QUINTA-FEIRA SANTA: O AMOR COMEÇA AQUI

A Missa da Ceia do Senhor, celebrada na Quinta-feira Santa ao entardecer, dá início ao Tríduo Pascal. É o primeiro passo da caminhada com Jesus em sua paixão, morte e ressurreição. Essa celebração não é apenas memória de um fato passado, mas a atualização viva do gesto de amor mais profundo: a entrega total de Jesus por nós.

Logo no início da liturgia, a antífona já aponta para o mistério que celebramos: “A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória; nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou.”

A Ceia não é um rito isolado. É parte de uma história de salvação que começa com o povo hebreu, na noite da libertação do Egito. “É a Páscoa, a passagem do Senhor!” (Ex 12,11).

O cordeiro imolado, o sangue nos umbrais das portas, a refeição partilhada às pressas: tudo isso anuncia o verdadeiro Cordeiro, Jesus, que entrega seu corpo e derrama seu sangue como sinal de uma nova aliança. “Isto é o meu corpo dado por vós… este cálice é a nova aliança em meu sangue.” (1Cor 11,24-25)

Mas a Ceia não para no altar. Durante o jantar, Jesus levanta-se, tira o manto, pega uma toalha, se abaixa e começa a lavar os pés dos discípulos. Um gesto escandaloso. Um amor que se ajoelha. “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.” (Jo 13,14)

Na Quinta-feira Santa, celebramos o coração da fé cristã: um Deus que se faz pão, que se faz serviço, que se doa por inteiro. Participar desta Eucaristia é assumir o compromisso de viver como Ele viveu, amar como Ele amou e servir como Ele serviu. Não é apenas uma missa bonita. É um chamado. “Fazei isto em memória de mim.” (1Cor 11,24)

Celebrar a Ceia do Senhor é dizer com a vida: estamos dispostos a continuar o caminho do amor até o fim.

Páscoa: O Sacrifício e a Renovação da Aliança

A Páscoa é um momento de profunda reflexão sobre o sacrifício, a renovação da aliança e a presença divina em nossas vidas. Ao longo das Escrituras, somos convidados a vivenciar a Páscoa não apenas como um evento histórico, mas como uma experiência de transformação pessoal e espiritual.

No Êxodo 12,1-8.11-14, vemos o povo de Israel, em meio à opressão no Egito, ser orientado a celebrar a Páscoa com um sacrifício de cordeiro e a marca de seu sangue nas portas como sinal de salvação. Esta primeira Páscoa é um marco da libertação divina, simbolizando a passagem da escravidão para a liberdade, do sofrimento para a esperança. Ela nos convida a refletir sobre o sacrifício que Deus fez em favor de Seu povo e nos recorda da importância de viver na fidelidade à Sua Palavra.

O Salmo 115,12-13.15-16bc.17-18 ecoa esse sentimento de gratidão e confiança em Deus, que libertou e guiou Seu povo. Ele nos lembra de que, ao recebermos as bênçãos divinas, devemos responder com ação de graças e compromisso com a Aliança. “Como retribuirei ao Senhor por tudo o que Ele me fez?” (Sl 115,12). A resposta a essa pergunta é encontrada no amor e no serviço a Deus e ao próximo, que se manifestam, especialmente, na participação na Ceia do Senhor.

Na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 11,23-26, a Eucaristia é revelada como o memorial do sacrifício de Cristo, que, ao instituir a Ceia, transforma o pão e o vinho em Seu Corpo e Sangue. Paulo nos ensina que, ao partilhar deste mistério, renovamos a nossa aliança com Cristo e proclamamos Sua morte e ressurreição até que Ele venha. A Eucaristia, assim, não é apenas um ato de recordação, mas uma vivência profunda da presença de Cristo em nossa vida.

Finalmente, no Evangelho de João 13,1-15, somos chamados a imitar o gesto de humildade e serviço de Jesus, que, ao lavar os pés dos Seus discípulos, nos ensina o verdadeiro caminho do amor. Ele, que é Senhor e Mestre, se faz servo, mostrando que, para viver a Páscoa em plenitude, devemos abraçar o serviço e o amor ao próximo. A humildade e a pureza de coração são essenciais para participar da Páscoa de Cristo, pois é somente através delas que podemos experimentar a verdadeira liberdade e salvação.

O que significa este gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos?

A Páscoa, portanto, não é apenas um rito de lembrança, mas uma vivência de fé, uma renovação da aliança com Deus, e um convite para que, como Cristo, possamos nos doar em amor e serviço ao próximo. Que, ao celebrarmos este tempo sagrado, possamos experimentar, em nossas vidas, a verdadeira libertação e a paz que Cristo nos oferece, nos chamando a viver uma vida de amor e serviço.

No contexto do judaísmo, o gesto de Jesus lavar os pés dos discípulos, conforme descrito no Evangelho de João 13,1-15, é carregado de um profundo simbolismo e se destaca como um ato radical de humildade e serviço. Para entender o significado desse gesto no judaísmo, é importante considerar algumas práticas e tradições culturais da época.

  1. A Tradição Judaica de Lavar os Pés: No judaísmo do tempo de Jesus, lavar os pés era uma prática comum de hospitalidade. Ao receber um convidado em sua casa, o anfitrião ou um servo lavava os pés do visitante, pois as pessoas se deslocavam usando sandálias em estradas poeirentas. Esse gesto era um sinal de acolhimento e respeito. No entanto, a prática de lavar os pés era vista como uma tarefa reservada aos servos ou escravos, uma vez que era uma função humilde e muitas vezes considerada de baixo status.
  2. A Inversão dos Papéis Sociais: Quando Jesus, como Mestre e Senhor, assume a função de servo ao lavar os pés dos discípulos, Ele desafia diretamente as normas sociais e culturais da época. Ao fazer isso, Jesus inverte a expectativa comum de hierarquia, mostrando que, no Reino de Deus, a verdadeira grandeza se encontra no serviço humilde ao próximo. Essa ação vai contra o entendimento de liderança baseado em poder e status, propondo um modelo de liderança servidora.
  3. O Significado Espiritual: O gesto de lavar os pés também carrega um significado espiritual profundo. Para os discípulos, o ato de Jesus era uma forma de purificação, já que, no contexto religioso judaico, a lavagem era associada à purificação ritual. Embora Jesus não estivesse realizando uma purificação formal, Ele estava simbolicamente limpando os discípulos de sua sujeira espiritual e convidando-os a seguir o Seu exemplo de humildade e serviço.
  4. A Tora e a Humildade: Na tradição judaica, a humildade é uma virtude essencial. Os sábios judaicos ensinavam que a verdadeira grandeza estava na capacidade de servir aos outros com um coração humilde. Ao realizar esse gesto, Jesus se alinha com essa virtude de humildade e serviço, que é central na moral judaica, como exemplificado nos ensinamentos dos profetas e dos mestres da Tora.
  5. A Preparação para a Morte: Além disso, esse gesto de lavar os pés pode ser interpretado como uma preparação simbólica para o sacrifício de Jesus na cruz. Ao servir os discípulos dessa maneira, Ele os prepara para entender o tipo de Messias que Ele é: não um líder militar ou político, mas um Servo Sofredor, disposto a dar Sua vida em favor da humanidade.

Portanto, para o judaísmo, o gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos subverte as normas sociais e religiosas de sua época, chamando todos a praticar uma liderança fundamentada na humildade, no serviço e no amor ao próximo, valores que são centrais na tradição judaica. Além disso, é uma lição sobre a necessidade de purificação interior e um lembrete de que a verdadeira grandeza diante de Deus é medida pela disposição de servir e se humilhar em amor.

Para nós cristãos, o gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos possui uma riqueza de significados que vão além da prática de hospitalidade ou do simples ato de humildade. Esse gesto carrega profundas implicações para a compreensão da natureza de Deus, do Reino de Deus e do chamado dos discípulos para seguir o exemplo de Cristo. Vamos explorar os principais significados teológicos desse ato.

1. O Mistério da Humildade Divina

No gesto de lavar os pés, Jesus, que é o Filho de Deus, revela a profundidade da humildade divina. Ele, sendo Senhor e Mestre, não se impõe sobre os discípulos, mas escolhe servir a eles de maneira concreta e visível. Este gesto nos aponta para a natureza paradoxal de Deus, que é completamente transcendente e, ao mesmo tempo, completamente acessível e servo. A humildade de Jesus é uma característica essencial de Sua divindade. Ele, sendo Deus, não se afasta da humanidade, mas entra nela de maneira radical, demonstrando que o serviço e a doação são centrais para Sua missão redentora.

Esse ato de humildade reflete a “kenosis“, o “despojamento” de Cristo, descrito por Paulo em Filipenses 2,6-8. Ao se esvaziar de Sua glória e se tornar servo, Jesus nos revela que a verdadeira grandeza no Reino de Deus não está em poder ou prestígio, mas em um amor que se faz pequeno e se coloca a serviço dos outros. Jesus, ao lavar os pés, não apenas ensina, mas também revela a essência de Sua identidade como o Servo Sofredor, aquele que está disposto a ir até as últimas consequências por amor.

2. Purificação Espiritual

Este ato de lavar os pés também tem um forte componente de purificação. No contexto bíblico, a lavagem dos pés é associada à purificação, especialmente em rituais de preparação para encontros com Deus ou com momentos sagrados. Quando Jesus lava os pés de Seus discípulos, Ele não está apenas realizando um gesto simbólico de limpeza física, mas está apontando para a purificação interior necessária para uma verdadeira comunhão com Ele. Em João 13,10-11, Jesus explica que aquele que já se purificou precisa apenas lavar os pés, indicando que a lavagem é um reflexo da necessidade de purificação constante na vida espiritual. Este gesto antecipa a purificação final que seria realizada por meio da Sua morte na cruz, que oferece perdão e reconciliação com Deus.

3. O Amor Incondicional e Sacrificial

Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra um amor incondicional e sacrificial, o qual se estende até mesmo àqueles que O traem (Judas) e aos que O abandonam (os discípulos, mais tarde). Esse gesto é uma antecipação do Seu maior ato de amor, a Sua morte na cruz, onde Ele se entregará completamente por toda a humanidade. O ato de lavar os pés dos discípulos não é apenas um exemplo de humildade, mas um sinal visível de Seu amor sacrificial, que se entrega totalmente para a salvação dos outros.

Jesus está mostrando que a verdadeira manifestação do amor de Deus no mundo não é algo grandioso ou grandemente exaltado, mas algo que se manifesta em serviço, sacrifício e doação. O amor de Cristo é aquele que se faz pequeno, que se abaixa, que se humilha por amor ao próximo.

4. Exemplo de Serviço e Liderança no Reino de Deus

Jesus, com este gesto, também redefine o conceito de liderança no Reino de Deus. O mundo tende a ver a liderança como algo que envolve poder, controle e domínio. No entanto, no Reino de Deus, a verdadeira liderança é caracterizada pelo serviço e pela capacidade de servir aos outros. Jesus não exige ser servido, mas escolhe servir, e Ele chama Seus discípulos a seguir esse exemplo.

Em João 13,14-15, Ele instrui os discípulos: “Se eu, o Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como eu fiz.” Este é um mandamento de serviço mútuo, um convite para que os discípulos se tornem servos uns dos outros, assim como Cristo fez. A liderança cristã não é uma posição de poder ou honra, mas um chamado a servir aos outros com humildade e amor.

5. A Nova Comunhão com Cristo

Teologicamente, o gesto de lavar os pés também pode ser visto como um símbolo da nova comunhão que Jesus estabelece com os Seus seguidores. Ao lavar os pés dos discípulos, Ele não só está purificando-os, mas também os preparando para participar plenamente da Sua vida e missão. O serviço de Jesus vai além do ato físico de lavar os pés; Ele está criando uma nova comunidade fundamentada no serviço mútuo, onde os discípulos são chamados a viver em união e a praticar o amor sacrificial uns com os outros. Essa nova comunhão, fundada na imitação do amor e serviço de Cristo, será a base da Igreja que Ele está estabelecendo.

6. A Preparação para a Morte Redentora

Por fim, o gesto de lavar os pés é uma preparação para o sacrifício de Jesus na cruz. Ele sabe que Sua hora está chegando e usa esse momento para ensinar aos discípulos sobre a verdadeira natureza do Seu sacrifício. A cruz, como o lavatório, será o lugar onde Ele purificará e redimirá a humanidade, mas o gesto de lavar os pés já antecipa o significado profundo do que Ele fará. Assim, esse ato de serviço se torna uma preparação teológica para o ato supremo de amor de Cristo: Sua morte sacrificial, por meio da qual Ele oferece a purificação definitiva para todos os que creem Nele.

Assim, neste gesto, Jesus revela a humildade divina, a purificação necessária para uma vida em Cristo, o amor sacrificial que se entrega sem limites, e redefine a liderança como serviço. Ele também prepara os discípulos para o maior ato de amor, que será a Sua morte na cruz, e estabelece a base para uma nova comunidade de fé, caracterizada pelo amor e serviço mútuo. Em última análise, o gesto de lavar os pés é uma convocação para que todos os discípulos de Cristo sigam Seu exemplo e vivam uma vida de serviço, humildade e amor incondicional.

Memória da Ceia do Senhor: Início do Tríduo Pascal

Na noite em que foi entregue, Jesus celebrou a Ceia com seus discípulos. A comunidade cristã, ao se reunir nesta celebração, faz memória viva do que Ele fez e nos mandou fazer: tomar o pão, dar graças, partir e repartir. Este gesto simples e profundo inaugura o Tríduo Pascal, o coração do ano litúrgico.

Nesta celebração, é essencial preservar a estrutura da Ceia. Nos lugares onde for possível, utilizar-se do pão no lugar da hóstia, preparado especialmente para esta Missa, e não retirado do sacrário, que deve estar vazio desde o início da liturgia. A comunhão é realizada sob as duas espécies, pão e vinho, e a assembleia é convidada a se reunir em torno da mesa do altar, como sinal de unidade e partilha.

A adoração ao Santíssimo Sacramento, que se segue à celebração, ocorre em uma capela à parte, em clima de silêncio e sobriedade. Após a meia-noite, não se faz mais solenidade. Nunca se expõe o Santíssimo em ostensório, nem se deixa o sacrário ou o cibório abertos.

Os cantos que acompanham esta liturgia são próprios: a antífona de entrada, o Glória, as aclamações da oração eucarística e o canto de comunhão. As leituras também são específicas para este momento: o relato da Ceia Pascal do Êxodo, o testemunho mais antigo da Eucaristia presente na segunda leitura, e o Evangelho do Lava-pés, gesto que é repetido na celebração como sinal de serviço e amor fraterno. A cor litúrgica do dia é o branco, símbolo de festa e luz.

Ao final da celebração, o altar principal é desnudado e as imagens e cruzes são cobertas, caso ainda não tenham sido veladas no sábado anterior ao 5º Domingo da Quaresma. As imagens permanecem cobertas até a Vigília Pascal, enquanto a cruz permanece velada até a celebração da Sexta-feira Santa.

Do ponto de vista teológico e litúrgico, esta Ceia marca o início do êxodo pascal de Jesus. Nela, Ele reúne o sentido de toda a sua vida e missão, antecipando o mistério de sua entrega por amor. Celebra-se a Páscoa judaica, memória do êxodo, mas agora Ele mesmo se apresenta como o cordeiro da nova aliança: “Este é o meu corpo… este é o meu sangue”.

Espiritualmente, ao repetir os gestos de Jesus naquela noite, deixamo-nos conduzir pelo mesmo Espírito que o animou. Somos convidados a dedicar nossa vida a uma causa maior, assim como Ele fez. A Eucaristia nos impulsiona à gratidão, a ver o bem mesmo nas dificuldades, e a fazer da própria vida uma entrega total, corpo e sangue, por amor.

Sugestões dos cantos para este dia

Embora as músicas estejam gravadas com o acompanhamento completo de instrumentos, com o objetivo de facilitar o aprendizado e favorecer a adesão melódica, lembramos que o Sagrado Tríduo Pascal exige uma preparação cuidadosa. O uso dos instrumentos deve ser feito com discernimento, respeitando o espírito litúrgico próprio de cada celebração.

Diz o missal romano: Para uma boa celebração do Tríduo sagrado requer-se um número adequado de ministros leigos que devem ter sido cuidadosamente instruídos sobre o que lhes compete fazer.
O canto do povo, dos ministros e do sacerdote que preside, tem peculiar importância nas celebrações destes dias, pois os textos recebem toda a força que lhes é própria, sobretudo quando são cantados.

Orientação do Missal Romano para a Missa Vespertina da Missa da Ceia do Senhor: Durante o hino, tocam-se os sinos, que depois permanecerão silenciosos até o Glória da Vigília pascal, a não ser que o Bispo diocesano determine outra coisa. No mesmo período, o órgão e os outros instrumentos musicais podem ser utilizados somente para sustentar o canto.

Canto de entrada (1ª sugestão): Quanto a nós devemos gloriar-nos
Link: https://www.youtube.com/watch?v=gfPi1qOg0pM&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=3

Canto de entrada (2ª sugestão): Ninguém Pode se Orgulhar (Abertura)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=8wHCH2v7a7g&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=2

Glória
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ORXy8k0P_Po&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=3

Salmo responsorial:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YG_XP7nD5jI&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=4

Aclamação ao Evangelho:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=p3so-f2_5XU&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=5

Lava-pés (1ª opção):
Link: https://www.youtube.com/watch?v=p3so-f2_5XU&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=5

Lava-pés (2ª opção)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=XHf3LQjonI8&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=7

Apresentação das oferendas:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=2CR4PYMyasQ&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=8

Comunhão (1ª opção):
Link: https://www.youtube.com/watch?v=8PzOzuhfEUA&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=9

Comunhão (2ª opção)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=4tq6fCC0FJ8&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=10

Canto da Transladação do Santíssimo Sacramento:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=MsF8cdUK8m4&list=RDMsF8cdUK8m4&start_radio=1&rv=MsF8cdUK8m4

Orientações sobre a transladação (missal romano):

Transladação do Santíssimo Sacramento

Se na mesma igreja não houver a celebração da Paixão do Senhor na sexta-feira seguinte, a Missa se conclui como de costume e o Santíssimo Sacramento é colocado no tabernáculo.

Terminada a oração depois da comunhão, o sacerdote, de pé, põe e abençoa o incenso no turíbulo e, ajoelhado, incensa três vezes o Santíssimo Sacramento. Recebe o véu umeral de cor branca, levanta-se, toma o cibório e o cobre com as extremidades do véu.

Forma-se a procissão da transladação do Santíssimo Sacramento, com tochas e incenso, pela igreja ao lugar da reposição, preparado em alguma parte da igreja ou numa capela convenientemente ornada. À frente vai um ministro leigo com a cruz entre dois outros com castiçais acesos; seguem-se outros levando velas acesas; diante do sacerdote que leva o Santíssimo Sacramento vai o turiferário com o turíbulo fumegante. Durante a procissão canta-se o hino Vamos todos louvar juntos (exceto as duas últimas estrofes) ou outro canto eucarístico.

Vamos todos louvar juntos
o mistério do amor,
pois o preço deste mundo
foi o sangue redentor,
recebido de Maria,
que nos deu o Salvador.

Veio ao mundo por Maria,
foi por nós que ele nasceu.
Ensinou sua doutrina,
com os homens conviveu.
No final de sua vida,
um presente ele nos deu.

Observando a Lei mosaica,
se reuniu com os irmãos.
Era noite. Despedida.
Numa ceia: refeição.
Deu-se aos doze em alimento,
pelas suas próprias mãos.

A Palavra do Deus vivo
transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo
para a nossa salvação.
O milagre nós não vemos,
basta a fé no coração.

Quando a procissão chega ao local da reposição, o sacerdote, se necessário, com a ajuda do diácono, deposita o cibório no tabernáculo, cuja porta fica aberta. Em seguida coloca incenso no turíbulo e, ajoelhado, incensa o Santíssimo Sacramento enquanto se canta Tão sublime sacramento ou outro canto eucarístico. Depois o diácono ou o próprio sacerdote fecha o tabernáculo.

Tão sublime sacramento
adoremos neste altar,
pois o Antigo Testamento
deu ao Novo seu lugar,
Venha a fé por suplemento
os sentidos completar.

Ao Eterno Pai cantemos
e a Jesus, o Salvador.
Ao Espírito exaltemos,
na Trindade eterno amor.
Ao Deus Uno e Trino demos
a alegria do louvor.

Após algum tempo de adoração silenciosa, o sacerdote e os ministros fazem genuflexão e voltam à sacristia.

Em tempo oportuno retiram-se as toalhas do altar e, se possível, as cruzes da igreja. Convém velar as cruzes que não possam ser retiradas.

Os que participam da Missa vespertina não celebram as vésperas.

Os fiéis sejam exortados a adorarem diante do Santíssimo Sacramento, durante algum tempo da noite, segundo a situação e as circunstâncias do lugar. Contudo, após a meia-noite esta adoração seja feita sem nenhuma solenidade.

QUARTA-FEIRA DA SEMANA SANTA: O MISTÉRIO DA TRAIÇÃO E A FIDELIDADE DO AMOR

Nesta Quarta-feira da Semana Santa, a liturgia nos convida a mergulhar no coração do mistério da paixão de Cristo. As leituras de hoje traçam um poderoso paralelo entre o sofrimento do justo, a confiança em Deus diante da dor, e a traição vinda de quem está próximo.

1ª Leitura: Isaías 50,4-9a – O Servo Sofredor

No trecho do profeta Isaías, encontramos a figura do Servo Sofredor. Ele é aquele que, mesmo sendo perseguido, insultado e agredido, mantém-se firme na fidelidade a Deus. “Ofereci as costas aos que me batiam e o rosto aos que me arrancavam a barba…” – diz o texto. O Servo não se rebela, não foge. Ele permanece obediente porque confia que Deus é seu auxílio e sua justiça.

Essa imagem antecipa a figura de Jesus, que caminha para a cruz sem resistência, em entrega total ao plano do Pai.

Salmo 68 (69) – O clamor do justo perseguido

O salmista dá voz ao coração ferido do justo. Rejeitado pelos seus, zombado e desprezado, ele se volta a Deus em súplica: “Na tua grande misericórdia, escuta-me, Senhor”. Mesmo na dor, há esperança. Mesmo no abandono, o salmo é um ato de fé. Este lamento expressa a dor de tantos corações humanos que, como o de Cristo, conhecem a rejeição, a solidão e a injustiça.

Evangelho: Mateus 26,14-25 – A traição de Judas

Neste Evangelho, o drama da Paixão ganha um contorno mais sombrio: Judas Iscariotes, um dos Doze, entrega Jesus por trinta moedas de prata. Durante a última ceia, o próprio Jesus anuncia que será traído por alguém do seu convívio mais próximo. É um momento de profunda dor — não apenas pela violência que se aproxima, mas pela ferida da traição vinda de quem caminhou com Ele, ouviu Seus ensinamentos e partilhou da mesma mesa.

“Um de vós vai me trair” (Mt 26,21)

A Ceia, lugar de comunhão e amor, também se torna o palco da revelação. Judas, dominado por suas ambições, não trai Jesus de longe, mas de perto — sentado ao seu lado, partilhando o pão. Esse gesto revela a complexidade do coração humano e sua capacidade de se afastar do bem, mesmo estando tão próximo da verdade.

O Evangelho nos provoca a refletir: quantas vezes, por nossas escolhas e omissões, também traímos o amor de Cristo? Quantas vezes repetimos, como os discípulos: “Senhor, serei eu?”, sem perceber que nossas atitudes já são a resposta?

Mesmo diante da traição, Jesus não se afasta. Ele acolhe, permanece, oferece ao traidor a chance de arrependimento. Seu silêncio é amoroso e cheio de esperança, uma porta ainda aberta para a conversão. Neste tempo que antecede a Páscoa, somos convidados a olhar para dentro de nós. Rever nossos caminhos, purificar as intenções e nos aproximar do Senhor com sinceridade. Que em vez de sermos instrumentos da dor, sejamos sinais de fidelidade. Que, no lugar da dúvida, cultivemos a confiança. “O meu tempo está próximo” (Mt 26,18) — que também se aproxime o nosso tempo de voltar ao essencial e recomeçar com um coração renovado.

Uma reflexão para o nosso caminho

Essas leituras falam diretamente ao nosso coração e à nossa vida. Elas nos convidam a contemplar Jesus, o Servo fiel, que ama até o fim, mesmo diante da traição, do abandono e da violência. Sua resposta não é a fuga, mas a entrega.

Também somos convidados a olhar para dentro de nós:

  • Quantas vezes, como Judas, traímos o amor de Deus por nossos interesses?
  • Será que conseguimos ser fiéis como o Servo de Isaías, mesmo quando sofremos injustamente?
  • Em nossas dores e angústias, conseguimos manter a esperança e rezar com a confiança do salmista?

A Quarta-feira Santa nos prepara para o Tríduo Pascal. É um chamado à conversão sincera, à reflexão sobre nossas escolhas e à confiança em Deus que nunca nos abandona. O silêncio e a mansidão de Jesus não são sinal de fraqueza, mas de um amor mais forte que a morte.

POR QUE JESUS PERMANECE SERENO DIANTE DE TANTA DOR?

Essa é uma pergunta profunda — e essencial para compreendermos não só a paixão de Cristo, mas também o coração da teologia cristã. A serenidade de Jesus diante da dor não é simples resignação ou frieza emocional; é expressão de algo muito mais profundo: a união total da vontade de Jesus com a vontade do Pai.

Vamos explorar isso em alguns pontos teológicos centrais:

✝️ 1. A plena consciência e liberdade de Jesus

Na teologia cristã, especialmente à luz dos Evangelhos e da tradição, Jesus não é uma vítima inconsciente do sofrimento. Ele sabe o que vai acontecer e, mesmo assim, escolhe ir até o fim. “Ninguém tira a minha vida, mas eu a dou por mim mesmo.” (João 10,18)

A serenidade vem do fato de que Jesus age com liberdade total. Ele entrega a própria vida por amor. Seu sofrimento não é um fracasso, mas uma missão abraçada voluntariamente.

🙏 2. A obediência amorosa ao Pai

Em Filipenses 2,8, São Paulo diz que Jesus “humilhou-se, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Aqui está o núcleo da teologia da cruz: Jesus confia plenamente no Pai, mesmo quando tudo parece desabar. Essa confiança gera serenidade.

A serenidade de Jesus nasce da certeza de que o amor do Pai é maior do que qualquer dor. Ele não entende o sofrimento como um fim em si mesmo, mas como parte do caminho de redenção.

💗 3. A solidariedade com o sofrimento humano

Jesus assume o sofrimento do mundo para redimir o ser humano desde dentro. Sua serenidade é também fruto de uma compaixão infinita: Ele carrega a dor de todos nós. É como se dissesse, em silêncio: “Não tenham medo da dor, eu estou aqui com vocês. Eu conheço a vossa cruz.” Ele sofre, mas não se desespera. Sofre, mas não perde o sentido. Sua serenidade é a de quem vê além da dor — vê a glória da ressurreição.

🕊️ 4. A certeza da vitória final

A fé de Jesus no Pai sustenta sua serenidade. Ele sabe que a cruz não é o fim, mas a passagem para a vida plena. A serenidade de Cristo nasce dessa certeza: o amor vencerá. O sofrimento tem um sentido porque está unido à esperança. “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lucas 23,46) É o grito sereno de quem se entrega por inteiro, sem medo.

🌿 A serenidade de Jesus diante da dor é possível porque:

  • Ele é plenamente livre e consciente;
  • Confia totalmente no amor do Pai;
  • Abraça o sofrimento como missão redentora;
  • Sabe que o amor vencerá, e a cruz se transformará em ressurreição.

A Serenidade de Jesus na Dor: Uma Escola para a Vida Pastoral

À medida que nos aproximamos do coração do mistério pascal, a figura de Jesus, sereno diante da traição, do abandono e da cruz, nos interpela profundamente. Como Ele pode permanecer calmo, sem revolta, sem desespero, mesmo cercado pela dor? Esta pergunta, mais do que teórica, é um chamado à contemplação e à formação interior daqueles que servem à Igreja.

Jesus vive cada instante de sua paixão em profunda comunhão com o Pai. Sua serenidade não vem da ausência de sofrimento, mas de uma certeza interior: “Meu Pai está comigo.”

Para quem atua na pastoral, essa verdade é essencial. O serviço ao Reino muitas vezes nos leva ao desgaste, à frustração e até à solidão. A serenidade de Jesus nos ensina que a paz verdadeira não depende das circunstâncias externas, mas de uma alma alicerçada na oração e na escuta da vontade de Deus.

Formação pastoral começa na intimidade com Deus. A serenidade de Cristo vem também da obediência amorosa. Ele abraça a cruz não por obrigação, mas por amor: amor ao Pai, amor à humanidade. Não se trata de resignação passiva, mas de uma entrega ativa, consciente e cheia de sentido.

Na vida pastoral, também carregamos muitas “cruzes”: incompreensões, limitações, críticas, fadiga. Quando essas cruzes são vividas como oferta de amor, elas não nos esmagam. Ao contrário, nos tornam mais parecidos com o Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas.

Jesus permanece sereno porque sabe que a cruz não é o fim. Ele vê o que os outros não veem: a luz da ressurreição já despontando no horizonte da dor. Esse olhar de fé é o segredo da paz que não se abala, mesmo em meio à tempestade.

Pastoralmente, é fundamental cultivar esse olhar esperançoso. Diante dos desafios da missão, precisamos aprender com Jesus a discernir o sentido profundo de cada sofrimento, e a confiar que Deus transforma dor em graça, fracasso em fecundidade.

A serenidade de Jesus é um convite claro para quem serve na Igreja:

  • Rezar mais do que fazer. Sem oração, o serviço vira ativismo e cansaço. Com oração, o serviço vira oferta.
  • Confiar mais do que controlar. Quando confiamos que é Deus quem conduz a missão, encontramos paz.
  • Oferecer mais do que reclamar. As dificuldades da pastoral são lugar de santificação, não de murmuração.
  • Esperar mais do que desistir. A semente que morre na terra dará fruto a seu tempo.

A serenidade de Jesus é a serenidade do missionário que sabe por que e para quem vive. Ele sofre, sim, mas não perde o centro. Ele é traído, mas permanece fiel. Ele é rejeitado, mas continua amando.

Que essa paz de Jesus, nascida da oração, da confiança e do amor, seja também a paz de todo agente de pastoral. Que cada um de nós possa, mesmo nas dores do ministério, repetir com Ele: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.”

Que nesta Semana Santa, possamos nos unir ao Cristo fiel e aprender com Ele a caminhar com confiança, mesmo nos momentos mais sombrios.

RETIRO MENSAL – 5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C

Abril de 2025Secretariado da Espiritualidade PDDM

Todo o primeiro domingo do mês, como família religiosa, fazemos o retiro mensal com os textos bíblicos do domingo. Este primeiro domingo do mês de abril, celebramos o 5º Domingo da Quaresma – Ano C. Abaixo o roteiro para a vivência deste retiro mensal.


🕊️ ROTEIRO DO RETIRO

1. Ambiente de Oração
Prepare com carinho o espaço onde será realizado o retiro: uma mesa com toalha, a Bíblia ou o Lecionário, uma vela acesa ao centro, cadeiras dispostas em círculo. Cuide para que todas as pessoas tenham um lugar acolhedor. Inicie acendendo a vela, sinal da presença de Cristo, luz do mundo.

2. Refrão meditativo
“Misericordioso é Deus, sempre, sempre o cantarei.”
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=fIsINtmGu-I

3. Invocação ao Espírito Santo
Peça a presença do Espírito que ilumina, consola e conduz. Pode-se usar uma oração espontânea ou conhecida.

4. Leitura dos Textos Bíblicos do Dia

  • Evangelho: Jo 8,1-11
  • 1ª Leitura: Is 43,16-21
  • Salmo: Sl 125
  • 2ª Leitura: Fl 3,8-14

✨ APROFUNDAMENTO DOS TEXTOS

📖 Evangelho – João 8,1-11
“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra.”

Neste 5º Domingo da Quaresma, o Evangelho segundo João nos convida a mergulhar na misericórdia de Deus, que não se resume a leis ou julgamentos, mas se manifesta como oportunidade de recomeço e salvação.

A narrativa se passa entre o Monte das Oliveiras e o templo de Jerusalém. O monte representa o lugar da intimidade de Jesus com o Pai, onde Ele assume com coragem o projeto divino de levar as pessoas à vida plena – um caminho que passa pela cruz e culmina na ressurreição. Já o templo, símbolo do poder religioso da época, torna-se o cenário onde Jesus será confrontado pelas autoridades que resistem à novidade do Reino.

Logo ao amanhecer, Jesus está no templo ensinando. Ele é como um novo sol, cuja luz dissipa as trevas da opressão e ilumina o caminho da verdadeira libertação. Nesse momento, escribas e fariseus trazem até Ele uma mulher acusada de adultério. Com a intenção de armá-lo, confrontam-no com a Lei de Moisés, que ordenava o apedrejamento. Se Jesus optasse por seguir a Lei, contrariaria as leis romanas. Se poupasse a mulher, seria acusado de desrespeitar a Tradição.

Com sabedoria divina, Jesus devolve a responsabilidade à consciência dos acusadores:
“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.” Diante dessa provocação, um a um se retiram, conscientes de que também carregam suas culpas. Aqueles que se colocavam como juízes reconhecem, em silêncio, sua fragilidade.

Fica então apenas Jesus e a mulher. Ele, o único sem pecado, não a condena, mas oferece a ela uma nova chance: “Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais.”

Neste gesto, Jesus revela o coração do Pai: um Deus que não julga para excluir, mas que acolhe para transformar. Como nos lembra o Evangelho de João (3,17), “Deus não enviou seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.”

Essa passagem nos desafia a abandonar o julgamento e a abrir espaço para a misericórdia. Jesus não elimina o mal punindo o pecador, mas oferecendo-lhe a possibilidade de uma vida nova. Assim também somos chamados: a sermos portadores de esperança e instrumentos da compaixão de Deus.

📖 1ª Leitura – Isaías 43,16-21
“Eis que farei coisas novas e as darei ao meu povo.”

Neste trecho do profeta Isaías, ouvimos uma poderosa mensagem de esperança e renovação. O profeta, porta-voz de Deus, dirige-se a um povo aflito, prestes a enfrentar o exílio. Suas palavras são como um bálsamo, alimentando a fé e renovando a confiança em um Deus que não abandona os seus, mesmo nos tempos de maior penúria.

Isaías relembra a travessia do Mar Vermelho — evento marcante da libertação do Egito — para reacender a memória do poder libertador de Deus. A saída da escravidão em direção à liberdade não é apenas um fato histórico, mas um sinal permanente de que Deus é aquele que transforma a dor em caminho, e a opressão em oportunidade de vida nova. É um convite para levantar os olhos e confiar novamente na ação divina.

No entanto, o profeta também alerta: não fiquem presos ao passado, às dores e mágoas. Deus está fazendo algo novo: “Eis que faço novas todas as coisas.” Essa promessa aponta para uma transformação profunda, onde até o deserto se torna lugar de vida. Deus abrirá caminhos onde antes só havia solidão, e fará brotar águas vivas, símbolo da renovação e da aliança.

A imagem da água no deserto nos remete aos antigos encontros matrimoniais dos patriarcas junto aos poços – lugares onde se formavam alianças e nasciam histórias de amor. Assim também é a relação entre Deus e seu povo: uma união profunda e fiel, comparável ao casamento, marcada pela fidelidade e fecundidade.

Essa nova realidade se estenderá a toda a criação. Homens, mulheres e até os animais se alegrarão com a abundância que Deus fará jorrar. A terra será fecundada, e todos louvarão ao Deus da providência, que salva seu povo da aridez e o conduz a uma vida plena.

📖 2ª Leitura – Filipenses 3,8-14
“Por causa de Cristo, eu perdi tudo, tornando-me semelhante a Ele em sua morte.”

Nesta carta apaixonada, escrita provavelmente durante sua prisão em Roma (por volta dos anos 61-62 d.C.), o apóstolo Paulo revela o centro de sua fé: tudo em sua vida perdeu valor diante da grandeza de conhecer e seguir Jesus Cristo.

Para Paulo, seguir Cristo não é apenas uma escolha de fé, mas uma entrega total. Ele abre mão de tudo – status, segurança, prestígio e até da própria liberdade – porque encontrou em Cristo o verdadeiro sentido da vida. Seu maior desejo é ser encontrado n’Ele, unir-se plenamente à sua paixão, morte e ressurreição.

Paulo compreende a justiça não como mérito conquistado por leis ou tradições, mas como dom gratuito de Deus, alcançado pela fé. Conhecer Cristo, para ele, é experimentar o mistério pascal na própria vida: compartilhar os sofrimentos, suportar as provações e, com esperança firme, caminhar em direção à ressurreição.

Mesmo com toda sua vivência espiritual, Paulo reconhece que ainda não chegou à meta. Mas ele se sente impulsionado pelo chamado de Deus, como um atleta que corre decidido rumo ao prêmio final. Com coragem e humildade, afirma: “Não que eu já tenha alcançado tudo… mas continuo correndo para conquistar, porque já fui conquistado por Cristo Jesus.”

Essa imagem da corrida espiritual revela um apóstolo incansável, cheio de fé e esperança. Paulo não se vangloria de suas conquistas passadas, mas vive com os olhos voltados para o futuro – para o céu, onde deseja se unir plenamente a Cristo.

Seu testemunho nos inspira a também corrermos com perseverança, deixando para trás o que nos prende, e abraçando a vida nova em Cristo. Paulo é modelo de fé viva, configurada ao Senhor, e nos convida a trilhar esse mesmo caminho de entrega, paixão e esperança.


🙏 CONCLUSÃO DO RETIRO

6. Retomar o refrão meditativo:
“Misericordioso é Deus, sempre, sempre o cantarei.”
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=fIsINtmGu-I

7. Partilha dos frutos da oração
Momento de escuta fraterna. Cada participante, se desejar, pode partilhar o que a Palavra de Deus tocou em seu coração.

Se você realiza este momento sozinho(a), na partilha anote os frutos da sua oração. Quando puder, partilhe com seu amigo/amiga mais próximo.

Concluir este momento cantando ou rezando o salmo da liturgia do dia: Salmo 125
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=sBN4U20v9Rw

8. Oração Final

  • Rezar juntos o Pai Nosso
  • Rezar a oração do dia
  • Concluir com a bênção final, agradecendo a Deus pelo encontro e pela graça de vivê-lo em comunidade.

Que este retiro fortaleça sua caminhada quaresmal e o ajude a viver mais profundamente a misericórdia, a conversão e a esperança que a Páscoa nos traz. Eis que faço novas todas as coisas” (Is 43,19)

Abaixo, o roteiro em PDF, numa versão mais ampliada:

📍 Acompanhe a Catequese Litúrgica do 5° Domingo da Quaresma.
Texto: Ir. Cidinha Batista, pddm
Voz e Edição: Ir. Neideane Monteiro, pddm
Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre

A RECONCILIAÇÃO QUE LIBERTA: UM CAMINHO PARA A NOVA VIDA

Domingo, 30 de Março de 2025 | 4º Domingo da Quaresma, Ano C

Leituras: Js 5,9a.10-12; Sl 33(34),2-3.4-5.6-7 (R. 9a); 2Cor 5,17-21; Lc 15,1-3.11-32

No 4º Domingo da Quaresma, Ano C, as leituras nos conduzem a uma reflexão profunda sobre a reconciliação e a transformação que ela opera em nossa vida. A primeira leitura, de Josué (Js 5,9a.10-12), narra o momento em que os israelitas celebram a Páscoa já na Terra Prometida, um marco de renovação e transição. O maná cessa, pois o povo agora se alimenta dos frutos da terra. Esta passagem simboliza a passagem do deserto para a promessa, do antigo para o novo.

No Salmo 33 (34), somos convidados a bendizer ao Senhor e confiar nele, pois Ele está sempre pronto a salvar aqueles que O buscam. O salmista nos lembra que o Senhor é refúgio para os corações atribulados, trazendo um eco da esperança que se concretiza na segunda leitura.

Na segunda carta aos Coríntios (2Cor 5,17-21), Paulo afirma: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O que era antigo passou; agora tudo é novo!”. Essa passagem reforça a ideia de que a reconciliação com Deus nos transforma radicalmente, tornando-nos embaixadores da sua paz. Cristo, ao assumir nossos pecados, nos reconcilia com o Pai, permitindo-nos experimentar uma vida renovada.

O Evangelho de Lucas (Lc 15,1-3.11-32) traz a Parábola do Filho Pródigo, um dos textos mais emblemáticos sobre misericórdia e reconciliação. O filho mais jovem, ao se afastar do pai e dissipar seus bens, simboliza a condição humana quando se distancia de Deus. Sua volta representa a consciência do erro e o desejo de reconciliação, que é recebida com alegria pelo pai. Já o filho mais velho manifesta ressentimento, incapaz de compreender a graça do perdão.

A DINÂMICA DA RECONCILIAÇÃO

A experiência do perdão e da reconciliação passa por um profundo processo interno. Muitas vezes, a busca pela liberdade nos leva a agir impulsivamente, distanciando-nos de nossas raízes e de nossa essência. O reconhecimento do erro e a aceitação da realidade nos convidam a um movimento de retorno, onde a verdadeira transformação ocorre.

O desejo de autonomia, tão presente no ser humano, pode nos levar a rupturas e desencontros. No entanto, o reencontro com aqueles que nos amam nos permite reorganizar nossa identidade e compreender que a liberdade não está na separação, mas na construção de vínculos autênticos. O ressentimento, por sua vez, surge quando não conseguimos lidar com as diferenças e com o amor incondicional, que se manifesta de formas inesperadas.

O amadurecimento emocional exige um ambiente de acolhimento, onde possamos ser aceitos sem condições. A figura do pai na parábola representa essa capacidade de receber e reintegrar, sem julgamentos, aquele que retorna arrependido. Esse acolhimento nos permite reconstruir nossa identidade e nos fortalecer para novos caminhos.

CAMINHO DE CONVERSÃO

A Quaresma é um tempo propício para refletirmos sobre nossas relações e buscarmos a reconciliação. Que possamos, à luz das Escrituras e da compreensão da condição humana, permitir que Deus transforme nosso coração, para que sejamos, como diz Paulo, “embaixadores de Cristo”, anunciadores do amor que renova todas as coisas.

A RECONCILIAÇÃO E A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

A Campanha da Fraternidade de 2025 traz o tema “FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL” e o lema “DEUS VIU QUE TUDO ERA MUITO BOM” (Gn 1,31), convidando-nos a refletir sobre a relação entre fé e responsabilidade socioambiental. Assim como a reconciliação transforma nossa relação com Deus e com o próximo, ela também deve abranger nossa relação com a criação.

A Parábola do Filho Pródigo nos mostra um caminho de transformação, no qual a reconciliação vai além da dimensão pessoal e alcança o coletivo. Da mesma forma, a ecologia integral propõe que a conversão não seja apenas espiritual, mas também uma mudança na maneira como nos relacionamos com a natureza, os recursos naturais e toda a criação divina.

Se o filho mais novo da parábola desperdiça seus bens e só percebe sua verdadeira condição ao se ver em necessidade, também a humanidade, muitas vezes, esgota os recursos da Terra sem pensar nas consequências. O retorno à casa do Pai pode ser visto como um convite à conversão ecológica, reconhecendo que a criação é um dom de Deus e que precisamos cuidar dela com responsabilidade.

A Campanha da Fraternidade 2025 nos lembra que a ecologia integral envolve aspectos sociais, econômicos e espirituais. Assim como o Pai misericordioso acolhe o filho que retorna, somos chamados a reestabelecer nossa relação com o mundo criado, promovendo justiça, sustentabilidade e respeito pela vida em todas as suas formas.

Que este tempo de Quaresma nos inspire a um compromisso renovado com a reconciliação, não apenas com Deus e com nossos irmãos, mas também com a Casa Comum, para que possamos testemunhar o amor de Deus em todas as dimensões da vida.

Para aprofundar esta reflexão, você pode assistir ao vídeo a seguir:

SUGESTÕES PARA OS CANTOS NESTA CELEBRAÇÃO:

1 – ABERTURA – EIS O TEMPO DE CONVERSÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=eYz25RU7-Us

– SALMO 33 (34) – PROVAI E VEDE
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ZfL-QcFCz5U

3 – ACLAMAÇÃO
LOUVOR E HONRA… VOU LEVANTAR-ME…
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=Y2eN6GmTNtc

4 – OFERENDAS – O VOSSO CORAÇÃO DE PEDDRA SE CONVERTERÁ
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=nI8LGfCBdp0

5 – COMUNHÃO – TANTO DEUS AMOU O MUNDO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=RLc03QE221k

6 – FINAL – HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4

CHAMADOS À CONVERSÃO: A MISERICÓRDIA E A PACIÊNCIA DE DEUS

Neste 3º Domingo da Quaresma, Ano C, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a necessidade de conversão e a misericórdia de Deus.

Primeira Leitura: Êxodo 3,1-8a.13-15, Moisés, ao apascentar o rebanho de seu sogro Jetro, aproxima-se do monte Horeb e presencia uma sarça ardente que não se consome. Deus o chama do meio da sarça, revelando-Se como o Deus de seus antepassados e manifestando Seu desejo de libertar o povo de Israel da opressão no Egito. Este encontro destaca a santidade de Deus e Sua compaixão diante do sofrimento humano.

No Salmo 102(103),1-2.3-4.8.11, o salmista exalta a bondade e a misericórdia de Deus, que perdoa as faltas, cura enfermidades e resgata a vida da morte. Este salmo reforça a imagem de um Deus compassivo e amoroso, sempre disposto a acolher aqueles que O buscam com sinceridade.

Na Segunda Leitura, retirada de 1 Coríntios 10,1-6.10-12, São Paulo relembra aos coríntios os eventos do Êxodo, enfatizando que, apesar de todos terem recebido as mesmas bênçãos, muitos caíram devido à desobediência e falta de fé. Ele alerta para que não murmuremos e permaneçamos vigilantes, pois quem pensa estar de pé deve cuidar para não cair.

No evangelho de Lucas 13,1-9, Jesus aborda duas tragédias recentes e questiona a ideia de que essas vítimas eram mais pecadoras que outras. Ele enfatiza a necessidade urgente de arrependimento para todos. Na parábola da figueira estéril, o proprietário deseja cortá-la por não produzir frutos, mas o vinhateiro pede mais um ano, comprometendo-se a cuidar dela para que frutifique. Esta parábola ilustra a paciência e misericórdia de Deus, que nos concede tempo e oportunidades para nos convertermos e darmos frutos de boas obras.

Assim, as leituras deste domingo nos chamam à conversão sincera, reconhecendo a presença amorosa de Deus que nos oferece continuamente Sua misericórdia e nos convida a uma vida fecunda em boas ações.

Para aprofundar esta reflexão, você pode assistir ao vídeo a seguir:

SUGESTÕES PARA OS CANTOS NESTA CELEBRAÇÃO:

1 – ABERTURA – EIS O TEMPO DE CONVERSÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=eYz25RU7-Us

2 – SALMO 102 (103) – O SENHOR BONDOSO E COMPASSIVO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=9qMfJ_XD-nc

3 – ACLAMAÇÃO
GLÓRIA E LOUVOR…CONVERTEI-VOS, NOS DIZ O SENHOR
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=dO5TAmbzEXQ

4 – OFERENDAS – O VOSSO CORAÇÃO DE PEDDRA SE CONVERTERÁ
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=nI8LGfCBdp0

10 – COMUNHÃO – TANTO DEUS AMOU O MUNDO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=RLc03QE221k

11 – CANTO FINAL – HINO DA CF
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4

PARTITURAS OU CIFRAS: https://www.arquidiocesedegoiania.org.br/liturgia/cifras-partituras/celebracoes-dominicais/ano-c-2024-2025

BRILHE A LUZ DE CRISTO: A TRANSFIGURAÇÃO E O CAMINHO DA FÉ

No 2º Domingo da Quaresma, Ano C, a liturgia nos convida a contemplar a grandiosidade da fé e a transformação que Deus opera naqueles que O seguem. As leituras deste domingo nos guiam por um caminho de esperança e confirmação da promessa divina, culminando na visão gloriosa de Jesus transfigurado.

A Promessa e a Fidelidade de Deus
Na primeira leitura (Gn 15,5-12.17-18), Deus renova Sua aliança com Abraão, garantindo-lhe uma descendência numerosa como as estrelas do céu. Abraão acredita na promessa do Senhor, e essa fé lhe é imputada como justiça. Essa passagem nos ensina que confiar em Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis, é essencial para quem deseja caminhar com Ele.

O Senhor é Nossa Luz e Salvação
O Salmo 26(27) ecoa a segurança daqueles que depositam sua confiança no Senhor: “O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei?”. Essa oração expressa a esperança de quem se refugia em Deus, mesmo nas adversidades. Ele nos convida a buscar constantemente Seu rosto e a esperar com coragem em Sua fidelidade.

A Nossa Pátria Está no Céu
Na segunda leitura (Fl 3,17-4,1), São Paulo exorta os fiéis a manterem os olhos fixos no céu, pois nossa verdadeira pátria é celestial. Ele nos alerta sobre os perigos de viver segundo os valores mundanos, que se afastam da cruz de Cristo. Nosso chamado é para uma vida transformada, alinhada com a esperança da ressurreição e da glória em Cristo.

A Luz da Transfiguração
O Evangelho (Lc 9,28b-36) nos apresenta a Transfiguração de Jesus no monte. Pedro, Tiago e João testemunham a glória de Cristo, que aparece resplandecente entre Moisés e Elias. A voz do Pai ressoa do céu: “Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!”. Essa revelação não apenas fortalece a fé dos discípulos, mas também nos lembra que a cruz precede a glória. A Transfiguração é um convite a enxergar, na caminhada quaresmal, um caminho de luz que nos conduz à Páscoa.

Caminhando com Cristo
Neste tempo de conversão, a liturgia nos motiva a confiar nas promessas divinas, a buscar a verdadeira pátria e a nos deixar transformar pela luz de Cristo. Que esta Quaresma seja um período de escuta atenta ao Filho de Deus e de preparação para a alegria da ressurreição.

Que possamos subir o monte com Jesus, acolher Sua luz e permitir que ela brilhe em nossas vidas!


SUGESTÕES PARA OS CANTOS DESTA CELEBRAÇÃO

O site da Arquidiocese de Goiânia apresenta sugestões valiosas para os cantos da liturgia deste dia. Confira neste link: https://www.arquidiocesedegoiania.org.br/liturgia/cifras-partituras/celebracoes-dominicais/ano-c-2024-2025

Você vai encontrar a partitura, cifra e link do youtube para aprendizagem dos cantos.

SUPERANDO AS TENTAÇÕES: O CAMINHO ESPIRITUAL DA QUARESMA COM JESUS

Reflexão para o 1º Domingo da Quaresma – Ano C

A Quaresma se inicia como um tempo forte de conversão, penitência e aprofundamento na fé. Neste 1º Domingo da Quaresma, a Liturgia da Palavra nos convida a confiar na providência divina e a resistir às tentações do mal, seguindo o exemplo de Cristo.

A primeira leitura (Dt 26,4-10) nos leva ao reconhecimento da história da salvação. O povo de Israel relembra sua escravidão no Egito e a libertação operada por Deus. Essa passagem nos ensina a gratidão e a memória dos feitos do Senhor, que nunca abandona os seus filhos. Assim como os israelitas, somos chamados a apresentar nossas ofertas e a reconhecer as maravilhas de Deus em nossa vida.

O Salmo 90(91) proclama a confiança naquele que se refugia no Senhor. “Estarei com ele na tribulação”, diz o refrão, reafirmando que, mesmo diante das provações, Deus é nosso amparo e proteção. Essa certeza nos fortalece para enfrentar os desafios da vida sem temer o mal.

Na segunda leitura (Rm 10,8-13), Paulo nos recorda que a salvação está ao alcance de todos. Confessar com a boca e crer com o coração são atitudes fundamentais para nos unirmos a Cristo. Esse ensinamento nos convida a viver uma fé autêntica e confiante, sem distinção entre povos ou condições sociais, pois “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.

O Evangelho (Lc 4,1-13) apresenta as três tentações de Jesus no deserto. O diabo tenta desviá-lo de sua missão, oferecendo-lhe alimento, poder e glória. Contudo, Jesus responde a cada tentação com a Palavra de Deus, mostrando-nos o caminho para superar as seduções do mundo. Este episódio nos ensina que a fidelidade a Deus e a força da oração são essenciais para vencer as provações.

Neste início da Quaresma, somos chamados a refletir sobre nossas próprias tentações e a buscar força na oração e na confiança em Deus. Que este tempo seja uma oportunidade para renovar nossa fé, reconhecer nossa dependência de Deus e trilhar o caminho da conversão com coragem e esperança.

Que o Espírito Santo nos conduza neste deserto espiritual e nos fortaleça na luta contra o mal, para que possamos celebrar, com coração renovado, a Páscoa do Senhor.

Veja neste link as sugestões para os cantos litúrgicos para a Celebração Eucarística deste 1º Domingo da Quaresma, ano C, disponibilizado pela Arquidiocese de Goiânia. Já vem com as cifras, partituras e áudio no Youtube para aprendizagem.

R. Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!

1 Quem habita ao abrigo do Altíssimo *
e vive à sombra do Senhor onipotente,

2 diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, *
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”. R.

10 Nenhum mal há de chegar perto de ti, *
nem a desgraça baterá à tua porta;

11 pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos *
para em todos os caminhos te guardarem. R.

12 Haverão de te levar em suas mãos, *
para o teu pé não se ferir nalguma pedra.

13 Passarás por sobre cobras e serpentes, *
pisarás sobre leões e outras feras. R.

14 “Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo *
e protegê-lo, pois meu nome ele conhece.

15 Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, *
e a seu lado eu estarei em suas dores”. R.

A Obra Redentora de Deus: Acolhida, Gratidão e Louvor

Reflexão dos textos bíblicos de hoje, 28/01/2025: Marcos 3,22-30, Hebreus 9,15.24-28 e o Salmo 97(98):


Os três textos nos convidam a meditar sobre a grandiosidade da obra de Deus em Cristo e sobre nossa resposta à sua misericórdia. Eles falam da vitória do Senhor, do sacrifício redentor de Cristo e do perigo de resistir à ação do Espírito Santo.

Marcos 3,22-30: O pecado contra o Espírito Santo

Neste trecho do Evangelho, vemos a grave acusação dos escribas contra Jesus: afirmam que Ele expulsa demônios pelo poder de Belzebu. Jesus refuta essa acusação, mostrando a incoerência dessa lógica, e alerta para o perigo de cometer o pecado contra o Espírito Santo, que é a rejeição definitiva à graça divina. Este pecado é imperdoável, pois implica fechar o coração à ação de Deus, recusando o próprio meio pelo qual o perdão se manifesta.

Esse trecho nos desafia a refletir: estamos abertos à ação do Espírito Santo em nossa vida ou, de alguma forma, resistimos à graça de Deus por meio de nossos preconceitos, endurecimento de coração ou descrença?

Hebreus 9,15.24-28: O sacrifício único e eficaz de Cristo

O texto de Hebreus nos apresenta Cristo como o mediador da nova aliança. Ele se ofereceu uma vez por todas para expiar os pecados da humanidade. Sua obra é perfeita e definitiva, abolindo os sacrifícios repetitivos da antiga aliança. Cristo entrou no “Santuário celeste” para interceder por nós e, assim, nos oferecer a redenção eterna.

Aqui vemos a profundidade do amor de Deus: em Cristo, Ele tomou sobre si o peso de nossos pecados e abriu o caminho para a salvação. Esse sacrifício exige de nós uma resposta de fé e gratidão, reconhecendo que, em Jesus, Deus nos oferece tudo o que precisamos para a vida eterna.

Salmo 97(98): Aclamai o Senhor, pois Ele fez maravilhas

O Salmo é um cântico de louvor pela salvação e justiça de Deus. Ele celebra as “maravilhas” que o Senhor realizou e convida toda a terra a aclamar sua bondade. Esse louvor ressoa com os outros textos, pois reconhece que Deus é o autor da vitória contra o pecado e a morte.

O Salmo nos ensina que, diante da obra redentora de Deus, a única resposta adequada é o louvor e a alegria. Ele nos convida a celebrar, de coração aberto, as maravilhas que Deus opera em nossa história, assim como nos é apresentado em Cristo.


Reflexão Final

Os três textos nos conduzem a uma visão integral da ação de Deus:

  1. Em Marcos, somos alertados contra o perigo de rejeitar a graça de Deus, representada na ação do Espírito Santo.
  2. Em Hebreus, contemplamos a profundidade dessa graça, manifestada no sacrifício único de Cristo.
  3. No Salmo, somos convidados a responder com louvor e gratidão por essa obra grandiosa.

Nossa vida cristã deve ser marcada por essa tríade: abertura ao Espírito Santo, acolhida do sacrifício de Cristo e louvor constante por suas maravilhas. Assim, permanecemos unidos ao plano de Deus, vivendo a redenção que nos foi oferecida com gratidão e confiança.


Essa reflexão nos convida a um exame de consciência: como tenho respondido ao chamado do Espírito Santo? Estou aberto à ação de Deus em minha vida? E, sobretudo, tenho acolhido o sacrifício de Cristo com um coração agradecido e uma vida de louvor?

CATEQUESE LITÚRGICA: 3º DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C

Catequese Litúrgica: Reflexões para Viver a Liturgia Dominical

Seja bem-vindo(a) ao Catequese Litúrgica, um podcast especial criado para ajudar você a mergulhar nas riquezas da liturgia dominical. Escrito e apresentado pela Ir. Cidinha Batista, pddm, e com edição da Ir. Neideane Monteiro, pddm, o programa oferece meditações que iluminam as leituras do domingo, ajudando a aprofundar sua vivência espiritual e litúrgica.

Para as equipes de liturgia, o Catequese Litúrgica é um recurso indispensável. Aqui, você encontrará reflexões sobre o Evangelho que servirão como base para planejar músicas e outras ações litúrgicas que tornem a celebração mais significativa e transformadora.

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