26-11-2019 | A Família Paulina presente nas comunidades de São Paulo juntamente com a comunidade paroquial de Santo Inácio de Loyola celebraram a Eucaristia presidida pelo Pe. Antônio Lúcio e concelebrada pelos padres paulinos.
Nesta celebração do 48º Aniversário da Páscoa do Bem-aventurado Alberione, foi recordado a sua vida: o testemunho da missão carismática e valores vivenciados por ele como: a experiência de oração diária, a meditação, a contemplação, o silêncio, o carisma apostólico, amor à Palavra de Deus e seu anúncio.
Na homilia Padre Antonio Lúcio recordou as palavras do Papa Paulo IV ditas no dia 28 de Junho de 1969 durante sua visita ao bem-aventurado Pe. Tiago Alberione: “Ei-lo humilde, silencioso, incansável, recolhido nos seus pensamentos, que passam da oração à obra, sempre atento a perscrutar os sinais dos tempos”. Lembrou também as palavras ditas pelo próprio Pe. Tiago Aberione, dois anos mais tarde, no dia 26 de Novembro de 1971, deixadas como testamento espiritual aos seus filhos e filhas: “Morro… rezo por todos, Paraíso”. Estas palavras são incentivo e sinais de esperança para todos da Família Paulina, desejosos de fazer reverberar o carisma proposto à Igreja.
No final da celebração foi lida a Carta do Superior Geral Padre Valdir de Castro que recordou os 100 anos da oração do Segredo de Êxito e a sua importância na construção da espiritualidade e missão na obra deixada pelo Bem-Aventurado Alberione.
Após a celebração membros da Família paulina visitaram a exposição: “O silêncio do comunicador – A vida de Padre Alberione contada em fotografias”. Esta exposição foi organizada pela Equipe de Pastoral da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).
Tiago Alberione nasceu a 4 de abril de 1884, em São Lourenço de Fossano, Itália. Era o quinto filho de Miguel Alberione e Teresa Alloco. Porque nascera muito fraco e seus pais temiam perdê-lo em pouco tempo, o pequeno Tiago foi batizado pelo padre João Ferrero no dia seguinte a seu nascimento, na igreja de São Lourenço.
Quando o menino recobrou as forças, sua mãe, então com 34 anos, o levou ao Santuário das Flores para consagrá-lo à Virgem Maria. Um ano depois, por causa de problemas financeiros, toda a família de Miguel Alberione mudou-se para uma colônia agrícola perto de Monte Capriolo, no município de Cherasco.
No campo, trabalhava desde o amanhecer até à noite, aproveitando o máximo possível a luz do sol ou da lua cheia. Tiago tinha que trabalhar à noite e, tomado pelo sono, balançava o lampião para todos os lados, deixando os trabalhadores no escuro; a mãe tinha que repetir: “Tiago, a luz!” Nessa frase estava oculto um grande projeto de Deus: Tiago deveria, por toda a vida, irradiar luz.
Em Cherasco, Alberione frequentou a escola primária de 1890 a 1895. Nos três primeiros anos, teve como professora Rosina Cardona, “mulher muito piedosa, verdadeira Rosa de Deus, delicadíssima no cumprimento de seus deveres”. Como Tiago sempre a recordará com estima e gratidão, foi a essa professora que ele disse, iluminado: “Vou ser padre!”
Em 1896-1897, feito o exame de admissão, ingressou no seminário menor de Brá, diocese de Turim, onde completou o ginásio. No seminário, cultivou a devoção, eucarística e mariana. No entanto, os anos transcorridos no seminário de Brá conheceram também uma queda nos estudos e no comportamento de Tiago, tanto que chegou a ser mandado de volta para casa a 7 de abril de 1900, antes de terminar o ano letivo. Demitido do seminário de Brá, Tiago voltou a Monte Capriolo para ajudar a família; mas continuava a devorar livros e a meditar inquieto sobre o futuro. Seu pároco, padre João Batista Montersino, o aconselhou a voltar ao seminário, agora em Alba, onde Tiago entrou no outono de 1900.
A noite entre 31 de dezembro de 1900 e 1° de janeiro de 1901, foi decisiva para a vida e missão do jovem Alberione, que tinha apenas 16 anos. Permaneceu por quatro horas em oração diante do Santíssimo Sacramento, solenemente exposto na Catedral de Alba. “Sentiu-se profundamente obrigado a preparar-se para fazer alguma coisa pelo Senhor e pelas pessoas do novo século”, como escreverá mais tarde. Tiago Alberione respirava ar de espiritualidade evangélica, mas também sacudido pelos angustiantes problemas sociais, econômicos e políticos.
Em 1906, quinto ano de teologia, a 14 de outubro, foi ordenado diácono, e a 29 de junho de 1907 foi ordenado presbítero, aos 23 anos de idade. A 10 de abril de 1908, terminou em Gênova o doutorado em Teologia. Nomeado vice-pároco em Narzole, encontrou pela primeira vez o jovem Timóteo Giaccardo, que se tornaria o primeiro sacerdote Paulino e que seria beatificado por João Paulo II.
Padre Alberione, após o breve período de experiência na paróquia e como diretor espiritual do Seminário de Alba, assumiu em 1913, a pedido do bispo local, a direção do jornal diocesano Gazzetta D’Alba. A nova função veio ao encontro do seu ideal: evangelizar e fazer o bem com os meios que atingissem não só as pessoas que frequentavam as igrejas, mas também as que estavam distantes.
O Senhor o guiou nesse novo empreendimento. Os mesmos meios que propagam o mal devem ser usados para difundir o bem: levar o Evangelho a todos os povos, com os meios modernos de comunicação, no espírito do Apóstolo Paulo. Obedecendo a Deus e à Igreja, dava início, em Alba, a 20 de agosto de 1914, à “Família Paulina”, com a fundação Padres e Irmãos Paulinos.
Em 1924, na festa de Santa Escolástica (10 de fevereiro) iniciou a fundação da Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre. Escolheu a Serva de Deus Madre Escolástica Rivata como a sua colaboradora em Cristo e lhe confiou a primeira comunidade de irmãs.
Padre Tiago Alberione faleceu a 26 de novembro de 1971 e foi beatificado pelo Papa João Paulo II a 27 de abril de 2003. Sua festa litúrgica celebra-se a 26 de novembro.
No último dia 21 de novembro, festa da Apresentação de Maria, as postulantes Pias Discípulas celebraram o dia dedicado a elas. Aqui no Brasil vivemos a grata experiência da unificação da formação do continente americano. Atualmente temos 4 postulantes vindas de outras nações: Amira (Argentina), Belimar (Venezuela), Odete (EUA) e Virgínia (México). Agradecemos a Deus por esta experiência enriquecedora da formação internacional aqui na nossa nação.
A celebração foi feita em duas etapas: no dia 21 de novembro, com a Celebração Eucarística da festa litúrgica da Apresentação de Maria e, no domingo, Festa de Cristo Rei, houve um delicioso almoço que contou com a presença da ir. Marilez Furlanetto, provincial do Brasil, e outras irmãs da comunidade provincial.
Agora porquê esta data para comemorar nossas postulantes?
Um dos motivos pode estar implícito ao sentido desta data para a fundação das Pias Discípulas. Segundo a ir. Micaela Moneti, superiora geral da Congregação das Pias Discípulas, em sua última circular ela recorda:
Hoje é o dia em que recordamos o germe de vida nova para a nascente Família Paulina, isto é, o dia em que Padre Alberione pôs à parte as jovens Úrsula Rivata e Matilde Gerlotto para compartilhar a inspiração do Espírito ao iniciar uma obra nova, fundamental para a missão moderna da comunicação do Evangelho a todas as pessoas com todos os meios. Hoje, como então, podemos ouvir ressoar a palavra profética: “Eis que eu faço uma coisa nova. Agora mesmo está brotando. Não percebeis?” (Is. 43,18). Hoje, como em 1923, deveríamos alegrar-nos e olhar com confiança para a vida nova que nasce e flui pela força geradora da graça, na vocação recebida. Capazes de acolher os sinais dos tempos e dos lugares grávidos de esperança porque neles percebemos o grito da humanidade sedenta de paz, de justiça e de salvação; isto é, de Deus.
“Separai Úrsula e Matilde”, para uma nova missão. Cada uma poderá ouvir pronunciar sobre si e sobre as irmãs da própria comunidade estas palavras geradoras sugeridas pelo Espírito de Deus e responder com generosidade: “Eis-me, envia-me”. “O que faremos?”. Às discípulas de Jesus Mestre, mulheres do Evangelho e da Eucaristia, ontem como hoje Padre Alberione repete: “Fareis silêncio, silêncio, silêncio”. Ou seja: “Ouvireis, ouvireis, ouvireis”. Aquela escuta que é favorecida pelo silêncio interior e profundo e que é o ambiente propício ao diálogo e à comunicação para a comunhão (cf. RV 66).
Foi neste dia, portanto, o início memorável para as Pias Discípulas do Divino Mestre. O Bem-Aventurado Tiago Alberione separou do grupo das Filhas de São Paulo, duas jovens que iriam iniciar a nova congregação inspirada pelo Espírito Santo para a Igreja.
O segundo motivo está ligado também a celebração litúrgica: Festa da Apresentação de Nossa Senhora. Esta memória mariana é de origem devocional e sua celebração eucarística remonta do século VI no Oriente e século XIV no Ocidente. Esta festa realça a primeira doação que Maria fez de si mesma, tornando-se modelo de toda pessoa que se consagra ao Senhor. Toda Pia Discípula é chamada a seguir a Maria no modelo de vida. Confiar as postulantes a ela neste dia, é pedir que, sob sua intercessão, o caminho de cada jovem torne-se igual ao dela: com Maria a Jesus.
Rezemos por cada postulante Pia Discípula e por todos aqueles e aquelas que se colocam no seguimento mais de perto de Jesus. Que sob a intercessão de Maria, possam viver e buscar participar da plenitude da graça, seguindo o exemplo dela que viveu e deu Jesus, seu Filho, ao mundo.
Nosso Senhor Jesus, Rei do Universo, é solenidade que transcorre no último domingo do tempo comum. É a derradeira celebração dominical do ano litúrgico.
A solenidade é conhecida popularmente como festa de Cristo Rei. Vem recordar o reinado que Cristo deve exercer sobre os seres humanos.
A origem da solenidade é recente. Foi instituída pelo Papa Pio XI com a Encíclica “Quas Prima”. Foi publicada no dia 11 de dezembro de 1965.
Na ocasião, Pio XI afirmou: “É costume geral e antigo chamar Cristo de Rei, diante do supremo grau que ocupa sobre todas as coisas. Diz que Ele reina sobre as inteligências e sobre as vontades dos homens. Finalmente, Cristo é reconhecido como Rei dos corações”. A primeira celebração de Cristo Rei aconteceu no dia 31 de outubro de 1926.
A solenidade era celebrada no último domingo de outubro. Com a reforma do Concílio Vaticano II (1962-1965), foi colocada no último domingo do tempo comum, concluindo o ano litúrgico.
A solenidade coroa o itinerário da vida e missão de Jesus, testemunhado o direito do Salvador ser reconhecido como legislador, chefe e juiz supremo de toda a humanidade. “Jesus Cristo é o Senhor: possui todo o poder nos céus e na terra” (Catecismo da Igreja Católica, no. 668).
A solenidade evidencia que Jesus é o centro de todo o ano litúrgico. É o ápice de toda a história da salvação.
Em seu plano de amor, o Pai constituiu e consagrou seu Filho Unigênito como sacerdote eterno e rei do universo. Por sua morte e ressurreição, Ele realizou a salvação da humanidade.
Depois da ascensão ao céu, Jesus sentou-se à direita do Pai como juiz dos povos e rei do mundo. Intercessor supremo, Jesus exerce sua missão contínua de governar as inteligências, as vontades e os corações dos seres humanos com sabedoria, benevolência e graça.
Jesus é o começo e o fim, o alfa e o ômega de toda a obra redentora. Dele provém toda a criação e para ele convergem todas as realidades naturais. Nele são recapituladas.
Em sua bondade e providência, o Pai dispôs restaurar todos os elementos do mundo em seu Filho Único, Rei do Universo. Oferecendo-se na cruz como vítima pura e pacifica, o Cristo realizou a redenção da humanidade.
Submetendo ao seu poder toda a criatura, o Filho de Deus entregará à majestade o Reino de Deus eterno e universal, caracterizado pela verdade, vida, santidade, graça, justiça, amor e paz. Jesus é o Rei que serve à humanidade, salvando-a e encaminhando para participar do desígnio do Pai.
Em sua missão real, Jesus procura promover a reconciliação do gênero humano com o Pai e no Pai. Busca congregar todas as pessoas na unidade do amor, da verdade, do bem e da justiça.
No mundo Jesus efetua a paz e a harmonia. No meio da humanidade divida em contínua discórdia, Jesus sempre sabe levar as pessoas a procurar o perdão e a amizade.
Jesus consegue reunir na sociedade nova, onde brilham a solidariedade e a mansidão, os homens e as mulheres de todas as classes nações, para a comunhão fraterna. Derruba as barreiras que separam as criaturas humanas para construir os elos duradouros da fé, da caridade e da esperança.
A solenidade convida a todos reconhecerem e honrarem Jesus como Rei do Universo. Amando-o acima de tudo, os seres humanos são convidados a conhecê-lo, segui-lo e servi-lo sempre.
Como discípulos e discípulas, os cristãos devem ter fé madura em Jesus, dando-lhe completa adesão de inteligência e de vontade. Deve se configurar paulatinamente ao Salvador, assemelhando seus corações ao coração dele.
Pe. Eugênio Antônio Bisinoto C. Ss. R.
Sacerdote e escritor
Igreja Santa Cruz – Araraquara – SP
A sociedade brasileira, marcada pela história da escravidão, avançou nesses últimos anos no processo de reconhecimento povo negro. Nota-se um avanço na tentativa de superação da desigualdade entre brancos e negros. As condições de vida começaram a melhorar, as discriminações raciais tiveram uma decaída e o negro começou a ascender na vida social, intelectual e política, em comparação ao período colonial onde esse povo não tinha nem voz nem visibilidade. Mas ao lado dessa ascensão do negro na vida social, encontra-se ainda, infelizmente, um registro de várias formas de discriminação, de racismo e de negação. Voltar a lutar pela integração igual e completa do povo negro na sociedade brasileira é celebrar a consciência negra, é celebrar o dia de Zumbi, é reconhecer e respeitar os direitos, a cultura, a identidade, e a religião desse povo.
Nas linhas a seguir, iremos analisara
vivência de um grupo de jovens soteropolitanos que luta pela sua visibilidade
identitáriano bairro de Sussuarana. Esta experiência começou com a chegada dos
missionários combonianos no bairro para desenvolver um trabalho com os
afrodescendentes. No ano 2000, criaram o
Centro de Pastoral Afro Pe.
Heitor Frisotti (CENPAH)para exercer atividades de formação identitária,
arte-educação, promoção da autoestima de grupos, coletivos e comunidades na
luta contra toda e qualquer discriminação. Tornou-se assim, um espaço em
construção de resistência, de luta, de identificação, onde jovens de ambos os
sexos podem analisar a sua situação atual de exclusão, tomar consciência disso
e buscar estratégias para marcar a sua visibilidade.Fazendo assim, eles continuam a luta iniciada pelo líder
do Quilombo dos Palmares: Zumbi dos Palmares. Para esses jovens, a grande
metamorfose começou quando em 2011 nasceu o Sarau da Onça. Trata-se duma
atividade cultural soteropolitana, tendo como objetivo despertar nos jovens
negros o desejo de buscar sua visibilidade a partir da poesia. Esses encontros
de poesias têm“como foco o acesso aos bens culturais, a ressocialização de
populações marginalizadas, buscando promover e incluir socialmente esses
sujeitos no modo como negociam e elaboram sua memória e suas identidades” (OLIVEIRA,
Esmael; OLIVEIRA, AUGUSTO,2017).Em outras palavras, os encontros de poesias
tornam-se momentos de partilha e reflexão sobre as realidades vividas de
discriminação, racismo e rejeição no dia a dia. Essas poesias de afirmação do
“ego” negro como sujeito e não objeto vãomudando o jeito de ser, de pensar, de
falar, de vestir-se desses jovens. A repetição das poesias de afirmação da pele
escura e de resistência vai reconfigurando os participantes para aceitarem o
que são realmente: Negros e Negras. A nova resistência à discriminação é a
afirmação da identidade negra como uma identidade autônoma, com seus
privilégios e direitos iguais às outras identidades.Bispo diria que “na
perspectiva da resistência cultural, essas identidades vêm sendo ressignificadas
como forma de enfrentar o preconceito e o etnocídio praticado contra povos
afro-pindorâmicos e os seus descendentes” (BISPO,2015, p. 38). Fazer memória do
Zumbi é refletir e buscar novas formas de resistência contra a marginalização e
o racismo. Para os jovens do Sarau da Onça, basta assumir a sua própria
identidade e manifestar o orgulho de ser negro ou negra.
Celebrar o dia da consciência negra volta a desenvolver
uma força estruturante que (re)constrói as identidades do povo negro de maneira
efetiva. Essas identidades “deixam de ser apenas “faladas”, ou estudadas,
para se tornarem acadêmica e juridicamente “falantes”; saem da apenas voz
passiva e incorporam a voz ativa, em articulações, intercâmbios e ações
afirmativas (OLIVEIRA, Esmael; OLIVEIRA, AUGUSTO,2017).A necessidade é buscar
um espaço onde o sujeito marginalizado pode ter voz e sair da zona de
instrumentalidade para o lugar de voz e protagonismo. Esse grupo de jovens tem
demostrado essa força transformadora da realidade, quando começou a incentivar
e criar atividades que visam à conscientização, o avivamento da identidade e a
preservação de seus valores e de sua memória histórica.
O impacto social
dessa busca de identidade no Sarau da Onça vai alargando seus limites quando o
que é aprendido nos sábados através da poesia é colocado em prática emespaços
públicos como nas faculdades, escolas e trabalhos. O sentimento de frustração
passa a ser o de orgulho, aceitação e apreciação. Usar o turbante, ter cabelo
crespo, usar vestimenta com uma imagem do continente africano torna-se um
modelo para quem frequenta o Sarau; isso, sobretudo, observa-se entre as
mulheres do grupo. Assim, pode-se dizer que “Identidades étnicas e culturais
são armas que muitos grupos minoritários podem utilizar para se defenderem
contra outros grupos mais fortes” (ALMEIDA, 2007). Vamos agora ler uma dessas
poesias para contemplar a força transformadora escondida nelas:
Negaram-me, Me manipularam o tempo todo Me dizendo que as coisas que eu gostava não prestavam Meu cabelo não prestava, minhas crenças não prestavam Que os meus reis e rainhas não existiam Me fizeram escravo Definiram um padrão e eu estava à margem dele Me negaram o direito de viver, ser livre As minhas escolhas só eram aceitas se fossem as escolhidas deles Hoje, sem o efeito do veneno que foi injetado em minha mente Vejo o quanto é importante ser mais consciente O quanto a minha presença significa uma ameaça Nunca fui aceito e por isso eu não aceito Esse papo de que somos todos iguais Pra mim sempre teve uma outra balança Na hora da abordagem dos policiais Ser crespo sempre feriu os bons costumes Por isso é mais que afirmação quando Um preto seu crespo assume É acima de tudo um ato político Mostrar que não desistimos E nunca estivemos satisfeitos com o padrão Se o Black atrapalha, sempre foi essa nossa condição E entenda que eu sou lindo e não preciso de opinião Com a minha família aprendi sobre a autoafirmação Vim para escurecer, porque tá muito claro E falar em alto e bom som Que sou descendente de reis e rainhas E não de escravos.
(Sandro Sussuarana, 2018)
Essa poesia ressalta
bem essa práxis de subversão.Pode-se
se perceber uma mudança de mentalidade que encarreta o desejo de continuar a
luta a favor da igualdade, da fraternidade, de respeito… Esse é o que
chamamos a busca da visibilidade através da construção da identidade. Para
chegar a essa construção, segundo Ferreira, foi necessário que a juventude
negra passasse por quatro estágios: estágio de submissão, de impacto, de
militância e estágio de articulação (Ferreira, 2004). Assim, o jovem que frequenta o Sarau chega
submisso e se desperta com a realidade vivida no cotidiano através das
atividades. A partir desse momento, “inicia-se um processo de intensa
metamorfose pessoal, em que ele vai, gradualmente, demolindo velhas
perspectivas e, ao mesmo tempo, passa a desenvolver uma nova estrutura pessoal referenciada
em valores etno-raciais de matrizes africanas” (Ferreira, 2004). Essa nova
estrutura pessoal é a forma mais eficaz de resistir hoje, pois leva a reclamar
seus direitos e a lutar pela total igualdade.
Em
resumo, pode-se dizer que celebrar o dia de Zumbi é parar de tachar os negros
como pessoas “inferiores, religiosamente tidas como sem almas, intelectualmente
tidas como menos capazes, esteticamente tidas como feias, sexualmente tidas
como objeto de prazer, socialmente tidas como sem costumes e culturalmente
tidas como selvagens”. (Bispo dos Santos Antônio, 2015). Infelizmente, como no
passado, a população negra no Brasil continua sendo considerada assim e só uma
mudança de mentalidade promoverá a igualdade. Isto é celebrar o dia da
consciência negra, entrar no processo de uma “metanoia” individual e coletiva,
transformar nosso olhar sobre a população negra no Brasil.
Padre Bernardino Mossi K. Anoumou, missionário comboniano. Ele é encarregado da pastoral afro na província. Mora e trabalha em Salvador.
A condição da finitude humana causa em nós, no mínimo um desconforto. Essa situação abre alguns precedentes, inclusive para especulações e propostas. O Cristianismo sempre olhou para essa realidade com muita esperança, por isso celebramos o dia de nossos irmãos já falecidos como uma verdadeira comunhão de santos. Por herança no sangue de Cristo todos participam da salvação que Ele nos mereceu formando um só corpo, quer nesta vida (pelo testemunho), quer na esperança da vida Eterna (pela graça).
Em diversos momentos a
Palavra de Deus nos atesta essa realidade. Apenas um exemplo: “Desde já somos filhos de Deus, mas nem
sequer se manifestou o que seremos!” (1Jo 3,2). Não seria novidade se
alguém nos dissesse que há uma grande tribulação
em curso e que nos afeta direta ou indiretamente. Quantasvezes nos sentimos
tomados por um sentimento de temor perante o futuro, ou atemorizados diante de
acontecimentos do dia a dia. Porém, quando nos deparamos com o amor extremado
de Deus para com a humanidade a qual pertencemos, nos fica evidente que “Deus amou de tal modo o mundo que entregou o
seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida
eterna” (Jo 3,16). O fato de pedirmos o auxilio de Deus nas provações não é
novidade nem O desagrada. O Senhor ouviu o clamor do seu povo (cfEx 3, 7-8), e
esteve presente libertando-os das amarras da escravidão e concedendo-lhes novos
horizontes em vista da vida nova, nesta vida e na outra. O Antigo testamento
nos apresenta um Deus ciumento (cfEx 20,5) pedindo fidelidade a esse amor sob
pena de aquele que não fosse capaz testemunhá-Lo na inteira fidelidade,
experimentasse imediatamente a Sua ira. Tal pensamento evoluiu. O profeta
Oséias propõe uma sincera conversão ao Senhor “Pois eu quero amor e não sacrifícios, conhecimento de Deus mais do que
holocaustos”. A mesma referência encontramos na citação de São Mateus “Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”
(Mt 9,13). Portanto, por uma sinceridade de coração diantedaquelas situações
muito humanas pelas quais passamos, nossas indiferenças e até incoerências na
presençada salvação que o Cristo nos mereceu, por uma entrega filial e
reconhecedora de quem agradece e confia no gesto salvador do Cristo Senhor, nos
fará participar dos méritos que Ele próprio nos mereceu.
Temos no céu grandes
intercessores. Assim, celebremos a memória daqueles que passaram pelas nossas
vidas e humanamente nos amaram tanto, já estão nos braços do Pai, diante de Sua
divina e infinita misericórdia, não com uma atitude de desesperança ou de
inconformismo, mas com um redobrado ardor pela vida, como alguém que confia,
acredita, luta pela instauração da justiça nessa terra. O Senhor não nos trouxe
ao mundo para o desalento, mas para que fôssemos capazes de nos amar como
irmãos e amá-Lo acima de outras coisas (cfJo 15,12), pois “Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, nunca mais haverá morte, nem
luto, nem grito nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram!” (Ap 21,4).
Que a Virgem Maria, Mãe
de Misericórdia, a qual invocamos na oração da Ave Maria, nos faça caminheiros com destino certo: a Jerusalém
celeste.
Com a liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum, reunimo-nos, no sábado,26 de outubro, para celebrar nosso Divino Mestre, na alegria de irmãos e irmãs da Família Paulina, Irmãs e jovens das Pias Discípulas do Divino Mestre, das várias comunidades de São Paulo e Cabreúva, amigos e vizinhos.
Na motivação inicial fomos convocadas, também a fazermos comunhão com a Assembleia Sinodal, na esperança que se abram efetivamente, novos caminhos para a Amazônia.Esta celebração se revestiu de gratidão, porque: Bernadete Aparecida Cardoso Cobra, Elizabete Lima Cará de Oliveira, Laura Chamba dos Santos e Maria Inês Sepliano Pincinato,assumiram a Promessa na Associação dos Cooperadores Paulinos Amigos e Amigas do Divino Mestre (Núcleo de São Paulo). Nossacomunhão se estendeu, também, com os Amigos do Divino Mestre: Josiane Galvan Sartor, Romeu João Sartor (Núcleo de Caxias do Sul) e Renilda Felizola da Gama, Shirley Paulo Cruz, Sueli Silva de Moraes e Rosenira Gomes Pinheiro e Maurícia Dias dos Santos (Núcleo de Manaus).
Soou fortemente aos nossos ouvidos e ao coração a súplica proclamada na oração inicial: “Ó Deus fonte de todo bem,na plenitude dos tempos falastes à humanidade na pessoa do vosso amado Filho, Jesus Cristo, que passou entre nós fazendo o bem. Concedei-nos reconhecê-lo como nosso Mestre e Senhor, Caminho, Verdade e Vida, e corresponder ao seu amor por uma vida segundo o Evangelho”.
Nossa solenidade celebrada liturgicamente, continuo na partilha fraterna saboroso jantar com todos os presentes.
Seja louvado Jesus Mestre por nos fazer suas discípulas e seguidoras.
Leia a Circular da Madre Provincial, Ir. Marilez Furlanetto para este momento importante na história dos Cooperadores Paulinos, Amigos do Divino Mestre:
Circular 3 – 2019
Queridas Irmãs e Jovens, Queridos Amigos e Amigas do Divino Mestre
Celebrando a festa de Cristo Mestre e Pastor na Família Paulina, recordamos os ensinamentos do padre Tiago Alberione: “Tudo está aqui: viver Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida; e fazer a caridade de Cristo para aquelas populações que estão privadas dela e sentem por ela fome intensa, dando de fato o Cristo total, Caminho, Verdade e Vida. De tal forma que possamos dizer: Não temos ouro e nem prata; porém vos damos aquilo que temos: Jesus Cristo, a sua doutrina, a sua moral, os meios de graça e de vida sobrenatural” (CISP 862). “Apostolado é dar à humanidade a salvação: Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida” (CISP 165). Rezamos e trabalhamos para que a humanidade acolha, escute e ame Jesus Mestre e Salvador. Que o Divino Mestre nos conduza sempre na missão que nos confiou e nos fortaleça na fidelidade à vocação que nos chamou. Continuamos expressar nossa gratidão a Deus, que na sua bondade chama para a Associação Cooperadores Paulinos Amigos/as do Divino Mestre:
1- Josiane Galvan Sartor (Caxias do Sul-RS) 2- Romeu João Sartor (Caxias do Sul-RS) 3- Bernadete Aparecida Cardoso Cobra (Cabreúva-SP) 4- Elizabete Lima Cará de Oliveira (Cabreúva-SP) 5- Laura Chamba dos Santos (Cabreúva-SP) 6- Maria Inês Sepliano Pincinato (Cabreúva-SP) 7- Maurícia Dias dos Santos (Manaus-AM) 8- Renilda Felizola da Gama (Manaus-AM 9- Shirley Paulo Cruz (Manaus-AM) 10- Sueli Silva de Moraes (Manaus-AM) 11- Rosenira Gomes Pinheiro (Manaus-AM)
Acolhemos com carinho, os novos membros que hoje, na fé, professam o seguimento de Jesus Cristo, na Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre. Igualmente acolhemos e convidamos aos que estão fazendo aniversário (um ano), a renovar as promessas e reavivar o dom de Deus. Os Cooperadores Paulinos Amigos e Amigas do Divino Mestre, participando da nossa Espiritualidade e Missão, se unem à vasta Família Paulina, para ser na Igreja Discípulos- Missionários: batizados e enviados para a edificação do Reino de Deus no mundo.
Que o Senhor nos conceda a graça de crescer na comunhão e de perseverar na alegria da vocação.
De 11 a 20 de novembro teremos o Curso de Iconografia no Apostolado Litúrgico de São Paulo. O curso tem duração de 7 dias. Será feito nos dias 11 a 14 e de 18 a 20 de novembro.
O Curso de Iconografia será ministrado pela Ir. Goretti Medeiros. Ela é Pia Discípula do Divino Mestre e reside em Cabreúva, SP. A irmã é formada em Artes Plásticas e tem pós-graduação em Comunicação, Arte e Educação. Além disto, fez vários cursos extras em Iconografia e Policromia (barroco). Ela já colabora em diversos cursos de Iconografia e Arte Floral nas comunidades.
As inscrições vão até o dia 05 de novembro. Para este primeiro grupo, estão abertas 5 vagas. Cada participante receberá todo o material para escrita de um ícone: pigmentos, quadro, pincel, apostila. O investimento é de R$ 1500,00.
A inscrição no Curso de Iconografia será feita pelo site do Apostolado Litúrgico. Clique abaixo e inscreva-se. Vagas limitadas.
Neste final de setembro, aconteceu um retiro com o objetivo e temática de oração pela escrita do Ícone. Iconografia é uma palavra de origem grega. “Icono” vem de eikon, que significa imagem ou ícone, e graphia pode ser traduzida como escrita. Etimologicamente iconografia significa escrita da imagem. A iconografia estuda a origem das imagens, e como elas são expostas e formadas. E é isto mesmo que se representa na iconografia cristã.
Tudo tem sentido: cores, traços, luzes. O ícone não é um simples desenho, mas uma escrita da experiência de Deus representada em forma de linguagem visual.
Este curso foi ministrado pela Ir. Goretti Medeiros, formada em artes e religiosa das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre. Ela recebeu o convite deste grupo. Este retiro está sendo realizado no bairro da Torre em Recife na casa geral das Irmãs Franciscanas do Bom Conselho. São 10 participantes: 5 leigos e 5 religiosos, dentre eles um presbítero religioso e outro diocesano e três religiosas, duas são franscicanas e uma irmã é do Carmelo de Propriá- Sergipe.
O próximo curso acontecerá no Apostolado Litúrgico de São Paulo nos dias 11 a 20 de novembro. Serão 7 dias de encontros: 11 a 14 e 18 a 20 de novembro. Para este primeiro curso as vagas serão limitadas a 5 participantes, devido ao espaço físico. O investimento para este evento será de R$ 1500,00, já com todo material incluso. Se tiver desejo de participar, fique atento ao site e redes sociais do Apostolado Litúrgico para a abertura das inscriçõs para o curso.