Hoje as Irmãs Pias Discípulas celebram o dia da Postulante. Mas o que é isso? Postulante (do Latim: postulare, perguntar) originalmente significou alguém que fazia um pedido ou demanda; portanto, um candidato. O uso do termo agora é restrito aos que solicitam admissão na ordem religiosa; durante o período de tempo que antecede o ingresso no noviciado.
Nas Pias Discípulas, este período pode durar de 1 a 2 anos. Depende muito da caminhada de cada jovem na sua formação pessoal.
Agora, por que hoje, dia 21 de novembro, memória da Apresentação de Nossa Senhora? Na circular da Madre Geral, Ir. Micaela Monetti, explica a ligação deste dia com a memória dos inícios. Pe. Tiago Alberione convidou duas jovens, Escolástica e Metilde, para dar início a sua fundação. Elas atenderam ao chamado do fundador e colocaram-se como Maria na escuta, para entender o novo projeto de Deus sobre as suas vidas para toda a Igreja.
No Brasil, nós temos duas jovens postulantes. Elas moram no Distrito de Jacará, Cabreúva, SP. A Olga é do Rio Grande do Norte e a Indyanara é de Salto, SP. Acompanha na formação a ir. Juceli Mesquita.
Abaixo a carta circular da Madre Geral:
Queridas irmãs,
aproxima-se a conclusão do ano litúrgico e é tempo de balanço. Uma conclusão que, no ritmo comum da vida, abre a um novo início, um princípio de ano novo, tempo de esperança. Recomeçar não se dá por descontado: é graça, sinal inequívoco do cuidado de Deus por cada um de nós. E é nesta graça do início que desejo celebrar com vocês o evento do 21 de novembro de 1923, quando Padre Alberione “coloca à parte” para uma missão específica Úrsula Rivata e Metilde Gerlotto: o botão da nossa Congregação na Igreja e na Família Paulina, como o rebento de figo, tenro, em cuja presença, na leitura sapiencial dos sinais, se pode afirmar com esperança: “O tempo dos frutos está próximo” (cf. Mc 13, 28).
Voltando com a mente a estes inícios Madre Escolástica, em suas recordações escritas em 1964, narra: “Um dia o Sr. Teólogo veio à cozinha onde eu estava em ajuda à cozinheira. Chamou-me à parte e entregou-me o livro “As mulheres no Evangelho”, acrescentando que me demorasse mais tempo na Adoração, até mesmo uma hora a mais. (…) Parece que o Primeiro Mestre tivesse certa pressa neste caso e depois de alguns dias me perguntou se tinha terminado o livro, porque Ele entendia, depois daquela leitura, explicar a missão das Pias Discípulas em relação a Jesus Mestre”.
Assim, desde o início, é claro que as Pias Discípulas são a atualização das mulheres que, como narram os Evangelhos, seguiam Jesus desde a Galileia: um discipulado feminino incomum e profético. Seguem Jesus Mestre porque foram por ele curadas, saradas, perdoadas, tocadas no profundo da própria vida pela força recriadora do Filho de Deus. Por isso vivem no seu seguimento e exercem a diaconia com o bem da própria vida, pela presença curada e guardiã da novidade que Jesus trás consigo, na pequena comunidade cristã e nas comunidades de todos os tempos (cf. Lc 8,1-3; 23,54–24,10).
Um discipulado não genérico, mas feminino com características claras, reconhecidas desde os primeiros anos da vida da Igreja. Mulheres do Evangelho, hoje, que recebem, através da experiência carismática de Padre Alberione, a indicação clara da Presença do Vivente, hoje e sempre. A diaconia das Pias Discípulas é orientada prioritariamente a Jesus, Presente e Vivo hoje, na Eucaristia, na Oração litúrgica da comunidade cristã, no exercício do Sacerdócio da Nova Aliança em todos os batizados e nos ministros ordenados. Estes são os lugares por excelência da nossa diaconia na Igreja, em cada País, segundo um carisma específico. A aprovação pontifícia, de fato, confirmou seu caráter universal e a eficácia apostólica (cf. RV 5). Fomos aprovadas para isto e, em todo o mundo, o Povo fiel de Deus espera uma contribuição profética das nossas comunidades.
É um imenso campo de apostolado que pede para direcionar nossas energias de mente, de coração, de forças físicas e de vontade sem dispersá-las em mil riachos de iniciativas pessoais ou eclesiais genéricas, embora dignas. Se nós negligenciamos as áreas específicas da nossa missão para responder a chamadas urgentes ou emergentes de Bispos ou de igrejas particulares, falhamos a uma entrega e, sobretudo, o povo de Deus será empobrecido.
Em resposta aos chamados capitulares, para deixar fluir a vida que sentimos pulsar em nós e ao nosso redor, com frequência nos deixamos desorientar buscando novas fronteiras ou novos desenhos. Em verdade, na escuta profunda da Palavra do Senhor, em obediência à entrega carismática de Padre Alberione, no discernimento comunitário sabemos reconhecer a Fonte da Vida que flui em nós e que queremos deixar fluir no território onde vivemos: é Jesus Mestre, o Caminho a Verdade e a Vida do mundo. E esta missão, belíssima e inconfundível, tem como destinatários cada pessoa que deseja o bem e que está em busca de um significado autêntico de vida: criança, jovem, adulto ou ancião; de qualquer extração social – indigente e abastado – e aberta à perspectivas ecumênicas ed interreligiosas. Mas é sobretudo a evidência de uma vida transformada pelo encontro com Jesus, partilhada e guardada na comunidade de discípulas que se torna missão acreditável.
Enquanto desejo, também em nome das irmãs do governo geral, um bom ano litúrgico novo para caminhar juntas na novidade de vida, nos confiamos à proteção do Beato Tiago Alberione. A celebração do aniversário de sua morte, 26 de novembro, seja ocasião para dar razão de sua inspiração profética à Igreja e dar visibilidade a seu sonho de ser uma Família que representa Jesus Caminho Verdade e Vida no mundo, segundo o coração do Apóstolo Paulo.
Ouviremos a voz de quem vive nas periferias geográficas para dar passos, pequenos mas orientados, à unidade e à missão. Invocamos a proteção de Maria SS. que honramos no mistério de sua Apresentação ao templo, prelúdio de uma doação total de si.
Na noite da última segunda-feira, 12/11, a Arquidiocese de Olinda e Recife iniciou a contagem regressiva para a realização do XVIII Congresso Eucarístico Nacional. Na data que demarca precisamente o espaço de dois anos para o Congresso Eucarístico Nacional de 2020, foi lançado na igreja matriz do Espinheiro, Recife, o evento, com uma solene celebração Eucarística presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. O lançamento apresentou aos fiéis e religiosos a logomarca do Congresso, o Hino e a Oração oficial.
O Apostolado Litúrgico se alegra com a participação ativa nesta preparação deste Congresso Eucarístico. A logo escolhida e apresentada foi desenvolvida pelo setor de Arquitetura do Apostolado Litúrgico.
A ir. Paula Carlos de Souza estava na Celebração de abertura das preparações para o Congresso Eucarístico de 2020 e representou as Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre na apresentação da logo. Com o texto da Ir. Laíde Sonda, ela apresentou a logo:
“Caros Irmãos e Irmãs, hoje iniciamos a nossa jornada rumo ao XVIII Congresso Eucarístico Nacional, sediado neste chão, entre nós, em nós. O tema escolhido, “Pão em todas as mesas”, chama a nossa atenção para a finalidade última da Eucaristia: que o pão e o vinho partilhados na Ceia do Senhor, frutifiquem no “pão nosso de cada dia”, na mesa das casas, no cotidiano do povo. É com este sonho bem presente que o Congresso Eucarístico se propõe a revisitar o jeito de celebrar a Eucaristia, conforme os gestos de Jesus, e aprofundar o seu sentido à luz da sua e da nossa páscoa.
Pão e cálice lembram que a Eucaristia é “Pão que alimenta e que dá vida e Vinho que nos salva e dá coragem” oferecidos a Deus por todo povo, que unidos em um único corpo celebra o mistério pascal de Cristo, conforme nos diz o Concílio Vaticano II em seu documento sobre a Sagrada liturgia e confirmamos quando rezamos a V Oração Eucarística.
O círculo nos recorda a mesa que revela a igualdade fundamental entre os que creem. “Participando do corpo e do sangue do Senhor, a comunidade se torna um só corpo” é a prece que fazemos quando rezamos II Oração Eucarística. A Igreja, corpo místico de Cristo, ainda se manifesta no louvor e na Ação de Graças da comunidade, que de braços erguidos entoam o Cântico Novo e fazem memória da morte e ressurreição do Senhor, aqui simbolizados na cruz que se forma no detalhe do pão. A composição desses elementos, associados a intensidade da cor, nos faz recordar de que Cristo é o Sol da justiça, que nos guiará na claridade da sua luz em nossa preparação e vivência do Congresso Eucarístico.
A água, símbolo da vida, nos recorda o nosso batismo e nos conduz a fonte da vida nova que se dá em Cristo e no seu Espírito. A ponte evoca a cidade do Recife, que sedia o Congresso, e o mundo urbano, com seus desafios e anseios de justiça e Paz. Ainda nos convoca a transpormos as barreiras que nos impedem de sermos irmãos e irmãs.
O conjunto dos elementos em seu movimento que nos recorda um espiral, nos indica que a Eucaristia move a Igreja a sair de si, das zonas de conforto, para alcançar as periferias existenciais, tão lembradas pelo Papa Francisco.
Em síntese, a logomarca enfatiza a Eucaristia; ação da Igreja reunida ao redor da mesa, fazendo o que Jesus fez.
Concluindo esta apresentação, em nome de todas as Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, em especial daquelas que compõe o nosso setor de criação e arte, manifesto a nossa gratidão, pela possiblidade de desenvolver e de vos apresentar a Logomarca que identificará o XVIII Congresso Eucarístico Nacional. Somos gratas!”
Continuamos nossa comunhão com toda a Igreja de Recife nesta preparação ao 18° Congresso Eucarístico Nacional.
A festa de Jesus Mestre no último Domingo de outubro de 2018 foi um marco na história das Pias Discípulas do Divino Mestre no Brasil. Além de reunir a Família Paulina que celebra o centro e fundamento da espiritualidade paulina dada pelo fundador, Pe. Tiago Alberione, os primeiros cooperadores paulinos das Pias Discípulas fizeram os seus primeiros votos.
Os Amigos do Divino Mestre é o nome dado para os Cooperadores Paulinos ligados às Pias Discípulas. São leigos e leigas que colaboram e assumem em viver, de acordo com seu estado de vida, os valores e espiritualidade da instituição que estão ligados, no caso, as Pias Discípulas. Amigos do Divino Mestre que moram em Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife assumiram com os votos de viverem a espiritualidade paulina e cooperarem na missão de viver e anunciar Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, com o carisma específico das Pias Discípulas.
Bendizemos a Deus que continua a chamar pessoas para manter vivo o carisma paulino.
Jesus não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada”, disse o Papa em sua homilia, recordando que Paulo VI continua hoje a exortar-nos, “juntamente com o Concílio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa vocação comum: a vocação universal à santidade; não às meias medidas, mas à santidade.
Neste domingo, 14 de outubro, o Papa Francisco presidiu na Praça São Pedro a cerimônia de canonização dos Beatos Paulo VI, Dom Oscar Romero, Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia e Núncio Sulprizio. Eis sua homilia na íntegra:
“A segunda Leitura disse-nos que «a palavra de Deus é viva, eficaz e cortante» (cf. Heb 4, 12). É mesmo assim: a Palavra de Deus não é apenas um conjunto de verdades ou uma história espiritual edificante. Não! É Palavra viva que toca a vida, que a transforma. Nela, Jesus pessoalmente – Ele que é a Palavra viva de Deus – fala aos nossos corações.
Particularmente o Evangelho convida-nos a ir ao encontro do Senhor, a exemplo daquele «alguém» que «correu para Ele» (cf. Mc 10, 17). Podemo-nos identificar com aquele homem, de quem o texto não diz o nome parecendo sugerir-nos que pode representar cada um de nós. Ele pergunta a Jesus como deve fazer para «ter em herança a vida eterna» (10, 17). Pede vida para sempre, vida em plenitude; e qual de nós não a quereria?
Mas pede-a – notemos bem – como uma herança a possuir, como um bem a alcançar, a conquistar com as suas forças. De facto, para possuir este bem, observou os mandamentos desde a infância e, para alcançar tal objetivo, está disposto a observar ainda outros; por isso, pergunta: «Que devo fazer para ter…?»
A resposta de Jesus mexe com ele. O Senhor fixa nele o olhar e ama-o (cf. 10, 21). Jesus muda-lhe a perspetiva: passar dos preceitos observados para obter recompensas ao amor gratuito e total. Aquele homem falava em termos de procura e oferta; Jesus propõe-lhe uma história de amor. Pede-lhe para passar da observância das leis ao dom de si mesmo, do trabalhar para si ao estar com Ele. E faz-lhe uma proposta «cortante» de vida: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres (…), vem e segue-Me» (10, 21).
E Jesus diz também a ti: «Vem e segue-Me». Vem: não fiques parado, porque não basta não fazer nada de mal para ser de Jesus. Segue-Me: não vás atrás de Jesus só quando te apetece, mas procura-O todos os dias; não te contentes com observar preceitos, dar esmolas e recitar algumas orações: encontra n’Ele o Deus que sempre te ama, o sentido da tua vida, a força para te entregares.
E Jesus diz mais: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres». O Senhor não faz teorias sobre pobreza e riqueza, mas vai direto à vida. Pede-te para deixar aquilo que torna pesado o coração, esvaziar-te de bens para dar lugar a Ele, único bem. Não se pode seguir verdadeiramente a Jesus, quando se está estivado de coisas. Pois, se o coração estiver repleto de bens, não haverá espaço para o Senhor, que Se tornará uma coisa mais entre as outras. Por isso, a riqueza é perigosa e – di-lo Jesus – torna difícil até mesmo salvar-se.
Não, porque Deus seja severo; não! O problema está do nosso lado: o muito que temos e o muito que ambicionamos sufocam-nos, sufocam-nos o coração e tornam-nos incapazes de amar. Neste sentido, São Paulo recorda-nos que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tim 6, 10). Quando se coloca no centro o dinheiro, vemos que não há lugar para Deus; e não há lugar sequer para o homem.
Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo: dá um amor total e pede um coração indiviso. Também hoje Se nos dá como Pão vivo; poderemos nós, em troca, dar-Lhe as migalhas? A Ele, que Se fez nosso servo até ao ponto de Se deixar crucificar por nós, não Lhe podemos responder apenas com a observância de alguns preceitos. A Ele, que nos oferece a vida eterna, não podemos dar qualquer bocado de tempo. Jesus não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada.
Queridos irmãos e irmãs, o nosso coração é como um íman: deixa-se atrair pelo amor, mas só se pode apegar a um lado e tem de escolher: amar a Deus ou as riquezas do mundo (cf. Mt 6, 24); viver para amar ou viver para si mesmo (cf. Mc 8, 35). Perguntemo-nos de que lado estamos nós… Perguntemo-nos a que ponto nos encontramos na nossa história de amor com Deus… Contentamo-nos com alguns preceitos ou seguimos Jesus como enamorados, prontos verdadeiramente a deixar tudo por Ele?
Jesus pergunta a cada um e a todos nós como Igreja em caminho: somos uma Igreja que se limita a pregar bons preceitos ou uma Igreja-esposa, que pelo seu Senhor se lança no amor? Seguimo-Lo verdadeiramente ou voltamos aos passos do mundo, como aquele homem? Em suma, basta-nos Jesus ou procuramos as seguranças do mundo? Peçamos a graça de saber deixar por amor do Senhor: deixar riquezas, deixar sonhos de cargos e poderes, deixar estruturas já inadequadas para o anúncio do Evangelho, os pesos que travam a missão, os laços que nos ligam ao mundo.
Sem um salto em frente no amor, a nossa vida e a nossa Igreja adoecem de «autocomplacência egocêntrica» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 95): procura-se a alegria em qualquer prazer passageiro, fechamo-nos numa tagarelice estéril, acomodamo-nos na monotonia duma vida cristã sem ardor, onde um pouco de narcisismo cobre a tristeza de permanecermos inacabados.
Aconteceu assim com aquele homem que – diz o Evangelho – «retirou-se pesaroso» (10, 22). Ancorara-se aos preceitos e aos seus muitos bens, não oferecera o coração. E, embora tivesse encontrado Jesus e recebido o seu olhar amoroso, foi-se embora triste. A tristeza é a prova do amor inacabado. É o sinal dum coração tíbio. Pelo contrário, um coração aliviado dos bens, que ama livremente o Senhor, espalha sempre a alegria, aquela alegria de que hoje temos tanta necessidade.
O Santo Papa Paulo VI escreveu: «É no meio das suas desgraças que os nossos contemporâneos precisam de conhecer a alegria e de ouvir o seu canto» (Exort. ap. Gaudete in Domino, I). Hoje, Jesus convida-nos a voltar às fontes da alegria, que são o encontro com Ele, a opção corajosa de arriscar para O seguir, o gosto de deixar tudo para abraçar o seu caminho. Os Santos percorreram este caminho.
Fê-lo Paulo VI, seguindo o exemplo do Apóstolo cujo nome assumira. Como ele, consumiu a vida pelo Evangelho de Cristo, cruzando novas fronteiras e fazendo-se testemunha d’Ele no anúncio e no diálogo, profeta duma Igreja extroversa que olha para os distantes e cuida dos pobres. Mesmo nas fadigas e no meio das incompreensões, Paulo VI testemunhou de forma apaixonada a beleza e a alegria de seguir totalmente Jesus. Hoje continua a exortar-nos, juntamente com o Concílio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa vocação comum: a vocação universal à santidade; não às meias medidas, mas à santidade.
É significativo que, juntamente com ele e demais Santos e Santos hodiernos, tenhamos D. Óscar Romero, que deixou as seguranças do mundo, incluindo a própria incolumidade, para consumir a vida – como pede o Evangelho – junto dos pobres e do seu povo, com o coração fascinado por Jesus e pelos irmãos. E o mesmo podemos dizer de Francisco Spinelli, Vincente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia de Santa Teresa de Jesus e também do nosso jovem napolitano (ndr – do Abruzzo) Núncio Sulprizio: o santo jovem, corajoso, humilde, que soube encontrar Jesus no sofrimento, no silêncio e na oferta de si mesmo. Todos estes Santos, em diferentes contextos, traduziram na vida a Palavra de hoje: sem tibieza, nem cálculos, com o ardor de arriscar e deixar tudo. Irmãos e irmãs, que o Senhor nos ajude a imitar os seus exemplos!”
Na segunda quinzena de outubro de 1717, no Rio Paraíba, onde mais tarde recebeu o nome de Aparecida, três pescadores, Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves, tentavam pescar a noite toda e nada conseguiam. Mas era uma ordem, um decreto: o Conde de Assumar ia passar por ali e queria experimentar os peixes do Rio Paraíba, que na língua indígena significa, “rio ruim de peixes” e numa época ruim de peixes, mas continuavam tentando porque acreditavam em Deus e, de repente, ao lançarem sua rede para pescar, colheram o corpo de uma imagem. “Vejam é um santo! Mas que santo é? Está sem a cabeça.” Enquanto tentavam descobrir, a barca foi descendo. Cerca de 100 metros para baixo, resolvem lançar a rede novamente e, mesmo sendo um grande rio, colhem a cabecinha da imagem e colocando ao seu corpo, reconhecem: “É a Imaculada Conceição!” Eles que confiavam tanto em Nossa Senhora, decidem lançar as redes novamente. E estas saem abarrotadas de peixes.
O Milagre da Pescaria se repete. Quando tinha acontecido antes? Na ressurreição de Jesus, quando os apóstolos desanimados pela sua morte, tinham voltado às antigas atividades e, após tentar pescar a noite toda, quando chegam à beira do lago, veem um moço, que a princípio não reconhecem que era o Cristo Ressuscitado. E Jesus pede que lancem as redes para o outro lado da barca no mais profundo e, lançando, saem abarrotadas de peixes. Essa semelhança nos mostra que este milagre acontecido nas águas do Rio Paraíba foi um milagre realizado lá no céu por Cristo Ressuscitado, a pedido de sua mãe, Nossa Senhora. Por isso, no encontro da imagem de Nossa Senhora. Desta forma percebemos que Nossa Senhora continua atenta aos nossos apuros, como foi nas bodas de Caná. Continua intercedendo à Jesus por nós e Jesus continua sendo um bom filho e atendendo ao pedido da mãe. Nisso vemos a força que tem a intercessão de Nossa Senhora. Nas bodas de Caná, Jesus até antecipa o momento de realizar o seu primeiro milagre e nas águas do Rio Paraíba, vemos que continua atendendo a intercessão de sua mãe. Nestes acontecimentos, Maria também nos ensina a estarmos sempre atentos às necessidades de nossos irmãos e, sem esperar que nos peçam, gratuitamente, sem esperar nada em troca, oferecermos a nossa ajuda, o nosso socorro.
A imagem de Nossa Senhora aparecida no Rio Paraíba é uma imagem de negra cor e é encontrada na época da escravidão dos negros. Assim, vemos Nossa Senhora confirmando a mensagem de Jesus, que pede o fim da escravidão, o fim de qualquer preconceito, de qualquer discriminação, de qualquer marginalização, de qualquer opressão. Quer sejamos brancos ou negros, sulinos ou nordestinos, católicos ou protestantes, homem ou mulher, somos todos iguais, filhos do mesmo Pai.
Esta imagem encontrada no Rio Paraíba, não é uma imagem caída do céu, mas é uma imagem feita de barro paulista, portanto feita por pessoas humanas. Ou seja, até aquele momento, não tinha nada de especial naquela imagem. Era apenas uma imagem quebrada e jogada no rio. A partir daquele momento Deus quis usar daquele singelo sinal para ser um grande sinal, reunindo todos os anos milhões de pessoas em Aparecida e em diversas igrejas que a tem como padroeira, ajudando a estas pessoas a se aproximarem mais de Deus, passarem pelo sacramento da Reconciliação e se fortalecerem na sua fé.
A imagem encontrada no Rio Paraíba, não foi encontrada com coroa e nem com o manto azul, mas com o seu manto que já faz parte da própria imagem. E olhando ela assim, sem o manto azul e de perfil, dá para perceber que é uma imagem de Nossa Senhora levemente grávida, ou seja, no inicio de uma gravidez. Portanto Nossa Senhora que nos traz Jesus no seu ventre. Maria continua nos apontando a Jesus e pedindo que façamos tudo o que ele nos disser. Maria é a ponte que nos conduz a Jesus e nos ajuda a sermos verdadeiros cristãos. Portanto nós como verdadeiros católicos, não precisamos de falsas pontes que dizem ser o caminho seguro para o cristianismo, mas nos conduzem para a construção do ódio, da violência, do desejo de atirar e matar a outros irmãos, ou seja, nos conduzem para o caminho oposto ao de Jesus, nos conduzem para o precipício, para a morte, para o inferno. Maria nos mostra sempre o caminho de Jesus que ensina com a Palavra e com o Testemunho que a construção da Vida Eterna passa pela prática da humildade, do amor e do perdão. No alto da cruz, Jesus é capaz de pedir a Deus que perdoe seus malfeitores e ali mesmo, diante do pedido de Dimas que era um dos ladrões que estava crucificado ao seu lado, Jesus garante a ele que naquele mesmo dia estaria com Ele no Paraíso. Aí temos o primeiro santo canonizado pelo próprio Jesus e que era um pecador, um ladrão. Aí percebemos o quanto é grande a misericórdia de Deus por nós. E Maria é a nossa mãe de misericórdia.
Após aquela pescaria, a imagem encontrada ficou 15 anos na casa do Filipe Pedroso e depois ele passou para seu filho Atanásio Pedroso que construiu um pequeno oratório onde a vizinhança se reunia todos os sábados para rezar. Onze anos depois, com a ocorrência de milagres e a divulgação da devoção à Nossa Senhora Aparecida, como começou a ser chamada pelo povo, foi inaugurado a primeira Capela. Como esta, com o passar dos anos, não comportasse mais o número de devotos, iniciou-se 97 anos depois a construção de um novo templo que foi inaugurado em 1888 e alguns anos depois foi elevado à dignidade de “Episcopal Santuário de Nossa Senhora Aparecida”. Em 1904, por ordem do Papa Pio X, a imagem foi solenemente coroada e em 1908 foi concedido ao santuário o título de Basílica Menor. Em 1930 o Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil “para promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à Imaculada Mãe de Deus”. Assim ela recebe o manto azul que tem a bandeira do Brasil e também a bandeira do Vaticano, mostrando que Nossa Senhora é a mãe da Igreja e é a padroeira do Brasil. Em 1967, o Papa Paulo VI homenageou Nossa Senhora Aparecida com uma “Rosa de Ouro”. Em 1952 iniciou-se a construção da nova Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, solenemente dedicada pelo Papa João Paulo II em 1980.
Outro detalhe na imagem de Nossa Senhora Aparecida, são as suas mãos postas, em oração. Ela nos ensina que devemos rezar sempre. Em 1978 quando a imagem ainda ficava na Antiga Basílica, um louco protestante aproximou onde a imagem estava, quebrou o vidro e quando os guardas se aproximaram, jogou-a com força no chão e ela se quebrou em um montão de pedacinhos, sendo depois toda restaurada. Mas um fato chamou a atenção nesse acontecimento: mesmo a imagem tendo se quebrada por inteiro, as suas mãozinhas postas, mesmo minúsculas, não se quebraram. Deus também quis nos falar nesse acontecimento: Aconteça o que acontecer em nossa vida, pode quebrar tudo, podemos perder tudo o que tivermos, até mesmo toda família, jamais devemos perder a nossa fé. E Maria nos dá esse testemunho: mesmo vendo seu único filho morrer pregado na cruz, ela não perdeu a fé. Pelo contrário, ela e outras mulheres foram quem reuniram novamente os apóstolos que já tinham perdido as esperanças na ressurreição. Assim, Nossa Senhora nos ajuda a entender que o nosso único caminho de salvação é o caminho de Jesus. Ele é o verdadeiro messias, o nosso Salvador. Que a nossa Segurança e a nossa Força estejam sempre em Jesus. E confiando unicamente na sua Palavra, sigamos o seu exemplo e sejamos também nós defensores da vida e construtores do Reino de Deus na prática do amor fraterno. Que Nossa Senhora Aparecida interceda a Jesus por cada um de nós e especialmente pelo nosso Brasil, para que sejamos um povo mais irmão, fraterno e justo e fiel no seguimento à Jesus! Amém!
O site Apostolado Litúrgico lançou seu novo site. Desde 2013, a loja online seguia o mesmo layout e proposta de e-commerce. Neste ano de 2018, a renovação foi total na proposta visual e também como comunicação.
Apesar de usar o mesmo domínio, apostoladoliturgico.com.br, o site do Apostolado Litúrgico agora faz parte de um novo conceito de portal. Ele está dentro do pddm.org.br que reúne todas as formas apostólicas das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre.
O site está com algumas novidades e possibilidades já comuns, mas que com a plataforma anterior não era possível. O site do Apostolado Litúrgico está com uma promoção de lançamento até 10 de novembro de 2018: todo o site com 15% de desconto. Para conseguir o desconto, é obrigatório o cadastramento no site. Alem disto, há camisas com 30% de desconto. Os descontos não são cumulativos e são válidos somente no site.
As irmãs junioristas Pias Discípulas que estão para fazer os votos perpétuos no próximo ano estão reunidas em Roma para um trimestre de formação espiritual. Aqui do Brasil estão as irmãs Danielle e Selma. São irmãs de 8 nações reunidas para partilhar a vida e aprofundar no conhecimento do carisma e missão das Pias Discípulas.
No processo de redesenho da presença da Congregação no mundo, este projeto pode ser uma forma dos novos rostos conhecerem as diversas realidades e culturas. Esta semana está marcada pelo retorno às fontes. As jovens irmãs visitam os lugares onde o Bem Aventurado Tiago Alberione e sua numerosa Família Paulina iniciaram esta resposta de amor ao chamado do Mestre Divino, Caminho, Verdade e Vida.
Acima uma reflexão sobre o livro da Sabedoria, livro da Justiça e Teologia Política com a ir. Tea Frigério, do CEBI. Esta entrevista feita pelo Frei Gilvander, no dia 19 de agosto de 2018. Colabora na compreensão do livro da Sabedoria a partir da vida do povo.
Livro da Sabedoria – O conhecimento de Deus. Luiz José Dietrich em entrevista a frei Gilvander. 19/8/2018.
Com o Concílio Vaticano II houve uma grande valorização da Bíblia, com o Documento DEI VERBUM (Palavra de Deus). O Concílio, além de pedir à Igreja que colocasse a Bíblia no centro de todas as suas ações, sugeriu ainda que a Bíblia voltasse para as mãos do povo e, assim, a Bíblia foi encontrando novamente seu espaço no centro das comunidades. Portanto, foi desse movimento gerado a partir do Concílio Vaticano II, que nasceu o Mês da Bíblia.
A primeira celebração do Mês da Bíblia no Brasil aconteceu em 1971, em Belo Horizonte, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte. E essa celebração foi levada adiante com a colaboração efetiva do Serviço de Animação Bíblica – SAB. O mês de setembro foi escolhido pelo fato de que no dia 30 de setembro a Igreja celebra São Jerônimo, grande estudioso da Bíblia e tradutor da Bíblia para o latim, a Vulgata.
Cada ano, o Mês da Bíblia é marcado por um tema que convida à leitura, ao estudo e à reflexão de um livro bíblico. Nesse ano de 2018, o Mês da Bíblia nos convida a conhecer melhor o Livro da Sabedoria e tem como tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”; e com o lema: “A Sabedoria é um espírito amigo do ser humano” (Sb 1,6).
Nesse vídeo, frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e biblista do CEBI, entrevista Luiz José Dietrich, também biblista do CEBI, que nos ajuda a compreender melhor o Livro da Sabedoria, especificamente no que está registrado nos capítulos 13, 14 e 15, que falam sobre “O Conhecimento de Deus”. Uma abordagem contundente que merece e deve ser acompanhada com atenção para que possamos nos conscientizar melhor do que seja verdadeiramente conhecer Deus, seguir Jesus de Nazaré e no que implica, de fato, esse seguimento.
*Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Brasília, DF, 19/8/2018.
* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos. #FreiGilvander
Neste mês da bíblia, as comunidades são convidadas a celebrar e refletir o livro da Sabedoria. Tanto a CNBB quanto a Editora Paulinas com o CEBI lançaram um livro que ajuda no aprofundamento do bíblico comunitário.
A temática deste ano é “Para que n’Ele nossos povos tenham vida – A sabedoria é um espírito amigo do ser humano”. Ou seja, a Sabedoria é uma expressão da amizade de Deus por nós, seres humanos. Este livro nos ajudará no aprofundamento da Sabedoria.
Segundo o texto base que auxilia na leitura e estudo da primeira parte literária do Livro da Sabedoria (Sb 1, 1-6,21), o objetivo principal da motivação deste estudo é uma adequada compreensão do texto de forma comunitária e individual.
Por ser um livro pouco conhecido e pouco lido, além de estar ausente na Bíblia dos protestantes, o estudo individual e comunitário auxiliará na visão mais completa do livro e, por conseguinte, ajudará na melhor compreensão da sua mensagem.
Outro livro que pode ajudar no processo de estudo é do Frei Carlos Mesters e Franciso Orofino. O valor é super em conta: apenas R$ 3,80 e a linguagem é fácil, clara e objetiva. Ele traz uma explicação da deste bramo proposto para este mês da Bíblia. Abaixo o link para compra.
À luz da temática “Despertai o mundo com a luz do Evangelho” os Cooperadores da Família Paulina no Brasil concluíram o Centenário com uma Romaria ao Santuário de Aparecida (SP), no dia 30 de junho de 2018, com momentos de reflexão, testemunho e partilha. Ao final, foi feito o envio e bênção com a entrega do Santo Evangelho para cada um.
Uma Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida, com 550 participantes, membros da Família Paulina, familiares, marcou o encerramento do Centenário no Cooperadores Paulinos do Brasil como Família Paulina. A programação foi organizada em conjunto por Irmãs e Cooperadores das Congregações que mantêm grupos como Paulinas, Discípulas do Divino Mestre e Pastorinhas das Províncias de São Paulo e do Sul, com uma missa, pela manhã, e uma tarde de reflexão e partilha.
A abertura do Ano Centenário – para os grupos de São Paulo – aconteceu no Santuário São Judas Tadeu, em São Paulo, nesta mesma data, presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Comunicação, Dom Devair Araújo da Fonseca.
Na Província do Sul também aconteceu nas diversas regiões com Celebração Eucarística e uma em Caxias do Sul, com todos os grupos da região sul, seguida de uma programação de partilhas de experiências dos grupos, momentos de lazer e um delicioso almoço servido para todos.
Na celebração eucarística presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, os Cooperadores participaram da procissão de entrada levando símbolos do Centenário, como um banner com o lema: “Despertai o mundo com a luz do Evangelho” e o banner do Bem-aventurado Tiago Alberione, fundador da Associação. Acompanhou também as imagens dos Apóstolos Pedro e Paulo e a lamparina de 10 chamas.
O Arcebispo destacou, em sua homilia, a missão evangelizadora da Família Paulina no espírito do Apóstolo Paulo, bem como a coincidência do Ano Centenário da Associação dos Cooperadores Paulinos com o Ano do Laicato para a Igreja do Brasil. Ele exaltou a importância do Apóstolo e foi enfático em afirmar: “Quem quer conhecer Jesus leia uma carta de São Paulo”. Dom Orlando exortou a vivermos o espírito do Apóstolo São Paulo hoje como “Igreja em saída”. Saída de nossas casas para visitar as pessoas e famílias como fez Jesus.
Tarde de reflexão – celebração
Organizada por uma comissão do Centenário formada por Cooperadores, Cooperadoras e Irmãs responsáveis de cada Congregação, a equipe de coordenação deu as boas-vindas aos participantes, destacando este momento de alegria, festa e celebração, neste Ano do Laicato, exortando a terem um coração ardente como o do Apóstolo Paulo. Ir. Ninfa Becker, fsp; Ir. Soeli T. Branco, sjbp; Irmã Vera M. Galvan, pddm; Ir. Elisabete Martins, ijbp).
A coordenação do encontro ficou a cargo de Neusa Alves – “Cooperadores Paulinos para o Evangelho” (CPPE – Paulinas); Maria Ivete Ursulina Santos – “Amigos do Divino Mestre” (Discípulas); e Arnaldo Poletto – “Amigos de Jesus Bom Pastor” (Pastorinhas).
Na saudação aos participantes, as Provinciais reafirmaram o sentido da celebração de um Centenário. Irmã Maria Antonieta Bruscato, FSP, destacou o “tesouro” que são os Cooperadores na grande árvore da Família Paulina com todas as cores do mundo. Leigos com sabor de futuro, capazes de sonhar, lembrando que devemos “fazer a todos a caridade da verdade”. Irmã Marilez Furlanetto, DDM, ressaltou que Alberione se deixou tocar pela espiritualidade missionária de Paulo. Deixou-se seduzir pelo Senhor e pelo chamado que é dom do Espírito. Irmã Bertila Picelli, SJBP, representou a Irmã Maria de Fatima Piai, em viagem pelo Gabão, e transmitiu a sua saudação lembrando que celebrar 100 anos é gratificante e exortou a entrar no coração de Alberione e crescer na experiência paulina. Irmã Adriana Cortelini, SJBP, lembrou o Fundador ao dizer que a Associação começou no dia dos Apóstolos Pedro e Paulo, portadores de Cristo, que trazem muitas virtudes, o espírito pastoral. Lembrou o Ano do Laicato e as palavras do Papa Francisco: não apagar o fogo profético e o lema “Despertai o mundo com a luz do Evangelho”.
A geografia dos cooperadores no Brasil
A coordenação ficou por conta de cooperadores da comissão do Centenário que também apresentou os grupos de Cooperadores existentes e presentes no evento, resultando presenças em 20 estados, 35 cidades, num total de 671 Cooperadores com e em caminho para fazer a Promessa.
O grupo ligado às Paulinas intitula-se “Cooperadores Paulinos para o Evangelho”. Iniciou sua organização em 2007 e hoje são cerca 264, em 17 grupos, sendo que 98 fizeram a Promessa.
As Discípulas do Divino Mestre iniciaram a organização entre os anos de 1996 e 2002, com o Boletim intitulado “Amigos do Divino Mestre”, direcionado aos Cooperadores da missão e, também, aos familiares das Irmãs e jovens. Em 2013, respondendo ao apelo do 8º Capítulo Geral, criou-se uma Comissão de Irmãs para retomar o Estatuto da Associação e elaborar um projeto de constituição de grupos de CP-ADM e formação de seus membros em vista da missão. Assim foi feito e atualmente estão organizados em sete grupos, hoje os Cooperadores são 80.
Na Província Jesus Bom Pastor com sede em Caxias do Sul (RS), as Irmãs Pastorinhas começaram a se reunir nos anos de 1998 a 2000 nas festas da Congregação. Nos anos de 2003 a 2005, após uma formação carismática com todas as Irmãs da Província, as Irmãs assumiram com mais clareza, entendendo o valor dos leigos e leigas que partilham o mesmo Carisma. Hoje são 15 grupos, dos quais um é formado por jovens, e os Cooperadores somam com promessa 167. Dentre eles, cerca de 50 estão próximos ao caminho para a Promessa. Já as Pastorinhas de São Paulo iniciaram a organização em 2005 com os “Amigos de Jesus Bom Pastor” e atualmente são 150 organizados em nove grupos.
Momento de testemunhos
A programação dedicou um tempo para ouvir testemunhos de dois Cooperadores por Província, com a pergunta: o que significa para mim ser um Cooperador paulino hoje? Talvez se possa sintetizar os depoimentos dos que testemunharam, em alguns traços que dizem respeito à vocação do cristão leigo:
– um chamado e encantamento pela espiritualidade paulina, com os matizes do carisma da comunicação, do serviço pastoral e do serviço à liturgia;
– a formação que os ajuda na vivência pessoal e no serviço à comunidade e à sociedade, sobretudo a Palavra de Deus meditada e pregada;
– o desafio de pensar o apostolado com o espírito de São Paulo onde quer que estejamos;
– o desafio de ser sal e luz do mundo na missão;
– o testemunho de alegria percebido nas Irmãs.
– a graça de viver este Primeiro Centenário. Quem foi a Roma sentiu muito de perto a experiência de universalidade.
– a importância da união e conhecimento dos cooperadores das outras Províncias, algo reforçado também pela Convenção em Roma e que se concretizou durante o Ano Centenário, especialmente neste encontro.
A animação do encontro da tarde ficou a cargo do Grupo Chamas das irmãs Paulinas, jovens cooperadores paulinos e membros da Família Paulina.
O Centenário na experiência dos Cooperadores Paulinos
Esta reportagem entrevistou alguns Cooperadores presentes no evento, perguntando o que significa viver este Centenário. Para Agenor Sousa, de São Luís (MA), CPPE desde 2007, o que lhe “tocou o coração foi perceber que a ideia de Alberione, há 100 anos, sobre a importância do leigo na Igreja, se confirmou hoje nas palavras de Dom Orlando, quando falou do laicato”. Para a amiga de Jesus Bom Pastor, Sirley Diniz Boza, de Campo Grande (MS), Cooperadora desde o ano 2000, o Ano Centenário “é uma graça, e a certeza de que está fazendo história junto à Família Paulina”. Ela teve a graça de participar do Congresso de Roma.
Para Terezinha Donato, do Rio de Janeiro (RJ), amiga do Divino Mestre desde 1997, “viver este Centenário é confirmar a fé na missão e bênção de Jesus Mestre; a caminho, agradeço”. A CPPE desde 2012, Maria Lúcia Gomes Silva, de Osasco (SP), afirma que viver este Centenário é “uma caminhada de luz que tem iluminado o trabalho de evangelização na luz do Espírito Santo. Ser Cooperadora é ser luz, levar a luz”. O amigo de Jesus Bom Pastor, José Ronaldo Macário, de Tupanatinga (PE), afirma: “Estou muito feliz com o Centenário dos Cooperadores Paulinos, onde estivemos juntos, nós povo de vários lugares, na missão de evangelizar. Tudo isso ajuda a sermos melhores e a amar mais o próximo. A partir do momento em que comecei a participar desta Associação, senti o apelo de ajudar a comunidade a viver melhor o Evangelho, promovendo encontros com o conteúdo preparado para o Centenário, reunindo as famílias da comunidade para que o Evangelho seja conhecido, amado e vivido por nossos vizinhos e amigos que até então não tínhamos o exercício da Leitura Orante nesta localidade”.
Segundo o Amigo de Jesus Bom Pastor, Vitalino Martins, de Bodoquena (MS), Cooperador desde 2010, o Centenário “é uma oportunidade de viver o carisma, conhecer os lugares do Fundador, intensificar a cooperação, vivendo em contínua conversão”. Ele participou do Congresso Internacional em Roma. O casal, Amigos do Divino Mestre, Janer e Rosenira Samuel, de Manaus (AM), Cooperadores Amigos do Divino Mestre desde 2014, vive com intensidade os encontros de formação e espiritualidade e, para eles, viver o Centenário “é motivo de júbilo e emoção por termos sido convidados a participar da missa de Aparecida no presbitério, foi um momento ímpar”. Ficaram muito tocados com a reflexão de Dom Orlando sobre a vida e atitudes de Paulo. Por sua vez, o amigo de Jesus Bom Pastor, Arnaldo Poletto, diz que viver o Centenário “é revisitar o passado, rever as raízes para produzir frutos hoje na perspectiva do Evangelho da justiça e da solidariedade, como missão”.
Segundo André L. Kawahala, de São Paulo (SP), CPPE desde 2007, é “entender mais qual a missão do leigo no carisma paulino, na Igreja e na sociedade; na missão procuro compreender e comunicar a face de Jesus Mestre para as pessoas e, sobretudo, para a família”. A amiga de Jesus Bom Pastor, de Tupanatinga (PE), Maria Helena Cursino de Melo diz: “É muito importante para mim a espiritualidade que me ajuda a partilhar, aprender a me colocar no lugar do outro e fortalece a minha vida. Às pessoas que fazem parte dos Cooperadores Paulinos recomendo que participem sempre dos encontros do grupo, tenham presente a mensagem de Alberione, baseada nos escritos paulinos, um meio para alcançarmos os objetivos de Paulo: chegar aos irmãos mais afastados”.
Despertai o mundo com a luz do Evangelho!
O tema do Ano Centenário foi abordado pelo provincial dos Paulinos, padre Luís Miguel Duarte, em três tópicos: as origens, o patrono Paulo Apóstolo e propostas para os Cooperadores Paulinos. Padre Luís Miguel começou dizendo que Alberione tinha um “infreável ardor apostólico” e, desde a passagem do século, sentiu que precisava se preparar para fazer alguma coisa. E o que o preocupava era a “boa imprensa”, contrapondo-se à “má imprensa”, entendendo-se imprensa por todas as publicações da época. O provincial fez um percurso histórico trazendo fragmentos dos escritos de Alberione a respeito de como pensou os Cooperadores e, segundo ele, pode-se afirmar que “nasceram com a Pia Sociedade de São Paulo”. Lembrou o tipo de cooperação como orações, ofertas e obras.
Sobre o Patrono, pe. Luís Miguel lembrou que São Paulo cultivava grande amor por Jesus Cristo e citou diversos textos de suas cartas, dentre eles Gl 2,20, que, segundo pesquisas do padre Roatta, é a mais citada por Alberione e se constitui o fundamento. O segundo ponto é que Paulo é imbuído de imenso zelo apostólico: “Faço tudo pelo evangelho” (1Cor 9,23), sofro pelo Evangelho. E por fim lembrou a ternura do Apóstolo “…desse modo, querendo-vos bem, quisemos vos entregar não somente o Evangelho de Deus, mas também nossas vidas, porquanto vos tornastes amados a nós” (Ts 2,8).
O terceiro ponto abordado foram propostas, lembrando que em 1920 o Fundador falava de ter uma casa própria e os Cooperadores ajudaram financeiramente, recolhendo ofertas para isso. Considerou que o Centenário no Ano do Laicato celebra uma presença organizada. E no item o que se espera dos Cooperadores foi elencando alguns tópicos: fazer crescer em nós o amor de Cristo; contato diário com a Palavra de Deus; aumento do conhecimento do Apóstolo – imbuir-se do amor por todos os povos (1Cor 9,16); evangelizar – tornar Jesus Cristo conhecido pela palavra oral, escrita, de todas as formas, pelas redes sociais; a credibilidade – “Façam a todos a caridade da verdade”; testemunho de vida cristã onde estivermos, na universidade, no tempo livre, no trabalho.
O palestrante lembrou que, em 1954, o Fundador assim definiu os Cooperadores: “Pessoas que compreendem a situação atual e a eficácia dos meios de comunicação”. Daí decorre que os Cooperadores são os primeiros promotores vocacionais, por isso, têm como missão promover vocações para a Família Paulina. E concluiu sua fala com essa afirmação: “Revolucionai o mundo com a luz do Evangelho!”.
Bênção e envio
Coroando o Centenário, os Paulinos presentes, Padre Luís Miguel Duarte, Padre Antonio Silva e Padre José Carlos invocaram as bênçãos de Deus sobre os Cooperadores e fizeram o envio. Num gesto simbólico, as Irmãs Provinciais entregaram a cada Cooperador e Cooperadora um exemplar do Santo Evangelho, o Cristo Palavra a ser vivido e anunciado na vida e missão.