclusão lembramos que quando o Anjo apareceu a Maria e a encontrou lá, recolhida, estava lendo a Escritura, pensava na Escritura. É belo para nós representar-nos Santa Ana que de fato ensinava a Maria a ler a Escritura. Gostamos de representar-nos Nossa Senhora que ensinava o menino Jesus a ler a Sagrada Escritura. Jesus sabia tudo porque é a Sabedoria de Deus, aquilo que a Sabedoria de Deus havia escrito na Bíblia; mas ele tornou-se semelhante a nós, porque, ainda que não tivesse nenhuma necessidade de estudar, ele queria crescer em sabedoria, idade e graça, e, portanto, tornou-se mestre de si mesmo: e de onde aprendeu sua ciência? Imitemos, portanto, Deus, leiamos seu livro. “Eu sou de Pedro, eu sou de Paulo, eu sou de Apolo…”. Vós sejais todos de Deus! Não somente de Manzoni, de Dante, de Tasso… Há diversos Padres dos quais se lê que tinham meditado muito a Escritura, de tal modo que seus discursos, suas pregações, seus escritos pareciam um entrelaçar-se continuado de textos bíblicos, muito bem escolhidos: porquê? Porque na Escritura está contido tudo aquilo que devemos escrever e dizer aos outros, e porque assim fazendo temse muito mais força. A sabedoria da Sagrada Escritura é infinita: não se resume em poucas coisas, mas é a Sabedoria divina. De consequência dela se obtém muito maior fruto espiritual.
Tenho a confiança não só que vós confirmeis o propósito que já tendes, ou melhor a prática que tendes, há tempo, de ler a Escritura, mas tenho a confiança de que continueis a melhorá-la sempre, sempre com mais espírito. Se alguém precisa ainda reorganizar melhor a matéria, que o faça: os Exercícios são um reordenamento da vida, e também das leituras, parte importante dos estudos. Evitai de fazer o exame de consciência somente sobre o espírito. É necessário que seja feito sobre a inteira vida religiosa, e, isto é, sobre o espírito, sobre os estudos, sobre o apostolado, sobre a pobreza: seja completo. E reorganizar toda a vida: enfrentai as coisas penosas, que não ousais enfrentar durante o ano. “Aquela matéria ali sempre foi difícil para mim…”. Façamos o propósito, rezemos, enfrentemos com generosidade: a quem for generoso, Deus dará abundantemente. Seja louvado Jesus Cristo.
(GIACOMO ALBERIONE, La Sacra Scrittura e il religioso, in Si vis perfectus esse, ed. Viviamo in Cristo Gesù, Opera Omnia, Ed. San Paolo, 2008, pp. 69-78.)
Além dos “anos” promovidos por toda a Igreja, como os Anos Santos, os Jubileus, Ano da Fé, Ano Mariano, Padre Tiago Alberione, por sua vez, promoveu a celebração de especiais “semanas”, como a “Semana do Evangelho” ou do Divino Mestre, e de vários “anos” próprios da Família Paulina. Assim, 1919 foi declarado como “Ano Vocacional” da “Casa” e 1920, “Ano da Consolidação”. Não se pode, aliás, esquecer que a apresentação de uma trilogia da espiritualidade paulina à Igreja teve início com o livro do Côn. Francisco Chiesa, “Gesù Cristo Re” (que está por “Eu sou o Caminho”), fruto do Ano Santo de 1925.
Entre os itinerários anuais especiais promovidos por Padre Alberione estão, por exemplo, o Ano Quadragenário da Fundação (1954), o Ano a Jesus Mestre, 1955, o Ano a São Paulo (1957-1958), e o Ano Bíblico de 1960-1961. Nem podem ser esquecidas as incontáveis “Semanas do Evangelho” ou Festas do Divino Mestre, verdadeiras missões populares, celebradas nas Paróquias.
É preciso notar que essas propostas do Pe. Alberione eram sempre vistas não como eventos isolados, mas como parte de todo um itinerário de vida e de evangelização. Percorrendo os ensinamentos do Pe. Alberione, são inúmeras as vezes que trata sobre o ano litúrgico, o ano eclesiástico, o ano catequético, o ano espiritual.
Aquilo que é preciso ressaltar é que para ele tudo devia levar a uma síntese vital, pessoal e comunitária. Propor o tema para a celebração de um ano inteiro significava propor um itinerário unitário de vivência do discipulado, desde o anúncio (querigma) à missão. E para isso, segundo ele, ocorre uma proposta onde há “um catecismo cheio de Evangelho e de Liturgia; um Evangelho cheio de notas catequéticas e litúrgicas; uma Liturgia (por ex. o Missalzinho) cheia de Evangelho e Catecismo”.
Assim, para o presente Ano Bíblico continua de plena atualidade o quadro que Pe. Alberione traçou para o ano de 1960:
“Quando se lê A Sagrada Bíblia é necessário ter presente quatro coisas: 1) A Sagrada Bíblia apresenta-nos as Verdade que o Senhor quis revelar aos homens. 2) A Sagrada Bíblia apresenta-nos a Moral, isto é, a Lei, os mandamentos, as virtudes, os conselhos evangélicos e tudo aquilo que constitui a sabedoria e a ciência dos Santos. 3) A Sagrada Bíblia apresenta-nos aquilo que é o culto, a liturgia do antigo e novo Testamento. 4) A Sagrada Bíblia, enfim, apresenta-nos o modelo, o modo com o qual realizar o ministério. Ela é o grande livro do Sacerdote e do Apóstolo.
Quatro intenções, portanto, devem guiar-nos na leitura da Sagrada Bíblia: a) Encontrar as Verdades que o Senhor nos revelou, as coisas às quais crer e ensinar para que: ‘Quem crer será salvo’. b) Aprender a moral, isto é, as coisas a serem feitas, os vícios a serem evitados, as virtudes para praticar, a estrada que devemos seguir para chegar mais seguramente ao nosso fim. c) Obter do Sagrado Texto a Liturgia, isto é, o culto que devemos dar a Deus: culto interno e culto externo, culto privado e público, a oração individual e social. d) Aprender do Sagrado Texto, enfim, qual é a nossa missão, o modo, o espírito com o qual realizar o nosso ministério, e assim corresponder plenamente aos desígnios que Deus tem sobre nós.
Quem começa a amar a Bíblia logo passa a difundi-la. Quem ama a leitura da Bíblia torna-se iluminado, útil às pessoas. Quem sabe na leitura da Bíblia comunicar-se bem com Deus, torna-se sempre mais o homo Dei [a pessoa de Deus].
E então quando ele fala, a sua palavra tem a autoridade de Deus ‘como se pronunciasse palavra de Deus’ (1Pd 4,11), e quando age é como o justo que o Senhor ‘guiou por caminhos retos e mostrou-lhe o reino de Deus’ (Sb 10,10).
Estamos no Ano Bíblico. Mas se queremos que o Sagrado Texto entre em todas as famílias e seja amado e entendido, pode-se usar muitos meios, mas o primeiro meio é ler, meditar e amar a Bíblia.
Essa é a oração vital que vai nos obter a graça de comunicar o Verbum Dei”9.
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Padre Alberione não promovia eventos puramente comemorativos. Por isso, ao propor eventos, jornadas, meses, anos, seu intuito era promover a vivência e a missão evangelizadora, envolvendo as pessoas e as comunidades da inteira Família Paulina, cada qual segundo a especial expressão do carisma.
Para favorecer a reflexão em vista da elaboração de um projeto pessoal ou comunitário para o Ano Bíblico, proponho a seguir uma meditação do Pe. Alberione, feita aos Clérigos Paulinos, durante o Ano Santo ou Jubileu de 1933! Não obstante seus 87 anos, poderá servir de base, talvez, para um ou mais momentos de reflexão ou celebração.