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Ministérios Instituídos e admissão das mulheres

O Regional Sul 3 da CNBB, organizou um Seminário Regional de Liturgia. A live da terceira noite, quinta-feira, dia 15 de julho, a assessora foi a Ir. Veronice Fernandes, da Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre. O tema deste encontro: Ministérios Instituídos e admissão das mulheres.

Acompanhe:

Ministérios instituídos e admissão da mulher | 15 de julho de 2021

A ir. Veronice Fernandes, pddm, iniciou sua argumentação a partir da Lumen Gentium que diz que a renovação eclesiológica conciliar compreendeu o cristão(a) leigo(a) plenamente como membro efetivo da Igreja e não como um fiel de pertença menor ou inferior, a quem faltasse algo da comum dignidade cristã. (LG, cap. 4).

Assim, o Vaticano II se constituiu numa experiência de valorização e reconhecimento, dos leigos e leigas, um verdadeiro Pentecostes, pois a constituição dogmática, Lumen Gentium que repensou a identidade da Igreja, colocou em primeiro lugar o que era comum a todos(as) na igreja católica, ou seja, a condição cristã, que em virtude do sacramento do Batismo nos constitui a todos(as) como equivalentes dentro do Povo de Deus, possibilitando, aos leigos e leigas, um novo estatuto dentro da Igreja Católica. Colaborou para nos restituir a situação, que tínhamos na Igreja dos primórdios. (cf. TEPEDINO. De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias, perspectivas da Igreja Latino-americana, p. 377).

A partir do Concilio Vaticano II, que bebeu das fontes, as Conferências Episcopais Latino-Americanas e a Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil: Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007), compreende-se o leigo e a leiga como “sujeito eclesial”. (DAp, n. 497a). Cada cristão leigo e leiga é chamado a ser sujeito eclesial para atuar na Igreja e no mundo.

Dentro deste panorama que chama os leigos à corresponsabilidade na Igreja, vão aparecer as mulheres: “Com efeito, se é verdade, que todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, algumas, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão de seu estado e missão; e os seus fundamentos, devido às circunstâncias especiais de nosso tempo, devem ser mais cuidadosamente expostos. Os sagrados pastores conhecem, com efeito, perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de toda a igreja. Pois eles próprios sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da igreja para com o mundo. (LG 30).

Sobre a participação da mulher na vida cultural e que podemos aplicar para todos os setores, vale a pena recordar a Gaudium et spes:

“As mulheres trabalham já em quase todos os setores de atividade; mas convém que possam exercer plenamente a sua participação, segundo a própria índole. Será um dever para todos reconhecer e fomentar a necessária e específica participação das mulheres…”. (GS 60).

E, sobretudo, Apostolicam actuositatem: “Os leigos exercem o seu apostolado multiforme tanto na Igreja como no mundo… E como hoje a mulher tem cada vez mais parte ativa em toda a vida social, é da maior importância que ela tome uma participação mais ampla também nos vários campos do apostolado da Igreja”. (AA 9).

Os ministérios instituídos

Motu proprio Ministeria quaedam

Após um processo de reforma dos ministérios não ordenados, em 15 de agosto de 1972, através do motu proprio Ministeria quaedam, Paulo VI: aboliu as “ordens menores” (hostiário, leitor, exorcista e acólito); suprimiu o subdiaconato (“ordens maiores”); substituiu o termo “ordens” por “ministérios”; Estabeleceu os ministérios de leitor e acólito que, segundo a norma “podem ser confiados também aos fiéis leigos (homens), de modo que não sejam mais considerados como reservados aos candidatos da ordem”. (ALMEIDA, Antonio Jose de. Novos ministérios: a necessidade de um salto à frente. São Paulo: Paulinas, 2016).

Paulo VI tirou o monopólio clerical de muitos séculos, que não correspondia, entretanto, ao conjunto da tradição e possibilitou ministérios oficiais exercidos por leigos; autorizou as Conferências Episcopais de instituir outros ministérios que sejam úteis e necessários. (ALMEIDA, Antonio Jose de. Novos ministérios: a necessidade de um salto à frente. São Paulo: Paulinas, 2016).

O leitor

O leitor é instituído para:

  • Ler a palavra de Deus na assembleia litúrgica: proclamará as leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho na missa e nas demais celebrações sagradas;
  • Faltando o salmista recitará o salmo responsorial;
  • Proclamará as intenções para a oração universal, na falta do diácono ou o do cantor;
  • Dirigirá o canto e a participação do povo;
  • Instruirá os fiéis para receberem os sacramentos;
  • Quando necessário preparará outros fiéis para proclamar as leituras da Sagrada Escritura. (MQ V)

(Ver ainda: IGMR 99; cf. IGMR 194-198; ELM 49;51-55).

O acólito

  • O acólito é instituído para o serviço do altar e para auxiliar o presidente da celebração e o diácono;
  • Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados;
  • Se necessário, distribuir aos fiéis a comunhão, da qual é ministro extraordinário;
  • Se necessário, expor o Santíssimo sacramento para a adoração;
  • Pode cuidar da instrução dos demais fiéis (MQ VI).

(Ver também: IGMR 98; cf. IGMR 187-193).

O acólito aprenda tudo aquilo que pertence ao culto público divino e trate de captar seu sentido íntimo e espiritual; de forma que ofereça diariamente a si mesmo a Deus, sendo para todos um exemplo de seriedade e devoção no tempo sagrado e outros lugares, com sincero amor, se aproxime do Corpo Místico de Cristo, o povo de Deus, especialmente os necessitados e enfermos (MQ VI).

Todas estas funções as exercerá mais dignamente participando com piedade cada dia mais ardente na Sagrada Eucaristia, alimentando-se dela e adquirindo um mais profundo conhecimento da mesma (MQ VI)

Inclusão das MULHERES leitoras e acólitas instituídas

Spiritus Domini papa Francisco 10 de janeiro de 2021 – Festa do Batismo do Senhor

Sobre a modificação do Cân. 230§1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das pessoas do sexo feminino ao ministério instituído do leitorado e do acolitado. Carta ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé a respeito do acesso das mulheres aos ministérios do leitorado e do acolitado.

No final do Sínodo de 2008, sobre a Palavra de Deus na vida da Igreja, foi feito o pedido de admitir mulheres ao ministério instituído do leitorado (Propositio, n.17). Recentemente (2019), o Documento Final do Sínodo para a Amazônia solicitava o leitorado e o acolitato para asmulheres (n. 102).

“Pedimos revisar o Motu Proprio de São Paulo VI, Ministeria quaedam, para que também mulheres adequadamente formadas e preparadas possam receber os ministérios do Leitorado e do Acolitado, entre outros a serem criados”. (DF).

O papa Francisco em Spiritus Domini recorda os pedidos dos Sínodos para aprofundar a questão: “aprofundar doutrinalmente este tema, de modo a responder à natureza dos mencionados carismas e às exigências dos tempos, oferecendo um apoio oportuno ao papel de evangelização que cabe à comunidade eclesial”. (p. 10 – Edições CNBB e Paulus).

E argumenta:

“Aceitando estas recomendações, nestes últimos anos alcançou-se um desenvolvimento doutrinal que evidenciou como determinados ministérios instituídos pela Igreja têm como fundamento a condição comum de batizado e o sacerdócio real recebido no Sacramento do Batismo; eles são essencialmente distintos do ministério ordenado, recebido com o Sacramento da Ordem. Com efeito, também uma prática consolidada na Igreja latina confirmou que tais ministérios laicais, baseando-se no Sacramento do Batismo, podem ser confiados a todos os fiéis que forem idôneos, de sexo masculino ou feminino, de acordo com quanto já é implicitamente previsto pelo cânone 230 § 2”. (p. 10 – Edições CNBB e Paulus).

Na Carta do Papa Francisco ao Cardeal Ladaria, Prefeito da Congregação pela Doutrina da Fé, que acompanha e motiva teologicamente o Motu Proprio Spiritus Domini, é expressamente mencionado o Sínodo para a Amazônia:

“No horizonte de renovação traçado pelo Concílio Vaticano II, existe hoje um crescente sentido de urgência em redescobrir a corresponsabilidade de todos os batizados na Igreja, e especialmente a missão dos leigos. A Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazónica (6-27 de outubro de 2019), no quinto capítulo do documento final assinalou a necessidade de pensar em ‘novos caminhos para a ministerialidade eclesial’. Não só para a Igreja Amazônica, mas para toda a Igreja, na variedade de situações, ‘é urgente promover e conferir ministérios a homens e mulheres… É a Igreja dos batizados que devemos consolidar promovendo a ministerialidade e, sobretudo, uma consciência da dignidade batismal’”. (Documento Final, n. 95).

Destacamos:

– A retomada do sacerdócio batismal: “É a Igreja dos batizados que devemos consolidar promovendo a ministerialidade”. (S.D.)

– A resposta dada ao pedido dos Sínodos e outras instâncias….

Nesse sentido, e com base no Ministeria quaedam de Paulo VI, propõe que mulheres adequadamente treinadas e preparadas possam receber os ministérios do leitorado e do acolitado, entre outros a serem desenvolvidos. •

[…] depois de ter ouvido o parecer dos Dicastérios competentes, decidi prover à modificação do cânone 230 § 1 do Código de Direito Canônico. Portanto, disponho que no futuro o cânone 230 § 1 do Código de Direito Canônico seja assim redigido:

Os leigos que tiverem a idade e as aptidões determinadas com decreto pela Conferência Episcopal, podem ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico estabelecido, nos ministérios de leitores e de acólitos; no entanto, tal concessão não lhes atribui o direito ao sustento ou à remuneração por parte da Igreja” (Spiritus Domini, 2021).

Modificação feita por papa Francisco no can. 230, § 1

1983

Modificação (10/01/2021) Festa do Batismo do Senhor

“Os leigos varões que tiverem a idade e as qualidades estabelecidas por decreto da Conferência dos Bispos, podem ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico prescrito, para os ministérios do leitor e de acólito; o ministério, porém, a eles conferido não lhes dá o direito ao sustento ou à remuneração por parte da Igreja”.

“Os leigos que tiverem a idade e as qualidades estabelecidas por decreto da Conferência dos Bispos, podem ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico prescrito, para os ministérios de leitores e de acólitos; o ministério, porém, a eles conferido não lhes dá o direito ao sustento ou à remuneração por parte da Igreja”. (Papa Franscisco. Motu Proprio Spiritus Domini)


Disponho do mesmo modo a modificação das outras disposições, corroboradas pela lei, que se referem a este cânone. Quanto deliberado por esta Carta apostólica sob forma de Motu Proprio, ordeno que tenha vigor firme e estável, não obstante qualquer disposição contrária, mesmo que seja digna de menção especial, e que seja promulgado através da publicação em L’Osservatore Romano,  entrando em vigor no mesmo dia, e em seguida publicado no comentário oficial das Acta Apostolicae Sedis (Spiritus Dominis)

A reforma disciplinar de Paulo VI trouxe à luz o caráter laico desses ministérios e marcou uma diferença com aqueles ordenados no diaconato, presbiterado e episcopado. • Francisco fala do desenvolvimento doutrinário ao confiar o leitorado e o acolitado também às mulheres, colocando como fundamento teológico “a comum condição de ser batizado e o sacerdócio real recebido no sacramento do Batismo”.

“A partir da modificação do cânone 230 § 1, podem ser instituídos homens e mulheres para exercerem o ministério de leitor e de acólito. Embora as mulheres, aqui no Brasil, já exercem estes ministérios, esta modificação traz para elas a possibilidade de exercerem estavelmente o leitorado e o acolitato e saírem, nestes casos, da condição de ‘ministras extraordinárias’”. (BRANDÃO, 2021, p. 6-7).

Significado da Mudança

  • A vida eclesial nutre-se da referência reciproca entre sacerdócio ordenado e sacerdócio comum e é alimentada pela frutuosa tensão desses dois polos,, enraizados no único sacerdócio de Cristo.
  • Possibilidade de cada Igreja local/particular… Viver a ação litúrgica, o serviço dos pobres e o anúncio do Evangelho em fidelidade ao mandato do Senhor Jesus.
  • Pode ajudar a Igreja a redescobrir o sentido da comunhão que a caracteriza e a iniciar um renovado empenho na catequese e na celebração da fé.
  • Esta reciprocidade, do serviço ao sacramento do altar, é chamada a refluir, na distinção das tarefas, para aquele serviço de ‘fazer de Cristo o coração do mundo’, que é a missão particular de toda a Igreja […]  sem disputas de poder… (Carta ao Prefeito…).
  • Redescobrir a corresponsabilidade de todos os batizados na Igreja.
  • Aumentará o reconhecimento, também através de uma ato litúrgico (instituição), da preciosa contribuição que, durante muito tempo, muitos leigos, incluindo mulheres, oferecem à vida e missão da Igreja. (Carta ao Prefeito…).
  • “A opção de conferir também às mulheres ofícios como os de leitorado e acolitado, “que comportam uma estabilidade, um reconhecimento público e um mandato do bispo, torna mais efetiva na Igreja a participação de todos na obra de evangelização“.(Carta ao Prefeito…).
  • “Permite que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na liderança das comunidades, mas sem deixar de o fazer com o estilo próprio da sua marca feminina”. (Francisco, Exortação Apostólica Querida Amazonia, n. 103).

O Motu Proprio abre um cenário inédito. Sem dúvida, é fruto da caminhada da Igreja pós-conciliar que vê as mulheres como sujeitos nas paróquias e nas dioceses, com múltiplas formas de serviço pastoral e ricas experiências de ministerialidade: as mulheres  de hoje são portadoras de uma palavra falada com autoridade, competente, pública, que contribui para a construção e o amadurecimento do corpo eclesial.

O passo dado é portador de um rico significado eclesiológico, no espírito de uma recepção mais profunda da visão conciliar do povo de Deus, em que os leigos são vistos como sujeitos corresponsáveis da vida e da missão da igreja.

Temos enfim:

  • Verdadeiro reconhecimento do fato que, pelo batismo, todos os leigos – homens e mulheres, participam do sacerdócio batismal com igual dignidade e comum responsabilidade, sem que sejam justificáveis exclusões de gênero no exercício de ministérios leigos (de fato ou instituídos).
  • A superação de um fator discriminatório, não justificável no plano teológico; uma “reserva” em contraste com a igualdade radical de todos os leigos, afirmada no Código de Direito Canônico.
  • O rosto ministerial da igreja é enriquecido: nascem novas “figuras ministeriais”, inexistentes até hoje, de mulheres leitoras e acólitas.

BIBLIOGRAFIA


ALMEIDA, A.J. Novos ministérios: a necessidade de um salto à frente. São Paulo: Paulinas, 2013.

BRANDÃO, Patrick. Ministérios leigos instituídos na Igreja. Revista de Liturgia, São Paulo, v. 48, n. 284, p. 4-7, mar./abr. 2021.

FRANCISCO. Antiguum Ministerium pela qual se institui o ministério do catequista. Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio. São Paulo: Paulinas, 2021. (A voz do Papa).

FRANCISCO. Querida Amazônia: ao povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade. Exortação Apostólica Pós-Sinodal. São Paulo: Paulinas, 2020. (Coleção a voz do papa, 209).

FRANCISCO. Spiritus Domini: sobre a modificação do Cân. 230 § 1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das pessoas do sexto feminino ao ministério instituído do leitorado e do acolitado. Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio. Brasília: Edições CNBB, 2021. (Documentos Pontifícios, 46).

GOLDIE. Rosemary. Mulher. In: SARTORE, Domenico; TRIACCA, Achille M. (Org.). Dicionário de liturgia. São Paulo: Paulinas; Lisboa: Paulistas, 1992. p. 799-810.

GRILLO, Andrea. Um ministério antigo, uma instituição nova, um atributo velho, uma estrutura ultrapassada. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/609225-um-ministerio-antigo-uma-instituicao-nova-um-atributo-velho-uma-estrutura-ultrapassada.  Acesso em: 12 julho 2021.

LEPORE, Francesco. Leitoras e acólitas, a obra-prima estratégica do Papa Francisco. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/606183-leitoras-e-acolitas-a-obra-prima-estrategica-do-papa-Francisco. Acesso em: 5 julho 2021.

MODINO, Luis Miguel. Papa Francisco institui o Ministério do Catequista, “uma acentuação maior ao empenho missionário”. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/609185-papa-francisco-institui-o-ministerio-do-catequista-uma-acentuacao-maior-ao-empenho-missionário. Acesso em: 12 julho 2021.

MODINO, Luis Miguel. Leitorado e acolitado feminino, um novo caminho nascido na Amazônia. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/606058-leitorado-e-acolitado-feminino-um-novo-caminho-nascido-na-amazonia. Acesso em: 12 julho 2021.

SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA. O livro do leitor. 2ª ed., Fátima: Artipol, 2015.

SÍNODO DOS BISPOS. Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Assembleia Especial para a região Pan-Amazônica. Documento final, Brasília: Edições CNBB, 2019.

TEPEDINO, Ana Maria. De Medellín a Aparecida: marcos, trajetórias, perspectivas da Igreja Latino-americana. In: Atualidade Teológica – Revista do Departamento de Teologia da PUC-Rio, v. XIV,  n. 36, p. 376-394, set./dez., 2010. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/17718/17718.PDF. Acesso em: 5 julho 2021.

TORNIELLI, Andrea. Catequistas, um serviço com raízes antigas voltado para o futuro. Disponível em:  http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/609186-catequistas-um-servico-com-raizes-antigas-voltado-para-o-futuro. Acesso em: 12 julho 2021.

PROPOSTAS DE FORMAÇÃO LITÚRGICA E ESPIRITUAL ONLINE

As nossas Irmãs estão somando em diversas propostas super interessantes para a formação litúrgica e espiritual. Confira alguns destes encontros pelo Brasil e programe sua participação:

RETIRO ESPIRITUAL ONLINE PELA CRB-SP

Este evento é promovido pela CRB-SP e tem como público alvo exclusivo as comunidades religiosas. As inscrições são pelo site: www.crbsp.org.br e o a proposta acontece de 22 a 27 de julho de 2021, pela plataforma zoom. As orientadoras do retiro serão a Ir. Penha Carpanedo, pddm, e Ir. Marilene Brandão, am. Mais informações pelos telefones: (11) 3141-2566 e (11) 94881-5362. O tema do retiro é: CONTEMPLAR O ROSTO FEMININO DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA.

VALOR DO CURSO POR COMUNIDADE
R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais)

PERÍODO DO RETIRO
De 22 a 27 de julho de 2021

DIREÇÃO GERAL
Ir. Edilamar da Glória Martins, cp

ORIENTADORAS
Ir. Penha Carpanedo, pddm
Ir. Marilene Brandão, am



SEMINÁRIO REGIONAL DE LITURGIA

O tradicional Seminário Regional de Liturgia sempre foi uma data esperada pelos agentes deste serviço nas arqui/dioceses do Rio Grande do Sul. Considerando a impossibilidade de realizar o encontro formativo de forma presencial, o Setor de Liturgia do Regional propõe o Seminário online, com o tema Ministérios leigos à serviço da Liturgia.

Pe. Luciano Massullo é referencial para o Setor de Liturgia do Regional Sul 3 e explica que o tema escolhido está em sintonia com o desejo do Concílio Vaticano II de uma Igreja ministerial.

Os diferentes ministérios têm lugar, também, na Liturgia da Igreja, onde, se manifesta de modo orgânico o Corpo de Cristo. Recentemente, o Papa Francisco, ampliou a possibilidade da instituição dos ministérios de Leitor e Acólito! É em sintonia com o desejo do Papa que queremos refletir e apontar caminho para o exercício destes ministérios, destaca Pe. Luciano.

O seminário, que não foi realizado em 2020 por causa da pandemia do Coronavírus, iniciou dia 1º de julho e se estende durante todo o mês, com encontros nos dias 07, 15, 22 e 29. Neste próximo dia 15 de julho, teremos como assessora a Ir. Veronice Fernandes, pddm.

Acompanhe toda a programação no flyer digital abaixo e siga as redes sociais da CNBB Sul3.

EVENTO GRATUITO E PELO YOUTUBE.

Ative o sininho para acompanhar a live com a Ir. Veronice Fernandes pelo Youtube da CNNB – Sul3.


ESPAÇO LITÚRGICO

Para mais informações, entre em contato: (92) 98229-3742

EVENTO PAGO: R$ 40,00

Link da inscrição https://forms.gle/nTdgCM76UEd6sh5G9




ESCOLA DE LITURGIA

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Tema: Ministérios Litúrgicos

?️ _Com certificação reconhecida pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP_

Assessoria: Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre
Irmã Cidinha Batista e Irmã Marinez Cantelli

INÍCIO: 04 de agosto de 2021
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VALOR: R$50,00

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12 DE JULHO: NASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA

Recordamos 12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA, a primeira irmã Pia Discípula do Divino Mestre. Na nossa Congregação, celebramos o DIA DAS PRÉ-POSTULANTES, que são todas aquelas aspirantes à vida religiosa. Confiamos à intercessão da Venerável Madre Escolástica todas as vocações da nossa família religiosa.

Abaixo, alguns vídeos importantes:

12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA

Nesta bonita recordação, trazemos abaixo um trecho do trabalho final de Ir. Chris Amador, pddm da Venezuela, sobre o estudo das fotografias de Madre Escolástica nos diversos tempos da vida da Madre Escolástica. Esta análise do seu rosto como um elemento comunicador da beleza de Deus na vida da Venerável Madre Escolástica.

Acompanhemos:

A beleza de um rosto que fala

Através do rosto, mostramos os nossos sinais, gestos, que falam de nós ou algo que queremos expressar, isto é, comunicamos. Ao comunicar, mostramos emoções que transmitem pensamentos. É por isso que o rosto é um meio de comunicação aberta de algo profundo sobre uma pessoa. Emoções dizem medo, alegria, surpresa, etc. Tudo isso se vê no rosto humano. À vezes, nosso rosto está triste e queremos disfarçar com um sorriso, mas certamente isto não soará como autêntico.

Mesmo que a análise de um rosto possa ser muito profunda, com simplicidade podemos conhecer algumas realidades da pessoa como os olhos e a boca aberta podem expressar notícias importantes, enquanto se você ver um sorriso imediatamente está associado à alegria que pode variar na manifestação de contentamento, de serenidade.

Esta informação nos convida a considerar com atenção o rosto que comunica um conteúdo, e indica um forte caráter vital, ou seja, comunica algo sobre a vida da pessoa, sua psicologia, seu pensamento, seus sentimentos.

Nesse sentido, observar o rosto da Irmã Escolástica Rivata, além de uma memória de gratidão, traz à luz o conhecimento de sua pessoa, seus sentimentos e pensamentos, significa deixá-la contar sua história sem palavras. O silêncio iniciado em 1924, com a primeira entrega da sua vocação e que a conduziu a uma profunda intimidade com o Divino Mestre, nos fala hoje através do seu rosto.

Na verdade, o rosto da Irmã Escolástica sempre falou, sempre comunicou a todos aqueles que quiseram ouvir algo sobre ela, mas, acima de tudo, este rosto sempre comunicou Deus. “A paz inalterada de sua alma pode ser atribuída ao pensamento do paraíso, que se tornou transparente no rosto relaxado e no sorriso habitual”. Mas também numa leitura histórica da sua vida e presença como piedosa discípula.

Olhando para o seu rosto, aquele já marcado pelas dobras da vida, encontramos todas as linhas horizontais, verticais e transversais que tecem a história das suas relações com Deus, com os irmãos, com a criação, consigo mesma. O rosto da Madre Escolástica é a síntese do que ela foi na aventura interior da fé, tão provada e tão luminosa. A provação não conseguiu endurecer as feições desta mulher apaixonada por Cristo, pela Igreja, pela Família Paulina, pelo destino do mundo.

Com esta simples passagem podemos tentar descobrir como uma pessoa pode tornar-se bela, comparando-se com aquela palavra do Cardeal Martini de que “nenhuma negação da beleza é tão triste como a que vem de quem com toda a sua vida foi chamado a ser a testemunha do amor crucificado e, portanto, apóstolo da beleza que salva ” (Questões Teológicas vol. 39, n. 92, julho/dezembro 2012, 355). A caminhada da Escolástica evidencia um aspecto do discipulado, segundo o pensamento de Pe. Alberione dentro da espiritualidade paulina.

2. Itinerário fotográfico

2.1. UM BOM COMEÇO (1897-1921)

Em 16 de abril de 1896, Lucia Alessandria e Antonio Rivata se casaram na igreja paroquial de San Martino. Com simplicidade, celebram o seu amor no nascimento da sua primogênita, pouco depois, em Guarene, numa quarta-feira, 12 de julho de 1897. Ela foi batizada no dia seguinte na igreja paroquial dos Santos Pedro e Bartolomeu e recebe o nome de Orsola.

Orsola pertence a uma família profundamente cristã. Terá duas irmãs e um irmão, nascido em 3 de abril de 1904, que falece pouco tempo depois. A infância da pequena Orsola se alimenta do bom exemplo de seus pais, mas ela conhecerá imediatamente o rosto da dor porque ficou órfã de sua mãe aos 6 anos (8 de julho de 1903). Este será seu primeiro encontro com uma realidade que marcará sua vida. No entanto, a experiência da morte de sua mãe a aproximará da Santíssima Virgem Maria. Em 1941 deixa a memória deste período em que, já à luz da maturidade de vida em Cristo, se consegue uma bela releitura:

E a vida parecia não ter nada além de rosas e fúria. Amada por bons pais e rodeada dos mais atenciosos cuidados, dias felizes se passaram. Com minha voz argentina enchi a casa de trinados festivos e atormentei minha mãe com mil perguntas, tenho querida mãe! aqueles dias eram lindos demais, a prova tinha que vir para visitar este pequeno ser despreocupado.

A nova situação a ajudará a crescer em responsabilidades, especialmente no cuidado das duas irmãzinhas, no ambiente camponês. Em 1904, aos 7 anos, recebeu pela primeira vez Jesus eucarístico, e este primeiro encontro iria começar a marcar o ritmo da sua vida, num caminho de amor partilhado pelos outros. Em 10 de outubro de 1909 recebeu o Sacramento da Confirmação de Dom Giuseppe Re, Bispo de Alba.

Frequentou o jardim de infância das Irmãs Cottolengo e depois a escola primária. Também amante do bem intelectual, alimenta-se de bons livros. Orsola é uma menina bonita, “parecia um anjo”, que sabe ajudar onde há necessidade, colabora com o pai no campo e se enche de toda a beleza que a natureza oferece uma alma de vida interior, precisamente a contemplação do o bem supremo, onde o silêncio do lugar trouxe sua união com Deus.

Ao mesmo tempo em que na simplicidade do tempo adquire uma consciência profunda do trabalho, cresce também na virtude e nos dons do Espírito Santo, especialmente na força que a dispõe para superar com força sobrenatural muitas provações da vida. Em 1912-1913 trabalhou como operária na fiação De Fernex em Alba e aqui conheceu Eufrosina Binello que mais tarde se tornou Maestra Margherita FSP, irmã de Teresa Binello, uma das primeiras 8 Pias Discípulas.

Com tudo isso, ela continua a crescer e se tornar uma garota comum, sem nada de especial, para o que era normal poder direcionar sua vida para o casamento. Mas em seu coração ela cultivou uma relação vital e esponsal com Deus que a leva a recusar uma proposta de um bom jovem, só depois de ter orado porque desde muito jovem começou a desfrutar da beleza de estar na casa do Senhor.

Quando o Senhor tem planos para uma alma, Ele mesmo a conduz ao longo do caminho que deseja. Meu pai estava pensando em outra coisa e um dia antes de ir à missa ele me disse: na saída da igreja está um jovem que me pediu sua mão, olha para ele e se você gosta dele é um bom jovem , que está feliz com seus bens e você pode ser feliz com ele. Não dei importância às suas palavras, mas depois da missa, voltando para casa ele me tomou como uma espécie de medo e entrando na casa fui encaminhado para o meu quarto onde havia uma bela estátua do Sagrado Coração. Mecanicamente, independentemente do que eu estivesse fazendo, eu estava na frente do Sagrado Coração e disse a ele: Senhor, só você e basta. Desci a escada e fui até a casa do meu pai dizer: não, não aceito a mão dele. A partir daquele momento mudei muito no meu trabalho e não me contentava em mortificar-me, rezar constantemente, missa todas as manhãs, confissão semanal e comunhão…”. (SRqd_004. AGPDDM) .

A partir desse momento, a vida de Orsola entra decisivamente num caminho repleto de belos momentos, mas também de muitas provações, para que, na intimidade entre Deus e ela, haja um primeiro pacto de amor, ignorando tudo o que isso implicará para a sua vida. Não é difícil imaginar o momento: ela com a energia da juventude, com uma piedade simples, mas com muita fé.

Nestas poucas linhas valorizamos também a relação com o pai, a maturidade de Úrsula, a forma de tomar a decisão, quase como um método de discernimento, cheio de oração, silêncio, tempo, liberdade e autoconhecimento, marcam um caminho de estar na frente do mundo. Com esta escolha, Orsola demonstra que experimentou o bom, o belo e responde optando por ele.

12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA

Para este período tão importante ela deixa a lembrança de uma fotografia familiar já que está com suas irmãs Giuseppina, e Clotilde que mesmo sendo mais jovens que ela e muito parecidas nos olhos e também na expressão doce do rosto, ela parece o menor. Podemos dizer que é uma memória, certamente para o pai, ter a memória de suas lindas filhas. Seus olhos grandes são observados com o olhar fixo quase pronto para ser observado, ela não sorri, mas parece serena; aqui você pode observar uma delicada feminilidade, beleza e ordem na forma de se apresentar.

A família Rivata é simples, camponesa, mas, na pobreza, não falta amor. Ela revela os valores aprendidos na primeira escola, a do lar. Irmã Escolástica (Orsola) na foto em preto e branco, mostra um fundo escuro, é uma foto delicada e bem feita mesmo com sombreamento, dá para ver a iluminação de um lado do rosto; esta abordagem refere-se a um mistério a ser descoberto, no início de uma vida que se tornará luz para muitos.

Vemos um olhar fixo que ao longo dos anos continuará a repousar sobre o seu único amor, Jesus Mestre na Eucaristia, parece pensativa, talvez no mistério que comove o seu coração e que só ela conhece, a chama da vocação, o mistério de uma chamada e o desafio de uma grande resposta. Seus lábios estão suavemente fechados, nós a vemos com o requinte de uma mulher de sua época, também adornada com orelhas e uma medalha.

Orsola Rivata, a protagonista do acontecimento que ela própria narrou, era a rapariga bonita com chapéus castanhos claros, ligeiramente ondulados, presos num coque na nuca ou esvoaçando graciosamente nos ombros da jovem. De delicada tez rosada com rosto redondo e agradável, em que se destacavam dois olhos castanhos com pintas douradas. Um look inteligente e expressivo que manterá a clareza da inocência até a velhice. Graciosa em atear fogo, em administrar, ela se tornava agradável e era procurada e popular.

A vida espiritual de Ursula pode ser vista em sua vida paroquial, onde pertence às Filhas de Maria, ela entende e saboreia o valor e a beleza da Liturgia. “Pela sua delicada sensibilidade, nas ações sagradas apreendeu o valor da Beleza, nela se alegrou por si e pelos outros, tornando-se consciente e atento em louvar a Deus, em prestar-lhe pessoal e coletivamente o devido culto”. Ainda se na fotografia ele tem os lábios fechados, ela sabe abri-los para louvar a Deus: “dotada de uma voz afinada e harmoniosa, usava-a sobretudo para louvar ao Senhor, sobretudo na igreja”. A sua virtude ou característica era a alegria, a alegria, capacidade de iniciativa com porte digno e respeitoso e, assim, dia após dia, sente-se cada vez mais atraída por Deus e cresce no desejo de consagrar-se a ele.

São muitos os aspectos que dizem como Deus agiu no coração de Úrsula fazendo-lhe a alma aos poucos mais lindamente através do alimento espiritual, como ela mesma dizia: “quando Deus tem um projeto para uma pessoa, ele mesmo a guia”, como ele conta recordando que Tempo: Muitas vezes o meu pároco convidava, para a celebração eucarística, que o sacerdote de Alba, Pe. Alberione, vinha pregar. De bom grado, fui escutar a homilia do padre Alberione. Escutei-o com muita atenção, sobretudo na festa de Santa Úrsula, minha padroeira, festa das filhas de Maria.

O seu amor pelo bem intelectual a leva a ir à livraria e aí encontra o Pe. Alberione, encontro decisivo para a sua vida e vocação. Ela o conhece duas vezes consecutivas e, na segunda vez, é convidada a entrar em São Paulo. Ela vai demorar um pouco mais para chegar acompanhada de seu pai.

Ele indaga sobre minhas intenções para o futuro, e após algumas respostas me pergunta: Então, quando você pretende entrar em São Paulo? Ela responde: “em meu nome até imediatamente, mas as dificuldades da família me impedem …“.

Parte do trabalho final da Ir. Chris Amador, pddm, da Venzezuela. Elaborato finale del corso del carisma della Famiglia Paolina 2013-2014, Roma, Itália, La bellezza di Madre Scolastica Rivata, Una fotostoria, Studentessa: Suor M. Chris Amador F. Pddm e Relatrice: Suor M. Joseph Oberto pddm

12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA
12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA
Os Amigos do Divino Mestre prepararam este lembrete sobre este dia: 12 DE JULHO: MASCIMENTO DE MADRE ESCOLÁSTICA RIVATA

ADRIANA ESCANDIAN: FAMÍLIA AMIGA DO DIVINO MESTRE

Adriana, Mauro e Ana Clara: família Amiga do Divino Mestre conta sua história neste importante movimento dos leigos e leigas no carisma das Pias Discípulas do Divino Mestre.

Conheci a Congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre em 2011 quando as irmãs Terezinha Lubiana e Veronice Fernandes foram fazer trabalho missionário na minha paróquia, Santíssima Trindade, em Linhares – ES.

Participei dos encontros de liturgia e demais atividades por elas propostos, mas sem muito contato. Logo em seguida fui para São Paulo – SP para fazer um tratamento de saúde e lá eu e meu esposo Mauro as conhecemos mais de perto e nos encantamos com a missão da congregação.

Em 2013 fomos convidados para fazer parte dos Amigos e Amigas do Divino Mestre – ADM e conhecemos outras pessoas, amigos e amigas, que também amam a missão das Pias Discípulas. Lá estudamos sobre a vida e missão de São Paulo Apóstolo, a fundação da Família Paulina por intermédio e inspiração do Bem-Aventurado Tiago Alberione, a vida e testemunho da Madre Escolástica, a fundação dos Cooperadores Paulinos e consequentemente dos Amigos do Divino Mestre.

Participamos de todos os encontros nacionais realizados (2013, 2014, 2016 e 2018) e nos mantemos conectados diariamente pelo grupo de WhatsApp onde recebemos o Evangelho do dia e notícias dos grupos de ADM distribuídos pelo nosso Brasil a fora.

Através dessas conversas diárias mantemo-nos ligados as Irmãs e aos Amigos uma vez que não existe em nossa cidade e estado nenhuma comunidade de irmãs Discípulas. Cada encontro (presencial ou on-line), cada boletim enviado, cada conversa no grupo de WhatsApp é um momento de espiritualidade e fortalecimento de minha fé. Ver tantas vidas se doando de várias formas à evangelização e por amor a JESUS MESTRE, CAMINHO, VERDADE E VIDA me faz querer divulgar esta missão tão linda das Pias Discípulas. Somos gratos à Deus pelo dom da vida e missão de cada irmã Pia Discípula do Divino Mestre, de cada amigo e amiga do Divino Mestre pelo acolhimento, testemunho e esperança semeada a cada manhã.

Cada encontro nacional é uma festa da evangelização onde encontramos culturas diferentes do Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste do nosso país. Eu e minha família rogamos diariamente à Deus para que envie numerosas e santas vocações sacerdotais, leigas, missionárias e consagradas para a nossa Igreja e para o mundo, em especial para a Congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre.

Que Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos interceda à Deus por cada um de nós. Que São Paulo Apóstolo, Bem-aventurado Tiago Alberione e Madre Escolástica nos ajude na nossa caminhada.

Foto: Adriana, seu esposo Mauro e a filha do casal, a linda e querida Ana Clara.

Adriana Escandian

Linhares – Espírito Santo – julho 2021

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ESCUTAR, DISCERNIR E VIVER A VOCAÇÃO

A Pastoral Vocacional das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre – PDDM, está proporcionando através da página: Escutar, Discernir e Viver a Vocação, no Facebook, um espaço de acolhida e escuta para jovens que buscam fazer um caminho de discernimento vocacional.

projeto escutar, discernir e viver a vocação

Venha conhecer e conversar conosco.

A vida é nosso primeiro e inestimável valor. É a nossa primeira vocação a que somos chamados. Cuidar da vida é uma resposta carinhosa a Deus que nos chama, ama e presenteia com este grande dom.

Ao decorrer da nossa vida, damos esta resposta amorosa a Deus e buscamos dar sentido para nossa existência. Algumas pessoas decidem-se pela vida religiosa: dão sentido a própria existência na constante doação de si pelo Reino de Deus.

Na Igreja, temos uma diversidade de carismas atentos à inspiração do Espírito Santo de Deus. Quando o povo clama, Deus na sua bondade sempre ouve e responde. A vida religiosa é esta amorosa resposta de Deus ao clamor do seu povo.

Este espaço vocacional quer ajudar a você jovem se encontrar na sua vocação religiosa. Somos religiosas das Pias Discípulas do Divino Mestre (PDDM) e a Pastoral Vocacional pretende apresentar o nosso carisma, mas também te ajudar a discernir qual o seu caminho na vida religiosa.

Venha conversar conosco. Este espaço está no Facebook, mas também temos os contatos das Irmãs que podem te atender com carinho:

Ir. Terezinha Lubiana – whats: (11) 97259-2673

Ir. Soenia Alves Brito – whats: (11) 95913-8467

Ir. Letícia Pontini – whats: (92) 9444-4578

Ir. Luciana Tonon – whats: (54) 98140-7783

O projeto ESCUTAR, DISCERNIR E VIVER A VOCAÇÃO tem verbos fortes e de ação. Quando buscamos o sentido do verbo ESCUTAR, lemos que é um verbo transitivo direto e que quer dizer “estar consciente do que está ouvindo”. Jovem, você já parou para se escutar? O processo de escuta exige que outra pessoa colabore contigo, pois pode contribuir para que te ajude a DISCERNIR as diversas vozes que, muitas vezes, ouvimos. ESCUTAR é uma etapa que pede muita atenção.

Muitas vezes, pelas diversas possibilidade que temos, “vivemos e ouvimos” muitas coisas. ESCUTAR é importante, mas é primordial que caminhemos para o segundo degrau do nosso autoconhecimento: DISCERNIR estas vozes. Exige tempo, conversas, oração…. Colocar-se inteiramente nas mãos de Deus para que Ele possa “fazer maravilhas” na nossa vida.

VIVER A VOCAÇÃO é o fruto esperado deste caminho de busca e conhecimento. Qual a sua vocação? Para que Deus te chamou a viver?

Estas e outras perguntas são significativas e precisam de um início de discernimento e conversa. A Pastoral Vocacional PDDM conta com Irmãs preparadas para iniciar este caminho de discernimento da vontade de Deus sobre sua vida.

CONHEÇA UM POUCO DAS IRMÃS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Viver e dar ao mundo Jesus Cristo   

A espiritualidade que sustenta o carisma, a vida e a missão das Discípulas do Divino Mestre tem seu centro na pessoa de Jesus, na definição plena que ele mesmo deu de seu ser, de sua vida e missão: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).

A identidade da nossa Congregação é definida a partir do próprio nome: Pias Discípulas do Divino Mestre. Brota desta identidade o empenho primeiro a ser vivido, o de permanecer na escuta, no seguimento de Jesus Mestre, em comunidade.

Carisma

O carisma da Congregação tem como centro a pessoa de Jesus Cristo Mestre Caminho, Verdade e Vida que nos chama a seu seguimento.  Vivemos em comunidade, de vida consagrada apostólica e somos chamadas a comunicar Jesus Mestre com a vida e o apostolado.

Apostolado

O ministério apostólico inclui a oração incessante, como intercessão pela Igreja e pela humanidade, bem como, a animação e a formação litúrgica, com a finalidade de possibilitar a todos, uma participação ativa, consciente e frutuosa na celebração do Mistério Pascal de Jesus, ao longo do ano litúrgico.

Com esse objetivo, elaboramos e divulgamos conteúdos e subsídios: a Revista de Liturgia, cursos de formação litúrgica em diferentes níveis e colocamos arquitetura, pintura, música e artesanato a serviço da liturgia. O que produzimos destina-se às celebrações litúrgicas, a fim de que a comunidade cristã possa sempre mais viver, rezar e celebrar a liturgia na dignidade e na beleza.


CICLO DE FORMAÇÃO LITÚRGICA: NAS FONTES DO CONCÍLIO

Devido a pandemia que nos impede de nos reunir em eventos presenciais, o Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard está promovendo um Ciclo de Formação Litúrgica nas fontes do Concíclio Vaticano II e a temática abordada será SACRAMENTALIDADE. Este ciclo de formação acontece no mês de outubro. As vagas são limitadas.

Acompanhe a programação:

Datas: 18, 20 e 22 de outubro de 2021 de 19h30 às 21h.

18 de outubro, segunda- feira:

  • A sacramentalidade da Assembleia
    Me. Arnaldo Antonio de Souza Temochko

20 de outurbro, quarta-feira:

  • A sacramentalidade da Presidência
  • Me. Pe. Carlos Gustavo Haas

22 de outubro, sexta-feira

  • A sacramentalidade da Palavra
  • Dr. Dom Jerônimo Pereira Silva, OSB

Evento online limitado.

Taxa de inscrição: R$ 30,00 – parte da arrecadação será destinada à Ação Solidária Emergencial “É tempo de cuidar” da CNBB.

Conheça a REVISTA DE LITURGIA. Assine, renove, divulgue a REVISTA DE LITURGIA.

Encontro Online do Secretariado Geral da Formação PDDM

Conforme a Circular da Madre Geral n. 3, ir. Micaela Monetti, hoje, dia 03 de junho de 2021, inicia o “Encontro Online Internacional” preparado pelo Secretariado Geral para a Formação. Este encontro reunirá representações em todas as nações que estamos de Irmãs que prestam este serviço na nossa Congregação.

Do Brasil, conforme relação anexa a esta circular n. 3 da Madre Geral, participarão: Ir. M. Analice Lúcia Balestrin, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Aparecida Batista, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Juceli Aparecida Mesquita, Postulado e Juniorato; Ir. M. Leticia Pontini, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Luciana Tonon; Noviciado; Ir. M. Soênia Alves Brito, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Terezinha Lubiana, Formação contínua; Ir. Marilez Furlanetto, Formação contínua.

Está previsto esta programação:

TemáticaData | 16:00 – 19:00 (CET)
Viver a mudança epocal Quinta, 03 de junho
Paradigma de formação Quinta, 10 de junho
Fraternidade e formação Quinta,  17 de junho
Formação na era digital Quinta, 09 de setembro
Formação integral segundo o PGF Quinta, 16 de setembro
Diálogo com a Superiora geral Quinta, 23 de setembro

Segundo ir. Micaela Monetti na circular n. 3, “O tema que orienta o percurso de aprofundamento e partilha é extraído da palavra profética: “Vejam que estou fazendo uma coisa nova: ela está brotando agora, e vocês não percebem?” (Is 43,19). Somos conscientes de que a qualidade da formação é fundamental para a vitalidade do Instituto e para a colaboração ao advento do Reino de Deus no mundo.”

Ainda segundo a circular, esta iniciativa tem por finalidade sustentar o processo de formação paulina que é caminho de conversão contínua: tem foco na santidade, no desenvolvimento de uma personalidade integrada, capaz de viver em comunidade, de trabalhar com outros/as e para os outros. Os encontros serão nos meses de junho e setembro e abordarão temas gerais, mas urgentes, para a formação à vida consagrada hoje. As irmãs que participam do Encontro são numerosas por diversos títulos, com a possibilidade de conectar-se em diferentes faixas horárias, segundo o programa que anexamos.

Permaneçamos unidas com nossas irmãs, na oração.

Amigos do Divino Mestre: como conhecemos as Pias Discípulas do Divino Mestre?

Breve testemunho histórico do casal FRANCISCO e ANTÔNIA, Amigos do Divino Mestre do Núcleo de Brasília/DF

            O que nos oportunizou conhecer as Irmãs foi a divulgação de um curso de formação em canto litúrgico no folheto Povo de Deus da Arquidiocese de Brasília. Através do telefone, entramos em contato com a Irmã Neusa Maria Bresiani e fomos até à casa delas em Taguatinga, cidade satélite de Brasília. Fizemos a inscrição e participamos do curso que foi muito proveitoso.

A partir desse encontro, passamos a ter contato com frequência, pois a Congregação passou a organizar mais cursos de formação litúrgica a realizar-se na UCB (Universidade Católica de Brasília), que tem seu campo em Taguatinga. Nesses encontros, passamos a conhecer as demais Irmãs: Venerina Vaccarisi, Ozília Ardisson e Leni Rossi, sendo a Irmã Neusa a coordenadora da casa. Esses encontros de formação litúrgica tiveram início por volta do ano 2002.

            No ano de 2013, com a chegada da Irmã Analice Lúcia Balestrin, teve início a organização do Grupo Amigos do Divino Mestre de Brasília. O grupo prosseguiu caminhando no discipulado do Apóstolo Paulo, dentro da espiritualidade do Bem-Aventurado Pe. Tiago Alberione. Passamos a ter encontro de formação em São Paulo a cada 2 anos. Nessa perspectiva, fomos orientados pela Congregação a fazermos parte dos Cooperadores Paulinos e particularmente recebemos um convite mais que especial feito pela Irmã Venerina, pois, segundo ela, via em nós um casal vocacionado para o serviço à Igreja. Aceitamos o convite, com muita preocupação, pois o compromisso é muito sério e requer muita responsabilidade. Enfim, estamos nesse caminho de Jesus Mestre na conversão de cada dia.

            Em 2018, celebramos o centenário dos Cooperados Paulinos. Evento esse que nos proporcionou a possibilidade de conhecermos a cidade de Alba, terra natal do nosso fundador enquanto membros da Família Paulina. Tivemos a oportunidade de conhecer e saber tudo sobre a vida de Tiago Alberione e as congregações por ele criadas. Encerramos todos os eventos no encontro com o Papa Francisco na Praça São Pedro.

            Concluímos afirmando que nessa caminhada com as Irmãs Pias Discípulas nossa formação foi muita enriquecida no tocante aos carismas: sacerdócio, Eucaristia e liturgia.

            Fizemos as promessas na festa do Divino Mestre de 2018 na Paróquia Santa Edwiges, na Asa Sul. Presidiu a celebração Monsenhor Jamil Alves de Souza, padre da Arquidiocese de Brasília.

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Campanha da Fraternidade 2022

A Campanha da Fraternidade de 2022 já tem sua identidade visual. Com o intuito de promover o diálogo sobre a realidade educativa no Brasil, à luz da fé cristã, no próximo ano seremos convidados a refletir sobre a “Fraternidade e Educação”. O lema será: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26).

De acordo com o secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, o caminho de construção da CF 2022 tem como uma das motivações a celebração dos 40 anos da Pastoral da Educação no Brasil, e o texto-base – documento que norteia as ações da Campanha da Fraternidade – e que segue em elaboração. “Quando nós falamos da realidade educativa, tal realidade não se restringe ao ensino científico e técnico, mas o desejo é lançar o olhar sobre a educação de forma integral”, afirmou.

Para que a Campanha da Fraternidade seja melhor desenvolvida, foram propostos sete objetivos específicos, que são: analisar o contexto da educação, bem como os desafios potencializados pela pandemia; verificar o impacto das políticas públicas na educação; identificar valores e referências da Palavra de Deus e da Tradição Cristã em vista de uma educação humanizadora; refletir sobre o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo com a colaboração das instituições de ensino; incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum; estimular a organização do serviço pastoral junto às escolas, universidades, centros comunitários e outros espaços educativos; e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/campanha-da-fraternidade-2022-foi-apresentada-aos-bispos-reunidos-em-assembleia/

Da janela do ícone

Alzira Fernandes

Ícone da Trindade de André Rublev

NAS ORIGENS

O longo caminho percorrido pela arte bizantina atinge o seu auge na representação do ícone da Trindade de André Rublev, pois através de meios humanos (traços, luz, cores) traduz-se uma realidade que escapa, pela sua natureza transcendental, a toda a linguagem humana. Parece uma empresa impossível representar o mistério da Trindade, a vida íntima das três personagens divinas através da pintura figurativa. Por isso, poderíamos dizer que a obra de Rublev se aproxima de uma visão mística. Será importante perguntarmo-nos qual era o pensamento daqueles que inspiraram o pintor, melhor dizendo, o escritor e o que na realidade queria ele exprimir na sua obra.

Os textos bíblicos. Depois das perseguições, a comunidade cristã tinha necessidade de representar o mistério central da sua fé. Primeiramente, começou pela tradição oral, depois, no Evangelho de João, escrito no final do séc. I, Jesus, no seu longo discurso no Cenáculo, abre os olhos dos discípulos ao mistério das três personagens divinas numa só natureza divina, convidando todos os homens e mulheres a participarem dessa mesma vida trinitária. É, pois, no Novo Testamento que devemos procurar o verdadeiro sentido do ícone da Trindade.

Mas o texto que servirá de base à reflexão teológica posterior é o do Livro do Génesis (18,1-15). A cena dos três anjos permanecerá como tipo, ou seja, a forma simbólica para exprimir a unidade da natureza divina. Como se chegou a dar à visita das três personagens celestes a Abraão um sentido trinitário? S. Paulo dá a este episódio um significado para a vida de Abraão e o seu lugar na economia da salvação. A cena que, à primeira vista, é simples gesto de hospitalidade, vai muito além.  Paulo sublinha que esta promessa não é somente o anúncio do nascimento de um filho, Isaac, a continuação da descendência de Abraão, mas que ela é, na realidade, a visão da Encarnação, o desígnio eterno que Deus manifestou em Cristo e que nos dá a possibilidade de nos aproximarmos com toda a confiança pelo caminho da fé em Cristo (GI3, 6; Rm 4,3: Ef 1, 3-14)

A influência dos Padres gregos e latinos

A revelação trinitária opera-se de um modo progressivo. A tradição judaica e, depois, os Padres da Igreja, interpretaram esta hospitalidade de Abraão como uma manifestação de Deus. Pouco a pouco, a leitura trinitária de Gn 18 generaliza-se no seio do Cristianismo. A própria iconografia também fez este processo evolutivo duma visão cristológica para uma visão trinitária.

Foi no contexto dos primeiros concílios, centrados nos dogmas referentes à pessoa do Filho de Deus, à sua encarnação e às suas origens no seio da Trindade, que os Padres da Igreja interpretaram o episódio da visita dos três personagens a Abraão como uma aparição da Trindade. O primeiro testemunho que evoca os três anjos provém de Justino (+ 165). Mas é só depois do Concílio de Niceia (325) que a Patrologia, oriental e ocidental, aprofundará a teologia da Trindade.

É então que a teologia, sobretudo graças aos Padres Capadocianos, elabora, a partir do século IV, a teologia da Trindade na luta contra o arianismo. Deste modo, durante os séculos seguintes, formou-se a ideia da economia da salvação, o plano eterno das três pessoas divinas de salvar o mundo. A doutrina teológica dos Padres é inseparável da oração pública e é na criação litúrgica que se exprime a fé comum da Igreja de um modo mais autêntico e vivo.

Obras artísticas precedentes. As representações da Trindade são raras no primeiro milénio da arte cristã. Pode ter sido uma consequência da iconoclastia que destruíra também as imagens, mas é, antes de tudo, pelo facto de que a iconografia da Trindade apresentava aos artistas mais dificuldades que as das festas litúrgicas.

Uma pintura de inspiração cristã da primeira metade do século IV foi descoberta, em 1955, nas catacumbas da Via Latina, em Roma, mostrando Abraão a receber os três jovens. Estas personagens apresentam o mesmo tamanho, as mesmas vestes e fazem o mesmo gesto. Tudo isto parece indicar que se trata já de uma interpretação e não simplesmente de uma ilustração do relato bíblico. No século seguinte, o mosaico de Santa Maria Maior mostra já uma interpretação da cena do encontro de Abraão com os três personagens. Mais clara ainda é a significação oferecida pelo mosaico de S. Vitale em Ravena (antes de 547) onde, no centro, está a refeição com as três personagens. O facto desta composição se encontrar no santuário, lugar da celebração litúrgica, mostra a criação de um novo tipos, de uma nova cena simbólica que explica o sacrifício do Novo Testamento e da Eucaristia. É provavelmente o mais antigo dos tipos iconográficos de expressão da unidade da natureza divina.

Deste modo se formou uma concepção da ceia que servirá de modelo aos séculos seguintes. Estas obras são etapas duma evolução que conduz o espectador até às profundezas do mistério trinitário. Assim, à luz dos Padres gregos e latinos, dos textos da liturgia e das obras artísticas precedentes, o ícone de André Rublev aparece, como iremos ver, como a suma teológica e artística.

O ESCRITOR

André Rublev, nascido entre 1360-1370, viveu em época turbulenta, mas, simultaneamente, muito rica em acontecimentos, nos mais diversos níveis. A vitória Russa sobre as hostes dos Mongóis, conhecidos no Ocidente por Tártaros, em 1380, na batalha de Koulikovo, criou no povo russo o entusiasmo pela libertação e por ter acentuado o sentido de nacionalidade e unidade à volta de Moscovo. Foi também a época em que o monaquismo, nas suas diversas formas, conheceu um grande desenvolvimento. A cultura e a arte florescem a partir dos mosteiros.

Rublev  morre, no dia 9 de Janeiro de 1430, foi recentemente canonizado, com o nome de Santo André, o Iconógrafo, cuja memória se celebra no dia 4 de Julho.

A influência de S. Sérgio de Radonej. O nome de Rublev aparece referido pela primeira vez nas crónicas, em 1405, quando foi pintada a Catedral da Anunciação, no Kremlin, em Mascava. Participa neste trabalho integrado numa equipe de pintores dirigida pelo célebre Théophane, o grego. Contudo, apesar da enorme influência deste sobre a arte russa da época, apesar da sua autoridade incontestada e merecida, Rublev não seguiu o caminho de Theophane, mas o próprio caminho, inspirado no ambiente espiritual ligado à figura de S. Sérgio de Radonej.

Um dos maiores obreiros do florescimento espiritual desta época, Sérgio de Radonej é considerado um dos santos russos mais populares. A. sua vida foi toda ela dedicada à contemplação do mistério da Santa Trindade, que se tornou o assunto da sua oração, a fonte da sua vida interior e do seu serviço aos outros. Deste modo, encarnou a paz que ultrapassa toda a inteligência e fez brilhar esta paz à sua volta. Nele, segundo as testemunhas, foi restabelecido o estado nascente da harmonia que se estendeu à própria natureza. A sua humildade extrema contagiava aqueles que o vinham visitar. Para facilitar a vida dos outros monges, assumia as tarefas mais difíceis e partilhava o seu pedaço de pão com um urso selvagem que o vinha ver.

Dedicou a construção da sua igreja à Santa Trindade e esforçou-se por realizar a unidade, à imagem da comunhão trinitária, a começar pela sua comunidade monástica e alargando-se à vida política do seu tempo. Para facilitar a unidade do país, reconciliou os príncipes feudais inimigos e abençoou o príncipe de Moscou, Dimitri, na luta contra os Tártaros, predizendo a sua vitória. S. Sérgio morreu a 25 de Setembro de 1392, tornou-se padroeiro do o povo cristão da Rússia, deixando grande número de discípulos.

Um convite a escrever o ícone da Trindade. André Rublev foi monge do mosteiro de Santo Andrónico, em Moscou. Contemporâneo de S. Sérgio é muito provável que o tenha conhecido. Mas se não o conheceu pessoalmente, viveu assiduamente em contato com os seus discípulos que continuaram a sua obra e seus ensinamentos sobre a humildade, o amor, o despojamento e a solidão contemplativa, orientada para a transfiguração do espírito e para a união com Deus pela oração contínua. No centro desta espiritualidade está o amor a Deus Trindade e ao próximo.

André Rublev e o seu amigo, companheiro de juventude, Daniel, conhecido por “Negro”, são descritos como “homens perfeitos em virtude”. Rublev é um homem humilde, cheio de alegria e luminosidade. Nos dias de festa, quando não pintava, Rublev e seu amigo Daniel sentavam-se diante dos veneráveis e divinos ícones e, contemplando-os sem discrição, elevavam o espírito e o pensamento para a luz da presença divina. Nele, a arte está unida à santidade. Sob a influência do hesicasmo, que preconizava o silêncio, a paz e a tranquilidade espiritual, deixou-se conduzir, na vida contemplativa como na atividade de iconógrafo, pela simplicidade e pela harmonia.

Em 1408, André Rublev pinta, com Daniel, a Catedral da Assunção, em Vladimir. Pouco depois de 1422, o discípulo de S. Sérgio, Nikon, convida-o para pintar a nova Igreja da Trindade no mosteiro de São Sérgio, construída para substituir a igreja primitiva, incendiada pelos Tártaros. Surge então o célebre ícone da Trindade, admirável tradição da herança espiritual de S. Sérgio. Este ícone suscitou tal veneração que levou à publicação de um decreto, no Concílio de 1551, da Igreja Ortodoxa Russa, aconselhando os iconógrafos a pintarem este tema, tomando o ícone de Rublev como o modelo. (…)

AS TRÊS PERSONAGENS MISTERIOSAS

No ícone da Trindade e graças à arte da iconografia, o orante é conduzido ao centro do mistério do ícone: as três personagens. (…) As personagens apresentam uma característica marcante: os seus traços são rigorosamente idênticos, como se fosse o mesmo a ser representado três vezes. O mesmo rosto, o mesmo tipo de cabelo, o mesmo corpo alongado. É uma mesma e única figura que é três vezes representada em posições diferentes. Os três têm na mão o cetro do poder, que é também é o cajado de peregrinos do mundo. Possuem uma auréola para designar que têm igual dignidade e realeza. As suas vestes contêm o azul, símbolo da verdade divina que os habita. As asas que os circundam têm a mesma forma e dimensão. O ícone representa o Deus único, um só Deus com a mesma natureza divina em três pessoas. Mas cada personagem tem uma posição diferente; tudo é efetivamente diferente: as cores, os gestos, a direção dos olhares.

O Filho. Pela sua posição, pela força das cores do vestuário, uma das personagens parece sair da composição em direção ao observador. Ela está vestida com uma túnica vermelha escura e um manto azul. O vermelho escuro é a cor da realeza e do amor. Recorda o sangue do Filho derramado no sacrifício da cruz. A faixa dourada no ombro direito, chamada é sinal imperial no Império Bizantino, representa o serviço do Grande Sacerdote que é simultaneamente celebrante e Vítima. A dilatação da manga simboliza o futuro sacrifício. O azul do manto que cobre unicamente um dos ombros é a cor da transcendência, das profundidades da vida divina e recorda que o Filho é enviado para a salvação do mundo.

No entanto, a personagem do ícone de Rublev não apresenta o rosto iconográfico típico do Cristo, porque não tem barba; ele é o Filho de Deus e o Cristo será o Filho encarnado em Jesus de Nazaré. Não se trata de Jesus de Nazaré glorificado, mas do Filho eterno de Deus, antes mesmo do mistério da encarnação no tempo e no espaço, mas pela veste ele o é simultaneamente (Jo 1, 1.3). Esta personagem é a manifestação do Pai. A posição e a cabeça inclinada para a direita revelam que ele recebe tudo do Pai; é um sinal de submissão e do dom de si mesmo. Esta inclinação corresponde à inclinação da cabeça do Cristo dos ícones da Crucifixão (Fl 2, 6 sg.). Ele é o Verbo, a imagem do Pai. Tudo o que Ele faz, fá-lo em união com o Pai, sobretudo a consagração do cálice, no qual se resume todo o seu ser.

O Pai. O movimento das personagens do centro e da direita e, com elas, o da montanha e da árvore, é de inclinação para a personagem da esquerda que tem uma postura mais direita que as outras duas. O Filho e o Espírito inclinam-se perante o Pai, assim como toda a Criação, numa atitude de adoração. A postura do Pai é de majestade imutável e, por isso, centro do diálogo. Ele é a Origem, o Princípio sem princípio; é o seu papel paternal. Apresenta os ombros cobertos, porque é ele que envia o Filho e o Espírito. Através da sua veste transparente e luminosa, sobressai o azul da divindade insondável, da transcendência infinita daquele que é a fonte de toda a vida divina. Tudo é calmo nele. Ele está numa posição de escuta do Verbo, para transmitir a mensagem ao anjo colocado diante dele.

O Espírito Santo. Diante do Pai encontra-se o anjo que, pela ligeira curvatura do seu corpo, simboliza a abertura total e parece acolher as outras personagens, É o Espírito vivificante. Com a cabeça ligeiramente inclinada, ele parece escutar com muita atenção o que os outros dizem. Como que para registrar e meditar. A sua veste é da cor da divindade e do vigor da Primavera. O verde do manto simboliza o crescimento, a fertilidade e a esperança. Este envolve-o num só ombro, visto que ele é também um enviado do Pai, com o seu bastão de peregrino do mundo até o fim dos tempos. A túnica azul indica que a terceira pessoa também é Deus, igual às outras duas. Do branco imaculado da mesa destaca – se o gesto da mão como se ele quisesse confirmar o pedido do Filho em se aproximando do cálice.

Os rostos, as mãos, os olhares. Os rostos são idênticos, porque as três personagens são idênticas na sua natureza. Embora cada uma assuma uma tarefa particular, as outras duas estão presentes e ativas, na medida em que a ação trinitária se realiza sempre a três. Não há distância temporal, nem em hierarquia entre os três. São co-eternos.

A mão direita do Pai implica autoridade: envia o Filho único ao mundo para estabelecer a eterna Aliança com a humanidade. Mas também envia o Espírito da verdade e do amor. Uma bênção pascal parte da mão direita do Pai e passa à mão direita do Filho. O Filho bendiz, consagrando o cálice do cordeiro. A posição dos dedos sugere um segundo movimento até à mão do Espírito com o dedo fino ensina-nos isso, ela descansa no fundo branco da toalha com os quatro cantos que simbolizam os quatro Evangelhos. O Espírito, pela sua mão, nos introduz no mistério do Cálice. O Pai, fonte eterna de toda a bênção, bendiz através do Filho, verdadeiro Cordeiro Pasçal, bênção que se transmite ao mundo através do Espírito Santo. Toda a humanidade é abençoada pela Trindade Santa.

O olhar do Pai exprime uma ordem e um pedido, confirmando, assim, o sacrifício do Filho. O olhar do Filho dirige-se para o anjo que se encontra à sua direita, um olhar que não se pode desligar do outro, um olhar que corresponde ao amor do Pai e à entrega de si. O olhar do Espírito dirigido para o cálice traduz a ideia central do diálogo silencioso do Pai e do Filho. Fixa o cálice e parece envolvê-lo. Mas ele está também levantado para o alto, unindo-se à linha que une os olhares do Pai e do Filho. O Espírito é a difusão em nós dos frutos do diálogo do Pai e do Filho.

Alzira Fernandes, Companhia de santa Tereza de Jesus, Portugal. http://www.teresianasstj.com

Imagem que inspirou o ícone da Trindade (Gênesis 18,1-15)

Deus apareceu a Abraão junto aos Carvalhos de Mambré quando ele estava sentado à porta da tenda ao calor do dia, Abraão viu à sua frente três homens de pé bem à sua frente. Ao vê-los, saiu da entrada da tenda, correu ao encontro deles e prostrou-se, tocando a terra, dizendo: “Meu Senhor, se alcancei graça diante de seus olhos, por favor, não passe pelo seu servo sem uma parada. Que se tragam um pouco de água para que vocês lavem os pés e depois descansem debaixo da árvore. Permitam que eu traga um pedaço de pão a fim de que vocês recuperem as forças antes de partir… [Gênesis 18,1-5]

História e sentido da Festa da Santíssima Trindade

A Trindade de Deus é confessada pela Igreja desde sempre, em cada liturgia. Aliás, antes mesmo da proclamação do dogma da fé trinitária nos Concílios de Niceia (325) e de Constantinopla (381), a Igreja já tinha em sua liturgia a formulação da fé trinitária, significando que, na Igreja, a oração é a norma da fé. O nosso hino de vigília (ODC, n. 53) é um exemplo. Composto no século II faz uma proclamação trinitária: nós cantamos o Pai e o Filho e o Divino que nos conduz (Estrofe 3).

Segundo a tradição patrística, a doutrina teológica é inseparável da oração pública e é na criação litúrgica que se exprime a fé comum da Igreja de um modo mais autêntico e vivo. Por isso se diz que a liturgia é a fé primeira e a teologia é a fé segunda. A liturgia é fonte da fé, da teologia, da catequese, da espiritualidade.

A dimensão trinitária da fé é estruturante da liturgia da Igreja. Por isso, não se conhece uma festa teológico-dogmática da Trindade nem na Antiguidade Cristã, nem na tradição cristã oriental. Foi João XXII que a introduziu na Igreja de Roma, no século XIV, a ser celebrada no domingo após a solenidade de pentecostes. Na verdade, houve grande resistência da Igreja, justamente por considerar que a liturgia é estruturalmente trinitária. Mas acabou prevalecendo a influência do Mosteiro de Cluny, na França, que deste o século XI dedicava um domingo a esta festa.

Contudo, uma vez no calendário da Igreja, o domingo da Trindade é uma ocasião para aprofundar o mistério do nosso Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Mistério de Unidade na diversidade, amor plural e comunitário. É uma oportunidade de renovar a nossa consciência de que na unidade da Trindade, encontrarmos a FONTE de inspiração para a convivência fraterna e para a solidariedade.  

   Santo Atanásio, bispo, IV século:

A nossa fé é esta: cremos na Trindade santa e perfeita, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo; nele não há mistura alguma de elemento estranho; não se compõe de Criador e criatura; mas toda ele é potência e força operativa; uma só é a sua natureza, uma só é a sua eficiência e ação. O Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo; e deste modo, se afirma a unidade da Santíssima Trindade. Por isso, proclama-se na Igreja um só Deus, que reina sobre tudo, age em tudo e permanece em todas as coisas. Reina sobre tudo como Pai, princípio e origem; age em tudo, isto é, por meio do Verbo; e permanece em todas as coisas no Espírito Santo.