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ALBERIONE E A LITURGIA

Por Ir. Ana Mazzurana, pddm

 A Liturgia é o Cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana toda a sua força, assim declarou o Concílio na Constituição sobre a Liturgia (SC 10). Para Alberione, esta afirmação calou fundo e veio confirmar sua intuição  de que a  liturgia devia ser  o caminho natural do seguimento de Jesus Cristo no decorrer do Ano Litúrgico.[1]

A formação litúrgica e a atividade apostólica de pe. Alberione a serviço da liturgia têm uma história: leu livros e revistas de liturgia; seguiu a indicações de Pio X para o ensino da liturgia, ao dar aula no seminário; foi cerimoniário do Bispo, com a incumbência de preparar o livro das cerimônias; deu aula de arte sacra e, sobretudo, sempre deu preferência à oração da Igreja e com a Igreja (AD, 71-77).

Cita com muita freqüência o ora et labora da Regra Beneditina eescolheu como data de fundação das Discípulas, 10 de fevereiro, data em que a Igreja faz memória Santa Escolástica, irmã de São Bento. Ele escreve: “Para vocês este dia é muito importante porque lembra o aniversário do seu nascimento.(…) Na comemoração de  Santa Escolástica, recordem a função litúrgica que tiveram os beneditinos e as beneditinas. Portanto, grande estima por tudo o que se refere à liturgia. Não fiquem no exterior, mas penetrem o íntimo da liturgia, façam  algo a mais, diferente para alcançar o verdadeiro apostolado: levar todos à Eucaristia!”[2]

Ter participado do Concílio foi para Alberione, já maduro nos anos, uma confirmação de sua missão de  comunicador do Evangelho com os meios da comunicação social  e um reconhecimento da sua espiritualidade centralizada no Mistério de Cristo, celebrado na Liturgia.

Alberione, em sua  catequese e ação pastoral, sempre procurava formar as pessoas e comunidades  à luz da liturgia. Nas homilias que fazia, referia-se não somente às leituras do dia, mas também  às orações e prefácio. Ele mesmo escreve, falando de si mesmo na terceira pessoa do singular escreve: “…era preciso explicar o evangelho nas missas,  era o que  fazia aos domingos, na catedral. Esse costume se introduziu depois em muitas paróquias…” “sentia sempre mais o gosto de rezar a oração da Igreja”.[3]

A partir dessa sua experiência, convidava a Família Paulina  a aprender dos santos padres e a fazer da liturgia uma escola de fé: “Os santos padres ajudavam a viver a liturgia, que é uma escola de fé e de oração… Seguindo a liturgia é possível elevar os corações dos irmãos ao Senhor, pois a liturgia não é só uma comemoração de fatos, mas celebração da vida, da vida de Cristo”.[4]

Tinha também uma grande preocupação com o estudo da liturgia e não medida esforços para incentivar o estudo e o cultivo da espiritualidade litúrgica: “É necessário estudar, meditar e difundir a Bíblia,… para conhecer a fonte de onde a Igreja atinge a doutrina e para alimentar nossa espiritualidade…estudar os livros litúrgicos, não só como cultura, mas como fonte de meditação e possibilidade de celebrar com inteligência e com sentimento de quem se apropria do próprio sentimento da Igreja quando celebrar a liturgia”.[5] Alberione desejava que todos, ao celebrar, pudessem “sentir a beleza da Liturgia“.

 Estudo, para Alberione, era também sabedoria da fidelidade dinâmica “precisamos seguir as leis litúrgicas, mas sempre é possível melhorá-las. Observá-las, na medida do possível, com perfeição. Mas acima de tudo interpretar o sentido das funções, o sentido das palavras”.

A Espiritualidade do Ano Litúrgico

Alberione participava ativamente do desenrolar-se do Ano Litúrgico e deixou-se tocar pelo espírito desta dinâmica. De fato, fez do Ano Litúrgico seu itinerário natural no seguimento de Jesus. Vivenciava profundamente a espiritualidade própria de cada tempo, de cada domingo, e não media esforços para formar as comunidades na espiritualidade, centralizada na Palavra de Deus, seguindo o próprio do tempo litúrgico.

Alberione, porém, não tinha a preocupação de escrever sobre o Ano Litúrgico ou a liturgia. Na verdade, ele não foi um teórico da liturgia, no sentido estrito da palavra, e sim um especialista na vivência do Mistério de Cristo celebrado na liturgia. Por isso seu jeito familiar e simples de expressar a profundidade do Mistério celebrado no diferentes tempos litúrgicos:

 “Os ciclos litúrgicos são contemplados a partir de três vertentes: preparação, celebração e frutos. O Advento é um tempo com uma característica  alegre: a espera do Messias e a grande alegria de recebê-lo: Deus conosco, o Redentor, o Salvador que vem para realizar todas as promessas. Por isso, podemos dizer que é um tempo feliz, enquanto a Quaresma é mais penitencial, tem um caráter de sobriedade, é um tempo de preparação de toda a Igreja para ajudar-nos a fazer da Páscoa, da Ressurreição de Jesus, a celebração central do grande Mistério da nossa, fé”.[6]

O Ano Litúrgico era entendido por Alberione como uma grande unidade sem a qual seria impossível perceber a totalidade do Mistério de Cristo: “O Filho de Deus assumiu um corpo, fez-se homem e morreu por nós. Preparar a Páscoa é lembrar que no Natal recebemos do céu o Filho de Deus feito homem. Nós contemplamos Jesus em Belém, no presépio. Na Páscoa vemos Jesus que se imola, fazendo-se dom e entrega de si mesmo a nós”.

Já em 1939 ele falava da dinâmica do Ano Litúrgico, entendida como um processo em espiral: “O Ano Litúrgico, com suas festas, è ordenado a três fins: conhecer Jesus; imitar Jesus; viver Jesus… O Ano Litúrgico é como o caminho que sobe uma montanha de forma circular. O viajante que a percorre se encontra a cada volta num ponto paralelo à aquele da partida, mas sempre mais no alto, até atingir o cume que é a posse do Reino”.[7]

Como instrumento de ajuda na vivencia deste itinerário, Alberione deixou algumas pistas:

“É útil ler alguns comentários que possam ajudar a entender melhor e a acolher os ensinamentos que brotam do Evangelho. Portanto, ler o Evangelho, o catecismo, os livros litúrgicos, e perguntar-nos: como Jesus viveu?  como realizou a vontade do Pai? E nós o  que estamos buscando? Procuramos a Deus como Jesus?. Amar a Palavra de Deus, desejar compreender o sentido da Palavra dita por Jesus. Olhar como Jesus fazia, pensar na sua Palavra e ao mesmo tempo senti-la e praticá-la. Este é o caminho para conhecermos melhor nosso Mestre”.  (Quaresma 1960).

Como celebrar

Alberione foi um homem atento ao Divino e ao humano. Sua preocupação era formar pessoas capazes de totalidade, mente, vontade, coração. Queria pessoas abertas e sensíveis à história, à cultura, à vida. Pessoas livres e participantes do desenrolar da história. Certamente este seu lado humano o ajudou a perceber a importância de preparar  uma celebração, que  cuidasse do espaço, da beleza, que respeitasse a comunidade celebrante,  a cultura, o tempo litúrgico, que tudo favorecesse a celebração do mistério pascal de Cristo: “Estamos na semana santa, é necessário saber explicar (ao povo), por exemplo, porque se cobre o crucifixo ou porque se usa a cor roxa,  porque existe a Páscoa, a festa de Pentecostes ou  Natal, ou ainda, porque a Igreja celebra a festa dos santos, as festas  de Nossa Senhora. Saber explicar tudo para adquirir o verdadeiro espírito da liturgia, mesmo as pequenas coisas, como o cuidado com o altar, a limpeza do espaço, as velas, as vestes. Sobretudo na semana santa preocupar-se para que todos os fiéis se acomodem e se sintam bem confortáveis no espaço litúrgico, assim poderão participar com inteligência, e coração das celebrações litúrgicas”.

O Concílio  lembra exatamente a importância desta participação plena, consciente e ativa, exigida pela própria natureza da liturgia e pelo direito que o povo tem por força do seu batismo (SC 14). “A Liturgia é como um rio  que atravessa todo o Ano: um rio de graças, de luz, de bênçãos”.

Alberione e o Concílio

Alberione seguiu atentamente a evolução do movimento litúrgico e dele falava às Irmãs Pias Discípulas, como fez por exemplo, em 1963, a respeito da Sacrosanctum Concilium, sobre a liturgia, a primeira Constituição aprovada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, votada também pelo pe. Alberione.

Já antes, em outubro de 1962,  portanto, durante Concílio Alberione fala às Pias Discípulas sobre suas preocupações com a reforma litúrgica: “Que o Espírito Santo derrame a suas luzes sobre todos os padres conciliares, a fim de que seja considerado apenas aquilo que melhor apresente o culto e melhor glorifique a Deus, sobretudo o que se refere à Eucaristia… se é preciso rever os livros litúrgicos – Breviário, Missal, Ritual Pontifical – também para isso precisa-se da luz de Deus, sempre na busca de compreender a mentalidade e as necessidade de hoje…é preciso caminhar, isto é, deve-se rodar segundo o desenvolvimento dos tempos…O Concílio Vaticano II vem cumprir a sua missão, que é necessária no momento atual da história e da história da Igreja. Por isso, é preciso colaborar com tudo o que se refira à liturgia, ao centro da liturgia; a Eucaristia”.

E dado que a renovação litúrgica não é só reforma do ritos, mas também a retomada de um novo contato vivo com a Bíblia, Palavra de Deus. Junto com o movimento litúrgico deve ser estudado também o movimento bíblico. Da Bíblia, de fato, é que nasce a compreensão da liturgia. Participante ativo deste movimento eclesial, pe. Alberione rezou, pregou e trabalhou muito para a compreensão e divulgação da Bíblia, e do Evangelho. O binômio Bíblia – Liturgia era, para ele, essencial, como o recorda o próprio Alberione em 1965: “essa contínua descristianização da vida, da arte, do pensamento, deve-se à falta do oxigênio litúrgico-bíblico, que durante séculos sustentou a vida do povo. Do fenômeno da separação entre liturgia e Bíblia resultaram consequências como: a grande massa não entendia mais a Missa, os sacramentos, a funções… A pregação, distante da bíblia, não era mais sentida como Palavra de Deus, e sim um raciocínio humano. A liturgia é a sacramentalidade da Bíblia…, segue-se a necessidade da Bíblia para o povo; do contrário, para o povo a liturgia nada diz, e por isso deixa de louvar a Deus e não faz uma prece consciente”

De fato, uma nova pedagogia espiritual nasceu a partir do Concilio para o crescimento, em Cristo, do povo cristão, chamado a entrar no mistério da salvação.

Em 1963 Alberione, em pleno Concílio, Alberione lembrava às Pias Discipulas: “ Rezai para que os padres conciliares sejam iluminados e todos compreendam o que é essencial na liturgia, não somente na parte técnica, mas sobretudo o espírito, o que constitui a vida. A liturgia tem um corpo esterno, mas este corpo deve ter uma alma, e a alma é o espírito”.[8]

O caminho percorrido por pe. Alberione

Na igreja do Brasil, Alberione é conhecido como o homem que dedicou toda a sua vida ao anúncio do Evangelho através da comunicação social.  Alberione, ainda jovem, intuiu  que os meios da comunicação  formariam a cultura do novo século (1900) e  dos séculos  futuros,  e consequentemente que também a Igreja, já não poderia mais evangelizar sem contar com a ajuda destes meios e das novas técnicas que haveriam de surgir. Assim dizia Alberione nos anos 50: “A imprensa, o cinema, o rádio e a televisão, constituem hoje os mais urgentes, rápidos e eficazes meios para a missão evangelizadora. Com essas técnicas, deve-se comunicar às pessoas a mensagem do Evangelho e tudo o que é bom, verdadeiro e útil”.

Mas Pe. Alberione foi também o homem da universalidade e da intimidade com Deus: “é preciso ter no coração todos os povos e fazer com que em todos os problemas, se sinta a presença da Igreja”. Seus olhos de apóstolo estavam fixos no Cristo do Evangelho, o Mestre Caminho, Verdade e Vida da humanidade. A Bíblia, a Eucaristia, a Igreja, o ecumenismo, o mundo moderno, a necessidade de novos apóstolos povoavam sua mente e fizeram dele  um grande místico, ativo e inquieto. Sua espiritualidade era alimentada nas fontes das águas puras da liturgia. Talvez esta última característica seja a menos conhecida na vida de Alberione, e com este artigo queremos  tornar conhecido um pouco do coração litúrgico deste homem do nosso tempo.


[1] Sobre a contribuição dada pelo pe. Alberione ao movimento litúrgico, há a tese de doutorado em Sagrada Liturgia da primeira mulher doutora, pelo Instituto de Santo Anselmo, em Roma. Trata-se da Pia Discípula Agnes Abayan Tapang – Giacomo Alberione – 1884-1971 – and the liturgical movement, Roma, 1988.

[2] Tiago Alberione, Opera omnia, Alle Pie Discepole Del Divin Maestro (=APD)(1946/47)98, 138-141

[3] Tiago Alberione, opera omnia, Abundantes Divitae Gratiae suae, Ed. Paulus, Roma (2000)nº 72. 140

[4] Alberione, Giacomo, Opera Omnia, 2 “Mihi vivere Christus est.”, Roma,  (1971), p.98

[5] Opera Omnia APD – 1960, p. 182

[6] Opera Omnia APD 1961, p.27

[7] Citado no livro Vade-mecum, nº 755,  St Paul publications, Roma 1989.

[8]  Tiago Alberione, APD, nº 340, 1963

141º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO DO BEM ABENTURADO TIAGO ALBERIONE

4 DE ABRIL: UMA DATA DE GRATIDÃO E REFLEXÃO

Neste dia especial, celebramos com gratidão o nascimento do Bem Aventurado Tiago Alberione, fundador da Família Paulina e apóstolo incansável da comunicação a serviço do Evangelho. Nascido em 4 de abril de 1884, em San Lorenzo di Fossano, Itália, Alberione veio ao mundo em uma família humilde, mas profundamente enraizada na fé cristã. Desde cedo, sentiu-se chamado por Deus a uma grande missão: evangelizar com os meios de comunicação e formar apóstolos para o Reino de Deus.

Ele mesmo, ao longo de sua vida, reconheceu a obra da misericórdia divina sobre si. Em um de seus escritos espirituais, expressou com humildade:

“Tua misericórdia é infinita: nunca poderei compreendê-la totalmente. Quero mais adorá-la do que investigá-la. Como escolheste para ser Sacerdote […] um tão grande pecador, que previas que trairia tuas expectativas?… Foi toda e somente tua misericórdia. Sou um milagre de Deus!”
(G. Alberione, Paulo Apóstolo Inspirador e Modelo, 163-164.)

As palavras do Bem Aventurado Alberione são um chamado à confiança na graça divina e um lembrete de que a missão é um caminho a ser percorrido com fé e fidelidade. Assim como ele respondeu ao chamado divino, somos convidadas a renovar nosso compromisso missionário e a adaptar nossa evangelização aos desafios do nosso tempo, com criatividade e coragem.

O CHAMADO À RENOVAÇÃO: UMA MISSÃO PERMANENTE

A conversão pastoral é um dos grandes desafios da Igreja hoje. O Papa Francisco nos convida a repensar nossas estruturas e métodos para que estejam a serviço da missão evangelizadora, como afirmou na Evangelii Gaudium:

“Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que costumes, estilos, horários, linguagem e estruturas eclesiais se tornem um canal adequado para a evangelização do mundo atual, mais do que para a autopreservação.”
(EG 27)

Esse pensamento ressoa com as palavras de Alberione, que, ao comentar a renovação da vida religiosa, disse:

“Renovação significa ser sempre mais religiosos, a cada dia, a cada mês, a cada ano. […] Devemos nos perguntar se estamos nos renovando e melhorando.”
(APD 1966, 375)

Ser fiéis ao carisma de Alberione significa manter viva essa atitude de renovação e compromisso missionário. Precisamos nos questionar:

  • Quero ser mais perfeita?
  • Quero ainda me converter?
  • Desejo mudar para me tornar mais discípula e apóstola de Jesus?

ORAÇÃO PELO BEM AVENTURADO TIAGO ALBERIONE

Com o coração cheio de gratidão, elevemos nossa oração:

“Senhor, te agradecemos pelo nascimento da Família Paulina por meio do Bem Aventurado Tiago Alberione. Que os apóstolos do Evangelho tenham o desejo ardente de levar tua Palavra a todos os povos. Ajuda-nos a usar os meios de comunicação para o bem e a paz no mundo. Que o Bem AventuradoAlberione seja reconhecido como santo, para que sua obra de amor seja ainda mais louvada. Concede-nos seguir seus passos com fidelidade e coragem, como peregrinas da esperança. Amém.”

Que o Bem Aventurado Tiago Alberione interceda por nós, para que possamos irradiar Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, sendo instrumentos de sua luz no mundo!

Texto escrito pelo Secretariado de Espiritualidade do Governo Geral.

78º ANIVERSÁRIO DA APROVAÇÃO DIOCESANA DAS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Texto do Secretariado de Espiritualidade do Governo Geral PDDM

3 de abril de 2025

Neste dia especial, celebramos com gratidão o 78º aniversário da Aprovação Diocesana da Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre (PDDM), ocorrida em 3 de abril de 1947, na cidade de Alba. Com o coração cheio de louvor, rendemos graças ao Mestre Divino por ter suscitado nossa Congregação e confirmado-a na Igreja.

A liturgia deste dia nos convida a acolher Jesus como a manifestação do amor do Pai. Ele é o Enviado, aquele a quem o próprio Deus dá testemunho. Nossa esperança está inteiramente nele, e nosso desejo é buscar unicamente a glória do Pai.

Relembramos, com emoção, os trechos do documento de fundação do Instituto, escrito e assinado pelo Beato Timóteo Giaccardo em nome do Fundador:

“Veneráveis Pias Discípulas do Divino Mestre, em memória de sua Paixão, hoje o Divino Mestre, em seu amor sem medidas e sem limites, instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio. Neste dia sacerdotal e no mesmo amor, Ele lhes concede uma vida jurídica nova, plena e própria, e as chama a prestar ao seu Sacerdócio um contributo de oração e apostolado, segundo sua condição e com pleno amor. […] À Venerável Mestra M. Escolástica Rivata, que foi como a nutriz das Pias Discípulas e sua Mestra até a instituição canônica própria, deseja-se que seja demonstrada filial gratidão, respeito, deferência e piedade, como todas as Pias Discípulas desejam manifestar. […] A caridade do Pai, a graça do Divino Mestre e as doces comunicações do Espírito Santo estejam sempre com vocês.”

Com alegria e espírito renovado, reafirmamos nosso compromisso de viver as quatro estrelas que guiam nossa Congregação desde o 10º Capítulo Geral: interculturalidade, missão, discernimento e formação integral e contínua. Estes são os “projetos do coração de Deus (Salmo 32) para nós, suas discípulas, na Igreja e na humanidade de hoje”.

Oremos juntas pela nossa Congregação:

“Jesus Mestre,
Te confiamos nossa Congregação.
Vive em nós, tuas discípulas,
para que, renovadas na caridade,
possamos irradiar-te no mundo
como Caminho, Verdade e Vida,
até o dia da eterna Liturgia.
Amém.”

Neste Ano Jubilar da Igreja, seguimos firmes como peregrinas da esperança, elevando nosso canto de louvor ao Senhor. Que esta celebração fortaleça nossa missão e renove nossa caminhada na fé!

A CONTRIBUIÇÃO DO VENERÁVEL FRANCISCO CHIESA PARA A FAMÍLIA PAULINA E O BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE

O Venerável Francisco Chiesa (1874-1946) foi uma figura fundamental na trajetória do Bem-Aventurado Tiago Alberione e na fundação da Família Paulina. Sacerdote piedoso e intelectual respeitado, Chiesa exerceu um papel crucial na formação espiritual e teológica de Alberione, influenciando profundamente seu pensamento e sua missão apostólica.

VIDA E FORMAÇÃO

Francisco Chiesa nasceu em Montà d’Alba (Cuneo, Piemonte) em 2 de abril de 1874. Estudou no seminário de Alba e foi ordenado sacerdote. Depois de se formar em filosofia em Roma, em teologia em Gênova e em utroque jure em Turim, dedicou-se ao ensino por mais de cinquenta anos. Lecionou especialmente no Seminário de Alba, comunicando aos jovens clérigos e padres, junto com a ciência, o espírito sacerdotal.

UM MENTOR ESPIRITUAL E INTELECTUAL

Desde os tempos de seminário, o Cônego Chiesa foi um guia para Alberione, ajudando-o a aprofundar sua compreensão da Palavra de Deus e da missão evangelizadora da Igreja. Seu testemunho de vida sacerdotal e seu compromisso com a santidade inspiraram Alberione a buscar um apostolado voltado à comunicação e à propagação do Evangelho.

PUBLICAÇÕES E TRABALHO PASTORAL

Ao mesmo tempo em que se dedicava ao ensino, Chiesa também atuou na publicação de livros e artigos para revistas. Em 1913, foi eleito pároco da paróquia dos Santos Cosme e Damião, que guiou com sabedoria e amor por 33 anos, até sua morte em 1946.

APOIO NA FUNDAÇÃO DA FAMÍLIA PAULINA

Chiesa foi um dos primeiros a incentivar Alberione na realização de sua visão: criar instituições dedicadas à evangelização pelos meios de comunicação modernos. Seu apoio moral e intelectual foi decisivo nos primeiros anos de formação da Sociedade de São Paulo e das demais congregações da Família Paulina. Durante todo o desenvolvimento da Família Paulina, ele esteve presente como diretor espiritual e conselheiro de Dom Tiago Alberione.

UM MODELO DE SANTIDADE

A influência do Venerável Chiesa transcendeu a academia e o apoio institucional. Ele encorajou Alberione a confiar na Providência Divina e a manter-se fiel à oração e ao trabalho. Sua espiritualidade e sua profunda humildade deixaram marcas indeléveis na espiritualidade paulina.

LEGADO E RECONHECIMENTO

Francisco Chiesa faleceu em Alba no dia 14 de junho de 1946. Seu testemunho de vida e santidade continua inspirando aqueles que seguem os passos da espiritualidade paulina. Em reconhecimento à sua virtude heroica, foi proclamado venerável em 11 de dezembro de 1987.

Graças à sua orientação, Alberione seguiu em frente com sua missão, fundando a grande obra da Família Paulina, que hoje continua evangelizando em todo o mundo. O Venerável Francisco Chiesa permanece como um exemplo de fidelidade, dedicação e apoio ao chamado de Deus, sendo uma inspiração para todos aqueles que seguem a espiritualidade paulina.

A RECONCILIAÇÃO QUE LIBERTA: UM CAMINHO PARA A NOVA VIDA

Domingo, 30 de Março de 2025 | 4º Domingo da Quaresma, Ano C

Leituras: Js 5,9a.10-12; Sl 33(34),2-3.4-5.6-7 (R. 9a); 2Cor 5,17-21; Lc 15,1-3.11-32

No 4º Domingo da Quaresma, Ano C, as leituras nos conduzem a uma reflexão profunda sobre a reconciliação e a transformação que ela opera em nossa vida. A primeira leitura, de Josué (Js 5,9a.10-12), narra o momento em que os israelitas celebram a Páscoa já na Terra Prometida, um marco de renovação e transição. O maná cessa, pois o povo agora se alimenta dos frutos da terra. Esta passagem simboliza a passagem do deserto para a promessa, do antigo para o novo.

No Salmo 33 (34), somos convidados a bendizer ao Senhor e confiar nele, pois Ele está sempre pronto a salvar aqueles que O buscam. O salmista nos lembra que o Senhor é refúgio para os corações atribulados, trazendo um eco da esperança que se concretiza na segunda leitura.

Na segunda carta aos Coríntios (2Cor 5,17-21), Paulo afirma: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O que era antigo passou; agora tudo é novo!”. Essa passagem reforça a ideia de que a reconciliação com Deus nos transforma radicalmente, tornando-nos embaixadores da sua paz. Cristo, ao assumir nossos pecados, nos reconcilia com o Pai, permitindo-nos experimentar uma vida renovada.

O Evangelho de Lucas (Lc 15,1-3.11-32) traz a Parábola do Filho Pródigo, um dos textos mais emblemáticos sobre misericórdia e reconciliação. O filho mais jovem, ao se afastar do pai e dissipar seus bens, simboliza a condição humana quando se distancia de Deus. Sua volta representa a consciência do erro e o desejo de reconciliação, que é recebida com alegria pelo pai. Já o filho mais velho manifesta ressentimento, incapaz de compreender a graça do perdão.

A DINÂMICA DA RECONCILIAÇÃO

A experiência do perdão e da reconciliação passa por um profundo processo interno. Muitas vezes, a busca pela liberdade nos leva a agir impulsivamente, distanciando-nos de nossas raízes e de nossa essência. O reconhecimento do erro e a aceitação da realidade nos convidam a um movimento de retorno, onde a verdadeira transformação ocorre.

O desejo de autonomia, tão presente no ser humano, pode nos levar a rupturas e desencontros. No entanto, o reencontro com aqueles que nos amam nos permite reorganizar nossa identidade e compreender que a liberdade não está na separação, mas na construção de vínculos autênticos. O ressentimento, por sua vez, surge quando não conseguimos lidar com as diferenças e com o amor incondicional, que se manifesta de formas inesperadas.

O amadurecimento emocional exige um ambiente de acolhimento, onde possamos ser aceitos sem condições. A figura do pai na parábola representa essa capacidade de receber e reintegrar, sem julgamentos, aquele que retorna arrependido. Esse acolhimento nos permite reconstruir nossa identidade e nos fortalecer para novos caminhos.

CAMINHO DE CONVERSÃO

A Quaresma é um tempo propício para refletirmos sobre nossas relações e buscarmos a reconciliação. Que possamos, à luz das Escrituras e da compreensão da condição humana, permitir que Deus transforme nosso coração, para que sejamos, como diz Paulo, “embaixadores de Cristo”, anunciadores do amor que renova todas as coisas.

A RECONCILIAÇÃO E A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

A Campanha da Fraternidade de 2025 traz o tema “FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL” e o lema “DEUS VIU QUE TUDO ERA MUITO BOM” (Gn 1,31), convidando-nos a refletir sobre a relação entre fé e responsabilidade socioambiental. Assim como a reconciliação transforma nossa relação com Deus e com o próximo, ela também deve abranger nossa relação com a criação.

A Parábola do Filho Pródigo nos mostra um caminho de transformação, no qual a reconciliação vai além da dimensão pessoal e alcança o coletivo. Da mesma forma, a ecologia integral propõe que a conversão não seja apenas espiritual, mas também uma mudança na maneira como nos relacionamos com a natureza, os recursos naturais e toda a criação divina.

Se o filho mais novo da parábola desperdiça seus bens e só percebe sua verdadeira condição ao se ver em necessidade, também a humanidade, muitas vezes, esgota os recursos da Terra sem pensar nas consequências. O retorno à casa do Pai pode ser visto como um convite à conversão ecológica, reconhecendo que a criação é um dom de Deus e que precisamos cuidar dela com responsabilidade.

A Campanha da Fraternidade 2025 nos lembra que a ecologia integral envolve aspectos sociais, econômicos e espirituais. Assim como o Pai misericordioso acolhe o filho que retorna, somos chamados a reestabelecer nossa relação com o mundo criado, promovendo justiça, sustentabilidade e respeito pela vida em todas as suas formas.

Que este tempo de Quaresma nos inspire a um compromisso renovado com a reconciliação, não apenas com Deus e com nossos irmãos, mas também com a Casa Comum, para que possamos testemunhar o amor de Deus em todas as dimensões da vida.

Para aprofundar esta reflexão, você pode assistir ao vídeo a seguir:

SUGESTÕES PARA OS CANTOS NESTA CELEBRAÇÃO:

1 – ABERTURA – EIS O TEMPO DE CONVERSÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=eYz25RU7-Us

– SALMO 33 (34) – PROVAI E VEDE
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ZfL-QcFCz5U

3 – ACLAMAÇÃO
LOUVOR E HONRA… VOU LEVANTAR-ME…
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=Y2eN6GmTNtc

4 – OFERENDAS – O VOSSO CORAÇÃO DE PEDDRA SE CONVERTERÁ
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=nI8LGfCBdp0

5 – COMUNHÃO – TANTO DEUS AMOU O MUNDO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=RLc03QE221k

6 – FINAL – HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4

15º ENCONTRO NACIONAL DE ARQUITETURA E ARTE SACRA (ENAAS) REFLETIRÁ ESPAÇO LITÚRGICO E PIEDADE POPULAR

Estão abertas as inscrições para o XV ENAAS, de 02 a 06 de junho de 2025, em Goiânia.
Inscreva-se e participe: https://app.ciaticket.com.br/e/ENCONTROARTESACRA

15º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra
02 a 06 de junho de 2025
Tema: Espaço Litúrgico e Piedade Popular

Sobre o ENAAS 2025

A Comissão Episcopal para Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Setor Espaço Litúrgico, convida a todos para o 15º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS). O evento bienal, consolidado como referência na Igreja e no meio acadêmico, ocorre em Goiânia-GO, em parceria com a Arquidiocese de Goiânia, PUC-Goiás, Santuário do Divino Pai Eterno e a Associação dos Liturgistas do Brasil (ASLI).

O ENAAS 2025 acontece em um contexto especial: o Ano Jubilar de 2025, que celebra os 60 anos do encerramento do Concílio Vaticano II. O evento promoverá um amplo debate acadêmico e interdisciplinar sobre a relação entre espaço celebrativo, liturgia e piedade popular, além da importância da preservação do patrimônio artístico e cultural da Igreja.

Local

Cidade da Comunhão – Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), Goiânia-GO.

Quem pode participar do 15º ENCONTRO NACIONAL DE ARQUITETURA E ARTE SACRA?

  • Estudantes, docentes e profissionais de arquitetura, engenharia e artes;
  • Padres, diáconos, seminaristas e religiosos;
  • Membros dos conselhos de economia e administração de paróquias e santuários;
  • Equipes de liturgia e leigos envolvidos em projetos de construção, reforma e decoração de igrejas;
  • Decoradores, organizadores de espaços celebrativos para eventos religiosos e técnicos de som e iluminação.

Inscrições no ENAAS:

As inscrições serão feitas pelo site da CiaTicket, com confirmação mediante pagamento da taxa:

  • 1º Lote: R$ 250,00 (28/nov/2024 a 31/dez/2024) – à vista;
  • 2º Lote: R$ 300,00 (01/jan/2025 a 31/mar/2025) – em até 2 vezes;
  • 3º Lote: R$ 350,00 (01/abr/2025 a 10/mai/2025) – à vista.

Estudantes têm 50% de desconto, mediante comprovação.

Hospedagem e Alimentação

Os participantes são responsáveis por sua hospedagem e alimentação. O evento sugere algumas opções:

Opção 1 – Cidade da Comunhão (CPDF)

Reserva diretamente pelo Centro Pastoral Dom Fernando. Valores incluem hospedagem de 02 a 06 de junho de 2025:

  • Quarto triplo (ventilador): R$ 240,00/pessoa
  • Quarto casal (ventilador): R$ 280,00/pessoa
  • Quarto duplo (ar-condicionado): R$ 400,00/pessoa
  • Quarto individual (ventilador): R$ 400,00/pessoa

Contato: Karla – WhatsApp: (62) 98178-0249
Pagamento via PIX: cpdf@arquidiocesedegoiania.org.br

Opção 2 – Hotel Santos Dumont

  • Quarto individual: R$ 298,00 (diária c/ café da manhã)
  • Quarto duplo: R$ 385,00 (diária c/ café da manhã)
  • Quarto triplo: R$ 480,00 (diária c/ café da manhã)

Opção 3 – Airbnb e Outras Modalidades

O participante pode escolher outras opções, considerando custo e deslocamento.

Pacote de Alimentação

Valor: R$ 530,00/pessoa (inclui todas as refeições durante o evento).
Pagamento até 10 de maio de 2025.
Contato: Karla – WhatsApp: (62) 98178-0249
PIX: cpdf@arquidiocesedegoiania.org.br

Seminários

Os participantes poderão se inscrever em 2 Seminários Temáticos, realizados nos dias 03 e 04 de junho. Inscrição a partir de 10 de março de 2025 pelo site: enaas2025.com.

Comunicações Científicas

Alunos de Graduação (TCC), Iniciação Científica, pós-graduandos, mestres e doutores podem submeter trabalhos.
Prazo para envio de resumos: 31 de março de 2025
Divulgação dos aprovados: 12 de abril de 2025
Edital completo no site: enaas2025.com

Outras Informações

A programação detalhada e a lista de palestrantes confirmados serão divulgadas nas redes sociais do Setor Espaço Litúrgico.

Dúvidas?
Contato: Raquel Tonini Schneider (assessora do Setor Espaço Litúrgico)
WhatsApp: (27) 99941-4644
E-mail: espacoliturgico@cnbb.org.br

MADRE ESCOLÁSTICA: 38 ANOS DA SUA PÁSCOA ETERNA

Madre Escolástica Rivata ou Úrsula Maria Rivata, nasceu em 12 de julho de 1897. Ela foi uma mulher cuja vida foi marcada pela fé, pelo serviço e por um profundo amor a Deus. Como a primeira integrante das Pias Discípulas do Divino Mestre e uma das figuras que marcou a Família Paulina. Ela dedicou sua vida à adoração eucarística, ao serviço sacerdotal e à promoção da liturgia, sempre guiada por uma espiritualidade profunda e um coração generoso. No dia 24 de março, celebramos a sua páscoa eterna. Neste ano de 2025, são 38 anos da sua partida para a casa do Pai.

Madre Escolástica: Infância e Primeiros Anos

Úrsula nasceu em Guarene, no Piemonte, Itália, em uma família cristã profundamente enraizada na fé. Desde pequena, demonstrou sensibilidade religiosa e um coração generoso. A morte prematura de sua mãe, quando ela tinha apenas seis anos, marcou sua infância, levando-a a assumir um papel mais responsável dentro da família. A devoção à Virgem Maria e sua inclinação para a oração tornaram-se características marcantes de sua personalidade.

Ainda jovem, trabalhou no campo, ajudando a família, e posteriormente como operária em uma fábrica de seda em Alba. Durante esse período, desenvolveu um espírito resiliente e uma grande sensibilidade para com os pobres e necessitados. Seu encontro com os escritos de Santa Teresinha do Menino Jesus influenciou profundamente sua jornada espiritual, levando-a a desejar uma vida de total entrega a Deus.

O Chamado à Vida Religiosa

O encontro decisivo em sua vida aconteceu em 1921, quando conheceu o padre Tiago Alberione, fundador da Família Paulina. Ele reconheceu nela uma alma profundamente dedicada e a convidou a fazer parte do novo projeto de evangelização que estava nascendo. Em 1922, Úrsula ingressou na Casa São Paulo, dando início a uma nova etapa de sua vida.

Em 1924, juntamente com outras sete jovens, iniciou a congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre, cuja missão principal era a adoração eucarística, o serviço sacerdotal e a promoção da liturgia. Nessa ocasião, Úrsula recebeu o nome religioso de Irmã Escolástica da Divina Providência. Com grande zelo e humildade, ela abraçou sua nova missão, tornando-se referência para as futuras gerações de religiosas.

Provações e Testemunho de Humildade

Como muitas pessoas chamadas a grandes missões na Igreja, Madre Escolástica enfrentou momentos de provação. Em 1946, foi afastada do governo da Congregação por decisão da Santa Sé, um evento que lhe trouxe grande sofrimento. No entanto, sua resposta foi a doçura e a obediência, aceitando tudo como parte do desígnio de Deus.

Mesmo sem uma posição de liderança, continuou sendo um exemplo de fé e serviço. Viveu os anos seguintes em silêncio e oração, sempre disponível para ajudar e aconselhar as irmãs que buscavam sua orientação. Sua humildade e serenidade diante das dificuldades mostravam sua profunda união com Cristo.

Últimos Anos e Legado

Nos últimos anos de sua vida, Madre Escolástica continuou sendo uma presença discreta, mas profundamente inspiradora dentro da congregação. Faleceu em 24 de março de 1987, deixando um testemunho de fé, dedicação e amor ao próximo.

Seu processo de beatificação foi iniciado em 1993 e, em 2013, o Papa Francisco a declarou Venerável, reconhecendo suas virtudes heroicas. Hoje, sua memória continua viva, inspirando muitas pessoas a seguir o caminho da humildade, do serviço e da total entrega a Deus.

MADRE ESCOLÁSTICA: MODELO DE SANTIDADE

Madre Escolástica Rivata foi uma mulher extraordinária, cuja vida refletiu um profundo amor por Deus e pela Igreja. Como a primeira Pia Discípula do Divino Mestre e um dos pilares da Família Paulina, ela não apenas ajudou a estruturar e fortalecer sua congregação, mas também deixou um exemplo duradouro de humildade, oração e serviço.

Seu legado continua vivo na missão das Pias Discípulas do Divino Mestre, que seguem levando adiante o trabalho pastoral e evangelizador iniciado sob sua orientação. Sua história inspira todos aqueles que buscam viver a fé com dedicação e simplicidade, lembrando-nos de que a verdadeira grandeza está no serviço humilde e no amor incondicional a Deus e ao próximo.

Imagem de madre Escolástica Rivata , pddm, sorrindo
Madre Escolástica

CHAMADOS À CONVERSÃO: A MISERICÓRDIA E A PACIÊNCIA DE DEUS

Neste 3º Domingo da Quaresma, Ano C, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a necessidade de conversão e a misericórdia de Deus.

Primeira Leitura: Êxodo 3,1-8a.13-15, Moisés, ao apascentar o rebanho de seu sogro Jetro, aproxima-se do monte Horeb e presencia uma sarça ardente que não se consome. Deus o chama do meio da sarça, revelando-Se como o Deus de seus antepassados e manifestando Seu desejo de libertar o povo de Israel da opressão no Egito. Este encontro destaca a santidade de Deus e Sua compaixão diante do sofrimento humano.

No Salmo 102(103),1-2.3-4.8.11, o salmista exalta a bondade e a misericórdia de Deus, que perdoa as faltas, cura enfermidades e resgata a vida da morte. Este salmo reforça a imagem de um Deus compassivo e amoroso, sempre disposto a acolher aqueles que O buscam com sinceridade.

Na Segunda Leitura, retirada de 1 Coríntios 10,1-6.10-12, São Paulo relembra aos coríntios os eventos do Êxodo, enfatizando que, apesar de todos terem recebido as mesmas bênçãos, muitos caíram devido à desobediência e falta de fé. Ele alerta para que não murmuremos e permaneçamos vigilantes, pois quem pensa estar de pé deve cuidar para não cair.

No evangelho de Lucas 13,1-9, Jesus aborda duas tragédias recentes e questiona a ideia de que essas vítimas eram mais pecadoras que outras. Ele enfatiza a necessidade urgente de arrependimento para todos. Na parábola da figueira estéril, o proprietário deseja cortá-la por não produzir frutos, mas o vinhateiro pede mais um ano, comprometendo-se a cuidar dela para que frutifique. Esta parábola ilustra a paciência e misericórdia de Deus, que nos concede tempo e oportunidades para nos convertermos e darmos frutos de boas obras.

Assim, as leituras deste domingo nos chamam à conversão sincera, reconhecendo a presença amorosa de Deus que nos oferece continuamente Sua misericórdia e nos convida a uma vida fecunda em boas ações.

Para aprofundar esta reflexão, você pode assistir ao vídeo a seguir:

SUGESTÕES PARA OS CANTOS NESTA CELEBRAÇÃO:

1 – ABERTURA – EIS O TEMPO DE CONVERSÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=eYz25RU7-Us

2 – SALMO 102 (103) – O SENHOR BONDOSO E COMPASSIVO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=9qMfJ_XD-nc

3 – ACLAMAÇÃO
GLÓRIA E LOUVOR…CONVERTEI-VOS, NOS DIZ O SENHOR
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=dO5TAmbzEXQ

4 – OFERENDAS – O VOSSO CORAÇÃO DE PEDDRA SE CONVERTERÁ
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=nI8LGfCBdp0

10 – COMUNHÃO – TANTO DEUS AMOU O MUNDO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=RLc03QE221k

11 – CANTO FINAL – HINO DA CF
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4

PARTITURAS OU CIFRAS: https://www.arquidiocesedegoiania.org.br/liturgia/cifras-partituras/celebracoes-dominicais/ano-c-2024-2025

SÃO JOSÉ: O PAI TERRENO DE JESUS E EXEMPLO DE FÉ

São José é uma das figuras mais importantes do Cristianismo, reconhecido como o pai terreno de Jesus e esposo da Virgem Maria. Sua vida é um exemplo de humildade, obediência e dedicação à vontade de Deus. Apesar de pouco mencionado nas Escrituras, suas ações falam mais alto do que qualquer palavra, demonstrando a importância do silêncio, do trabalho árduo e da confiança inabalável no Senhor.

A MISSÃO DE SÃO JOSÉ SEGUNDO AS ESCRITURAS

São José aparece nos Evangelhos de Mateus e Lucas, onde é descrito como um homem justo. A Bíblia nos revela que ele era descendente de Davi, cumprindo assim a profecia de que o Messias viria dessa linhagem:

“Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.” (Mateus 1,16)

José estava prometido em casamento a Maria quando descobriu que ela estava grávida. No entanto, ao invés de expô-la publicamente, pensou em deixá-la secretamente, demonstrando sua compaixão e retidão. Foi então que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e lhe disse:

“José, filho de Davi, não temas receber Maria como tua esposa, porque o que nela foi gerado vem do Espírito Santo.” (Mateus 1,20)

Diante dessa revelação, José não hesitou e aceitou sua missão com fé e coragem. Ele acolheu Maria e cuidou de Jesus como seu próprio filho, assumindo o papel de protetor da Sagrada Família.

A FUGA PARA O EGITO E O CUMPRIMENTO DA PROMESSA DIVINA

Logo após o nascimento de Jesus, José recebeu outro aviso celestial. O rei Herodes, temendo perder seu trono, ordenou a matança de todos os meninos de até dois anos em Belém. Mais uma vez, José foi instruído por um anjo a proteger sua família:

“Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, pois Herodes há de procurar o menino para o matar.” (Mateus 2,13)

Obediente, José partiu imediatamente, garantindo a segurança do Salvador do mundo. Sua prontidão e fidelidade à vontade divina demonstram sua grandeza como homem de Deus.

A VIDA OCULTA EM NAZARÉ

ÍCONE DE SÃO JOSÉ AMAZÔNICO por MANOEL NERYS

Após a morte de Herodes, José foi novamente guiado pelo anjo do Senhor para retornar a Israel. Estabeleceu-se em Nazaré, onde Jesus cresceu em sabedoria e graça. Embora a Bíblia não entre em detalhes sobre essa fase da vida de José, sabe-se que ele foi um carpinteiro dedicado, ensinando seu ofício a Jesus e provendo para sua família com dignidade.

“Não é este o filho do carpinteiro?” (Mateus 13,55)

A vida simples de José é um testemunho do valor do trabalho honesto e da importância da família. Ele nos ensina que a santidade pode ser vivida no dia a dia, através da dedicação e do amor ao próximo.

O EXEMPLO DE SÃO JOSÉ PARA OS CRISTÃOS

São José é um modelo para todos os cristãos, especialmente para os pais e trabalhadores. Sua fé inabalável, sua prontidão em obedecer a Deus e seu amor pela família fazem dele um exemplo de virtude. Mesmo sem palavras registradas na Bíblia, sua vida é um sermão de entrega total a Deus.

Na tradição católica, ele é invocado como o padroeiro dos trabalhadores, das famílias e da Igreja Universal. O Papa Francisco, grande devoto de São José, frequentemente destaca sua importância e nos convida a seguir seu exemplo de humildade e confiança em Deus.

O Papa Francisco tem uma grande devoção por São José e frequentemente destaca sua importância na Igreja e na vida dos cristãos. Ele até declarou o Ano de São José (de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021) para celebrar os 150 anos do decreto que o proclamou Padroeiro da Igreja Universal. Além disso, escreveu a carta apostólica Patris Corde (“Com Coração de Pai”), onde reflete sobre o papel de São José na história da salvação.

Principais ensinamentos do Papa Francisco sobre São José:

  1. Pai amoroso e terno
    O Papa enfatiza que São José amou Jesus com um coração de pai, ensinando-lhe valores e cuidando dele com dedicação. Ele o chama de um modelo de ternura e misericórdia.
  2. Exemplo de obediência e fé
    Francisco destaca como José escutava a voz de Deus e obedecia sem hesitação, mesmo diante das dificuldades, como a fuga para o Egito. Ele nos ensina a confiar na providência divina.
  3. Padroeiro dos trabalhadores
    São José é um exemplo para todos os trabalhadores. O Papa sempre menciona a dignidade do trabalho e como José, sendo carpinteiro, sustentou sua família com esforço e honestidade.
  4. O Santo do silêncio e da humildade
    Francisco admira o silêncio de São José. Mesmo sem palavras registradas na Bíblia, suas ações falam alto e mostram a importância da humildade e da escuta atenta a Deus.
  5. Protetor dos fracos e necessitados
    José acolheu Maria e Jesus, protegendo-os com coragem. O Papa vê nele um modelo de cuidado com os vulneráveis, como os refugiados, órfãos e os que sofrem injustiças.
  6. Intercessor nas dificuldades
    O Papa incentiva os fiéis a recorrerem a São José em momentos de necessidade. Ele revelou que sempre tem em sua mesa de trabalho uma imagem de São José dormindo, e coloca bilhetes com pedidos de oração debaixo dela.

Frases do Papa Francisco sobre São José:

  • “Todos podem encontrar em São José um intercessor, um apoio e um guia nos momentos de dificuldade.”
  • “A felicidade de José não está na lógica do sacrifício de si mesmo, mas no dom de si mesmo.”
  • “José nos ensina que ter fé em Deus inclui acreditar que Ele pode agir através de nossos medos, nossas fragilidades, nossas fraquezas.”

O Papa Francisco convida os cristãos a imitarem São José, confiando na providência de Deus e vivendo com humildade, amor e dedicação ao próximo.

CONCLUSÃO

São José nos ensina que a verdadeira grandeza está em servir. Ele foi escolhido para uma das missões mais importantes da história da salvação e cumpriu seu papel com dedicação e amor. Seu silêncio não foi omissão, mas sim um testemunho eloquente de que a obediência a Deus vale mais do que palavras.

Que possamos aprender com ele a confiar plenamente nos desígnios divinos e a buscar a santidade em nossas vidas cotidianas. São José, rogai por nós!

https://espacoorante.piasdiscipulas.org.br/post/3956

BRILHE A LUZ DE CRISTO: A TRANSFIGURAÇÃO E O CAMINHO DA FÉ

No 2º Domingo da Quaresma, Ano C, a liturgia nos convida a contemplar a grandiosidade da fé e a transformação que Deus opera naqueles que O seguem. As leituras deste domingo nos guiam por um caminho de esperança e confirmação da promessa divina, culminando na visão gloriosa de Jesus transfigurado.

A Promessa e a Fidelidade de Deus
Na primeira leitura (Gn 15,5-12.17-18), Deus renova Sua aliança com Abraão, garantindo-lhe uma descendência numerosa como as estrelas do céu. Abraão acredita na promessa do Senhor, e essa fé lhe é imputada como justiça. Essa passagem nos ensina que confiar em Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis, é essencial para quem deseja caminhar com Ele.

O Senhor é Nossa Luz e Salvação
O Salmo 26(27) ecoa a segurança daqueles que depositam sua confiança no Senhor: “O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei?”. Essa oração expressa a esperança de quem se refugia em Deus, mesmo nas adversidades. Ele nos convida a buscar constantemente Seu rosto e a esperar com coragem em Sua fidelidade.

A Nossa Pátria Está no Céu
Na segunda leitura (Fl 3,17-4,1), São Paulo exorta os fiéis a manterem os olhos fixos no céu, pois nossa verdadeira pátria é celestial. Ele nos alerta sobre os perigos de viver segundo os valores mundanos, que se afastam da cruz de Cristo. Nosso chamado é para uma vida transformada, alinhada com a esperança da ressurreição e da glória em Cristo.

A Luz da Transfiguração
O Evangelho (Lc 9,28b-36) nos apresenta a Transfiguração de Jesus no monte. Pedro, Tiago e João testemunham a glória de Cristo, que aparece resplandecente entre Moisés e Elias. A voz do Pai ressoa do céu: “Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!”. Essa revelação não apenas fortalece a fé dos discípulos, mas também nos lembra que a cruz precede a glória. A Transfiguração é um convite a enxergar, na caminhada quaresmal, um caminho de luz que nos conduz à Páscoa.

Caminhando com Cristo
Neste tempo de conversão, a liturgia nos motiva a confiar nas promessas divinas, a buscar a verdadeira pátria e a nos deixar transformar pela luz de Cristo. Que esta Quaresma seja um período de escuta atenta ao Filho de Deus e de preparação para a alegria da ressurreição.

Que possamos subir o monte com Jesus, acolher Sua luz e permitir que ela brilhe em nossas vidas!


SUGESTÕES PARA OS CANTOS DESTA CELEBRAÇÃO

O site da Arquidiocese de Goiânia apresenta sugestões valiosas para os cantos da liturgia deste dia. Confira neste link: https://www.arquidiocesedegoiania.org.br/liturgia/cifras-partituras/celebracoes-dominicais/ano-c-2024-2025

Você vai encontrar a partitura, cifra e link do youtube para aprendizagem dos cantos.