CHAMADOS À CONVERSÃO: A MISERICÓRDIA E A PACIÊNCIA DE DEUS

Neste 3º Domingo da Quaresma, Ano C, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a necessidade de conversão e a misericórdia de Deus.

Primeira Leitura: Êxodo 3,1-8a.13-15, Moisés, ao apascentar o rebanho de seu sogro Jetro, aproxima-se do monte Horeb e presencia uma sarça ardente que não se consome. Deus o chama do meio da sarça, revelando-Se como o Deus de seus antepassados e manifestando Seu desejo de libertar o povo de Israel da opressão no Egito. Este encontro destaca a santidade de Deus e Sua compaixão diante do sofrimento humano.

No Salmo 102(103),1-2.3-4.8.11, o salmista exalta a bondade e a misericórdia de Deus, que perdoa as faltas, cura enfermidades e resgata a vida da morte. Este salmo reforça a imagem de um Deus compassivo e amoroso, sempre disposto a acolher aqueles que O buscam com sinceridade.

Na Segunda Leitura, retirada de 1 Coríntios 10,1-6.10-12, São Paulo relembra aos coríntios os eventos do Êxodo, enfatizando que, apesar de todos terem recebido as mesmas bênçãos, muitos caíram devido à desobediência e falta de fé. Ele alerta para que não murmuremos e permaneçamos vigilantes, pois quem pensa estar de pé deve cuidar para não cair.

No evangelho de Lucas 13,1-9, Jesus aborda duas tragédias recentes e questiona a ideia de que essas vítimas eram mais pecadoras que outras. Ele enfatiza a necessidade urgente de arrependimento para todos. Na parábola da figueira estéril, o proprietário deseja cortá-la por não produzir frutos, mas o vinhateiro pede mais um ano, comprometendo-se a cuidar dela para que frutifique. Esta parábola ilustra a paciência e misericórdia de Deus, que nos concede tempo e oportunidades para nos convertermos e darmos frutos de boas obras.

Assim, as leituras deste domingo nos chamam à conversão sincera, reconhecendo a presença amorosa de Deus que nos oferece continuamente Sua misericórdia e nos convida a uma vida fecunda em boas ações.

Para aprofundar esta reflexão, você pode assistir ao vídeo a seguir:

SUGESTÕES PARA OS CANTOS NESTA CELEBRAÇÃO:

1 – ABERTURA – EIS O TEMPO DE CONVERSÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=eYz25RU7-Us

2 – SALMO 102 (103) – O SENHOR BONDOSO E COMPASSIVO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=9qMfJ_XD-nc

3 – ACLAMAÇÃO
GLÓRIA E LOUVOR…CONVERTEI-VOS, NOS DIZ O SENHOR
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=dO5TAmbzEXQ

4 – OFERENDAS – O VOSSO CORAÇÃO DE PEDDRA SE CONVERTERÁ
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=nI8LGfCBdp0

10 – COMUNHÃO – TANTO DEUS AMOU O MUNDO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=RLc03QE221k

11 – CANTO FINAL – HINO DA CF
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4

PARTITURAS OU CIFRAS: https://www.arquidiocesedegoiania.org.br/liturgia/cifras-partituras/celebracoes-dominicais/ano-c-2024-2025

A Quaresma com os Padres da Igreja

* Por Padre José Raimundo dos Santos

Neste Primeiro Domingo da Quaresma, muitas Comunidades viverão o início do Segundo Tempo do Catecumenato, o Tempo da Purificação e Iluminação com a Celebração da Eleição ou inscrição do Nome. A Igreja conhece o belo caminho catecumenal de Agostinho de Hipona e propõe na Liturgia das Horas um texto de sua autoria, fruto de seu processo de conversão e do seu coração assimilado ao de Cristo.

Agostinho nasceu em 13 de novembro de 354 em Tagaste, na África, atual Algéria. Ele foi educado por sua mãe Mônica na fé católica, mas não seguiu seu exemplo. Contudo, ela exerceu uma grande influência sobre seu filho e o educou na fé cristã. Agostinho também recebeu sal como sinal de sua aceitação no catecumenato. E ele sempre foi fascinado pela figura de Jesus Cristo; de fato, ele diz que sempre amou Jesus, mas que se afastou cada vez mais da fé eclesial, da prática eclesial, como também acontece hoje com muitos jovens e adultos.

Adolescente animado, espirituoso e exuberante, dedicou-se ao estudo da retórica e seu desempenho foi excelente. Ele ama a vida e seus prazeres, cultiva amizades, persegue amores voluptuosos, adora o teatro e busca diversão e recreação. Depois de seus primeiros estudos em Tagaste e Madaura, ele continuou seu treinamento como retórico, graças ao apoio financeiro de um amigo de seu pai, em Cartago, onde se apaixonou por uma moça. Como ela era de um nível inferior ao seu, ele só pôde torná-la sua concubina, legalmente era impedido de casar-se comela. O fruto desse relacionamento é Adeodato. Agostinho, pai com apenas 19 anos, permanece fiel a essa mulher e assume a responsabilidade de chefe “familiar”. Mas a leitura do livro Hortensius, de Cícero, muda sua maneira de ver as coisas. A felicidade, escreve o grande orador, consiste nos bens que não perecem: sabedoria, verdade, virtude. Agostinho decide, então, ir em busca deles e consagrar-se à pesquisa da Filosofia.

Após sua conversão e Batismo, Agostinho, retornando à África em 388, levou uma vida de retiro por três anos na casa de seu pai em Tagaste, junto com seus amigos, lançando as bases do que mais tarde se tornaria seu estilo de vida religioso específico. Tornando-se sacerdote em 391 e bispo em 395, dedicou toda a sua vida à busca de Deus e a uma intensa atividade pastoral, estabelecendo comunidades religiosas de homens e mulheres, leigos e sacerdotes.

O texto seguinte é do período em que ele era bispo e medita os Salmos com o Povo de Deus.

Comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, (Ps 60, 2-3:CCL39,766).

No Cristo fomos tentados e nele vencemos o demônio

Ouvi, ó Deus, a minha súplica, atendei a minha oração (Sl 60,2). Quem é que fala assim? Parece ser um só: Dos confins da terra a vós eu clamo, e em mim o coração já desfalece (Sl 60,3). Então já não é um só, e, contudo, é somente um, porque o Cristo, de quem todos somos membros, é um só. Como pode um único homem clamar dos confins da terra? Quem clama dos confins da terra é aquela herança a respeito da qual foi dito ao próprio Filho: Pede-me e te darei as nações como herança e os confins da terra por domínio (Sl 2,8).

Portanto, é esse domínio de Cristo, essa herança de Cristo, esse corpo de Cristo, essa Igreja de Cristo, essa unidade que somos nós, que clama dos confins da terra. E o que clama? O que eu disse acima: Ouvi, ó Deus, a minha súplica, atendei a minha oração; dos confins da terra a vós eu clamo. Sim, clamei a vós dos confins da terra, isto é, de toda parte.

Mas por que clamei? Porque em mim o coração já desfalece. Revela com estas palavras que ele está presente a todos os povos no mundo inteiro, não rodeado de grande glória, mas no meio de grandes tentações. Com efeito, nossa vida, enquanto somos peregrinos neste mundo, não pode estar livre de tentações, pois é através delas que se realiza nosso progresso e ninguém pode conhecer-se a si mesmo sem ter sido tentado. Ninguém pode vencer sem ter combatido, nem pode combater se não tiver inimigo e tentações.

Aquele que clama dos confins da terra está angustiado, mas não está abandonado. Porque foi a nós mesmos, que somos o seu corpo, que o Senhor quis prefigurar em seu próprio corpo, no qual já morreu, ressuscitou e subiu ao céu, para que os membros tenham a certeza de chegar também aonde a cabeça os precedeu.

Portanto, o Senhor nos representou em sua pessoa quando quis ser tentado por Satanás. Líamos há pouco no Evangelho que nosso Senhor Jesus Cristo foi tentado pelo demônio no deserto. De fato, Cristo foi tentado pelo demônio. Mas em Cristo também tu eras tentado, porque ele assumiu a tua condição humana, para te dar a sua salvação; assumiu a tua morte, para te dar a sua vida; assumiu os teus ultrajes, para te dar a sua glória; por conseguinte, assumiu as tuas tentações, para te dar a sua vitória.

Se nele fomos tentados, nele também vencemos o demônio. Consideras que o Cristo foi tentado e não consideras que ele venceu? Reconhece-te nele em sua tentação, reconhece-te nele em sua vitória. O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar-se dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação”.


A Igreja começando hoje o Sacramento da Quaresma seu caminho para a Páscoa, contempla o Cristo em oração e jejum, sendo ao mesmo tempo tentado pelo enganador. Em Cristo, a Comunidade cristã descobre a si mesma em todas as tribulações de sua existência desde o princípio. Enquanto Cristo faz os maiores esforços para estar perto de Deus, quem parece mais presente é o maligno, com os problemas diários de subsistência, dinheiro e poder. Não parece um pouco com o nosso itinerário humano?

A situação paradoxal de Cristo sendo tentado expressa também a situação da Igreja, de cada ser humano, da vida humana em geral, que pode ser considerada a grande. tação. Cristo não foge à luta, à tentação da vida com pessimismo resignado, mas com uma confiança inabalável em Deus, que se faz presente entre os homens para que aprendam a dar sentido à sua existência. E a vida é aceita em seu significado insondável, entregando-a a Deus, de quem ela procede e para quem é dirigida.

Assim a vida humana é investida por uma nova luz, por uma nova dimensão, a da fé. Nessa perspectiva, a vida é entendida como liturgia, isto é, como serviço a Deus, e como “Eucaristia”, e, portanto, como oferenda de louvor. Agostinho escreve: “O cristão percebe a vida não tanto como o aspecto da tentação, mas sim como o resultado positivo dessa situação, isto é, Cristo que vence.”

Desde os confins da terra clamo a ti, enquanto meu coração está angustiado” (Sl 60,2).

  1. Você compreende a tentação como oportunidade de avaliação do seu progresso peregrinante na fé?
  2. Você sente em você a tendência de se reconhecer na vitória de Cristo sobre a tentação? 
  3. Para interiorizar: Cristo assumiu a tua morte, para te dar a sua vida; assumiu os teus ultrajes, para te dar a sua glória; assumiu as tuas tentações, para te dar a sua vitória.

Pe. José Raimundo dos Santos

*Padre José Raimundo dos Santos é presbítero da Diocese de Amargosa-BA. É Mestre e Doutorando em Teologia e Ciências Patrísticas Pelo Pontifício Instituto Patrístico Agostiniano de Roma. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Castro Alves/BA.

MISTAGOGIA NO TEMPO DA QUARESMA: UM CAMINHO DE CONVERSÃO E RENOVAÇÃO ESPIRITUAL

Por Ir. Veronice Fernandes, pddm

O texto abaixo “Mistagogia no Tempo da Quaresma” foi escrito pela Ir. Veronice Fernandes, pddm, e é uma reflexão profunda e prática destinada a guiar os fiéis durante o período quaresmal, desde a Quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Ramos e da Paixão. Este material propõe um exercício espiritual que une preparação, participação e reflexão, oferecendo um caminho de conversão e crescimento na fé.

Durante a Quaresma, a Igreja nos convida a vivenciar o jejum, a oração e a esmola como práticas essenciais para a liberdade espiritual, a unificação do coração e a solidariedade concreta. Através da escuta da Palavra, das celebrações litúrgicas e de uma atitude constante de penitência e conversão, os cristãos são chamados a seguir os passos de Jesus rumo à Páscoa.

A proposta mistagógica vai além das celebrações, convidando cada fiel a recordar os ritos, refletir sobre sua experiência espiritual e permitir que o Espírito Santo conduza a oração interior. A inspiração das catequeses de Cirilo de Jerusalém ressalta o valor da iniciação cristã e da participação ativa nos sacramentos.

Este exercício espiritual é um convite para transformar a fé em caridade, promovendo ações concretas de solidariedade e justiça. Com um olhar atento à misericórdia de Deus e à renovação das promessas batismais, a Mistagogia no Tempo da Quaresma busca preparar os fiéis para a vivência plena do mistério pascal.

O CARNAVAL E O SENTIDO PARA A COMUNIDADE CRISTÃ

O Carnaval é uma das maiores celebrações culturais do Brasil e de vários outros países, carregando profundas raízes históricas e sociais. Para a comunidade cristã, no entanto, essa festividade possui um significado especial, muitas vezes ambíguo, que vai além da simples celebração. Embora seja tradicionalmente associada à alegria, à dança e à diversão, o Carnaval está intimamente ligado ao calendário litúrgico cristão, especialmente como uma preparação para a Quaresma, período de reflexão, penitência e jejum.

O Carnaval ocorre imediatamente antes da Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma — um período de 40 dias de introspecção, oração e preparação para a Páscoa, a maior celebração cristã. O próprio nome “Carnaval” deriva do latim carne vale, que significa “adeus à carne”, indicando o começo de um tempo de abstinência e foco espiritual. Para muitos cristãos, essa proximidade entre o Carnaval e a Quaresma representa um contraste: enquanto o Carnaval é visto como um momento de libertação e indulgência, a Quaresma é um convite ao arrependimento e à renovação.

O significado do Carnaval para a comunidade cristã pode ser interpretado de maneiras distintas. De um lado, há aqueles que participam das festividades de forma moderada, enxergando o evento como uma oportunidade de lazer, convivência e alegria. Para esses, o Carnaval é um momento para celebrar com responsabilidade e manter o equilíbrio. Por outro lado, existem aqueles que preferem se afastar da folia, dedicando-se a retiros espirituais e momentos de oração, iniciando assim a vivência do espírito quaresmal.

Nos períodos de Carnaval, os retiros espirituais são uma prática comum em muitas igrejas cristãs, especialmente nas católicas e evangélicas. Esses retiros oferecem um ambiente propício para o recolhimento, o louvor e o estudo da Palavra de Deus, sendo uma alternativa para aqueles que buscam começar a Quaresma de maneira profunda e espiritual. Para os cristãos que preferem esse caminho, o Carnaval se torna um período de maior concentração e renovação espiritual.

O Sentido Negativo do Carnaval para Alguns Cristãos

Apesar de o Carnaval ser uma grande festa cultural, ele carrega uma visão negativa para algumas vertentes do cristianismo, especialmente para aqueles que têm uma abordagem mais conservadora em relação aos comportamentos durante esse período. Para esses cristãos, o Carnaval é frequentemente associado a excessos, festas desenfreadas, consumo excessivo de álcool e comportamentos considerados imorais.

O Carnaval, com sua ênfase em liberdade e transgressão das normas sociais, tem raízes em antigas celebrações pagãs. Sua proximidade com a Quaresma, um tempo de penitência e reflexão, faz com que muitos vejam o evento como um momento de “liberação” de comportamentos considerados inapropriados ou pecaminosos. Para algumas comunidades cristãs, esses excessos podem ser vistos como um afastamento dos princípios de moderação, autocontrole e respeito ao próximo, que são centrais na vida cristã.

Para esses grupos, o Carnaval simboliza um período de indulgência, no qual as pessoas se entregam ao prazer imediato e aos vícios, muitas vezes em desacordo com os valores cristãos de pureza, autocontrole e respeito à dignidade humana. O comportamento excessivo e a busca desenfreada por prazer, que muitas vezes ocorrem durante as festividades, são criticados por alguns cristãos, que os associam à negação dos ensinamentos de Cristo.

A visão negativa do Carnaval também está ligada à comparação com a Quaresma. Enquanto a Quaresma chama os fiéis a um tempo de oração, arrependimento e renúncia, o Carnaval é visto como uma “antítese” dessa preparação espiritual. Para alguns cristãos, o Carnaval é um período de permissividade, onde as normas morais e espirituais são muitas vezes ignoradas, o que gera uma discordância com o espírito de disciplina e reflexão proposto pela Quaresma.

O CARNAVAL COMO UM CONVITE AO EQUILÍBRIO ESPIRITUAL

O verdadeiro sentido do Carnaval para a comunidade cristã pode ser compreendido como um convite ao equilíbrio. Seja por meio da participação nas festividades com moderação ou pelo aprofundamento espiritual em retiros, o importante é que cada cristão viva esse período de maneira consciente. O Carnaval, ao lado da Quaresma, oferece uma oportunidade única para que o cristão se prepare espiritualmente, refletindo sobre sua fé, suas escolhas e seu compromisso com os ensinamentos de Cristo.

CULTIVAR UM CORAÇÃO QUE FLORESCE

A liturgia do 8º Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos convida a olhar para dentro de nós e perceber que nossas palavras e ações refletem aquilo que cultivamos no coração. A forma como falamos e agimos é um espelho do que nutrimos em nosso interior. Se plantamos bondade, paciência e amor, isso se manifestará no mundo à nossa volta. Se, por outro lado, deixamos crescer ressentimentos, críticas e julgamentos, inevitavelmente isso também se refletirá. Por isso, a Palavra de Deus hoje nos convida a cuidar daquilo que alimentamos internamente, para que possamos ser fonte de vida para os outros.

O livro do Eclesiástico (27,5-8) usa imagens simples, mas poderosas, para falar sobre autenticidade. Ele compara a vida com um processo semelhante ao da peneira que separa as impurezas, ou ao fogo que purifica os metais. Quando passamos por desafios, o que é verdadeiro em nós se revela. A forma como reagimos às dificuldades e provações diz muito sobre quem somos. Se nossa fé é só aparência, as tempestades da vida a farão desmoronar. Mas, se estamos enraizados em valores sólidos, enfrentaremos as adversidades com esperança e confiança.

Este trecho também nos ensina que é preciso tempo e paciência para conhecer verdadeiramente alguém. Muitas vezes, julgamos pelas aparências, sem perceber que o que importa está no interior. Em um mundo de redes sociais e impressões rápidas, esse é um lembrete essencial: devemos aprender a olhar além da superfície e valorizar o que é genuíno.

O Salmo 91(92) traz uma mensagem de confiança e esperança. Ele compara aqueles que confiam em Deus a árvores plantadas junto às águas, que dão frutos mesmo em tempos difíceis. Isso nos lembra que a fé não nos isenta de dificuldades, mas nos dá força para continuar crescendo. Muitas vezes, pensamos que o tempo de frutificar passou, que já não há espaço para mudanças ou novos começos. No entanto, Deus nos mostra que sempre há tempo para florescer. Não importa a idade ou a fase da vida em que estamos, podemos continuar crescendo e espalhando bondade ao nosso redor.

Na primeira carta aos Coríntios (15,54-58), São Paulo nos recorda que a morte não tem a última palavra, porque Cristo venceu a morte. Essa é uma mensagem de esperança poderosa, que nos encoraja a continuar firmes, sem desanimar. Nenhuma boa ação é em vão, nenhuma escolha pelo amor é desperdiçada. Às vezes, podemos sentir que nossos esforços para fazer o bem são pequenos diante do mundo, mas Paulo nos lembra que tudo o que fazemos por amor tem valor eterno. A bondade que espalhamos, por menor que pareça, permanece e se multiplica.

O Evangelho de Lucas (6,39-45) aprofunda essa reflexão ao trazer uma imagem clara: “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons.” Jesus nos convida a um olhar sincero sobre nós mesmos. Antes de tentar corrigir os outros, precisamos primeiro trabalhar nosso próprio crescimento. É fácil apontar erros, mas muito mais valioso é buscar o autoconhecimento e a transformação interior.

Jesus nos ensina que nossas palavras e atitudes revelam o que carregamos por dentro. Se nosso coração está cheio de amor, paciência e compaixão, é isso que transmitiremos ao mundo. Se, por outro lado, cultivamos ressentimento e negatividade, isso também se refletirá.

Essa mensagem não é uma cobrança, mas um convite cheio de esperança. Jesus não quer nos condenar, mas nos ajudar a crescer. A cada dia, temos uma nova oportunidade de plantar coisas boas dentro de nós. Podemos escolher nutrir nosso coração com aquilo que traz paz e alegria, para que nossas palavras e gestos se tornem fonte de vida para quem está ao nosso redor.

Na prática, isso significa estar atento ao que consumimos e cultivamos. O que alimenta nosso coração? O que assistimos, ouvimos e lemos nos torna pessoas melhores? Estamos cercados de pessoas que nos inspiram ao bem? Quais são os pensamentos e sentimentos que mais cultivamos no dia a dia? Refletir sobre isso nos ajuda a construir um caminho de mais leveza e amor.

A liturgia deste domingo nos ensina que a transformação não precisa ser algo grandioso ou imediato. Pequenos gestos diários fazem a diferença. Um sorriso, um pedido de desculpas, uma palavra gentil, um momento de oração… Aos poucos, criamos um ambiente onde o bem floresce naturalmente.

Que esta mensagem nos inspire a sermos mais conscientes do que cultivamos dentro de nós. Cada dia é uma nova oportunidade de plantar o bem, de crescer e de espalhar frutos de amor e esperança.

Que possamos ser árvores que florescem e dão frutos de paz, alegria e vida! 🌳💛


SUGESTÕES DE CANTOS PARA A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

8º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 02/03/2025

Sugestões da Arquidiocese de Goiânia

ENTRADA – TODA A TERRA TE ADORE
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=4AgEFpEzwKI

HINO DE LOUVOR – GLÓRIA A DEUS NOS ALTOS CÉUS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ZOasT8hYblU

SALMO 91 (92) – COMO É BOM AGRADECERMOS AO SENHOR
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=fKn9hNCTkx4

Aclamação – ALELUIA… COMO ASTROS NO MUNDO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=5ZSIrgM7srw

OFERENDAS – DE MÃOS ESTENDIDAS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=b_Y8N-CT0cY

SANTO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=lV-RL98cNBA

ACLAMAÇÃO MEMORIAL
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=UHI-dl4CrEg

AMÉM
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ke38zXN9Hqg

CORDEIRO DE DEUS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=6XCyWxWpPAo

COMUNHÃO – É BOM ESTARMOS JUNTOS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=aM1wWNKjt3Q

FINAL – HINO MARIANO – À VOSSA PROTEÇÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=c6hSHsTC6bo

1º ENCONTRO DAS COORDENAÇÕES NACIONAIS DOS COOPERADORES PAULINOS NO BRASIL FORTALECE SINODALIDADE E COMUNHÃO

Entre os dias 21 e 23 de fevereiro de 2025, na Cidade Regina, em São Paulo, foi realizado o 1º Encontro das Coordenações Nacionais dos Cooperadores Paulinos no Brasil. O evento reuniu representantes dos apostolados da comunicação, litúrgico, pastoral e vocacional da Família Paulina em uma experiência marcada pela espiritualidade, partilha e construção de unidade.

Um momento de graça e comunhão

Desde sua preparação, o encontro foi permeado pelo espírito sinodal, com cada participante contribuindo com sua história e vivências. O evento reforçou a identidade dos Cooperadores Paulinos como membros ativos da Igreja e da Família Paulina, reafirmando o sonho de unidade do fundador, o Bem-aventurado Tiago Alberione.

No primeiro dia, os participantes compartilharam suas histórias vocacionais e refletiram sobre a trajetória dos Cooperadores Paulinos no Brasil. Já no segundo dia, com a orientação de Ir. Suzimara B. Almeida, sjbp, e do Cooperador Paulino Fernando Geronazzo, revisitaram a história da fundação da associação e redescobriram a beleza de sua identidade comum à luz do novo Estatuto da Associação CP.

Construindo o futuro da Associação

Ao longo do encontro, os 48 grupos de Cooperadores Paulinos do Brasil apresentaram suas alegrias, desafios e sonhos, fortalecendo a caminhada conjunta. As discussões levaram à formação de uma equipe de referência para cada apostolado:

  • Comunicação – Rosane Silva
  • Litúrgico – Maria Ivete U. dos S. de Vasconcelos
  • Vocacional – Cláudia Aparecida dos Santos
  • Pastoral – Rosane Manfro

As delegadas Ir. Ninfa Becker, fsp; Ir. Veronice Fernandes, pddm; Ir. Tereza Boschetto, ap; e Ir. Suzimara B. de Almeida, sjbp, oferecerão suporte à equipe, enquanto Fernando Geronazzo atuará como referência na comissão do Estatuto.

O encontro foi encerrado com uma Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Luiz Miguel Duarte, SSP. Os participantes saíram renovados na fé e no compromisso com a missão da Família Paulina, reforçando a mensagem: “Cooperadores Paulinos, alarguemos a tenda do nosso coração!”



Leia a mensagem final do encontro:

Ir. M. Bernardita Meráz Sotelo: Uma Vida de Fé e Serviço

Hoje, celebramos a vida e a trajetória de Ir. M. Bernardita Meráz Sotelo, que nasceu em 27 de fevereiro de 1958 em El Molino Namiquipa, província de Chihuahua, no México. Sua jornada de fé e dedicação iniciou-se cedo, culminando em sua consagração como Pia Discípula do Divino Mestre em 25 de março de 1977.

Ao longo de sua caminhada religiosa, Ir. M. Bernardita tem sido um exemplo de serviço e amor ao próximo. Sua vocação reflete a missão das Pias Discípulas do Divino Mestre, que buscam viver em comunhão com Cristo e servir à Igreja por meio da oração e da liturgia.

Neste dia especial, rendemos graças pela sua vida e missão, reconhecendo sua entrega generosa e seu compromisso com a espiritualidade e o serviço à todas as irmãs Pias Discípulas, neste seu ministério como superiora geral deste instituto. Que sua trajetória continue a inspirar a todos aqueles que buscam viver com fé e dedicação.

PAPA FRANCISCO E AS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Diante da delicada situação de saúde do Papa Francisco, voltamos nosso olhar para suas palavras dirigidas a nós em 2017, durante o nosso Capítulo Geral. Suas mensagens de encorajamento e seu desejo de bem para nossa congregação continuam a nos inspirar. Movidas por essa lembrança, renovamos nossa fé e reforçamos nossas orações por sua recuperação, pedindo a Deus que lhe conceda força, serenidade e saúde para seguir conduzindo a Igreja com sabedoria e amor.

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
 ÀS PARTICIPANTES NO CAPÍTULO GERAL
DAS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Sala do Consistório
Segunda-feira, 22 de maio de 2017


Queridas Irmãs!

Dou as minhas boas-vindas a todas vós e saúdo cordialmente a nova Superiora-Geral e as novas Conselheiras. Faço votos para que este tempo forte que é o Capítulo Geral traga abundantes frutos evangélicos à vida do vosso Instituto.

Antes de tudo, frutos de comunhão. Abertas ao Espírito Santo, Mestre da diversidade, da unidade nas diferenças, caminhareis numa comunhão entre vós que respeite a pluralidade, que vos impulsione a tecer incansavelmente a unidade nas legítimas diferenças, considerando também o facto de que estais presentes em diversos países e culturas. «Como consentir a cada um de se exprimir, ser acolhido com os seus dons específicos, tornar-se plenamente corresponsável?» (Carta ap. Às pessoas consagradas, 21 de novembro de 2014, II, 3). Cultivando a atenção e o acolhimento recíproco; praticando a correção fraterna e o respeito pelas irmãs mais débeis; crescendo no espírito do viver juntas; banindo das comunidades as divisões, as invejas, os mexericos; dizendo tudo com franqueza e caridade. Sim, pode-se viver assim. Tudo isto que acabei de mencionar destrói a Congregação.

Frutos de comunhão com os irmãos e as irmãs da Família Paulina. Tendes em comum o sacerdote e fundador, padre Giacomo Alberione, e também a missão: anunciar o Evangelho aos homens e às mulheres do nosso tempo, particularmente no vosso caso, mediante o serviço litúrgico e o cuidado dos sacerdotes. Isto é bonito.

Frutos de comunhão com os outros carismas. É o momento da sinergia de todos os consagrados para acolher as riquezas dos demais carismas e pô-las todas ao serviço da evangelização, permanecendo fiéis à própria identidade. «Ninguém constrói o futuro isolando-se, nem contando apenas com as próprias forças« (ibidem). Por conseguinte, convido-vos a cultivar o diálogo e a comunhão com os outros carismas, e a combater de todos os modos a autorreferencialidade. Não é bom quando um consagrado ou consagrada é autorreferencial, sempre diante do espelho a olhar para si mesmo. É terrível.

Por fim, frutos de comunhão com os homens e as mulheres do nosso tempo. O nosso Deus é o Deus da história e a nossa é uma fé que age na história. Nas dúvidas e nas expetativas dos homens e das mulheres de hoje encontramos indicações importantes para o nosso seguimento de Cristo.

O Capítulo é tempo de escuta do Senhor que nos fala através dos sinais dos tempos; tempo de escuta recíproca e portanto de abertura a quanto o Senhor nos comunica mediante os irmãos; tempo de confronto sereno e sem preconceitos entre os próprios projetos e os dos outros. Tudo isto exige abertura da mente e do coração. Neste sentido o Capítulo é um tempo propício para praticar o espírito do êxodo e da hospitalidade: sair de si mesmo para acolher com alegria a parte de verdade que o outro me comunica e juntos caminhar para a verdade plena, a única que nos torna livres (cf. Jo 8, 32).

Ouvir as irmãs. Penso que um dos apostolados mais importantes hoje é o do ouvido: escutar. Ouvir as irmãs, assim como os homens e as mulheres de hoje, e partilhar com eles: estas atitudes são necessárias para um bom Capítulo e para uma santa vida fraterna em comunidade, em cujo crescimento todos se sentem participantes, todos oferecem e todos recebem. Não vos canseis de vos exercitar continuamente na arte da escuta e da partilha. Neste tempo de grandes desafios, que exigem dos consagrados fidelidade criativa e busca apaixonada, a escuta e a partilha são mais necessárias do que nunca, se quisermos que a nossa vida seja plenamente significativa para nós mesmos e para as pessoas que encontramos.

Para tal finalidade é necessário manter um clima de discernimento, para reconhecer o que pertence ao Espírito e o que lhe é contrário. Diante de nós abre-se um mundo de possibilidades. A cultura na qual estamos imersos apresenta-se-nos todas como válidas, boas, mas se não quisermos ser vítimas da cultura do zapping e, às vezes, de uma cultura de morte, devemos incrementar o habitus do discernimento, formar-nos e formar para o discernimento. Não vos canseis de perguntar pessoal e comunitariamente: «Senhor, o que queres que eu faça?», «o que queres que façamos?».

O Capítulo é também tempo para renovar a docilidade ao Espírito que anima a profecia. Ela é um valor irrenunciável para a vida consagrada, porque é uma forma especial de participação na missão profética de Cristo. Isto inclui o ser audaz e ao mesmo tempo humilde, apaixonado por Deus e pela humanidade, para se tornar porta-voz de Deus contra o mal e contra todo o pecado (cf. Vita consecrata , 84).

Como consagradas vivei, em primeiro lugar, a profecia da alegria. Ela está em primeiro lugar. Em primeiro lugar está a profecia da alegria: a alegria do Evangelho. É uma profecia. Hoje o mundo precisa disto: a alegria que nasce do encontro com Cristo numa vida de oração pessoal e comunitária, na escuta diária da Palavra, no encontro com os irmãos e as irmãs, numa feliz vida fraterna em comunidade, inclusiva da fragilidade e no abraço à carne de Cristo nos pobres. Profetas de uma alegria que nasce do nos sentirmos amados e, porque somos amados, perdoados.

A alegria é uma linda realidade na vida de muitos consagrados, mas é também um grande desafio para todos nós. Um seguimento triste é um triste seguimento! E a alegria autêntica, não autorreferencial nem arrogante, é o testemunho mais credível de uma vida plena (cf. Jo 10, 10), porque nele «transparecem a alegria e a beleza de viver o Evangelho e de seguir Cristo» (Carta ap. Às pessoas consagradas , 21 de novembro de 2014, II, 1).

Ao mesmo tempo, esta alegria que enche os vossos corações e se manifesta nos vossos rostos levar-vos-á a sair rumo às periferias participando da alegria da Igreja que é a evangelização. Mas para fazer isto a alegria deve ser verdadeira, não uma alegria falsificada! Não falsifiqueis a alegria. A evangelização, quando estamos convictos de que Jesus é a Boa Nova, é alegria e felicidade para todos. Esta alegria afasta de nós o cancro da resignação, fruto da preguiça que torna a alma árida. Por favor, irmãs resignadas, não! Alegria. Mas o diabo dirá: «Somos poucas, não temos vocações…». Deste modo, fecha-se a cara, faz-se carranca… e perde-se a alegria, acabando na resignação. Não, não se pode viver assim: a esperança de Jesus Cristo é alegria.

Encorajo-vos também a ser profetas de esperança, com os olhos dirigidos para o futuro, lá onde o Espírito impele, para continuar a fazer convosco grandes coisas (cf. Vita consecrata , 110). Santo Hilário de Poitiers, no seu Comentário aos salmos (118, 15, 7), fazia-se eco de uma pergunta que muitos formulavam e ainda hoje formulam aos cristãos: «Onde está, ó cristãos, a vossa esperança?». Como consagrados sabemos que não podemos ser surdos a esta questão. Como todos os discípulos de Jesus sabemos que a esperança é para nós uma responsabilidade, porque fomos chamados a responder a todos que nos perguntarem a sua razão (cf. 1 Pd 3, 15). A esperança que não desilude não se baseia em números nem em obras, mas n’Aquele para o qual nada é impossível (cf. Lc 1, 37).

Santo Agostinho diz que «só a esperança nos torna propriamente cristãos» (A Cidade de Deus, 6, 9, 5). E noutra obra afirma: «A nossa vida, agora, é esperança, depois será eternidade» (Comentário aos salmos 103, 4, 17). Só a esperança permite que caminhemos na estrada da vida, só ela nos torna capazes de futuro. Jesus Cristo é a nossa esperança (cf. 1 Tm 1, 1): n’Ele depositemos a nossa confiança (cf. 2 Tm 1, 12), e com a força do Espírito Santo podemos ser profetas de esperança.

Com esta confiança e força repito-vos: não vos unais aos profetas de desventura, que fazem muitos danos à Igreja e à vida consagrada; não cedais à tentação da sonolência — como os apóstolos no Getsémani — e do desespero. Fortalecei a vossa vocação de «sentinelas da manhã» (cf. Is 21, 11-12) para poder anunciar aos outros a chegada da aurora. Despertai o mundo, iluminai o futuro! Sempre com o sorriso, a alegria, a esperança.

Obrigado pelo que sois, pelo que fazeis e como o fazeis, também aqui na Cidade do Vaticano. Muito obrigado! Maria nossa Mãe vos proteja com o seu olhar e o Senhor vos abençoe, vos mostre o seu Rosto, vos conceda paz e misericórdia.

Por favor, rezai por mim.


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Fonte:

PAPA FRANCISCO. Discurso do Papa Francisco às Pias Discípulas do Divino Mestre. Vaticano: Libreria Editrice, 22 maio 2017. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2017/may/documents/papa-francesco_20170522_pie-discepole-divin-maestro.html. Acesso em: [19 fev. 2025].

101 ANOS DE FUNDAÇÃO DAS IRMÃS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

No dia 10 de fevereiro de 1924, nascia, sob a inspiração do Bem-Aventurado Tiago Alberione, a Congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre. Hoje, celebramos com alegria e gratidão 101 anos de uma missão dedicada à oração, à Eucaristia, ao serviço sacerdotal e à evangelização através da arte e da liturgia.

Ao longo de mais de um século, as Pias Discípulas expandiram sua presença em diversos países, levando a mensagem do Evangelho por meio do silêncio orante, da formação litúrgica e do serviço à Igreja. Fiéis ao carisma recebido, continuam a ser luz e presença viva de Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida, inspirando novas gerações a se dedicarem à missão de santificação do mundo através da adoração e do serviço.

Nesta data especial, rendemos graças a Deus pela história de fidelidade e entrega das irmãs, pelos frutos dessa caminhada e pelo chamado a seguir testemunhando o amor de Cristo no coração da Igreja. Que este jubileu seja um momento de renovação da fé e do compromisso com o Reino de Deus!

CELEBRE CONOSCO!

Convidamos todos a se unirem em oração e ação de graças por esse momento de bênção e renovação. Que possamos continuar, juntos, a missão de ser Discípulas do Divino Mestre!


Meditemos à Luz da Palavra de Deus e dos Textos Carismáticos este dia da Fundação das Pias Discípulas do Divino Mestre

As palavras das Sagradas Escrituras, do Bem-aventurado Tiago Alberione e de Madre Maria Escolástica Rivata – nossa primeira Madre –, que souberam encarnar os valores do Evangelho transmitidos pelo Fundador, são um convite à reflexão e um encorajamento para renovarmos diariamente nossa pertença a Jesus Mestre. Através delas, somos chamados a viver com alegria e fidelidade nossa bela vocação e missão.

Ef 1,16-19: Não cesso de dar graças a Deus por vocês recordá-los em minhas orações, 17Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, conceda a vocês um espírito de sabedoria e revelação, para que o reconheçam dele. 18 Queele lhes ilumine os olhos do coração para que saibam qual é a esperança do chamado que ele faz, qual é a riqueza da glória da sua herança entre os santos, 19e qual é a extraordinária grandeza do seu poder em favor de nós, os que acreditamos, conforme a ação do seu poder eficaz. 

Outros textos bíblicos: Mt 19,27-29; Lc 8,1-3; 10, 38-42; Jo 20,1-8.


TEXTOS CARISMÁTICOS  

O Mais Belo Apostolado

(T. Alberione, APD 1947, 44-46.52-53, 9 de janeiro de 1947)

“O apostolado de vocês é insuperável; o mais belo! E, justamente por isso, é combatido pelo inimigo. As coisas mais preciosas e belas são sempre as mais desafiadas, pois ele tenta falsificá-las. Vocês têm a missão de desempenhar o ofício de Nossa Senhora, de serem sentinelas do Tabernáculo, elevando mãos puras, unidas a Jesus Hóstia.”

“Na planície, o povo de Deus lutava; no monte, Moisés orava com os braços erguidos. Quando os abaixava, o povo recuava; quando os erguia, o povo vencia. E, para que não se cansasse, dois homens sustentavam seus braços. Assim, o povo de Deus triunfou!”

“Por isso, não estranhem as provações e dificuldades que surgem. Tenham fé! Pois Jesus nos ensina: ‘Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda e disserdes a esta montanha: move-te, ela se moverá.’ Acreditamos, de fato, com esta firmeza? Muitas vezes cremos nos dogmas, mas na vida cotidiana nossa fé vacila. Confiem sem hesitação!”


Como Nossa Senhora

(T. Alberione, APD 1947, 177-180)

“Assim como Maria, a Pia Discípula é uma apóstola. Maria não apenas gerou Jesus, mas acompanhou a Igreja nascente, sustentando-a em seus primeiros passos. O apostolado de vocês está no coração da Igreja. As dificuldades externas podem surgir, mas o verdadeiro desafio está em viver plenamente o espírito da vocação.”

“Não caiam na tentação de comparar-se com os outros. O jardim de vocês é o mais belo! Nele, o Amado espera por vocês. Sua vocação é preciosa! Não se distraiam admirando os frutos alheios, pois sua missão é única e insubstituível.”

“A Pia Discípula deve rezar pelas vocações e pela santificação dos sacerdotes. Como o coração que irriga todos os membros com vida, assim é o seu apostolado. Unam-se à oração da Santíssima Virgem e peçam com confiança: ‘Tu, que és poderosa, roga conosco, para que o Senhor envie bons trabalhadores para sua messe.'”

“Para serem boas discípulas, é preciso piedade, inteligência, sabedoria e vontade. O apostolado de vocês é simples, mas exige entrega e nem sempre será bem compreendido. Cresçam, avancem e amadureçam como o Divino Mestre: em idade, em sabedoria e em graça. Aprofundem-se no conhecimento da sua vocação e vivam-na com autenticidade e amor.”


A Profissão Religiosa

(T. Alberione, APD 1959, 64)

“‘Eu me entrego, ofereço e tudo consagro.’ Assim como Jesus se entregou inteiramente a nós, devemos responder: ‘E eu me entrego inteiramente a Vós, tudo.’ Isso significa amar o Senhor com toda a mente, coração e forças, ao longo de toda a vida, até o último instante, quando O amaremos perfeitamente no céu.”

“A força do amor está precisamente nesse ‘tudo’, sem reservas. Devemos encher nossa mente com a doutrina de Cristo, para que raciocinemos conforme ela. Devemos encher nosso coração com Seu amor, para que ele se torne um reflexo do coração de Jesus. Toda a nossa vida, nossas energias, sentidos, tempo e capacidades devem ser entregues a Ele, sem hesitação.”


A Missão da Pia Discípula Perpetua-se ao Longo dos Séculos

(T. Alberione, APD 1964, 168)

“Grande é a gratidão a Deus por ter querido esta Congregação! Foi Jesus quem a suscitou, a sustentou, a fez crescer e florescer em sua missão apostólica. Ele deseja que avancemos sempre, oferecendo nossa oração, nossas obras e toda a nossa vida ao serviço do Reino.”

“O apostolado que vocês exercem é eterno, pois a Eucaristia, o serviço sacerdotal e litúrgico jamais deixarão de ser necessários. Enquanto o mundo existir, essa missão continuará a ser um canal de graça. Por isso, mantenham-se unidas, esforcem-se para progredir e expandam essa obra divina a todas as nações.”


Reflexões de Madre Escolástica Rivata

“Por que viemos para a vida religiosa? Para fortalecer nossa caminhada com uma piedade sincera e viva, com amor recíproco, no silêncio orante e no serviço generoso.” (1968)

“Façamos do nosso dia um exercício contínuo de amor, recebendo tudo das mãos de Deus e oferecendo-Lhe tudo. Agradeçamos ao Senhor, mesmo nas provações, pois a santidade é luta, é batalha. Confiemos no Deus que tudo dispõe para o nosso bem.” (1970)


Carta de Madre Escolástica Rivata a uma Jovem Irmã (janeiro de 1979)

“Mantenhamos sempre firmes nossas resoluções: Sim, sempre! No amor, na ação de graças incessante e na aceitação total do que Deus quer e como Ele quer!”

“Querida irmã, que tudo em nós glorifique o Senhor: nossa alegria, nossa generosidade, nossa fé e amor! Que nossa vocação seja vivida plenamente, para que um dia, junto com Maria Santíssima, possamos entoar o hino do amor eterno!”

TRADIÇÃO E MODERNIDADE: ESTUDO ANALISA O IMPACTO DAS VESTES LITÚRGICAS NA IGREJA

No dia 03 de fevereiro de 2025, a Ir. Vera Maria Galvan, pddm, apresentou sua dissertação “Moda, vestes litúrgicas e a busca pelo sentido da tradição: Significados e expressões das vestes litúrgicas na Igreja Católica” para a Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Sua pesquisa, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião, investigou as vestes litúrgicas católicas e seu papel na construção da identidade religiosa.

A banca examinadora foi composta pela Profa. Dra. Suzana Ramos Coutinho (orientadora), pelo Prof. Dr. Wagner Lopes Sanchez e pelo Prof. Dr. José Reinaldo Felipe Martins (da PUC de Goiânia). Durante a apresentação, foram discutidos os aspectos centrais da dissertação, que explora a história das vestes litúrgicas, sua evolução após o Concílio Vaticano II e como a moda, enquanto expressão cultural, influencia e é influenciada pelos diferentes segmentos dentro da Igreja Católica.

A pesquisa se fundamenta na análise de dados empíricos e revisão bibliográfica sobre a indumentária e a tradição litúrgica, propondo uma reflexão sobre como as vestes litúrgicas comunicam valores, crenças e identidades religiosas. Um dos pontos de destaque do estudo é a compreensão das vestes litúrgicas como um campo de disputa entre as forças conservadoras e renovadoras dentro da Igreja, revelando como as escolhas estéticas refletem visões teológicas e eclesiais.

O estudo parte de uma perspectiva interdisciplinar, envolvendo Ciência da Religião, Moda e Sociologia, e apresenta como a materialidade religiosa desempenha um papel fundamental na transmissão de valores e na construção da identidade dos ministros ordenados e das comunidades de fé. A dissertação também analisa o impacto do Concílio Vaticano II na percepção e no uso das vestes litúrgicas, identificando mudanças significativas na maneira como elas são concebidas e interpretadas na contemporaneidade.

A Ir. Vera Maria Galvan, membro da Congregação Religiosa Pias Discípulas do Divino Mestre desde 2006, tem uma trajetória ligada à confecção e produção de vestes litúrgicas. Sua experiência no setor, aliada à formação acadêmica, permitiu uma abordagem singular ao tema, unindo teoria e prática para compreender o significado das vestes na experiência religiosa contemporânea. Seu trabalho reforça a importância do vestuário litúrgico na expressão da fé e na comunicação visual dentro da Igreja.

A dissertação “Moda, vestes litúrgicas e a busca pelo sentido da tradição” evidencia a riqueza simbólica das vestimentas religiosas e seu impacto nas práticas eclesiais. Com uma abordagem inovadora, o estudo amplia a compreensão sobre a relação entre tradição, modernidade e identidade religiosa, contribuindo significativamente para os estudos sobre liturgia e indumentária sacra.

O trabalho da Ir. Vera representa uma valiosa contribuição para a academia e para a Igreja, promovendo um diálogo entre a história, a moda e a teologia, e abrindo caminhos para novas pesquisas sobre a materialidade religiosa e sua influência na identidade católica.