Encontro Anual das Junioristas 2021

De 13 à 15 de fevereiro, houve o Encontro Anual das Irmãs Junioristas Pias Discípulas do Divino Mestre no município de Cabreúva, SP, para o encontro anual, mantendo o distanciamento social nesse tempo de pandemia. O encontro foi facilitado pela formadora Ir. Juceli Aparecida Mesquita. Também as irmãs junioristas tiveram a oportunidade de ter a presença da vigária geral Ir. Lídia Natsuko Awoki, que estava de passagem pelo Brasil.

 No primeiro dia de encontro as jovens irmãs partilharam um pouco sobre como cada uma se encontra e suas expectativas para o ano que está iniciando.

No segundo dia o encontro, motivadas pela Ir. Lídia, as jovens irmãs refletiram sobre o artigo: “Re-imaginar o futuro: A espiritualidade e o carisma ajudam a Vida Religiosa a ser mais geradora neste Tempo”, de Ir. Teresa Gil Muñoz, STJ, e também sobre a homilia do papa Francisco do dia 02.02.2021, em ocasião da festa da Apresentação do Senhor e Dia Mundial da Vida Consagrada com o tema: “A paciência de Deus não exige perfeição, mas generosidade do coração”. Após a leitura e reflexão dos textos, as irmãs colocaram os pontos chaves em forma de teatro. No final da apresentação escutaram a canção que fala sobre a paciência, autor Lenine. Na parte da tarde, Ir. Juceli Mesquita conduziu outro momento com uma roda de partilha. O grupo finalizou aquele dia fazendo uma ligação para madre geral Ir. Micaela Monetti e a Ir. Natali Bertoso que não pode se juntar ao grupo de forma presencial. Assim finalizaram louvando ao Senhor pelas maravilhas vividas naquele dia.

No último dia de encontro, o grupo avaliou e planejou para o próximo encontro que está previsto para setembro de 2021.

O Encontro Anual das Irmãs Junioristas Pias Discípulas do Divino Mestre é uma possibilidade das jovens irmãs se reunirem e juntas, partilharem sua vida nestes primeiros anos de vida religiosa. Agradecemos a cada uma pelo sim generoso e pelo acompanhamento das Irmãs Juceli e Lídia às nossas jovens e queridas irmãs.

Pias Discípulas do Brasil: novas conselheiras para o triênio

A Madre Geral Ir Micaela Monetti e seu conselho comunicou nesta terça-feira, dia 15 de dezembro, as novas Conselheiras provinciais nomeadas, segundo a norma do artigo 112 da Regra de Vida, que colaborarão no serviço de governo para o triênio 2020-2023.

Em ordem alfabética pelo sobrenome são:
GALVAN IR. VERA MARIA
LUBIANA IR. M. TEREZINHA
SILVA DE OLIVEIRA IR. M. KELLY SILVA
TONON IR. M. LUCIANA.

Dentre estas, uma será escolhida para estar ao lado da Superiora provincial na qualidade de
vigária. A nomeação da Secretária provincial é da competência da Superiora provincial, com o
consenso de seu Conselho (RV art.113). A Superiora provincial, com o consenso de seu Conselho,
apresentará à superiora geral a proposta da Ecônoma provincial, que, em diálogo e atenção às
necessidades da Província, receberá a nomeação para este serviço administrativo (RV art.114).

A Ir. Micaela Monetti, em carta protocolar, manifestou a sua gratidão a todas: às irmãs que colaboraram diretamente no precedente mandato de governo e àquelas que deram agora sua disponibilidade ao serviço na comunhão.

Ela também agradeceu a todas as irmãs que se adaptaram à nova modalidade de consultação imposta pelo problema de saúde pública. Fez-se necessário fazer todo o processo via meios eletrônicos, já que as viagens do Conselho Geral tiveram que ser canceladas.

Ir. Marilez é reeleita provincial

Este ano é também tempo de eleição nas Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre do Brasil. Em uma modalidade adaptada pela situação imposta pela Pandemia do Corona Vírus, a Ir. Marilez Furlanetto foi reeleita provincial para o triênio de 2021 a 2023.

Segundo protocolo de nomeação da Madre Geral, Ir. Micaela Monetti assim se expressa:

Neste tempo caracterizado pela pandemia em curso, que torna mais complexa e difícil qualquer organização, a Palavra de Deus nos ilumina com clareza e nos convida a deixar-nos envolver com generosidade e criatividade para que o Pão da Vida seja partido para todos. Solidárias e participantes da fragilidade e da emergência humanitária em que
estamos imersas, escutamos de modo novo as palavras de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”. Madre Escolástica Rivata em 1932 escreveu: “Creio que cabe a nós, com a nossa vocação religiosa e pastoral, repartir o pão da palavra de Deus, do Evangelho, para todas estas pobres almas! Por isso, devemos dar muita importância à nossa vocação e rezar ao Divino Mestre para que nos conceda as virtudes e as graças religiosas e pastorais. (…)
Sobretudo, muita oração, silêncio, vida interior de recolhimento, além de caridade e zelo pelas almas colocando, como Jesus, a nossa vida em favor delas. Devem, pois, ser pastorais as nossas cruzes e contrariedades, porque quando maior é o bem a ser feito, mais é contestado. Adorem, amem sempre as disposições de Deus, sejam quais forem, e agradeçam a ele sempre e em tudo, e a cada momento”.
Segue agora a consultação para a nomeação das quatro Conselheiras, segundo as indicações da Regra de Vida. Procurai entre vós irmãs de comunhão e de visão, não perfeitas, mas felizes de serem discípulas de Jesus. Irmãs disponíveis a caminhar junto e a colaborar na animação espiritual das diversas áreas da formação e da missão.
Agradeço Ir. Marilez que se dispõe a continuar o serviço de governo bem consciente do que comporta, porque para viver isto, na comunidade cristã, é preciso assumir um poder crucificado, a exemplo de Jesus Mestre. Desejo que possais continuar o caminho de discipulado com um estilo renovado pelo Espírito de Deus que faz novas todas as coisas, no espírito das bem-aventuranças evangélicas. Vivamos com confiança, formadas pelo apóstolo Paulo, porque, em qualquer tribulação, somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou (Rm 8, 37).

Agradecemos a Ir. Marilez pelo seu generoso sim e confiamos no Espírito Santo para que conduza a nossa província na escolha agora das quatro conselheiras que integrarão o governo provincial juntamente com a ir. Marilez.

Memória do Bem-Aventurado Timóteo Giaccardo e profissão da Ir. Risalva Gonçalves

Para toda a Família Paulina, hoje, 19/10/2020, é um dia especial. Celebramos a memória do Bem-Aventurado Timóteo Giaccardo.

Na capela da comunidade -Madre Escolástica – Casa Provincial em São Paulo, aconteceu a celebração Eucarística em memória do Bem – aventurado Timóteo Giaccardo, com o rito de profissão religiosa de Ir. Risalva Ribeiro Gonçalves, presidida pelo Padre Valdêz Dall’Agnesse, SSP.

Estavam presentes as Irmãs da Casa Provincial e da Comunidade Paulo Apóstolo. Foi um momento orante e participativo. Ao final, cantamos o hino dedicado ao Bem-aventurado Timóteo Giaccardo:

Ao Mestre Divino o louvor porque chamou a lhe seguir/O Beato Timóteo Giaccardo, como discípulo fiel que o amou
Cantamos louvores a Ti, Jesus, com vozes ardentes de fé/
Por este discípulo amado. Fiel até o fim ao Senhor.

Beato Timóteo Giaccardo, nossa família confia em ti./
Do céu onde estás hoje implora/atende as preces e roga por nós.

Gratidão a Deus pelo Sim generoso da nossa Irmã Risalva Ribeiro Gonçalves e pelo testemunho de santidade do Bem-aventurado Timóteo Giaccardo.

Quem foi o Bem-Aventurado Timóteo Giaccardo?

José Timóteo Giaccardo, sacerdote paulino, italiano, pertence à Congregação da Pia Sociedade de São Paulo. A originalidade de sua vida está em ter sido o primeiro sacerdote da Família Paulina e um fidelíssimo discípulo do Fundador, Padre Tiago Alberione. Nasceu em Narsole, norte da Itália. Sua família era pobre de bens materiais, mas rica de fé e virtudes cristãs. Em 1908 José encontrou-se pela primeira vez com o jovem padre Tiago Alberione que, em Narzole estava dando sua colaboração na paróquia. Padre Alberione, percebendo no pequeno José profunda piedade e grande vontade de ser padre; encaminhou-o para o seminário da diocese de Alba.

Tendo como guia espiritual padre Alberione, em 1917 José Timóteo entrou na “Obra de São Paulo” fundada em 1914 por seu mestre e cuja finalidade específica era a evangelização por meio da imprensa, a principal mídia da época. Desde cedo José Timóteo mostrou-se uma pessoa de profunda vida interior, desejosa de ser cada dia melhor e ajudar seus semelhantes no bem. Por isso com grande fé acatou as orientações de Padre Alberione que indicava uma nova forma de santidade e de evangelização.

José Timóteo, movido pela fé, foi fiel companheiro da “primeira hora”, seguidor incondicional e colaborador ativo do Fundador da então nascente Família Paulina. Acompanhou todas as obras e todas as pessoas com grande perspicácia e sensibilidade. Além de alguns livros, deixou como preciosa herança espiritual um “Diário”, rico da presença de Deus e desejos profundos de santidade para si mesmo e para todos. Sua fé em Deus e amor à missão fazia dele uma pessoa autêntica e radical. Lemos em seu “Diário”: “Ó Jesus, quero viver de tua vida, transforma-me. Quero ser “outro Jesus” na minha vida e com todas as pessoas”.

Diante das grandes dificuldades para a aprovação da Congregação das Discípulas do Divino Mestre (uma das congregações fundadas por Alberione) que se dedicam à missão eucarística, missão sacerdotal e missão litúrgica, padre Timóteo não mediu esforços nem súplicas. Diante das respostas negativas não hesitou em oferecer a própria vida para a garantir a existência na Igreja desta congregação, certamente querida por Deus.

E o importante é que Deus aceitou a oferta. Foi assim que ele, acometido por leucemia, veio a falecer alguns dias após a aprovação pontifícia das Discípulas do Divino Mestre, no dia 24 de janeiro de 1948. A aprovação chegara no dia 12 de janeiro de 1948.
Dele escreveu o Fundador: “De 1909 a 1914, quando a Divina Providência preparava a Família Paulina, ele, embora não entendendo tudo, teve clara intuição da obra. As luzes que recebeu da Eucaristia, sua fervorosa devoção Mariana, a reflexão sobre os documentos pontifícios o iluminaram sobre as necessidades da Igreja e sobre os meios modernos para anúncio do Evangelho”.

PDDM: 64 anos de Brasil

A “nossa hora”

Ir. Maristela Bravin

Inspirado no ardor missionário do Apóstolo Paulo, desde o começo de suas fundações, Padre Tiago Alberione, almejava alcançar o mundo. Aos 70 anos, na História Carismática da Família Paulina ele afirma: ”De Alba tinha-se em vista a Itália; de Roma, especialmente as outras nações”, pois “a Família Paulina tem grande abertura para o mundo” e “de Roma partem os enviados para todas as direções” (AD 114.65). De fato, a partir de Roma, filhos e filhas de Alberione ganham o mundo “para anunciar o Evangelho” com os meios “mais rápidos e eficazes”.

Apenas consolidadas as três primeiras fundações: Paulinos, Paulinas e Pias Discípulas, em 1931 o Fundador os envia juntos, para implantar a Família além-mar, a começar pelo Brasil. Para as Pias Discípulas, porém, não era ainda o momento. A “hora de Deus” estava sendo preparada de modo singular.

Em 1902, um jovem casal de imigrantes italianos residente na cidade de São Carlos/SP, decide retornar à Itália com sua filhinha Margherita De Lucca, nascida em São Carlos, há poucos meses. Margherita cresce então na Itália, e aos 18 anos, ingressa no grupo inicial das fundações femininas de Padre Alberione, em Alba.

Seus pais, no entanto, voltam definitivamente para o Brasil e Margherita prossegue sua formação na Itália. Em 1924 ela é uma das oito jovens chamadas a constituir o núcleo fundante das Pias Discípulas do Divino Mestre. Ao fazer seus votos religiosos como Pia Discípula, ela recebe o nome de Ir. Maria Paulina.

Ir. M. Paulina deixa a Itália em fevereiro de 1956, para visitar sua família estabelecida no Brasil. Ela vem, porém, com o objetivo de permanecer, aguardando a chegada de outras irmãs para iniciar a vida das Pias Discípulas no Brasil.

De fato, em maio do mesmo ano, a então Madre geral das Pias Discípulas, Lucia Ricci lhe escreve: Finalmente posso dizer-lhe com prazer, que em julho irão as Irmãs: M. Salvatoris, M. Modesta, M. Giancarla, M. Venerina, M. Pasquina, M. Fabiana” (foto ao lado). Estas seis Discípulas,  partem do Porto de Genova no navio Conte Grande, e chegam ao Porto de Santos, dia 26 de julho de 1956.

Acolhidas com alegria e carinho pelas Irmãs Paulinas e pelos padres Paulinos, as recém-chegadas se ambientam na cidade de São Paulo, se orientam para moradia e iniciam a missão “prestando os serviços de oração e de trabalho no seminário Paulino”, na Rua Major Maragliano, Vila Mariana. Ir. M. Paulina, nas palavras da Madre geral que enviara antes, ela foi “uma Discípula da primeira hora na fundação da Congregação, e da primeira hora também, na abertura do novo Tabernáculo em seu solo natal”.

A esperança de vida logo desponta: uma jovem, Teruco Aoki, filha de migrantes japoneses, aguardava com Ir. M. Paulina, a chegada das Pias Discípulas para iniciar sua formação na nova comunidade. Outras jovens chegam e com mais duas Irmãs vindas da Itália se torna realidade a primeira casa de formação em 1957.

“Começar de Belém” sempre foi a indicação de Padre Alberione para as Casas e as obras apostólicas, assim foi para nossos inícios. E na ocasião de sua visita em 1963, ao ver o crescimento das Discípulas e das atividades apostólicas o Fundador afirma: “O dedo de Deus está aqui”.

Para nós, Pias Discípulas, 26 de julho é “memória” da chegada ao Brasil dessas “pioneiras” que vieram providas apenas da graça do carisma, da fé e confiança em Deus, de coragem e de entusiasmo. Brota então em nosso coração, imensa gratidão ao Divino Mestre pelo amor com que conduziu a elas e a todas nós que somos parte de linda história.

Celebrar 64 anos é acolher de novo a herança a nós transmitida, continuar a desenvolvê-la e transmiti-la às novas gerações.

Noviças no ano da Pandemia

Ser noviça em tempos de COVID-19

As Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, como mencionado noutro artigo, comemoram neste 2º Domingo de Páscoa, o Dia da Noviça. Noviça é o nome dado para a jovem que está na etapa do Noviciado, terceiro degrau, vamos dizer, na formação de uma religiosa Pia Discípula.

Neste ano em especial, temos quatro noviças no primeiro ano e uma do segundo ano. Sim, o noviciado é uma etapa de dois anos. O primeiro, a noviça o faz dentro da casa destinada para a formação e é introduzida de forma mais profunda na vida e missão do carisma das Pias Discípulas. No segundo ano, a jovem é enviada por 3 ou 4 meses para fazer uma experiência como irmã numa comunidade. Este ano temos a noviça Indianara que está na Comunidade Divino Mestre, em Olinda, PE.

Mas como as nossas jovens estão vivenciado este período tão intenso nas suas vidas, longe de suas famílias, neste período que o mundo vive o medo do Covid19? Nós perguntamos isto para elas e gentilmente as nossas queridas noviças responderam:

Agradecemos a Deus por estes dois messes de caminhada no noviciado. Vivemos diversas experiências que nos ajudaram muito a crescer no Caminho do seguimento ao Divino Mestre, uma delas está sendo muito forte e significativa e é o que está atingindo ao mundo inteiro: a pandemia do COVID-19, com a peculiaridade da quarentena.

Neste contexto queremos partilhar a experiência que cada uma está vivendo:

Este tempo vivenciado de noviciado durante a quarentena pelo Covid-19 tem sido para mim momento de grande graça, onde tive a oportunidade de ficar perto da presença de Jesus Mestre na Eucaristia, na sua Palavra, em cada irmã da comunidade e nas tarefas cotidianas de cada dia na casa de formação. E também foi uma grande oportunidade de permanecer em comunhão com o mundo inteiro por meio da oração e interceção pedinho a Deus especialmente pelos que mais sofrem as consequências do vírus.
Noviça Odette Jagou
, 1º ano de noviciado

Para mim esta epidemia covid-19 que estamos vivenciando na sociedade tem sido oportunidade para refletir bastante que nós temos tudo na congregação, que a providência não nos abandona: temos eucaristia, aula, trabalho, comida, mestra em casa. As pessoas de fora se vêm na necessidade de sair de casa, para levar às suas famílias o pão cotidiano. Sempre penso que sou peregrina aqui. Na vida terrena tudo passa. Quem permanece para sempre é Deus que é o meu ideal, projeto e meta na minha vida. Neste curto tempo de noviciado estou muito mais conectada com o Mestre na minha oração pessoal e comunitária. Sinto estes dois meses como um tempo propício de graça, reconciliação, de maneira mais profunda com o Mestre, tendo um grande desejo interior de viver a vontade de Deus em meu ser e fazer, o qual me faz sentir muito feliz, agradecida, e motivada para continuar com a minha etapa de noviciado.
Noviça Virginia Landín Rodríguez
, 1º ano de noviciado

Este momento histórico que vivemos me fez lembrar dos inícios da nossa congregação, cheios de incerteza, de medo, de dificuldade, mas Alberione tinha a certeza de que tudo era obra de Deus e que tudo estava em suas mãos. Essa deve ser a nossa esperança neste tempo que vivemos: “tudo está nas mãos de Deus”.
O mundo inteiro está diante de grandes mudanças, repensando muitas coisas na parte social, política, econômica, formativa; nós não escapamos dessa realidade. Sinto-me convidada a me confirmar no chamado que Jesus me fez de ser sua discípula nesta congregação.
Não deixa de me preocupar a situação que vivem as famílias especialmente minha família na Venezuela um país que já se encontrava em crise humanitária. Mas tenho a certeza de que Deus vai cuidar deles e lhes vai providenciar o necessário para viver este tempo.
Agradeço a Deus por sempre ensinar-me com simplicidade, no cotidiano da vida. Além de aprender a ser discípula de Jesus Mestre e a conhecer nossa congregação, neste tempo estou aprendendo que o pessoal da saúde vale mais que qualquer futebolista, que somos frágeis; que a morte não distingue de raça nem status social; que o planeta se regenera rapidamente sem nossa presença; que a prevenção pode salvar vidas; que a nossa família é a Igreja doméstica e podemos celebrar juntos como família a nossa fé.
Desejo que Jesus, o rosto de Deus Pai, seja o ideal de toda a humanidade e que depois de tudo isto que vivemos sejamos melhores seres humanos.
Noviça Belimar Victoria Hernandez Escobar
, 1º ano de noviciado

Ainda nos primeiros meses do primeiro ano do noviciado quase não sei como é um noviciado sem quarentena. Para mim está sendo uma experiência muito significativa. É um tempo de viver bem intensamente a nossa missão de oração e intercessão pelo mundo inteiro; de poder viver uma forte comunhão com todo o povo que está sofrendo; e não só pela pandemia do COVID-19, e também trazer à Eucaristia, tanto na missa como na Adoração, a todas as pessoas que não podem receber a Jesus eucarístico.
Esta situação de isolamento social é quase como estar vivendo num deserto, como estar fazendo um grande retiro espiritual totalmente conectada com a realidade histórica.
Para mim está sendo uma oportunidade grande de tomada de consciência de muitas coisas. E estou vivendo positivamente, com a fé e certeza de que o Senhor Ressuscitado vai dar vida e vida em abundancia a tudo o que está morto e precisa de Ressurreição “Esta doença não é para a morte, mas para a glória de Deus, para que seja glorificado, por ela, o Filho de Deus” (Jo. 11,4)
O noviciado é um tempo de Graça e assim o creio. Hoje faço a experiência que a Graça de Deus vai além da situação histórica. Ele continua derramando sobre nós a sua Graça e acho que ainda com mais força nos tempos difíceis. O Senhor não nos abandona e, nessa certeza, fé e alegria são os motores nesta caminhada do noviciado nas pegadas de Jesus Mestre, querendo viver como a sua fiel discípula em todas as circunstâncias da vida.
Noviça Amira Giselle Isleño, 1º ano de noviciado

Penso que quando Pe. Timóteo iniciou a tradição de celebrar o dia das Noviças no Domingo In Albis, domingo que marcava a continuidade de caminho de aprofundamento e adesão a Cristo, ele desejou que cada uma de nós noviças buscássemos o Mestre como fonte e alimento que sustenta o caminho e isso a nós bastaria.
Pe. Alberione costumava dizer que o noviciado é uma preparação a união a maior com o Senhor, como os catecúmenos que após um longo caminho com Cristo junto à comunidade recebiam os sacramentos assumindo o ser cristão, nós noviças após um caminho de resposta ao amor generoso do Mestre, junto as nossas irmãs de congregação, assumimos a vida religiosa segundo o espírito da nossa Regra de Vida.
O Período Apostólico na vida de uma noviça é uma grande graça, em tempos de pandemia é também um desafio, pois se faz necessário deixar fluir um novo jeito de viver esse período, afinal a pandemia mudou nossas agendas, rotina e jeito de ver a vida.
Neste tempo tenho pisado o chão da vida fraterna, numa maior vivencia comunitária, partilhando da vida, medos, sonhos, realidades congregacionais e esperança que nascem a partir dessa realidade.
Estamos em casa e a nossa união com o Senhor como intercessoras, que pelo carisma e estilo de vida já era realidade vivida, tornou-se mais forte, Ele o Cristo Ressuscitado se coloca entre nós em meio as incertezas e desafios e por sua cruz reacende em nós a esperança e a confiança no amor do Pai. Estamos unidas como família como discípulas no Cristo chagado e ressuscitado.
Neste dia bendigo a Deus pelo dom da vocação e de ser Discípula em comunhão com todas as noviças da nossa congregação espalhadas no mundo, que a todas se acendam as luzes necessárias do amor de Deus.
Noviça Indyanara Bonardi
, 2º ano de noviciado

As noviças concluem seu testemunho de vida saudando todas as noviças Pias Discípulas no mundo: “Estamos em comunhão de orações e saudamos a todas, mas especialmente as noviças neste Domingo “In Albis” no qual, por iniciativa do Bem-Aventurado Timóteo Giaccardo, celebramos na nossa Congregação o dia das noviças”.

Noviça Indyanara e Comunidade Divino Mestre em Olinda, PE. Ela iniciou o período apostólico nesta comunidade em fevereiro.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020: "Viu, sentiu compaixão e cuidou dele", Lc 10,33-34

A Campanha da Fraternidade é o modo com o qual a Igreja no Brasil vivencia a Quaresma. Há mais de cinco décadas, ela anuncia a importância de não se separar conversão e serviço à sociedade e ao planeta. A cada ano, um tema é destacado, assim, a Campanha da Fraternidade já refletiu sobre realidades muito próximas dos brasileiros: família, políticas públicas, saúde, trabalho, educação, moradia e violência, entre outros enfoques.

Em 2020, a CF convida, por meio de seu texto-base, a olhar de modo mais atento e detalhado para a vida. Com o tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34), busca conscientizar, à luz da palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso, que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, casa comum. 

Sobre a CF 2020

Lançado pela editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Edições CNBB, o texto-base convida a um olhar que se eleva para Deus, no mais profundo espírito quaresmal, e volta-se também para os irmãos e irmãs, identificando a criação como presente amoroso do Pai. No texto, a presidência da CNBB afirma que a Campanha será uma motivação para olhar transversalmente as diversas realidades, interpelando a todos ao respeito do sentido que, na prática, se atribui à vida, nas suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica.

“Não se pode viver a vida passando ao largo das dores dos irmãos e irmãs”, diz um trecho do texto base. Versentir, compaixão cuidar são os verbos de ação que irão conduzir este tempo quaresmal. Para isso, o texto-base que é dividido em três partes, convida que cada pessoa, cada grupo pastoral, movimento, associação, Igreja Particular e o Brasil inteiro, motivados pela Campanha da Fraternidade, possam ver fortalecida a revolução do cuidado, do zelo, da preocupação mútua e, portanto, da fraternidade.

HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020

O autor da letra é o padre José Antônio de Oliveira, 67 anos, da paróquia São João Batista de Barão de Cocais da arquidiocese de Mariana (MG). Segundo ele, o hino tem o poder de levar a mensagem central da campanha da fraternidade para todo o Brasil. “É uma semente que será semeada por aí. Não deixa de ser uma alegria muito grande evangelizar por meio da música”, disse.

O religioso já teve outras letras de música escolhidas para concursos da CNBB, entre elas o canto de comunhão: “Vamos Juntos para a Mesa”, da CF 2002, musicada por Lucas de Paula Almeida.

Processo de escolha –  31 propostas de letra para o hino da CF 2020 chegaram à CNBB após a prorrogação do edital de concurso nacional até 22 de julho de 2019. A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB fez uma triagem entre todas as propostas e pré-selecionou 5 letras que foram apresentadas em reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da entidade. Entre as cinco finalistas, os bispos, membros do Consep, escolheram o hino.

A próximo passo segundo o irmão Fernando Benedito Vieira, assessor do Setor de Música Litúrgica da CNBB, será colocar a música na letra, o que será feito com o apoio de uma equipe composta de cinco peritos em música litúrgica. A proposta é que em um mês a versão final de letra com a música seja apresentada para a Comissão para a Liturgia da CNBB para a aprovação final.

Conheça a letra do Hino da Campanha da Fraternidade 2020:

Tema: Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso
Lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (cf. Lc 10,33-34)
Autor: Pe. José Antonio de Oliveira

1) Deus de amor e de ternura, contemplamos
este mundo tão bonito que nos deste. (Cf. Gn 1,2-15; 2,1-25)
Desse Dom, fonte da vida, recordamos: (Cf. SI 36,10)
Cuidadores, guardiões tu nos fizeste. (Cf. Gn 2,15)

Peregrinos, aprendemos nesta estrada
o que o “bom samaritano” ensinou:
Ao passar por uma vida ameaçada,
Ele a viu, compadeceu e cuidou. (Cf. Lc 10,33-34)

2) Toda vida é um presente e é sagrada,
seja humana, vegetal ou animal. (Cf. LS, esp. Cap. IV)
É pra sempre ser cuidada e respeitada,
desde o início até seu termo natural.

3) Tua glória é o homem vivo, Deus da Vida; (Cf. Santo Irineu)
ver felizes os teus filhos, tuas filhas;
é a justiça para todos, sem medida; (Cf. Am 5,24)
É formarmos, no amor, bela Família.

4) Mata a vida o vírus torpe da ganância,
da violência, da mentira e da ambição.
Mas também o preconceito, a intolerância.
O caminho é a justiça e conversão. (Cf. 2Tm 2,22-26)

HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020

Eu vim para servir…

O encontro das irmãs que exercem o ministério das Coordenadoras das diversas comunidades do Brasil das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre aconteceu em Cabreuva, SP, na casa da senhora Antonieta, uma amiga da comunidade Jardim Divino Mestre, de 14 a 16 de fevereiro.

Participou do evento as 12 irmãs coordenadoras, a ir. Marilez Furlanetto, como provincial e assessora, e a ir. Ana Patrícia Reinaldo, ecônoma provincial.

As irmãs trabalharam a 4ª prioridade da CRB, com a motivação de tecer relações interpessoais. Como plano de Ação da Conferência dos Religiosos do Brasil – Nacional, proposto para o triênio 2019 a 2022, se propõe promover relações humanizadoras e atenção diferenciada à cada geração na Vida Religiosa Consagrada. Segundo a carta motivadora salienta, existe a necessidade de tecer relações de ternura, de fraternidade e de sinodalidade como expressão de uma nova forma de convivência capaz de superar o individualismo e a dominação.

De fato, em todas as fases da Vida Religiosa Consagrada deve resplandecer o vigor e a alegria de quem optou pelo discipulado de Jesus, promovendo relações mais humanizadoras com as características próprias de cada pessoa, suas belezas e limites. Promover uma cultura de encontro nos desafia a incrementar os consensos comunitários, a partilha de sentimentos, as relações humanizadoras, o perdão e a festa. Fomentar relações fraternas que, no serviço a Deus e ao povo, encontre a fonte da sua vitalidade.

A Vida Religiosa Consagrada Jovem aparece como um dom a ser acolhido, escutado, acompanhado e levado em conta o seu protagonismo. Redesenhar os processos de acompanhamento à terceira idade e aos religiosos enfermos emerge como uma urgência para muitas congregações.

É preciso reconhecer o valor de cada pessoa, na sua faixa etária, as que acabaram de chegar, as que estão à frente da missão, as de meia-idade, e as que se consagraram há mais tempo, de modo que todas deem testemunho do Deus vivo e atuante no meio do seu povo.

O desafio de novos modos de relação nos interpela a refletir e oferecer orientação sobre comportamentos padronizados, autoridades inquestionáveis e a realidade do abuso de poder, de consciência e sexual, sendo sensíveis e profetas perante as questões de gênero.

A ir. Juceli Mesquita, coordenadora e mestra da Casa Nazaré, de acolhida a etapa formativa do Postulado, fez uma dinâmica que salientou as características de cada pessoa na composição deste rosto comunitário.

Também foi fomentado a compreensão do que se entende hoje com o ministério de coordenação. O enfoque foi na forma de liderança assertiva nas nossas comunidades. Também se falou da importância do projeto comunitário levando em conta o rosto de cada comunidade.

O encontro foi motivador. Todas as irmãs saíram incentivadas e animadas para a missão.

Para honra e glória da Santíssima Trindade…

Dia 9 de fevereiro, as Irmãs Pias Discípulas estão em festa. Duas jovens professam os votos pela primeira vez de pobreza, castidade e obediência, segundo o carisma das Pias Discípulas: a Bianca e a Samillis. Elas fizeram parte de um postulantado e noviciado internacionais. Com elas, mais 3 outras jovens, de outras nações, emitem os votos religiosos: Marilina (Argentina); Sara (Itália); Jessica (Venezuela).

Este projeto formativo reúne as jovens em formação em uma nação. O Brasil sedia esta experiência há alguns anos, iniciado apenas com a Argentina. Agora outras nações também enviam suas jovens para uma formação conjunta.

As jovens brasileiras professam os votos em Caxias do Sul, RS, na casa do noviciado. Abaixo, um pouco da história vocacional destas duas amazonenses.

Convite das jovens para a Primeira Profissão Religiosa

Me chamo Antônia Bianca Oliveira dos Santos. Nasci em 21 de janeiro de 1998 na Vila de Tamanicuá, Juruá, Amazonas. Tenho 22 anos.Sou a segunda filha do casal Ana Maria Gomes de Oliveira  e Ejânio Lima dos Santos. Tenho cinco irmãos: duas meninas e três meninos.

O despertar da minha vocação foi na catequese quando me preparava para receber o sacramento da Eucaristia. Especificamente em um encontro no qual líamos o texto do Evangelho de Mateus, onde Jesus faz o chamado para os seus primeiros discípulos nas margens do mar da Galileia e os convida a deixarem as redes, segui-lo e se tornarem pescadores de gente. Com essa passagem bíblic, senti que Jesus também me chamava para ser pescadora de gente. Naquele momento não tinha consciência do que Jesus me pedia e se era realmente isso que Ele queria para mim, mas lembro que falei para minha catequista e disse: “quero ser pescadora de gente como os discípulos de Jesus”.

Aos 12 anos, entrei no grupo de corainhas e passei a atuar ativamente na comunidade. Com isso passei também a ter um contato mais próximo com os (as) missionários (as) e irmãs que passavam fazendo missão na minha comunidade. Vendo o testemunho dessas irmãs e a missão que elas realizavam na comunidade, senti o desejo de fazer o bem e ajudar as pessoas como elas. Foi ai que voltou o convite de Jesus feito aos seus discípulos. Lembro-me que um dia disse para minha mãe: “acho que vou ser freira porque quero fazer o bem para pessoas”. Não lembro se ela me disse algo. Falei e depois saí. O tempo foi passando e, entre os meus 14 e 15 anos, fui descobrindo outras coisas e o desejo de ser freira foi ficando adormecido no meu coração. No final de 2013, tive a oportunidade de conversar com uma irmã sobre a vocação religiosa e novamente o convite de Jesus para segui-lo e o desejo de ser freira voltou a aquecer meu coração. 

No inicio de 2014, após ter expressado para o pároco da minha comunidade o desejo de ser religiosa ele me apresentou a Congregação das irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre. Na ocasião conversei com a Letícia Pontini e comecei o acompanhamento vocacional.

Durante o ano de 2014, respondi as fichas que ela me enviava e, em janeiro de 2015, fui convidada a fazer uma experiência de 15 dias em nossa comunidade de Manaus. No mês de Julho deste mesmo ano, viajei novamente e fiquei mais alguns dias com as irmãs. Essas duas experiências foram muito importantes, pois conheci mais de perto o nosso Carisma e me encantei com a nossa missão. Foi exatamente a missão e a alegria das irmãs que me chamaram a atenção.

Em 2016, entrei no aspirantado, a primeira etapa da formação que se deu na cidade de São Paulo­-SP. Ali foi uma experiência desafiadora, pois tive que deixar minha família, amigos, minha terra, minha cultura e a passar a morar em uma realidade totalmente diferente do Amazonas e a conviver com pessoas tão diferentes! Mas o amor pelo Divino Mestre e sua graça; o apoio da minha família que sempre me ajudou e o carinho e acolhida das irmãs, fiz uma linda experiência de fortalecimento na fé e aprofundamento no seguimento de Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida.

No ano de 2017, fiz o postulantado na cidade de Cabreúva- SP. Nesta etapa de formação tive a graça de fazer parte de um grupo de formandas internacional. Três das quatro jovens que estavam junto comigo na formação eram de outros países. Ao mesmo tempo em que essa realidade era desafiadora, foi também enriquecedora, favorecendo crescer na abertura e acolhida ao diferente.

De 2018 a 2020, fiz o noviciado, em Caxias do Sul-RS. Esta etapa é central na caminhada formativa da vida religiosa consagrada. Um tempo muito bonito que me possibilitou maior encontro comigo mesma, crescimento na intimidade com Jesus Mestre e no conhecimento da Congregação, o que me faz hoje assumir com confiança e alegria a graça da vocação.

Louvo e agradeço a Deus que me ama e chama para seguir o seu Filho Jesus mais de perto como sua discípula. Agradeço a congregação que me acolhe com carinho e a minha família que me acompanhou na caminhada vocacional e em todos os momentos. Jesus Mestre nos abençoe e nos conceda a graça da perseverança na fidelidade ao seu amor a serviço dos irmãos.

Meu nome é Samillis Praia de Castro. Tenho 24 anos. Sou natural de Coari-Amazonas.

Bem, quando eu tinha 15 anos um fato questionou meu coração…
Certo dia, em um retiro, por volta das 5hs da manhã, ouvi sussurros: alguns jovens se levantavam para preparar o café. Eles estavam tão contentes. Decidi em meu coração que também faria isso: qualquer coisa que pudesse ajudar as pessoas a conhecer o Senhor e sentirem-se amadas, porque foi também neles que eu pude sentir que Deus me ama, ama nas entrelinhas da vida, nos gestos concretos, pequenos e grandes.

Logo comecei a participar daquele grupo, mas não me encontrei ali. Sentia que poderia ir além, porém, não sabia para onde e como.
Nos meus 17 anos, aconteceu um encontro da campanha da fraternidade lá em casa. Enquanto as pessoas liam a Palavra e falavam da sua vida a partir da Palavra meu coração palpitava forte, sentia que devia seguir com aquele grupo, mas ali só havia pessoas adultas e idosas, então eu entusiasmada convidei muitos jovens. Depois que terminou a campanha formamos um grupo de jovens, mas sempre sentia que devia ir além, que Deus me pedia algo mais, algo me inquietava.

Durante três anos participei de muitas pastorais, mas ainda não era suficiente, sentia que devia ir além. Fui com o pároco por vários dias visitar e celebrar nas comunidades ribeirinhas. No meio dos belos rios do Amazonas ele me perguntou se já havia pensado na vida religiosa e prontamente respondei: Não! Mas quem sabe! Ele disse: vou entrar em contato com umas irmãs. Eu logo pensei: aquela que responder primeiro, é com essa que eu vou. Dias depois estava lá na cidade Irmã Letícia Pontini da congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre e me procurou. Logo iniciei um processo de discernimento. Ela me enviava cartas e eu respondia por cartas também.

No ano seguinte já com 20 anos ingressei na congregação. Tinha no coração duas coisas: conhecer o Senhor e fazer sua vontade, independente do que tivesse que fazer. Sinto ter encontrado o caminho, o meu caminho. Só Nele me encontro e encontro o sentido para doar a minha vida.

Hoje tenho 24 anos, sou noviça e no próximo dia 09 de fevereiro de 2020, com alegria e liberdade professarei os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência. Desejo permanecer sempre com o Senhor, fazendo a sua vontade e vivendo como discípula missionária, nesta família religiosa.

Semana pela Unidade dos Cristãos 2020: o drama dos migrantes

“Trataram-nos com gentileza”: este versículo dos Atos dos Apóstolos (28,2) é o tema do subsídio da Semana de Oração pela Unidade de Cristãos 2020. O texto foi redigido pelas Igrejas cristãs de Malta e Gozo.

A Europa, diferentemente do hemisfério sul, celebra a Semana de Unidade dos Cristão de 18 a 25 de janeiro. Neste ano de 2020, os materiais para a Semana de Oração pela Unidade Cristã foram preparados pelas Igrejas cristãs em Malta e Gozo (Cristãos Unidos em Malta).

Em 10 de fevereiro, muitos cristãos em Malta celebram a festa do naufrágio de São Paulo, destacando e agradecendo a chegada da fé cristã nessas ilhas. Por isso, está sendo proposto a leitura de Atos dos Apóstolos usada na festa. A história começa com Paulo sendo levado a Roma como prisioneiro (At 27,1ss). Paulo está preso, mas mesmo numa viagem que se torna perigosa, a missão de Deus continua através dele.

Essa narrativa é um clássico drama da humanidade confrontada com o aterrorizante poder dos elementos. Os passageiros do navio estão expostos às forças dos mares abaixo e das poderosas tempestades que se erguem ao seu redor. Essas forças os levam a um território desconhecido, onde estão perdidos e sem esperança.

As 276 pessoas a bordo do navio são divididas em grupos distintos. O centurião e seus soldados têm poder e autoridade mas dependem da perícia e da experiência dos marinheiros. Embora todos estejam assustados e vulneráveis, os prisioneiros são os mais vulneráveis de todos. Suas vidas são consideradas dispensáveis, eles estão em risco de uma execução sumária (cf 27,42).

À medida que a história se desenvolve, sob pressão e temendo por suas vidas, vemos desconfiança e suspeita ampliando as divisões entre os diferentes grupos. Notavelmente, porém, Paulo se ergue como um centro de paz no tumulto. Ele sabe que sua vida não é governada por forças indiferentes ao seu destino, mas está segura nas mãos do Deus a quem ele pertence e serve (cf 27,23).

Por causa de sua fé, ele está confiante de que se erguerá diante do imperador em Roma, e na força da sua fé pode se erguer diante de seus companheiros de viagem e dar graças a Deus. Todos estão encorajados. Seguindo o exemplo de Paulo, eles partilham pão, unidos numa nova esperança e confiando em suas palavras. Isso indica o tema principal dessa passagem: a providência divina. Foi decisão do centurião navegar em tempo ruim, mas ao longo da tempestade os marinheiros tomam decisões sobre como lidar com o navio. Mas ao final seus próprios planos são alterados e, somente permanecendo juntos e permitindo que o navio naufrague, eles chegam a ser salvos pela divina providência.

O navio e toda a sua valiosa carga se perderão, mas todas as vidas serão salvas, “nenhum de vós perderá um cabelo sequer de sua cabeça” (cf 27,34; Lc 21,18). Em nossa busca da unidade cristã, entregar-nos à divina providência vai exigir deixar de lado muitas coisas a que estamos profundamente ligados. O que importa para Deus é a salvação de todas as pessoas. Esse grupo de pessoas diversas e em conflito desembarca em uma ilha (cf 27,26).

Tendo sido jogados juntos no mesmo navio, chegam ao mesmo destino, onde a sua unidade humana se manifesta na hospitalidade que recebem dos nativos da ilha. Ao se unirem ao redor do fogo, cercados por um povo que nem os conhece nem os compreende, diferenças de poder e posição social se esvaem. Os 276 não estão mais na dependência de forças indiferentes, mas envolvidos pela amorosa previdência de Deus, que se mostra presente através de um povo que lhes demonstra uma “benevolência fora do comum” (Cf 28,2).

Com frio e molhados, eles podem se aquecer e secar perto do fogo. Com fome, recebem comida. São abrigados até que seja seguro para eles continuar a viagem.

Hoje muitas pessoas estão enfrentando terrores semelhantes nesses mesmos mares. Os mesmos lugares mencionados no texto lido (cf 27,1; 28,1) também fazem parte das histórias de migrantes de tempos modernos. Em outras partes do mundo muitos outros estão fazendo jornadas igualmente perigosas por terra e pelo mar para escapar de desastres naturais, guerra e pobreza. Suas vidas também estão expostas a imensas e friamente indiferentes forças – não apenas naturais, mas também políticas, econômicas e humanas.

Essa indiferença humana assume várias formas: a indiferença dos que vendem lugares em barcos inadequados para pessoas desesperadas; a indiferença que leva à decisão de não enviar barcos de socorro; a indiferença que faz mandar embora barcos de imigrantes. Isso são apenas alguns exemplos.

Como cristãos unidos encarando as crises da migração essa história nos desafia: apoiamos as frias forças da indiferença, ou mostramos “benevolência fora do comum” e nos tornamos testemunhas da amorosa providência de Deus para todas as pessoas? A hospitalidade é uma virtude muito necessária em nossa busca da unidade cristã. É uma prática que nos leva a uma maior generosidade para os necessitados.

As pessoas que mostraram benevolência fora do comum a Paulo e seus companheiros não conheciam ainda Cristo, mas mesmo assim é através de sua benevolência fora do comum que um povo dividido vai ficando unido. Nossa própria unidade cristã será descoberta não apenas mostrando hospitalidade de uns para os outros, embora isso seja muito importante, mas também através de encontros amigáveis com aqueles que não partilham nossa língua, cultura ou fé. Em tais viagens tempestuosas e encontros casuais, a vontade de Deus para a Igreja e para todas as pessoas será cumprida. Como Paulo proclamará em Roma, a salvação de Deus foi enviada a todos os povos (cf At 28,28).

As reflexões para os oito dias e a celebração serão baseadas no texto de Atos dos Apóstolos.

Os temas para os oito dias são:

Dia 1: Reconciliação: Atirando a carga ao mar

Dia 2: Iluminação: Buscando e apresentando a luz de Cristo

Dia 3: Esperança: Mensagem de Paulo

Dia 4: Confiança: Não tenha medo, creia

Dia 5: Fortalecimento: Partilhando pão para a viagem

Dia 6: Hospitalidade: Demonstre benevolência fora do comum

Dia 7: Conversão: Mudando nossos corações e mentes

Dia 8: Generosidade: Recebendo e dando

Para baixar os textos, clique no link: http://www.christianunity.va/content/dam/unitacristiani/Settimana%20di%20preghiera%20per%20unit%C3%A0/2020/PORT%202020%20Libretto.pdf

Fonte da Notícia: Vatican News