TEMPO DE ESPERANÇA E DISCERNIMENTO: A IGREJA VIVE O LUTO PELA MORTE DO PAPA FRANCISCO E SE PREPARA PARA O CONCLAVE

Com a morte do Papa Francisco em 21 de abril de 2025, a Igreja Católica entra em um tempo de vacância da Sé Apostólica. É um momento marcado por luto e oração, mas também por esperança e responsabilidade, no qual os cardeais se preparam para a solene tarefa de eleger o novo Sucessor de Pedro. Fiéis em todo o mundo unem-se em súplica ao Espírito Santo, pedindo luz para esse tempo decisivo da vida eclesial.

O que é o Conclave?

O termo conclave vem do latim cum clave – “com chave” – e designa tanto o local quanto o processo pelo qual os cardeais da Igreja Católica elegem um novo Papa. A tradição remonta ao século XIII e expressa o espírito de recolhimento, silêncio e discernimento exigido dos eleitores.

O episódio que consolidou o uso do termo ocorreu em 1270, em Viterbo, então sede papal. Cansados da demora dos cardeais para eleger um novo Papa, os cidadãos da cidade trancaram-nos no palácio episcopal e até removeram parte do telhado para forçá-los a tomar uma decisão. O resultado foi a eleição do Papa Gregório X. A cidade italiana recorda o evento com uma exposição permanente, inaugurada em 2016.

Apesar disso, o primeiro pontífice eleito “cum clave”, de forma restrita e reservada, foi o Papa Gelásio II, em 1118, no Mosteiro de São Sebastião, em Roma.

O perfil do Conclave de 2025

De acordo com o site Vatican News, no dia 7 de maio de 2025, 133 cardeais com menos de 80 anos entrarão na Capela Sistina para eleger o 267º Papa da Igreja Católica. Dos 135 cardeais eleitores existentes, dois estarão ausentes. Os eleitores representam 71 países dos cinco continentes: 53 europeus, 37 americanos (sendo 16 da América do Norte, 4 da América Central e 17 da América do Sul), 23 asiáticos, 18 africanos e 4 da Oceania.

Este Conclave será marcado por uma diversidade inédita. Quinze países terão pela primeira vez cardeais eleitores nativos: Haiti, Cabo Verde, Mianmar, Papua Nova Guiné, Suécia, Luxemburgo, República Centro-Africana, Malásia, Ruanda, Timor-Leste, Tonga, Singapura, Paraguai, Sudão do Sul e Sérvia.

O eleitor mais jovem é Dom Mikola Bychok, ucraniano radicado na Austrália, com 45 anos. O mais idoso é Dom Carlos Osoro Sierra, da Espanha, com 79 anos. A faixa etária predominante é a dos nascidos em 1947 – são 13 cardeais.

Cinco dos eleitores foram criados cardeais por São João Paulo II, 22 por Bento XVI e 108 por Francisco. Os cardeais também representam uma pluralidade de espiritualidades: 33 pertencem a 18 ordens religiosas. Os salesianos são os mais numerosos, com cinco cardeais; seguem-se os franciscanos (OFM), os jesuítas (SJ) e os franciscanos conventuais (OFMConv).

Também participam dominicanos, lazaristas, redentoristas, verbitas, agostinianos, capuchinhos, carmelitas descalços, cistercienses, espiritanos, scalabrinianos, missionários da Consolata e do Sagrado Coração de Jesus.

Um processo guiado pelo Espírito Santo

De acordo com o Código de Direito Canônico (cân. 349), cabe ao Colégio dos Cardeais eleger o novo Papa e auxiliar o pontífice no governo da Igreja. A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis estabelece que apenas os cardeais com menos de 80 anos na data da vacância da Sé Apostólica têm direito a voto.

Assim, enquanto o mundo acompanha com expectativa os dias que se aproximam, a Igreja confia este tempo de discernimento à ação do Espírito Santo, pedindo que conduza os eleitores a escolherem o novo pastor que guiará o rebanho de Deus.

Lista completa dos 135 cardeais eleitores (ordem pelo país de origem):

  1. Dom Stephen Brislin – África do Sul
  2. Dom Reinhard Marx – Alemanha
  3. Dom Gerhard Ludwig Müller – Alemanha
  4. Dom Rainer Maria Woelki – Alemanha
  5. Dom Jean-Paul Vesco – Argélia
  6. Dom Vicente Bokalic Iglic – Argentina
  7. Dom Víctor Manuel Fernández – Argentina
  8. Dom Mario Aurelio Poli – Argentina
  9. Dom Ángel Sixto Rossi – Argentina
  10. Dom Jozef De Kesel – Bélgica
  11. Dom Vinko Puljić – Bósnia e Herzegovina
  12. Dom João Braz de Aviz – Brasil
  13. Dom Paulo Cezar Costa – Brasil
  14. Dom Sérgio da Rocha – Brasil
  15. Dom Odilo Pedro Scherer – Brasil
  16. Dom Jaime Spengler – Brasil
  17. Dom Leonardo Ulrich Steiner – Brasil
  18. Dom Orani João Tempesta – Brasil
  19. Dom Philippe Ouédraogo – Burquina Fasso
  20. Dom Arlindo Gomes Furtado – Cabo Verde
  21. Dom Thomas Christopher Collins – Canadá
  22. Dom Michael Czerny – Canadá
  23. Dom Gérald Cyprien Lacroix – Canadá
  24. Dom Frank Leo – Canadá
  25. Dom Fernando Chomalí Garib – Chile
  26. Dom Lazarus You Heung-sik – Coreia do Sul
  27. Dom Ignace Bessi Dogbo – Costa do Marfim
  28. Dom Jean-Pierre Kutwa – Costa do Marfim
  29. Dom Josip Bozanić – Croácia
  30. Dom Juan García Rodríguez – Cuba
  31. Dom Luis Gerardo Cabrera Herrera – Equador
  32. Dom Luis José Rueda Aparicio – Equador
  33. Dom Antonio Cañizares Llovera – Espanha
  34. Dom José Cobo Cano – Espanha
  35. Dom Ángel Fernández Artime – Espanha
  36. Dom Cristóbal López Romero – Espanha
  37. Dom Juan José Omella Omella – Espanha
  38. Dom Carlos Osoro Sierra – Espanha
  39. Dom Raymond Leo Burke – Estados Unidos
  40. Dom Blase Joseph Cupich – Estados Unidos
  41. Dom Daniel DiNardo – Estados Unidos
  42. Dom Timothy Michael Dolan – Estados Unidos
  43. Dom Kevin Joseph Farrell – Estados Unidos
  44. Dom Wilton Daniel Gregory – Estados Unidos
  45. Dom James Michael Harvey – Estados Unidos
  46. Dom Robert Walter McElroy – Estados Unidos
  47. Dom Robert Francis Prevost – Estados Unidos
  48. Dom Joseph William Tobin – Estados Unidos
  49. Dom Berhaneyesus Souraphiel – Etiópia
  50. Dom Jose Fuerte Advincula – Filipinas
  51. Dom Pablo Virgilio David – Filipinas
  52. Dom Luis Antonio Tagle – Filipinas
  53. Dom Jean-Marc Aveline – França
  54. Dom Philippe Barbarin – França
  55. Dom François-Xavier Bustillo – França
  56. Dom Dominique Mamberti – França
  57. Dom Christophe Pierre – França
  58. Dom Peter Turkson – Gana
  59. Dom Álvaro Leonel Ramazzini Imeri – Guatemala
  60. Dom Robert Sarah – Guiné
  61. Dom Chibly Langlois – Haiti
  62. Dom Stephen Chow Sau-yan – Hong Kong
  63. Dom Péter Erdő – Hungria
  64. Dom Filipe Neri Ferrão – Índia
  65. Dom George Jacob Koovakad – Índia
  66. Dom Anthony Poola – Índia
  67. Dom Baselios Cleemis Thottunkal – Índia
  68. Dom Ignatius Suharyo – Indonésia
  69. Dom Vincent Nichols – Inglaterra
  70. Dom Timothy Radcliffe – Inglaterra
  71. Dom Arthur Roche – Inglaterra
  72. Dom Dominique Mathieu – Irão
  73. Dom Louis Raphaël Sako – Iraque
  74. Dom Pierbattista Pizzaballa – Israel
  75. Dom Fabio Baggio – Itália
  76. Dom Domenico Battaglia – Itália
  77. Dom Giuseppe Betori – Itália
  78. Dom Oscar Cantoni – Itália
  79. Dom Angelo De Donatis – Itália
  80. Dom Fernando Filoni – Itália
  81. Dom Mauro Gambetti – Itália
  82. Dom Claudio Gugerotti – Itália
  83. Dom Augusto Paolo Lojudice – Itália
  84. Dom Francesco Montenegro – Itália
  85. Dom Pietro Parolin – Itália
  86. Dom Giuseppe Petrocchi – Itália
  87. Dom Baldassare Reina – Itália
  88. Dom Roberto Repole – Itália
  89. Dom Marcello Semeraro – Itália
  90. Dom Mario Zenari – Itália
  91. Dom Matteo Maria Zuppi – Itália
  92. Dom Tarcisius Isao Kikuchi – Japão
  93. Dom Thomas Aquino Manyo Maeda – Japão
  94. Dom Rolandas Makrickas – Lituânia
  95. Dom Jean-Claude Höllerich – Luxemburgo
  96. Dom Désiré Tsarahazana – Madagáscar
  97. Dom Sebastian Francis – Malásia
  98. Dom Mario Grech – Malta
  99. Dom Carlos Aguiar Retes – México
  100. Dom Francisco Robles Ortega – México
  101. Dom Giorgio Marengo – Mongólia
  102. Dom Charles Maung Bo – Mianmar
  103. Dom Leopoldo José Brenes – Nicarágua
  104. Dom Peter Ebere Okpaleke – Nigéria
  105. Dom John Atcherley Dew – Nova Zelândia
  106. Dom Willem Jacobus Eijk – Países Baixos
  107. Dom John Ribat – Papua-Nova Guiné
  108. Dom Joseph Coutts – Paquistão
  109. Dom Adalberto Martínez Flores – Paraguai
  110. Dom Carlos Castillo Mattasoglio – Peru
  111. Dom Konrad Krajewski – Polónia
  112. Dom Kazimierz Nycz – Polónia
  113. Dom Stanisław Ryłko – Polónia
  114. Dom Grzegorz Ryś – Polónia
  115. Dom Américo Alves Aguiar – Portugal
  116. Dom José Tolentino Calaça de Mendonça – Portugal
  117. Dom António dos Santos Marto – Portugal
  118. Dom Manuel Clemente – Portugal
  119. Dom John Njue – Quênia
  120. Dom Dieudonné Nzapalainga – República Centro-Africana
  121. Dom Fridolin Ambongo Besungu – República Democrática do Congo
  122. Dom Antoine Kambanda – Ruanda
  123. Dom László Német – Sérvia
  124. Dom William Seng Chye Goh – Singapura
  125. Dom Albert Malcolm Ranjith – Sri Lanka
  126. Dom Stephen Ameyu Martin Mulla – Sudão
  127. Dom Anders Arborelius – Suécia
  128. Dom Kurt Koch – Suíça
  129. Dom Emil Paul Tscherrig – Suíça
  130. Dom Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij – Tailândia
  131. Dom Protase Rugambwa – Tanzânia
  132. Dom Virgílio do Carmo da Silva – Timor-Leste
  133. Dom Soane Patita Paini Mafi – Tonga
  134. Dom Mykola Bychok – Ucrânia
  135. Dom Daniel Sturla Berhouet – Uruguai

TERÇA-FEIRA SANTA: ACOMPANHAR JESUS NA LITURGIA

À medida que avançamos, a liturgia da Terça-feira Santa nos convida a mergulhar mais profundamente no mistério da entrega de Jesus. As leituras de hoje revelam, em harmonia, um drama de missão, confiança e traição — e nos chamam a acompanhar o Senhor com o coração atento e fiel.

Em Isaías 49,1-6, ouvimos o chamado do Servo de Deus, escolhido desde o seio materno para ser “luz para as nações”. Ele enfrenta o aparente fracasso de sua missão — “cantei inutilmente, gastei minhas forças sem resultado” —, mas encontra em Deus sua força e recompensa. Esta figura profética se cumpre plenamente em Jesus, que caminha rumo à cruz com fidelidade inabalável, mesmo diante da rejeição e do sofrimento. O texto nos recorda que a verdadeira medida do êxito não está no aplauso do mundo, mas na obediência ao chamado de Deus.

O Salmo 70(71) é a oração de quem confia profundamente, mesmo nas tribulações. “Em vós, Senhor, me refugio” — canta o salmista —, expressando a confiança de quem caminha com Deus desde a juventude. Assim como Jesus que, mesmo traído e abandonado, permanece unido ao Pai, também somos convidados a buscar refúgio em Deus nos momentos de dor, dúvida e solidão.

O Evangelho de João 13,21-33.36-38 nos insere diretamente no clima da Última Ceia. Jesus, profundamente comovido, anuncia a traição de um dos seus. Judas sai da mesa, e João nos diz: “Era noite.” Não apenas no céu, mas também no coração de quem escolhe o caminho da infidelidade. Pedro, por sua vez, promete seguir Jesus até a morte, mas Jesus o adverte: “Tu me negarás três vezes”. As palavras de Jesus não são condenatórias, mas reveladoras da fragilidade humana — e também da misericórdia divina que nunca nos abandona.

Neste dia, a liturgia nos ensina que acompanhar Jesus é mais do que seguir seus passos fisicamente: é partilhar de sua missão, sua entrega, sua fidelidade, mesmo quando tudo parece escuro. É reconhecer que, como Pedro, também podemos falhar, mas somos chamados a recomeçar, com a graça daquele que conhece nossas fraquezas e mesmo assim nos ama.

A Terça-feira Santa nos convida a silenciar, a estar com Jesus na intimidade da Ceia, a olhar para dentro de nós e perguntar: Sou luz ou estou escolhendo a noite? Tenho confiado em Deus ou nas minhas próprias forças? Acompanhar Jesus na liturgia é permitir que essas palavras penetrem o coração e moldem nossa vida.

A Noite como Símbolo da Escuridão Interior

Essa expressão — “Era noite”, presente em João 13,30 — é breve, mas carrega um profundo simbolismo espiritual. No contexto do Evangelho, ela descreve o momento em que Judas sai da Ceia para consumar a traição. Mas, além de indicar o tempo do dia, “noite” aqui tem uma dimensão teológica e espiritual densa, que fala diretamente ao coração dos cristãos.

Na espiritualidade cristã, a noite muitas vezes representa o distanciamento de Deus, a perda de sentido, a confusão, o pecado. Judas não apenas sai fisicamente da presença de Jesus — ele entra espiritualmente na escuridão de suas escolhas. É o momento em que ele fecha o coração à luz, e, ao fazer isso, mergulha na noite mais profunda: a da alma afastada do amor.

“Era noite” — não só do lado de fora, mas dentro dele.

O Caminho Espiritual e a Escolha pela Luz

Para os cristãos, essa frase é um alerta e um convite. Ela nos lembra que o seguimento de Cristo passa por decisões concretas. Toda vez que negamos a verdade, que nos deixamos levar por interesses egoístas, que traímos os valores do Evangelho, também escolhemos a noite. E muitas vezes, essa noite se apresenta de forma sutil: um silêncio conveniente, uma omissão, uma palavra que fere, uma atitude que esfria o amor.

Mas o Evangelho não termina na noite. Jesus, Luz do mundo, enfrenta a noite da traição, do abandono e da cruz, para que nós nunca mais tenhamos que permanecer nela. Ele caminha conosco dentro das nossas noites — e é isso que transforma a escuridão em possibilidade de conversão.

A Noite como Lugar de Escolha e Esperança

Espiritualmente, “era noite” pode ser também o lugar do recomeço. Foi na noite que Pedro prometeu fidelidade e fracassou — mas também foi perdoado. Foi na noite que os discípulos fugiram — mas depois voltaram. A noite pode ser o tempo do erro, mas também pode ser o início de um novo amanhecer, se escolhemos voltar à luz.

“Era noite” é, então, uma frase que provoca o nosso coração:

  • Onde tenho escolhido a escuridão?
  • Que áreas da minha vida precisam ser tocadas pela luz de Cristo?
  • Estou caminhando com Jesus ou saindo às escondidas como Judas?

Na espiritualidade cristã, esta frase nos chama a vigiar o coração, a reconhecer que todos nós somos frágeis como Judas ou Pedro — mas também profundamente amados e chamados à luz.

“Era noite”: quando a humanidade se afasta da Luz

Essa expressão — “Era noite” (Jo 13,30) — quando lida à luz da história da humanidade, ecoa como um diagnóstico doloroso, mas também como um chamado à esperança. Ela não é apenas uma constatação do tempo, mas uma afirmação do estado da alma. Judas sai da presença de Jesus, e a noite cai, como símbolo da escolha pela escuridão. E assim tem sido, tantas vezes, na história humana.

Cada vez que a humanidade escolhe a lógica da guerra em vez do diálogo, a exploração em vez do cuidado, o egoísmo em vez da fraternidade, ela repete esse mesmo gesto de Judas. Sai da Ceia, abandona o lugar da comunhão, do amor partilhado, e mergulha na noite.

A escuridão de conflitos armados, de desigualdades gritantes, de violências contra os mais vulneráveis, e da devastação da criação é, de fato, uma noite espiritual e existencial. É a noite provocada por corações que perderam o rumo da luz, que já não escutam o grito do outro, nem o clamor da terra.

“Era noite” — e ainda é, quando o lucro vale mais do que vidas, quando as bombas falam mais alto que as pontes, quando rios morrem e povos são silenciados.

Mas essa noite não é o fim

O Evangelho de João é profundamente simbólico, e sempre contrapõe luz e trevas. Mas nunca deixa a noite como última palavra. Porque a luz brilha nas trevas, e as trevas não a venceram (Jo 1,5). Mesmo quando a humanidade parece perdida, Deus continua oferecendo sua presença, sua Palavra, sua luz.

Jesus entra na noite, não foge dela. Ele a atravessa — traído, humilhado, crucificado — para redimir a escuridão do mundo com o brilho do amor radical. E esse é o convite para nós: ser pequenas luzes no meio dessa noite global.

Um apelo à consciência e à conversão coletiva

A frase “era noite” também é um espelho que incomoda. Ela nos pergunta:

  • Onde estamos escolhendo a noite como sociedade?
  • Por que ainda naturalizamos a violência, a miséria, a destruição da Terra?
  • Como podemos voltar à mesa da Ceia, onde o amor é servido, e a fraternidade é possível?

A resposta cristã não é o desespero, mas a vigilância ativa, a compaixão comprometida. Somos chamados a ser sentinelas da manhã, aqueles que, mesmo em meio à escuridão, mantêm acesa a chama da esperança.