À alegria deste 33º Domingo do Tempo Comum, juntamos a ação de graças pelos votos definitivos de nossa querida irmã M. Natali. O lema da Profissão Perpétua de Ir. M. Natali é: “Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” Sl 119,105.
A celebração foi presidida pelo Pe. Joaquim de Souza Filho, padre da Diocese de Jundiaí. Recebeu os votos a Ir. Marilez Furlanetto, superiora provincial e, na celebração estavam presentes as Irmãs Pias Discípulas das comunidades de São Paulo, além de algumas pessoas da paróquia local, Jesus de Nazaré, que auxiliaram no canto e na gravação da celebração. A Missa foi transmitida ao vivo pelo canal do Youtube da Congregação no Brasil.
Ir. M. Natali entrou na comunidade de Olinda em fevereiro de 2008 e, em 10 fevereiro de 2013, depois de cinco anos de formação em Cabreúva e Caxias do Sul, fez seus primeiros votos. Nos anos seguintes, depois dos primeiros votos partilhou da nossa vida e missão nas comunidades de Taguatinga, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2020, foi à Roma se preparar para renovar o seu sim e ser confirmada por Deus definitivamente entre as Pias Discípulas.
Após a Celebração, a comunidade Jardim Divino Mestre ofereceu um jantar a todos os presentes.
Esta celebração preparada com todo carinho, marcou a sua caminhada com seu sim generoso e feito, agora, para toda a vida. Que a alegria da Ir. M. Natali anime todas nós, suas irmãs, e seja de alegria também para a sua família.
Neste 1º de Novembro de 2021, a Família Paulina de todo o mundo é convidada a voltar seu olhar para Roma. As relíquias do Bem-Aventurado Pe. Tiago Alberione será trasladada da Sotto Cripta para o Santuário Rainha dos Apóstolos, em Roma.
Confira toda a programação deste mês de novembro para a Família Paulina que marca a conclusão do Ano Bíblico:
Cronograma de transferência de relíquiasdo Bem-Aventurado Tiago Alberionee Festa Litúrgica no 50º aniversário do seu Dies Natalis
1 a 26 de novembro de 2021
• 1º de novembro, 13h00 (horário de Brasília):
Santa Missa e transferência da urna do Bem-Aventurado Pe. Tiago Alberione ao Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos, em Roma; presidido pelo Card. Vigário Angelo De Donatis (ao vivo online).
• 2, 3 e 4 de novembro:
– 12h00 (horário de Brasília): Tríduo de agradecimento pela presença da urna do Bem-Aventurado Alberione no Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos, em Roma.
– 13h00 (horário de Brasília): Santa Missa (ao vivo online).
• 2 a 23 de novembro:
Peregrinação da relíquia do Bem-Aventurado Alberione nas comunidades da Família Paulina de Roma e das Colinas Albanas
• 3, 10, 17, 24 de novembro:
#incontripaolini dedicado ao Beato Giacomo Alberione
(No dia 24/11, participa a Ir. Laíde Sonda, pddm, do Brasil)
• 23, 24 e 25 de novembro:
– 12h00 (horário de Brasília): Tríduo de oração em preparação à festa do 50º aniversário do Dies Natalis do Fundador, no Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos, em Roma
– 13h00 (horário de Brasília): Santa Missa (ao vivo online)
• 25 de novembro:
Audiência concedida pelo Papa Francisco aos Governos Gerais da Família Paulina e representantes dos Institutos Paulinos e Cooperadores Paulinos
• 26 de novembro:
Festa litúrgica do Beato Alberione e encerramento do Ano Bíblico da Família Paulina
– 3h30: Oração de encerramento do Ano Bíblico da Família Paulina – “Compi la tua opera di annunciatore” (ao vivo online) – pela equipe do Ano Bíblico da Família Paulina
– 10h00: Webinar internacional dedicado ao tema “O estudo das Escrituras: a contribuição da Liturgia” – pela equipe do Ano Bíblico da Família Paulina
– 12h00: Inauguração do Museu Dom Alberione na Casa Geral da Sociedade de São Paulo: Participa o Card. Marcello Semeraro
– 13h00: Santa Missa no Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos: presidida pelo Card. Marcello Semeraro (ao vivo online)
Para informação:
Postulador Geral da Família Paulina Sociedade de São Paulo Via A. Severo, 5800145 Roma Tel: 06.597861 Email: [email protected]
Conclusão do reconhecimento civil do mestrado em teologia com especialização em liturgia
Nós nos unimos a Ir. Veronice Fernandes que concluiu o seu reconhecimento civil do mestrado em teologia com especialização em liturgia. Ela se expressa:
As palavras que brotam do coração são: “A minh’alma engradece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”. Após concluir mais esta etapa da minha vida, rendo graças primeiramente a Deus Deixo aqui registrado também minha sincera gratidão às Irmãs Pias Discipulas do Divino Mestre que me proporcionaram fazer o reconhecimento civil do mestrado.
Havia participado das aulas do mestrado nos anos 1995/1996 e apresentado a dissertação 2002, na Pontifícia Faculdade de Teologia N.S. da Assunção, em São Paulo, na época, sob a coordenação do Centro de Liturgia.
As exigências da missão a serviço da liturgia, sobretudo no meio acadêmico, me impulsionaram para a obtenção do reconhecimento civil do mestrado, quase 20 anos depois da conclusão deste, só com reconhecimento eclesiástico. Para isso foi preciso praticamente fazer o curso novamente. A Universidade, agora PUC/SP exigiu fazer todo o processo, somente aceitando minha dissertação já escrita, porém atualizada.
Assim, no dia 27 de setembro, em modo remoto, pela plataforma TEAMS, apresentei minha dissertação para a banca que era constituída dos professores: Dr. Pe. Valeriano dos Santos Costa (orientador); Dr. Fr. José Ariovaldo da Silva (leitor convidado de outra Instituição) e Dr. Pe. Tiago Gurgel (leitor da PUCSP).
O tema da minha dissertação é a “A dimensão orante da celebração dominical da Palavra de Deus”. A apresentação iniciou-se com a invocação do Espírito Santo, em seguida, por cerca de 15 minutos, apresentei minha pesquisa e após, os professores fizeram suas ponderações e por fim fui aprovada. A PUC SP não dá mais nota, somente aprova ou não.
Agradeço ainda a participação em tempo real das Irmãs no dia 27 de setembro e as orações, comunhão e mensagens recebidas das Irmãs e Jovens.
Nosso louvor a Deus pela oportunidade de qualificar nossas Irmãs para o serviço ao Reino de Deus.
Print de tela durante a banca. A sala chegou a 17 pessoas participando da exposição da dissertação.
De 04 a 06 de setembro, as Irmãs Junioristas se reuniram para um encontro fraterno. Momento de comunhão e alegria, as Irmãs estiveram na cidade de Cabreúva. As Junioristas que participaram foram: Ir. M. Romilda Cordeiro Sarmento, Ir. M. Neideane Alves Monteiro, Ir. M. Risalva Ribeiro Gonçalves, Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos, Ir. M. Jessica Carolina Vallenilla Pérez, Ir. M. Samillis Praia de Castro.
O tema norteador do encontro foi “Autoimagem e a Crítica”. É importante pensar sobre a Autoimagem como conhecimento que o indivíduo tem sobre si mesmo e, nesse conhecimento, há também uma parte valorativa chamada de “autoestima”. Enquanto a autoestima está relacionada ao amor que temos por nós mesmos, a autoimagem é quem nós pensamos ser. Ela engloba traços de personalidade, comportamento e aparência física.
Por que uma religiosa deve compreender isto? É importante para a Irmã ser o mais livre possível internamente para doar-se ao outro e outra. E isto está muito ligado ao conceito que temos de nós mesmos. Isto pode muitas vezes limitar nossa personalidade, aprisionando em medos e inseguranças, impedindo ao serviço ao Reino de Deus com maior liberdade. Refletir isto em grupo contribuiu no crescimento também em conjunto.
A Ir. M. Juceli Aparecida Mesquita foi a facilitadora neste evento. Ela é a psicóloga e a Irmã que acompanha as Junioristas na Província. Segundo a Ir. M. Juceli, o encontro foi descontraído, rico em vivências e partilhas. As Irmãs puderam se reencontrar, conversar, descansar e refletir.
As Irmãs Junioristas também manifestaram a sua gratidão a toda província que as acompanharam na oração e apoio.
Na memória da páscoa do Senhor, recordamos a Bem-aventurada, Mãe de Deus, a mais singular testemunha de Jesus, imagem da nova humanidade. Para marcar esta importante festa da Igreja sobre o dogma da Assunção de Maria, a Revista de Liturgia promoverá uma live muito interessante no canal do Youtube da Revista de Liturgia.
Marque esta data: LIVE dia 13 de Agosto de 2021, às 20h
Aproveite! Acesse o link, curta a página do Youtube da Revista de Liturgia, ative o sininho para acompanhar esta live!
Segundo o site O ESCAVADOR, o teólogo e padre jesuíta Francisco de Assis Costa Taborda possui doutorado em Teologia pela Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha, 1974), graduação em Teologia pela Philosophisch-theologische Hochschule St. Georgen (Frankfurt, Alemanha, 1969), licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, 1964) e graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Cristo Rei (atual UNISINOS, São Leopoldo, RS, 1963). Professor emérito da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia dos Sacramentos e Mariologia.
REVISTA DE LITURGIA E A ASSUNÇÃO DE MARIA
Abaixo um texto publicado pelo site IHU UNISINOS em 18 de agosto de 2017 que vale a pena ler para ir se preparando para esta live.
“Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores medievais, pintores e poetas. Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas e levam o leitor ao momento em que a Virgem Maria adormeceu e o seu corpo foi levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.”
A reflexão é do teólogo italiano Mario Colavita, padre da diocese de Termoli-Larino e presidente diocesano do Istituto Sostentamento del Clero e professor do Instituto Teológico Abruzzese-Molisano de Chieti.
O artigo foi publicado por Settimana News, 14-08-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Nos textos canônicos, a última recordação que temos de Maria é a relacionada com os Atos dos Apóstolos, em que se diz que, depois da ascensão de Jesus, “todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus” (At 1, 14). Depois disso, não sabemos mais nada da Virgem Maria a partir dos textos sagrados considerados inspirados. Eles são bastante secos em delinear detalhes e indícios sobre os últimos instantes da vida da Mãe de Deus.
Um patrimônio apócrifo
No entanto, desde os primeiros séculos do cristianismo, por obra da comunidade judaico-cristã, transmitiram-se histórias orais sobre o último curso da vida da Virgem. No fim do século II, essas tradições foram postas por escrito formando, assim, textos apócrifos em que se delineiam detalhes sobre a Dormição ou o Trânsito da Virgem.
Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores medievais, pintores e poetas.
Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas, mesmo que, às vezes, pareçam abundar em detalhes pitorescos, e levam o leitor ao momento em que a Virgem Maria adormeceu e o seu corpo foi levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.
Giotto, Sepultura de Maria (Fonte: Settimana News)
Os trânsitos (conhecemos cerca de 20 deles em várias línguas: grego, copta, siríaco, latim) nascem pela veneração à Mãe de Deus, pela piedade e pelo culto que, na comunidade, estavam nascendo e crescendo. Não só isso, os primeiros cristãos buscavam saber o que tinha acontecido com o corpo da Virgem e os últimos instantes da vida da Mãe de Jesus.
Em um livro de 1748, com o título emblemático “O perfeito legendário: da vida e dos fatos de N. S. Jesus Cristo e de todos os santos”, diz-se, atribuindo a narrativa a Epifânio de Salamina, que a Virgem adormeceu 24 anos depois da ascensão do Filho. Outros, de acordo com o que Eusébio de Cesareia escreve, que a Virgem morreu sob o imperador Cláudio, no ano 48 d.C., aos 73 anos de idade.
A igreja do Kathisma
De acordo com a tradição de Jerusalém, Maria adormeceu no Sião, o monte do alto da cidade santa, repleto de memórias. Sobre essa colina, os cristãos veneravam o Santo Cenáculo.
No século IV, sobre o Sião, surgiu uma imponente igreja chamada de Santa Sião, que incorpora tanto o lugar da santa ceia quanto o lugar da dormição da Virgem.
A partir dos apócrifos, sabemos que, depois da dormitio da Virgem, os apóstolos pegaram o corpo e o levaram a um sepulcro novo, no Vale do Cedron, perto da gruta da traição, no terreno do Getsêmani.
Lendo os apócrifos, ficamos sabendo o lugar da sepultura da Virgem: “Os apóstolos transportaram o leito e depuseram o seu corpo santo e precioso em um túmulo novo do Getsêmani; e um perfume delicioso se espalhou a partir do sagrado túmulo da Nossa Senhora Teotóco. Por três dias, ouviram-se vozes de anjos invisíveis que glorificavam Cristo, Deus nosso, nascido dela. Depois do terceiro dia, as vozes não foram mais ouvidas: todos, então, compreenderam que o puro e precioso corpo dela havia sido transportado para o paraíso”.
Em uma versão do Trânsito da Virgem do século V, em siríaco, lemos: “Nesta manhã, peguem a Senhora Maria e vão para fora de Jerusalém, na via que leva ao vale principal do outro lado do Monte das Oliveiras. Eis que lá há três grutas: uma ampla externa, depois outra interna e uma pequena câmara interna com um banco elevado de argila na parte leste. Vão e ponham a Bem-aventurada sobre aquele banco e coloquem-na lá e sirvam-na até que eu diga”.
Segundo a tradição, a Virgem Maria foi sepultada nos arredores da torrente Cedron, não muito longe do campo do Getsêmani. Aqui surgiu, desde o primeiro século, uma veneração especial por um túmulo novo, entalhado na rocha, onde os apóstolos tinham deposto o corpo da Mãe de Deus. Posteriormente, o lugar foi transformado em uma igreja rupestre (século IV). Ela foi consagrada à Mãe de Deus pelo bispo Juvenal de Jerusalém, depois do Concílio de Calcedônia, em 451.
Em 490 d.C., o imperador Maurício quis edificar uma nova igreja de planta redonda (como a da anastasis para o túmulo de Cristo) sobre a primeira igreja, que se tornou, assim, a cripta que conservava o santo túmulo (vazio) da Virgem.
A recordação do lugar foi conservada pela devoção dos fiéis que celebravam ali, com ritos solenes, a memória do trânsito e da assunção de Maria ao céu. Devemos a data de 15 de agosto, provavelmente, ao dia da dedicação da igreja do Kathisma (= pausa, parada), no caminho para Belém. Depois do Concílio de Calcedônia, talvez, também por problemas entre as duas Igrejas (uma fiel ao Concílio de Calcedônia, a outra, não), no Kathisma, a festa era antecipada para o dia 13 e, no Getsêmani, para o dia 15 de agosto.
A igreja edificada pelo imperador Maurício foi destruída antes da chegada dos cruzados.
O sepulcro de Maria
Os beneditinos, em 1112-1130, abriram um novo acesso à cripta e ali edificaram uma terceira igreja com um monastério adjacente. Ela foi destruída por Saladino depois de 1187, mas poupou a cripta e o túmulo para a veneração que a religião islâmica tem em relação a Maria, venerada como a mãe do profeta Jesus.
O abade russo Daniel, peregrino à Terra Santa em 1106, recorda: “O sepulcro da santa Mãe de Deus (…) é uma pequena gruta escavada na pedra, que tem portinhas tão pequenas que um homem deve se curvar para entrar. Dentro da gruta, de frente para as portinhas, não há como que um banco esculpido na pedra da gruta, e, naquele banco, foi posto o corpo venerável”.
Para venerar o sepulcro da Virgem, desce-se uma longa escadaria que leva à cripta. Depois da inundação de 1972, o padre franciscano Bagatti estudou o local, chegando a afirmar que o túmulo da Virgem faz parte de um lugar sepulcral em uso no século I d.C.
O túmulo venerado corresponde às indicações contidas nos apócrifos. Ela se eleva de 1,60 a 1,80 metros e apresenta duas aberturas, uma a norte e outra a oeste. São as portas atuais pelas quais passam os devotos para entrar. O túmulo de Maria tem todas as características de um túmulo do primeiro século, embora os cruzados tenham embelezado o banco rochoso, que apresenta quatro restos de decorações que se sucederam umas às outras entre os séculos IV e XII.
A “dormição” de Maria
Sobre a dormição, os apócrifos são fortemente marcados pelo período histórico, pelas diferenças das várias comunidades (Jerusalém – Belém), pelas heresias, pelo culto, pela devoção, pelo ambiente judaico, elementos que constituíram os seus relatos. Na maioria dos casos, os escritos respeitam uma espécie de pista comum: Maria morreu de morte natural (descartando, assim, tanto o martírio quanto a imortalidade, seguida ou não pela ressurreição); os apóstolos chegam, todos, milagrosamente ao leito da Virgem em Jerusalém, à qual um mensageiro celeste havia anunciado a proximidade da morte; o temor de Maria ao se aproximar da morte; a intervenção hostil dos judeus à sua sepultura; a assunção gloriosa do corpo da Virgem ao céu.
Através dessas narrativas, a nascente comunidade cristã quis reafirmar a sua fé em Jesus Cristo nascido de Maria Virgem.
O que lemos no “Transitus Romanus”
A dormição da Virgem é assim descrita: “Enquanto Pedro falava e confortava as multidões, chegou a aurora, e despontou o sol. Maria se levantou, saiu, recitou a oração que o anjo lhe havia dado e, depois da oração, estendeu-se no leito e levou a termo a sua economia (…). O Senhor a abraçou, levou a sua alma santa, pô-la entre as mãos de Miguel” (Transito R, 32.34) [1].
Depois desses fatos prodigiosos, o texto do trânsito descreve a procissão fúnebre do corpo da Virgem, do Sião ao Getsêmani. Os apóstolos saem cantando “Israel saiu do Egito, aleluia”, enquanto uma grande luz envolve toda a cidade de Jerusalém. Os sumos sacerdotes do templo, ouvindo o barulho, saem cheios de ódio e querem queimar o corpo da Virgem, “o corpo que trouxe aquele sedutor”. Mas os anjos cegam a todos, exceto o sumo sacerdote Jefonias.
Aqui, o trânsito quer demonstrar a superioridade da comunidade cristã sobre a judaica, fazendo a fé em Jesus Cristo ser confessada pelo sumo sacerdote: “Jefonias se aproximou dos apóstolos e, quando os viu carregando o leito coroado, cantando hinos, ficou cheio de raiva e disse: ‘Eis quanta glória recebe hoje a morada daquele que despojou a nossa estirpe!’. E, cheio de raiva, dirigiu-se ao leito, com a intenção de derrubá-lo. Tocou-o no ponto onde se encontrava a palma: logo as suas mãos se colaram ao leito, foram truncadas nos cotovelos e ficaram suspensas no leito” (Transitus R, 39).
Jefonias, então, pediu a graça da cura aos apóstolos, que o convidaram a fazer a profissão de fé. Pedro – continua o relato – fez parar o leito com o corpo de Maria, e o sumo sacerdote fez a profissão de fé: “No nome do Senhor Jesus Cristo, filho de Deus e de Maria, pomba imaculada daquele que está escondido na sua bondade, que as minhas mãos se unam sem defeito! E, logo, tornaram-se como eram antes” (Transitus R, 43).
Seria, depois, Jefonias que anunciaria à multidão aos prantos em Jerusalém o prodígio da Virgem: “[Jefonias] tomou a folha [a palma], falou-lhes da fé, e aqueles que creram recuperaram a visão”.
A narrativa do Trânsito encerra-se com a assunção da Virgem Maria. Os apóstolos, depois de terem deposto o corpo no sepulcro novo, viram chegar o Senhor Jesus: “Eis, descido dos céus, o Senhor Jesus Cristo com Miguel e Gabriel (…). O Senhor disse a Miguel para elevar o corpo de Maria sobre uma nuvem e transferi-lo para o paraíso (…). Tendo chegado ao paraíso, depuseram o corpo de Maria sob a árvore da vida. Miguel levou a sua alma santa, que depuseram no seu corpo” (Transitus R, 47-48).
O símbolo da palma
Para alguns autores, os trânsitos podem ser divididos em duas grandes famílias: aqueles em que se menciona a palma (sinal da glória de Deus) que Maria recebeu de Deus, e aqueles do anúncio da Dormitio em Belém com um aspecto mais litúrgico.
É interessante notar como o símbolo da palma acompanha Maria até a sua glorificação.
A palmeira, com as suas folhas verdes, é símbolo da vida, que nada pode destruir. Pela sua altura, profundidade e flexibilidade, é também símbolo de beleza, elegância, graça, estabilidade. O justo que, radicado na Palavra se eleva ao alto, para Deus (Sl 93, 13), é como uma palmeira verdejante. No Evangelho de João, a palma indica a vitória de Jesus sobre a morte e a sua ressurreição. No Apocalipse, recorda o triunfo dos mártires (Ap 7, 9).
Na estrada que vai de Jerusalém a Belém, na terceira milha, estão os restos de uma antiga igreja octogonal chamada “do Kathima” (o repouso da Virgem), os mosaicos encontrados estão todos ao redor e dentro da Igreja. Entre eles, um é de particular importância e beleza: a palmeira com as tâmaras.
No Evangelho apócrifo do Pseudo-Mateus, narra-se a sagrada família voltando do Egito. Em um certo momento, Maria pede para repousar um pouco à sombra de uma alta palmeira, desejando comer as frutas. José, respondendo, diz: “Admiro-me que tu digas isso e que, vendo o quão alta é esta palmeira, penses em comer os frutos da palmeira. Eu, ao contrário, penso na falta de água: ele já veio a faltar nos odres, e não temos onde nos refocilar, nós e os jumentos. Então, o menino Jesus, que, com o rosto sereno, repousava no colo de sua mãe, disse à palmeira: ‘Árvore, dobre os teus ramos e restaura, com o teu fruto, a minha mãe’. Ao ouvir essas palavras, a palmeira logo curvou a sua copa até os pés da bem-aventurada Maria, e recolheram dela os frutos com os quais todos se refocilaram. (…) Jesus disse: ‘Palmeira, levanta-te, toma força e sê companheira das minhas árvores que estão no paraíso do meu Pai. Abre com as teus raízes a veia de água que está escondida na terra, para que dela fluam águas para a nossa saciedade’. Logo ela se ergueu e, da sua raiz, começou a brotar uma fonte de águas limpidíssimas e extremamente frias e claras” (Evangelho do Pseudo-Mateus 20, 1-2).
No Alcorão, a palmeira é citada na sura 19 a propósito do nascimento de Jesus: “Não fiques triste. O teu senhor fez jorrar uma fonte aos teus pés. Sacode perto de ti o tronco da palmeira, que fará cair sobre ti tâmaras frescas e maduras. Come, bebe e alegra-te” (Sura 19, 25-26).
De acordo com P. Manns, o símbolo da palmeira que abre o apócrifo do trânsito da Virgem, junto com outros símbolos, como as nuvens, a lâmpada e o perfume, remete à festa de Sucot, a festa judaica das cabanas.
Todos esses símbolos podem ser associados à festa judaica de Sucot.
Para o profeta Zacarias (14, 16), será no Monte das Oliveiras que os sobreviventes das nações, que fizeram a guerra contra Jerusalém, se reunirão para celebrar a festa das cabanas.
Relendo os apócrifos, os apóstolos, quando levam o corpo de Maria ao Vale do Cedron, cantam o Halel, o salmo que é cantado para as grandes festas judaicas.
A festa das cabanas é apresentada como festa de ressurreição, e Filão de Alexandria afirma que a festa é esperança da imortalidade. Se o simbolismo for aceito, o sentido do apócrifo, de acordo com Manns, seria: “Maria celebra a sua última festa das cabanas sobre o Monte das Oliveiras. O simbolismo judaico de tal festa ilustrava bem o sentido da sua morte e a sua fé na ressurreição. Em outras palavras, significa que a fé na assunção de Maria remonta aos judeu-cristãos de Jerusalém. Os judeu-cristãos estavam bem preparados para aceitar a assunção de Maria, porque, do judaísmo, tinham herdado a fé de que Miriam, irmã de Moisés, não tinha conhecido a corrupção do túmulo” [2].
Notas:
1. Transito R está para romanus. Cf. L. Moraldi (org.). Apocrifi del Nuovo Testamento. Turim: I, Utet, 1971, p. 807-925.
2. F. Manns. Scoperte archeologiche e tradizioni antiche sulla Dormizione e Assunzione di Maria. In: G. C. Moralejo; S. Cecchin (org). L’assunzione di Maria Madre di Dio: significato storico-salvifico a 50 anni dalla definizione dogmática. Atas do 1º Forum Internazionale di Mariologia, Roma, 30-31 out. 2000, Cidade do Vaticano, 2001, p. 181.
No dia 29 de julho, Marta, Maria e Lázaro, os três irmãos de Betânia descritos nos Evangelhos, são lembrados juntos, pela primeira vez, como Santos. A decisão do Papa Francisco foi apresentada em um decreto emitido pela Congregação para o Culto Divino em 2 de fevereiro. Mas além dos calendários e livros litúrgicos, a memória da família de Betânia é um convite para redescobrir a dimensão relacional e familiar da vida eclesial e para valorizar a diversidade na consciência de que Jesus nos acolhe precisamente em nossa fragilidade.
A incerteza sobre a identidade de Maria
Na raiz da escolha de Francisco está o desejo de esclarecer uma incerteza sobre a identidade de Maria de Betânia, como explica o padre Corrado Maggioni, liturgista e desde 2014 subsecretário da Congregação para o Culto Divino. “A tradição ocidental nos transmitia uma dúvida: no passado alguns estudiosos identificavam Maria de Betânia com Madalena, Maria de Magdala, mas na realidade já na década de cinquenta os que trabalhavam na reforma do Calendário Romano já tinham verificado que essa identificação era incerta. Pensou-se, portanto, que já tinha chegado o tempo para resolver definitivamente esta perplexidade, até porque o nosso Dicastério recebia pedidos para unificar na mesma celebração os santos Marta, Maria e Lázaro e já existiam calendários, como o dos beneditinos ou o da Terra Santa, que celebravam juntos no dia 29 de julho estes três irmãos, amigos de Jesus”. Por outro lado”, explica o religioso, “o Martirológio Romano restaurado, publicado em 2002, já havia esclarecido esta dúvida sobre a identidade de Maria de Betânia. Assim, fizemos este pedido ao Papa para que a variação ao Calendário Romano Geral pudesse ser aprovada”.
MARTA, MARIA E LÁZARO: Acolher Jesus em família
O Padre Maggioni não tem dúvidas sobre o significado pastoral da nova memória. “O Evangelho diz que Jesus gostava muito dos três irmãos de Betânia. De Lucas e João aprendemos que eles têm temperamentos diferentes, mas todos são capazes de acolher o Senhor Jesus em sua casa. Eles disponibilizam um espaço físico para Jesus quando ele deseja passar momentos de serenidade com os amigos. Portanto, esta memória sublinha a acolhida dos três irmãos para com Jesus e da sua palavra e o amor que Jesus tem por eles. É, portanto, uma ocasião para valorizar a amizade, o acolhimento, mas também as relações familiares que ajudam a unir-se à Palavra de Jesus”. “Pode acontecer que a família seja um impedimento à adesão ao Evangelho, a fazer escolhas radicais para seguir Jesus”, explica o Padre Maggioni. “Mas a casa de Betânia nos mostra que são precisamente as relações familiares, irmãos, irmãs, parentes, que nos ajudam com seu exemplo a abrir nossos corações para acolhê-Lo”.
A amizade é o alfabeto do Evangelho
Há alguns anos, padre Luigi Maria Epicoco, sacerdote e escritor, diretor do Instituto Superior de Ciências Religiosas Fides et Ratio de Aquila, dedicou a estes três personagens do Evangelho um livreto de meditações, impresso pela Tau Editrice, centrado no tema dos laços de amizade. “A escolha do Papa de lembrá-los juntos em uma única festa – comenta – é uma notícia maravilhosa porque estes três personagens são uma verdadeira família e Jesus frequenta sua casa. Portanto, foi correto não dar espaço a apenas um dos protagonistas, mas estender esta celebração a todo o clã familiar que nos diz, afinal, que o cristianismo sempre funciona dentro de uma dinâmica de relações e não simplesmente no heroísmo individual”.
De acordo com Epicoco, a dinâmica relacional é a única dentro da qual é possível compreender o Evangelho. Este cristianismo que às vezes respiramos hoje, tão solipsístico, individual, fechado no otimismo, não é o cristianismo de Jesus Cristo”. De fato, Jesus nos ensinou que, para compreender a Boa Nova, devemos apostar nossas vidas nas relações. Na vida de Jesus a amizade jamais é um passatempo, mas é o alfabeto básico para poder compreender a sua mensagem. Se pensamos que mesmo no Getsêmani Jesus precisava de amigos, entendemos que nossa maior presunção é a de querer enfrentar a vida sozinhos”.
CONGREGATIO DE CULTU DIVINO ET DISCIPLINA SACRAMENTORUM
Prot. N. 35/21
DECRETO sobre a celebração de Santa Marta, Maria e Lázaro, no Calendário Romano Geral
Na casa de Betânia o Senhor Jesus experimentou o espírito de família e a amizade de Marta, de Maria e de Lázaro; por isso, o Evangelho de S. João afirma que Ele os amava. Marta ofereceu-Lhe generosamente hospitalidade, Maria ouviu atentamente as suas palavras e Lázaro saiu de imediato do sepulcro a convite d’Aquele que aniquilou a morte.
A tradicional dúvida na Igreja latina acerca da identidade de Maria – a Madalena a quem Cristo apareceu depois da ressurreição, a irmã de Marta, a pecadora a quem o Senhor perdoou os pecados – determinou a inscrição, no Calendário Romano, unicamente de Marta no dia 29 de julho. A solução encontrou-se em estudos de tempos recentes, como atesta o atual Martirológico Romano, que comemora naquele mesmo dia, também, Maria e Lázaro. Além disso, em alguns Calendários particulares, os três irmãos são celebrados conjuntamente nesse dia.
Por conseguinte, considerando o importante testemunho evangélico dos três irmãos, que ofereceram ao Senhor Jesus a hospitalidade da sua casa, prestando-lhe uma atenção dedicada, e acreditando que Ele é a ressurreição e a vida, o Sumo Pontífice FRANCISCO, acolhendo a proposta deste Dicastério, decidiu que no dia 29 de julho seja inscrito no calendário Romano Geral a memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro.
Assim, é com esta denominação, que esta memória deverá figurar em todos os Calendários e Livros Litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas. As variantes e os acrescentos a adotar nos textos litúrgicos, em anexo ao presente decreto, deverão ser traduzidas, aprovadas e, depois de confirmadas por este Dicastério, publicadas pela Conferência Episcopal.
Nada obste em contrário.
Sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos,
26 de janeiro de 2021, memória de S. Timóteo e S. Tito, bispos.
Robert Card. Sarah Prefeito
X Arthur Roche Arcebispo Secretário
ORAÇÕES EUCOLÓGICAS PARA ESTE DIA
ORAÇÃO DO DIA Ó Deus, o vosso Filho fez voltar Lázaro do sepulcro para a vida e se dignou hospedar-se na casa de Marta, concedei-nos, vos suplicamos, que nós também, servindo fielmente aos nossos irmãos, mereçamos com Maria nutrir-nos da meditação de Sua Palavra. Ele vive e reina convosco na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos.
SOBRE AS OFERENDAS Nós vos proclamamos admirável nos vossos santos, Senhor, e suplicamos a vossa majestade que seja aceitável o exercício de nosso serviço, assim como vos agradou a atenciosa caridade deles. Por Cristo nosso Senhor.
DEPOIS DA COMUNHÃO A sagrada comunhão do Corpo e Sangue de vosso Filho, ó Senhor, nos afaste de todas as coisas caducas, para que, pelo exemplo dos santos Marta, Maria e Lázaro, possamos progredir na prática sincera da caridade na terra, e contemplar com alegria perene a vossa glória no céu. Por Cristo nosso Senhor.
Pias Discípulas do Divino Mestre: 56 anos de presença no Brasil
A fundação das Pias Discípulas deu-se no dia 26 de julho de 1956, com a chegada ao Brasil de um grupo de seis Pias Discípulas. Pe. João Roata, ssp, Mestre Dolores, fsp, e outras Paulinas receberam as Irmãs fundadoras, que logo iniciaram a vida e missão no Brasil com a adoração eucarística e o serviço sacerdotal no Seminário da Pia Sociedade de São Paulo.
Ir. Paulina de Luca
As irmãs que chegaram neste dia 26 de julho se juntaram a Ir. Paulina de Lucca, que havia vindo ao Brasil no dia 1º de fevereiro de 1956. Ela havia nascido em São Carlos do Pinhal, SP. Poucos meses depois de seu nascimento, seus pais, migrantes, retornaram para a Itália. Lá Ir. Paulina de Lucca cresceu, estudou e provavelmente terá se sentido bem mais italiana que brasileira. Aos 18 anos, ingressou na Congregação. Sua família retornou ao Brasil. Havia 30 anos que não via seus pais. Assim, vir antes foi uma preparação importante para a chegada das primeiras em terras brasileiras, mas foi uma possibilidade dela rever os pais.
Apesar de nunca ter expressado o desejo de rever os pais, o Fundador, Bem-Aventurado Tiago Alberione a enviou primeiramente a revê-los. A saúde deles já estava debilitada e isto foi importante.
Ir. M. Salvatoris Lucia Rosa, Ir. M. Modesta Santina Grotto, Ir. M. Giancarla Catarina Barale, Ir. M. Pasquina Romano, Ir. M. Fabiana Giuseppa Lucido, Ir. M. Paolina Margharita De Lucca e Ir. M. Venerina Vaccarisi, saíram no dia 09 de julho de 1956, do Porto de Gênova, no navio “Conte Grande” para o porto de Santos/SP. No dia 26 de julho de 1956, as Pias Discípulas foram acolhidas com prolongado toque de sino, na casa das Filhas de São Paulo. Depois passaram a morar no Seminário Paulino.
Irmãs no porto de Gênova: Tecla Molino, Fabiana, Salvatoris, Madre Lucia, Pasquina, Giancarla, Modesta e Venerina.
Ir. Marilez Furlanettto, atual provincial PDDM no Brasil, assim se expressa: “A elas e a todas as que nos antecederam, nosso reconhecimento e estima, porque souberam acolher e fazer frutificar as graças e bênçãos que o Senhor derramou em cada uma das pequenas ou grandes ações realizadas com amor e por amor a Deus que é fiel em suas promessas”.
De fato, celebrar 65 anos nos enche de gratidão por este caminho de fé, doação e amor a Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida. Ainda, Ir. Marilez motiva:
O Senhor nos conduziu ao longo destes 65 anos, iluminando nossos passos e enviando pessoas generosas que muito contribuíram como amigos, benfeitores, colaboradores e cooperadores Amigos/as do Divino Mestre, para a expansão da Congregação no Brasil e desenvolvimento da Missão. Temos a certeza que Ele está conosco e quer continuar nos mostrando o caminho. Deixemo-nos guiar pela sabedoria divina e acolhamos os “sinais dos tempos,” que na atual situação nos desafiam a redesenhar nossas presenças e a entrar na dinâmica da solidariedade, como nos orienta o Papa Francisco na Carta Encíclica Fratelli tutti: A solidariedade manifesta-se concretamente no serviço, que pode assumir formas muito variadas de cuidar dos outros. O serviço é, «em grande parte, cuidar da fragilidade. Servir significa cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo». Nesta tarefa, cada um é capaz «de pôr de lado as suas exigências, expetativas, desejos de omnipotência, à vista concreta dos mais frágeis (…). O serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até “padece” com ela e procura a promoção do irmão. Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas». Peçamos que Jesus Mestre e Pastor continue chamando pessoas que desejam abraçar a causa do Reino de Deus. E assim podermos levar a Boa notícia do Evangelho para que todos tenham vida e vida em plenitude. Desejamos caminhar na comunhão e servir na alegria.
Padre Tiago Alberione escreveu às Irmãs enviadas em Missão: “Páscoa de 1956. Felicitações e orações. Peço a Deus que a solenidade destes dias proporcione aumento de graças, luzes, merecimentos e alegrias. Abençoo cada um dos vossos nomes. O Divino Mestre vos dará outra casa, se fordes fiéis. Rezo pelas vocações; mas muito cuidado na escolha das mesmas. Amor a Jesus Hóstia!”.
Nossas Irmãs foram memória viva dessa herança carismática. O Divino Mestre tornou-as fiéis, fecundas na fé e na esperança, e os frutos foram abundantes. Gratidão eterna a Deus por sua bondade e às Irmãs pela generosa doação no grande desafio dos inícios de chegada na Terra de Santa Cruz.
Pias Discípulas: contexto sociocultural e eclesial na chegada, em 1956
Como as demais congregações paulinas vindas para o Brasil, as Pias Discípulas se instalaram em São Paulo, na capital. A população era predominantemente italiana, portuguesa e japonesa. Na época, o fenômeno da urbanização marcava a cidade de São Paulo, que buscava responder aos imensos desafios urbanos e das culturas emergentes. Dominava a migração nordestina.
No quarto centenário (1954) da cidade de São Paulo, o Estado de São Paulo possuía catorze Dioceses e a população da Arquidiocese ultrapassava três milhos de habitantes – o que a colocava como a maior do Brasil e da América do Sul. Em 1955, deu-se a fundação da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por iniciativa de Dom Hélder Câmara.
A Igreja recebeu forte impulso do CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano), cuja fundação deu-se também em 1955.
Deste contexto emergem:
Redescoberta da dimensão social da fé, ensaio da nova presença da Igreja na sociedade.
Experiência de fé no contexto do compromisso laical, Ação Católica e Movimentos: ACO (Ação Católica Operária); JOC (Juventude Operária Católica) – JUC (Juventude Universitária Católica).
Emergência das classes populares: plano de pastoral de conjunto com forte sentido de participação, planejamento e descentralização do poder.
As Pias Discípulas foram acolhidas oficialmente pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, na pessoa de Dom Paulo Rolin Loureiro, bispo auxiliar e vigário geral do Arcebispado.
As nossas Irmãs estão somando em diversas propostas super interessantes para a formação litúrgica e espiritual. Confira alguns destes encontros pelo Brasil e programe sua participação:
RETIRO ESPIRITUAL ONLINE PELA CRB-SP
Este evento é promovido pela CRB-SP e tem como público alvo exclusivo as comunidades religiosas. As inscrições são pelo site: www.crbsp.org.br e o a proposta acontece de 22 a 27 de julho de 2021, pela plataforma zoom. As orientadoras do retiro serão a Ir. Penha Carpanedo, pddm, e Ir. Marilene Brandão, am. Mais informações pelos telefones: (11) 3141-2566 e (11) 94881-5362. O tema do retiro é: CONTEMPLAR O ROSTO FEMININO DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA.
VALOR DO CURSO POR COMUNIDADE R$ 250,00(duzentos e cinquenta reais)
PERÍODO DO RETIRO De 22 a 27 de julho de 2021
DIREÇÃO GERAL Ir. Edilamar da Glória Martins, cp
ORIENTADORAS Ir. Penha Carpanedo, pddm Ir. Marilene Brandão, am
O tradicional Seminário Regional de Liturgia sempre foi uma data esperada pelos agentes deste serviço nas arqui/dioceses do Rio Grande do Sul. Considerando a impossibilidade de realizar o encontro formativo de forma presencial, o Setor de Liturgia do Regional propõe o Seminário online, com o tema Ministérios leigos à serviço da Liturgia.
Pe. Luciano Massullo é referencial para o Setor de Liturgia do Regional Sul 3 e explica que o tema escolhido está em sintonia com o desejo do Concílio Vaticano II de uma Igreja ministerial.
Os diferentes ministérios têm lugar, também, na Liturgia da Igreja, onde, se manifesta de modo orgânico o Corpo de Cristo. Recentemente, o Papa Francisco, ampliou a possibilidade da instituição dos ministérios de Leitor e Acólito! É em sintonia com o desejo do Papa que queremos refletir e apontar caminho para o exercício destes ministérios, destaca Pe. Luciano.
O seminário, que não foi realizado em 2020 por causa da pandemia do Coronavírus, iniciou dia 1º de julho e se estende durante todo o mês, com encontros nos dias 07, 15, 22 e 29. Neste próximo dia 15 de julho, teremos como assessora a Ir. Veronice Fernandes, pddm.
Acompanhe toda a programação no flyer digital abaixo e siga as redes sociais da CNBB Sul3.
EVENTO GRATUITO E PELO YOUTUBE.
Ative o sininho para acompanhar a live com a Ir. Veronice Fernandes pelo Youtube da CNNB – Sul3.
ESPAÇO LITÚRGICO
Para mais informações, entre em contato: (92) 98229-3742
Conforme a Circular da Madre Geral n. 3, ir. Micaela Monetti, hoje, dia 03 de junho de 2021, inicia o “Encontro Online Internacional” preparado pelo Secretariado Geral para a Formação. Este encontro reunirá representações em todas as nações que estamos de Irmãs que prestam este serviço na nossa Congregação.
Do Brasil, conforme relação anexa a esta circular n. 3 da Madre Geral, participarão: Ir. M. Analice Lúcia Balestrin, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Aparecida Batista, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Juceli Aparecida Mesquita, Postulado e Juniorato; Ir. M. Leticia Pontini, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Luciana Tonon; Noviciado; Ir. M. Soênia Alves Brito, SAV – Serviço de animação vocacional; Ir. M. Terezinha Lubiana, Formação contínua; Ir. Marilez Furlanetto, Formação contínua.
Está previsto esta programação:
Temática
Data | 16:00 – 19:00 (CET)
Viver a mudança epocal
Quinta, 03 de junho
Paradigma de formação
Quinta, 10 de junho
Fraternidade e formação
Quinta, 17 de junho
Formação na era digital
Quinta, 09 de setembro
Formação integral segundo o PGF
Quinta, 16 de setembro
Diálogo com a Superiora geral
Quinta, 23 de setembro
Segundo ir. Micaela Monetti na circular n. 3, “O tema que orienta o percurso de aprofundamento e partilha é extraído da palavra profética: “Vejam que estou fazendo uma coisa nova: ela está brotando agora, e vocês não percebem?” (Is 43,19). Somos conscientes de que a qualidade da formação é fundamental para a vitalidade do Instituto e para a colaboração ao advento do Reino de Deus no mundo.”
Ainda segundo a circular, esta iniciativa tem por finalidade sustentar o processo de formação paulina que é caminho de conversão contínua: tem foco na santidade, no desenvolvimento de uma personalidade integrada, capaz de viver em comunidade, de trabalhar com outros/as e para os outros.Os encontros serão nos meses de junho e setembro e abordarão temas gerais, mas urgentes, para a formação à vida consagrada hoje. As irmãs que participam do Encontro são numerosas por diversos títulos, com a possibilidade de conectar-se em diferentes faixas horárias, segundo o programa que anexamos.
O encontro anual das Irmãs Coordenadoras de Comunidades das Pias Discípulas aconteceu de 16 a 18 de abril de 2021 e foi inteiramente online este ano.
Participaram do encontro: Ir. Marilez Furlanetto, provincial; Ir. Lídia Natsuko Awoki, Vigária Geral; Ir. Terezinha Lubiana – Conselheira pela Formação, CP/SP; Ir. Kelly Silva de Oliveira – Comunidade Timóteo Giaccardo, SP e conselheira provincial; Ir. Vera Maria Galvan, conselheira; Ir. Luciana Tonon, conselheira; Ir. Soênia Alves Brito, coordenadora da Comunidade Rainha dos Apóstolos, SP; Ir. Maria da Conceição Dias, coordenadora da Comunidade Paulo Apóstolo, SP; Ir. Maria Goretti Lima de Medeiros, coordenadora da Comunidade Divino Mestre, Olinda/PE; Ir. Maria Aparecida Batista, coordenadora da Comunidade Divino Mestre, Manaus/AM; Ir. Letícia Pontini, coordenadora da Comunidade Irmã Modesta, Codajás/AM; Ir. Isabel Tonon, coordenadora da Comunidade Jardim Divino Mestre, Cabreúva/SP; Ir. Juceli Aparecida Mesquita, coordenadora da Comunidade Nazaré, Cabreúva/SP; Ir. Estela Pilatti, coordenadora da Comunidade Divino Mestre, Caxias do Sul/RS; Ir. Maria das Graças R. da Silva, coordenadora da Comunidade Cristo Redentor, Rio de Janeiro/RJ; Ir. Sônia Ferreira de Andrade, coordenadora da Comunidade Divino Mestre, Brasília/DF.
A programação do encontro foi assim: no dia 16 de abril, sexta-feira, houve a abertura do evento às 9h30, com a acolhida da Ir. Marilez e uma importante introdução da Ir. Lídia Natsuko Awoki, vigária Geral. Ela falou com as Irmãs sobre “O papel da coordenadora nos documentos PDDM: Regra de vida, Diretório e DEA”. As diretivas propostas para Ir. Lídia veja no link:
Ela conclui a sua colocação com as palavras do Papa Francisco na Catequese de 14 abril 2021 – A Igreja mestra em oração:
Na Igreja existem mosteiros, conventos e eremitérios onde vivem pessoas consagradas a Deus e que muitas vezes se tornam centros de irradiação espiritual. São comunidades de oração que irradiam espiritualidade. São pequenos oásis nos quais se partilha uma oração intensa e se constrói a comunhão fraterna dia após dia. Trata se de células vitais, não apenas para o tecido da Igreja, mas para a própria sociedade.
Rezar e trabalhar em comunidade faz progredir o mundo. É um motor.
A oração é aquela que abre a porta ao Espírito Santo, o qual inspira a ir em frente. As mudanças na Igreja sem oração não são mudanças da Igreja, são mudanças de grupo. E quando o Inimigo quer lutar contra a Igreja, fá-lo primeiro procurando secar as suas fontes, impedindo-as de rezar, e [induzindo-as a] fazer estas outras propostas. Se a oração cessar, por algum tempo parece que tudo pode continuar como habitualmente por inércia, mas depois de pouco tempo, a Igreja compreende que se torna como que um invólucro vazio, que perdeu o seu eixo central, que já não possui a nascente do calor e do amor.
A lâmpada da fé estará sempre acesa na terra, enquanto houver o óleo da oração.
Transmitir de geração em geração a lâmpada da fé com o óleo da oração. A lâmpada da fé que ilumina, que governa tudo como deve ser, mas que só pode ir em frente com o óleo da oração. Caso contrário, apaga-se. Sem a luz desta lâmpada, não poderíamos ver o caminho para evangelizar, aliás, não poderíamos ver o caminho para crer realmente; não poderíamos ver os rostos dos irmãos dos quais nos devemos aproximar e servir; não poderíamos iluminar a sala onde nos encontramos em comunidade… Sem fé, tudo desmorona; e sem a oração, a fé extingue-se. Fé e oração, juntas. Não há outro caminho. Por isso a Igreja, que é casa e escola de comunhão, é casa e escola de fé e de oração.
Após este início de conversa, as Irmãs ficaram com conteúdo para refletir e conduzir a partilha nos dias 17 e 18 de abril, pela tarde.
Os textos que iluminaram o encontro das Irmãs foram:
Texto bíblico: João 15, 1-17; 17, 21-23
Leitura 1 – p. 64 a 67 – Fazer-se acompanhar no tempo da provação. A dimensão comunitária.In: Documento da Igreja 60: O dom da fidelidade, a alegria da perseverança.
Leitura 2 – p. 40 a 51 – Serviço da autoridade.In:Para vinho novo, odres novos. A vida consagrada desde o Concílio Vaticano II e os desafios ainda em aberto – Orientações
As leituras 1 e 2 são textos da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Veja abaixo os textos para baixar e ler:
As partilhas foram orientadas através das perguntas:
OBJETIVOS DA COMUNIDADE:
– Qual apelo a comunidade quer responder? (Usar verbos de ação)
DEFINIÇÃO DA COMUNIDADE
– Como é composta a comunidade?
– Qual a missão desta comunidade?
– Como a comunidade se sente enviada?
– Quais as necessidades da comunidade que precisam ser trabalhadas?
O encontro foi avaliado como positivo. Neste ambiente pandêmico, as Irmãs se sentiram irmanadas pelas partilhas, mesmo que o contato de forma digital não substitua o contato e calor presencial. Pela situação que passamos, os meios digitais são um bom placebo para o “encontro”. O encontro concluiu com o desejo de novo encontro entre as Irmãs.
Crédito das fotos:Ir. M. Goretti Lima de Medeiros
“Antes de ser uma construção humana, a comunidade religiosa é um dom do Espírito. De fato, é do amor de Deus difundido nos corações por meio do Espírito que a comunidade religiosa se origina e por ele se constrói como uma verdadeira família reunida no nome do Senhor. Não se pode compreender, portanto, a comunidade religiosa sem partir do fato de ela ser dom do Alto, de seu mistério e de seu radicar-se no coração mesmo da Trindade santa e santificante, que a quer como parte do mistério da Igreja, para a vida do mundo”.