LITURGIA DO DIA: 3ª FEIRA DA 22ª SEMANA DO TEMPO COMUM

A liturgia do dia desta terça-feira, 2 de setembro de 2025, nos convida a mergulhar no mistério da presença libertadora de Cristo, que vence as trevas e oferece uma vida nova em comunhão com Deus. Estamos na 22ª Semana do Tempo Comum, Ano Ímpar (I), e as leituras propostas pela Igreja nos recordam a vigilância, a confiança e a vitória da luz sobre toda forma de mal.

As leituras são:

  • Primeira leitura: 1Ts 5,1-6.9-11
  • Salmo responsorial: Sl 26(27),1.4.13-14 (R. 13)
  • Evangelho: Lc 4,31-37

Primeira leitura: 1Ts 5,1-6.9-11 – Viver na luz de Cristo

Na carta aos Tessalonicenses, São Paulo nos exorta a viver como filhos da luz. Ele recorda que o “Dia do Senhor” virá de maneira inesperada, como “ladrão de noite”. Por isso, não podemos viver adormecidos, acomodados ou distraídos com as ilusões deste mundo.

A mensagem é clara: quem pertence a Cristo não anda nas trevas. Somos chamados à sobriedade, à vigilância e à fé constante. Paulo reforça que não fomos destinados para a ira, mas para alcançar a salvação por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele morreu por nós para que, estejamos acordados ou adormecidos, vivamos unidos a Ele.

A liturgia do dia nos lembra, assim, que a vida cristã é marcada pela esperança. Não se trata de medo do fim, mas de uma confiança que fortalece a comunidade. É por isso que Paulo conclui incentivando os irmãos: “Consolai-vos uns aos outros e edificai-vos mutuamente”. O chamado é para viver em comunhão, ajudando-nos a permanecer firmes na luz.

Salmo responsorial: Sl 26(27) – “Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver”

O salmo 26 é uma resposta confiante à mensagem da primeira leitura. O salmista proclama: “O Senhor é minha luz e salvação; a quem eu temerei?” É um convite à confiança plena em Deus, mesmo diante das dificuldades e ameaças.

O salmo nos conduz a uma atitude de esperança, de quem espera a ação de Deus com paciência e certeza de que a vitória final pertence ao Senhor. A liturgia do dia nos ajuda, portanto, a recordar que a verdadeira segurança não está nas forças humanas, mas na bondade divina que nunca falha.

Evangelho: Lc 4,31-37 – Jesus vence o mal e anuncia com autoridade

No Evangelho segundo São Lucas, contemplamos Jesus em Cafarnaum, ensinando com autoridade. Sua palavra não era como a dos mestres da lei, mas carregava uma força que tocava profundamente os corações. A cena ganha intensidade quando Ele expulsa um espírito impuro que atormentava um homem.

O demônio reconhece quem é Jesus: “Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus!” Essa confissão involuntária revela a identidade de Cristo, que veio para libertar o ser humano do poder do mal. Com uma ordem firme, Jesus manda que o espírito saia, e todos ficam admirados com o poder de Sua palavra.

A liturgia do dia nos coloca diante da força libertadora de Cristo. Sua presença não apenas ensina, mas transforma. Ele não é um mestre qualquer, mas o Filho de Deus que tem autoridade sobre o mal, sobre as doenças e sobre a morte.

Esse Evangelho nos convida a refletir: quais são os “espíritos impuros” que ainda nos escravizam? Medos, vícios, rancores, mentiras, desânimos? Cristo tem poder de libertar cada um de nós, assim como libertou aquele homem em Cafarnaum. Basta nos abrirmos à Sua graça.

Mensagem central da liturgia do dia

Unindo as três leituras, vemos uma linha condutora: a vitória da luz sobre as trevas.

  • São Paulo nos exorta à vigilância, lembrando que somos filhos da luz.
  • O salmo proclama a confiança no Senhor que é nossa salvação.
  • O Evangelho mostra Jesus vencendo o mal com Sua palavra poderosa.

A liturgia do dia nos recorda que a vida cristã não é passiva. Precisamos estar atentos, vigilantes, enraizados na fé e abertos à ação libertadora de Cristo. A vigilância espiritual não é medo, mas confiança ativa, esperança que se traduz em escolhas concretas de vida nova.

Essa mensagem é profundamente atual. Em um mundo marcado por tantas incertezas, inseguranças e crises, o convite à vigilância e à confiança em Cristo é essencial. Muitas vezes, nos deixamos adormecer pelo comodismo, pelas distrações digitais ou pelas promessas fáceis de felicidade passageira.

A liturgia do dia nos chama a despertar. Lembra-nos de que o tempo da salvação é agora. Precisamos nos revestir da sobriedade e da fé, para não sermos vencidos pelo medo ou pela indiferença.

O Evangelho nos mostra que os “espíritos impuros” continuam presentes na sociedade: egoísmo, injustiça, ódio, violência. Mas também nos garante que Cristo é mais forte do que todas essas forças. Sua palavra continua a ter autoridade para transformar vidas.

Celebrar a liturgia do dia é, portanto, atualizar em nossa vida essa certeza: Jesus está vivo, caminha conosco e tem poder de nos libertar.

A liturgia do dia nos inspira a três atitudes concretas:

  1. Vigilância espiritual: estar atentos à presença de Deus e não deixar que a rotina ou o pecado nos adormeçam.
  2. Confiança em Deus: diante das dificuldades, proclamar como o salmista: “O Senhor é minha luz e salvação.”
  3. Abertura à libertação de Cristo: deixar que Sua palavra nos transforme, nos cure e nos liberte das cadeias que nos prendem.

A liturgia do dia desta terça-feira, 2 de setembro de 2025, nos revela a força da Palavra de Deus que ilumina, consola e liberta. Ela nos recorda que somos filhos da luz, chamados à vigilância e à confiança. O salmo reforça que nossa esperança está em Deus, e o Evangelho confirma que Cristo tem poder sobre todo mal.

Ao participar da liturgia do dia, renovamos nossa fé no Senhor que é nossa luz e salvação. Que possamos deixar que Sua Palavra nos transforme, para que vivamos em sobriedade, esperança e comunhão fraterna, sendo sinais da vitória da luz sobre as trevas no mundo de hoje.

LEIA SOBRE O MÊS DA BÍBLIA

Mês da Bíblia 2025

MÊS DA BÍBLIA 2025: “A ESPERANÇA NÃO DECEPCIONA” (Rm 5,5)

Todos os anos, no mês de setembro, a Igreja no Brasil dedica um tempo especial à escuta, ao estudo e à celebração da Palavra de Deus. É o chamado Mês da Bíblia, um momento que nasceu em 1971 e se tornou tradição viva em nossas comunidades, ajudando gerações de cristãos a se aproximarem mais das Escrituras.

Em 2025, a reflexão será conduzida pela Carta de São Paulo aos Romanos, com o lema escolhido: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). A proposta não está isolada: ela dialoga diretamente com o Ano Santo da Encarnação – Jubileu 2025, convocado pelo Papa Francisco. Assim, o Mês da Bíblia torna-se parte da grande caminhada jubilar, iluminando o povo de Deus com a luz da esperança que nasce da fé em Jesus Cristo.

A riqueza da Carta aos Romanos

scrita pelo apóstolo Paulo por volta do ano 57 d.C., durante sua estadia em Corinto, a Carta aos Romanos é considerada uma das páginas mais importantes do Novo Testamento. Ali, Paulo apresenta de maneira profunda e clara o núcleo de sua pregação: a salvação é dom gratuito oferecido por Deus em Cristo, e todos são convidados a recebê-la pela fé.

O versículo escolhido para guiar a meditação de 2025, “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5), é uma das expressões mais belas do Novo Testamento. Ele nos recorda que a esperança cristã não é fruto de otimismo passageiro, mas da certeza de que Deus age em nossa história e não abandona os seus filhos.

Num mundo marcado por crises sociais, ambientais, políticas e espirituais, a mensagem paulina ressoa como um bálsamo. A esperança que Paulo anuncia é enraizada no amor de Deus e alimentada pela presença do Espírito Santo.

Celebrar o Mês da Bíblia com esse lema é deixar-se renovar por uma esperança que não é ilusória, mas firme e transformadora. É um convite para olhar para frente sem medo, confiando que a vida no Espírito é sempre fecunda, mesmo em tempos difíceis.

O Jubileu 2025 e a centralidade da Palavra

O Papa Francisco convocou a Igreja para viver o Ano Santo da Encarnação, um Jubileu que recorda o mistério de Deus que se fez homem em Jesus Cristo. A escolha da Carta aos Romanos para guiar o Mês da Bíblia de 2025 está em plena sintonia com esse momento.

Enquanto o Jubileu convida os cristãos a atravessar a Porta Santa e renovar sua vida de fé, o Mês da Bíblia ajuda a abrir outra porta: a da escuta da Palavra. Ambas as experiências se complementam, levando-nos a reconhecer que a encarnação do Verbo é a maior garantia de que a esperança cristã jamais decepciona.

Encontros bíblicos e vivência comunitária

O Mês da Bíblia não se limita à leitura individual. Ele ganha vida nas comunidades, nas famílias, nos grupos de oração e nas pastorais que se reúnem para refletir e rezar em torno da Palavra. Em 2025, esses encontros terão como foco a Carta aos Romanos, permitindo que cada pessoa descubra, de forma prática, como viver a esperança no cotidiano.

Para apoiar essa caminhada, está disponível um livreto digital com sugestões de encontros, roteiros e reflexões. Esse material pode ser usado por grupos de jovens, pastorais, catequese ou em família.

👉 Clique aqui para baixar o livreto do Mês da Bíblia 2025

Convite especial: live sobre a Carta aos Romanos

Além dos encontros presenciais, a tecnologia nos permite estar unidos em oração e formação mesmo à distância. Por isso, neste mês de setembro acontecerá uma live especial dedicada ao tema do Mês da Bíblia:

📅 Data: 06 de setembro de 2025
Horário: 20h (horário de Brasília)
📍 Transmissão: YouTube – Pias Discípulas do Divino Mestre
🎙 Tema: Carta aos Romanos – para o Mês da Bíblia
👤 Com: Ir. Helena Ghiggi, PDDM

Será um momento de oração, estudo e partilha fraterna. Não deixe de participar! E lembre-se de ativar o sininho no canal do YouTube para receber o lembrete.

A Palavra que transforma a vida

Ler a Bíblia é muito mais do que adquirir conhecimento: é abrir o coração para deixar-se conduzir pelo Espírito. A Carta aos Romanos nos mostra que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito, e que essa vida nova nos torna testemunhas da esperança.

O Mês da Bíblia, portanto, não é um evento isolado, mas um caminho que quer transformar nossa vida pessoal e comunitária. Ele nos recorda que a Palavra de Deus é lâmpada para os pés e luz para o caminho (Sl 119,105).

Ao longo de setembro de 2025, cada cristão é chamado a mergulhar no mistério da esperança cristã, guiado pelas palavras de Paulo aos Romanos. Essa esperança nasce do amor de Deus, é sustentada pela fé em Cristo e se manifesta na vida conduzida pelo Espírito Santo.

Que este Mês da Bíblia fortaleça nossa caminhada jubilar, ajudando-nos a experimentar a alegria de sermos filhos e filhas de Deus que vivem da esperança.

📖 Mês da Bíblia 2025
Tema: Carta aos Romanos
Lema: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5)

LITURGIA DIÁRIA: 2ª FEIRA DA 22ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Liturgia do dia – Segunda-feira, 1 de Setembro de 2025

22ª Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

A liturgia do dia desta segunda-feira, 1 de setembro de 2025, nos introduz no ritmo espiritual da 22ª Semana do Tempo Comum. A Palavra de Deus ilumina nossa vida com uma mensagem de esperança diante da morte, ao mesmo tempo em que nos convida a refletir sobre a missão de Cristo e a dificuldade de acolher sua presença em meio à comunidade.

As leituras propostas para hoje são:

  • 1ª leitura: 1Ts 4,13-18
  • Salmo responsorial: Sl 95(96),1 e 3.4-5.11-12.13 (R. 13b)
  • Evangelho: Lc 4,16-30

Primeira leitura: 1Ts 4,13-18 – A esperança da ressurreição

Na primeira leitura da liturgia do dia, São Paulo escreve à comunidade de Tessalônica, que vivia preocupada com a morte dos irmãos na fé. Muitos pensavam que aqueles que já haviam morrido não participariam da glória da segunda vinda de Cristo. O apóstolo, então, reforça a esperança cristã: “Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que morreram em Jesus, Deus os levará com Ele”.

Essa mensagem é profundamente consoladora. A morte, que tanto assusta o ser humano, não tem a palavra final. Para quem crê, a ressurreição de Cristo é a garantia de que todos os fiéis, vivos ou mortos, participarão da plenitude do Reino. Aqui encontramos uma chave espiritual essencial: a fé cristã não é apenas memória de um Cristo que passou, mas experiência viva de um Cristo ressuscitado que caminha conosco.

Essa passagem também nos convida a refletir sobre como estamos alimentando a nossa esperança. A liturgia do dia recorda que nossa fé não pode se limitar a ritos externos ou a uma tradição sem vida; ela deve estar enraizada na certeza de que, em Cristo, a morte foi vencida e a vida plena já começou a despontar.

Salmo responsorial: Sl 95(96) – O Senhor vem para julgar a terra

O salmo responsorial da liturgia do dia é um hino de louvor ao Senhor, Criador de todas as coisas. Ele convida a cantar um cântico novo, a anunciar sua glória entre as nações e reconhecer que o Senhor é o verdadeiro Rei.

O refrão – “O Senhor vem julgar a terra inteira” – não deve ser entendido como uma ameaça, mas como uma afirmação da justiça divina. O julgamento de Deus é diferente do julgamento humano: é libertação, é colocar todas as coisas no lugar certo, é restaurar a criação ferida pelo pecado.

Assim, o salmo se conecta com a primeira leitura, pois nos mostra que a vinda do Senhor é motivo de esperança e não de medo. Para os que creem, o juízo é uma promessa de plenitude e reconciliação.

Evangelho: Lc 4,16-30 – O profeta não é aceito em sua pátria

O evangelho de hoje, proposto pela liturgia do dia, narra um episódio central no início da missão pública de Jesus. Ele vai à sinagoga de Nazaré, sua terra natal, e lê um trecho do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres…”.

Ao terminar a leitura, Jesus afirma: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. Esse “hoje” é um ponto-chave da liturgia: não se trata apenas de uma lembrança do passado, mas da atualização da salvação de Deus que acontece no presente.

No entanto, os ouvintes reagem de forma ambígua. Primeiro ficam admirados com suas palavras, mas logo rejeitam a sua mensagem, dizendo: “Não é este o filho de José?”. A familiaridade humana impede que reconheçam a novidade de Deus. Jesus, então, lembra que nenhum profeta é bem aceito em sua terra e cita exemplos do Antigo Testamento em que Deus agiu fora de Israel. A reação final é de hostilidade: tentam expulsá-lo da cidade.

Este evangelho nos interpela profundamente. Quantas vezes também nós resistimos à novidade do Espírito porque ela rompe com nossos esquemas, tradições ou comodidades? Quantas vezes preferimos um Deus domesticado, que se encaixa em nossas expectativas, em vez do Deus vivo que nos desafia e provoca conversão?

A liturgia do dia nos convida a reconhecer que Jesus continua a falar hoje em nossas comunidades e em nossa história. Cabe a nós acolher sua Palavra com coração aberto, sem reduzi-lo às nossas medidas humanas.

Do ponto de vista litúrgico, a celebração de hoje une a esperança escatológica da primeira leitura com a atualização do mistério da salvação proclamada no evangelho. A Palavra de Deus não é apenas um registro escrito, mas um acontecimento que se atualiza no hoje da celebração.

Na liturgia, o “hoje” de Jesus em Nazaré continua acontecendo. Ao proclamar a Palavra, ao participar da Eucaristia e ao viver em comunidade, experimentamos a presença viva do Ressuscitado. A liturgia é, portanto, lugar de encontro entre a promessa futura e a realidade presente da salvação.

A liturgia do dia nos inspira a três atitudes concretas:

  1. Viver na esperança – Não deixar que o medo da morte ou as incertezas da vida sufoquem nossa confiança em Cristo Ressuscitado. Nossa fé nos projeta para a eternidade.
  2. Anunciar com alegria – Assim como o salmista, somos chamados a testemunhar a presença de Deus no mundo, anunciando sua justiça e bondade em nossa realidade concreta.
  3. Acolher a novidade de Deus – O evangelho nos alerta para o risco de rejeitar a voz profética de Jesus por causa de preconceitos ou comodidades. A fé verdadeira exige abertura e conversão constante.

A liturgia do dia desta segunda-feira, 1º de setembro de 2025, é uma escola de esperança e de fidelidade. Pela carta de Paulo aos Tessalonicenses, recordamos que a morte não é o fim, mas passagem para a vida plena em Cristo. Pelo salmo, aprendemos a louvar o Senhor que vem julgar a terra com justiça e amor. Pelo evangelho, somos convidados a abrir o coração para acolher a novidade de Jesus, mesmo quando ela desafia nossas certezas.

Assim, ao celebrar a Palavra e a Eucaristia, renovamos nossa fé no Cristo vivo e ressuscitado, que nos conduz à plenitude da vida e nos envia como discípulos missionários no mundo de hoje.

LITURGIA DO DIA: SÁBADO DA 21ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Liturgia do Dia – Sábado, 30 de Agosto de 2025.
21ª Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)
Leituras: 1Ts 4,9-11; Sl 97(98),1.7-8.9; Mt 25,14-30

A liturgia do dia deste sábado, 30 de agosto de 2025, nos convida a refletir sobre o dom da vida, os talentos que recebemos de Deus e o compromisso cristão de colocá-los a serviço da comunidade. Inseridos no Tempo Comum, caminhamos na fé alimentados pela Palavra, que nos ensina a viver com responsabilidade, solidariedade e esperança.

Primeira leitura: O amor que se traduz em vida concreta (1Ts 4,9-11)

Na primeira leitura, São Paulo escreve à comunidade de Tessalônica elogiando o amor fraterno que eles já viviam, mas os exorta a “progredir sempre mais”. O apóstolo recomenda que levem uma vida tranquila, dedicada ao trabalho e às responsabilidades diárias.

Aqui a liturgia do dia recorda que a fé cristã não se reduz a palavras bonitas ou sentimentos abstratos. Ela se expressa no cotidiano: na paciência com os irmãos, na dedicação ao trabalho honesto, no respeito e cuidado uns pelos outros. O Evangelho não é fuga do mundo, mas fermento de transformação na vida comum.

Salmo Responsorial: “O Senhor vem para julgar a terra” (Sl 97)

O salmo 97 (98) é um cântico de alegria e esperança. A criação inteira é convocada a aclamar o Senhor, que vem para julgar com justiça e equidade.

No contexto da liturgia do dia, este salmo nos recorda que nossas ações têm peso diante de Deus. Ele nos confiou dons e pede que os coloquemos em prática, pois a vida não é apenas passagem, mas preparação para o encontro definitivo com Ele. O julgamento de Deus não é ameaça, mas promessa de justiça, de que nada ficará sem sentido e todo bem será reconhecido.

Evangelho: A Parábola dos Talentos (Mt 25,14-30)

O coração da liturgia do dia está no Evangelho, onde Jesus conta a parábola dos talentos. Um homem, antes de viajar, confia a seus servos quantias diferentes de acordo com a capacidade de cada um. Dois deles fazem render o que receberam; o terceiro, com medo, enterra o talento e não o faz frutificar.

Quando o senhor retorna, elogia e recompensa os dois primeiros, mas repreende severamente o que nada fez. A lição é clara: os dons que recebemos de Deus não podem ser desperdiçados, mas multiplicados em benefício do Reino.

A parábola fala de dinheiro, mas o seu sentido é muito mais amplo: trata-se da vida, das qualidades, da fé, do tempo, das oportunidades. Cada cristão recebe de Deus recursos únicos, não para si mesmo, mas para partilhar. O pecado do terceiro servo não foi fazer algo errado, mas não fazer nada.

A liturgia do dia mostra a relação entre amor fraterno (1Ts), esperança no julgamento justo de Deus (Sl 97) e responsabilidade diante dos talentos recebidos (Mt 25). É uma unidade que ilumina nossa vida cristã.

  • Amor fraterno: viver a fé é cultivar relações de respeito, solidariedade e comunhão.
  • Esperança escatológica: o Senhor vem, e sua justiça é motivo de alegria, não de medo.
  • Responsabilidade pelos dons: ninguém pode enterrar os presentes recebidos. A omissão é tão grave quanto a ação errada.

Em termos práticos, podemos nos perguntar:

  • Como tenho cultivado o amor fraterno em minha casa, no trabalho e na comunidade?
  • Tenho consciência de que o tempo, a inteligência, a saúde e os recursos que possuo são dons de Deus?
  • O que estou fazendo para que esses talentos gerem vida e não fiquem escondidos por medo ou comodismo?

Celebrar a liturgia do dia não é apenas ouvir as leituras, mas permitir que a Palavra transforme nossa vida. A parábola dos talentos se atualiza em cada Eucaristia: Cristo se entrega a nós como dom maior, confiando-nos sua presença viva. Ao receber a comunhão, recebemos um “talento” divino que precisa frutificar em gestos de misericórdia, evangelização e serviço.

A comunidade cristã é o espaço privilegiado onde os talentos se complementam. Um tem o dom da palavra, outro da escuta, outro da partilha material, outro da organização. Todos juntos formamos o Corpo de Cristo, e ninguém é dispensável.

UM CHAMADO À AÇÃO

A liturgia do dia de hoje nos chama a uma fé encarnada e dinâmica. Paulo nos convida ao amor fraterno; o salmo anuncia a justiça de Deus; e o Evangelho nos provoca a sair da omissão.

Deus nos dá a vida como um grande talento. O que fazemos com ela? Enterramos por medo e comodismo, ou a multiplicamos em favor do próximo e para a glória de Deus?

Que este sábado, iluminado pela Palavra, nos ajude a reconhecer nossos dons e a colocá-los a serviço. Assim, no dia em que o Senhor vier, também poderemos ouvir: “Muito bem, servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor” (Mt 25,23).

LITURGIA DO DIA: MEMÓRIA DE SANTO AGOSTINHO

Liturgia do Dia – Quinta-feira, 28 de Agosto de 2025

21ª Semana do Tempo Comum

Leituras:

  • 1Ts 3,7-13
  • Salmo 89(90),3-4.12-13.14 e 17 (R. 14)
  • Mateus 24,42-51

A Liturgia do dia celebra a memória de Santo Agostinho, grande mestre da fé e da espiritualidade, cuja vida nos inspira a buscar autenticidade no seguimento de Cristo. As leituras de hoje nos convidam a refletir sobre vigilância, perseverança e amor fraterno.

Na primeira leitura, São Paulo expressa sua alegria pelo crescimento na fé da comunidade de Tessalônica e enfatiza a importância de fortalecer o coração e perseverar no amor de Deus. É um convite para cuidarmos uns dos outros, apoiando-nos na fé e na esperança que nos vêm do Senhor.

O Salmo 89 nos lembra que a vida é breve e que somente em Deus encontramos segurança e sentido duradouro. Ele nos chama a viver cada dia com consciência e gratidão, confiando na misericórdia divina.

O Evangelho da liturgia de hoje nos convida a refletir sobre a vigilância e a fidelidade na vida cristã. Jesus nos lembra que não sabemos o dia nem a hora de sua vinda e, por isso, precisamos estar sempre preparados. Essa preparação não se resume a palavras ou intenções; é uma atitude concreta que se manifesta no amor, no serviço e na coerência entre fé e ação.

A parábola do administrador fiel nos mostra que nossa vida é uma missão confiada por Deus. Cada talento, cada oportunidade, cada gesto de amor é uma responsabilidade que nos é dada para que possamos alimentar e cuidar dos outros no tempo certo. Por outro lado, o exemplo do servo malvado alerta para o perigo da hipocrisia e do descuido espiritual, lembrando que a fidelidade é sempre exigente e requer vigilância.

Liturgicamente, este Evangelho nos desafia a viver o presente com consciência e atenção. Estar vigilante significa perceber as necessidades do próximo, agir com justiça e compaixão, e cultivar a fidelidade nas pequenas escolhas do dia a dia. Não se trata de viver com medo, mas com esperança ativa, confiando na misericórdia de Deus e antecipando, em nossas ações, o Reino que virá.

Que a mensagem de Jesus nos inspire a permanecer fiéis e vigilantes, lembrando que a verdadeira preparação é demonstrada na coerência da vida, no amor compartilhado e no cuidado com os irmãos. A fidelidade cotidiana é o caminho que nos leva à plenitude da vida em comunhão com Deus.

A memória de Santo Agostinho, grande buscador da verdade e da graça, reforça este chamado: viver com autenticidade, vigilância e amor, sabendo que nossa jornada de fé é construída nas escolhas cotidianas.

Que possamos hoje, à luz das palavras de Jesus e do testemunho de Santo Agostinho, cultivar a vigilância espiritual e o cuidado com os irmãos, mantendo-nos firmes na esperança e no amor de Deus.

LITURGIA DO DIA: MEMÓRIA DE SANTA MÔNICA

Liturgia do dia: Santa Mônica, memória – 21ª Semana do Tempo Comum
Leituras:
1Ts 2,9-13
Sl 138(139),7-8.9-10.11-12ab (R. 1a)
Mt 23,27-32

Hoje a Igreja nos convida a olhar para a vida de Santa Mônica, mulher de fé incansável e mãe perseverante, que encontrou na oração a força para sustentar sua família e interceder pela conversão do filho, Santo Agostinho. Sua vida é um testemunho de esperança que nos recorda: nada é impossível para Deus quando se ora com confiança e paciência.

Primeira Leitura – 1Ts 2,9-13

São Paulo nos fala com tom paterno e firme. Ele lembra à comunidade de Tessalônica que seu trabalho foi incansável, movido pelo amor ao Evangelho. Não buscou glória, mas dedicou-se com simplicidade e justiça, como quem cuida de filhos amados. Paulo se alegra porque a Palavra foi acolhida não como simples discurso humano, mas como a própria voz de Deus que transforma corações. Esta é a força da fé: ela age em quem a acolhe de verdade.

Salmo 138(139)

O salmo é uma poesia que canta a intimidade de Deus conosco. Onde quer que estejamos, Ele está presente; nada Lhe é oculto. A mensagem é clara: somos profundamente conhecidos e amados. Em tempos de incertezas, esta certeza nos consola e dá segurança.

Evangelho – Mt 23,27-32

Jesus é direto e firme. Denuncia a hipocrisia daqueles que se preocupam apenas com a aparência, como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas vazios por dentro. É um alerta para todos nós: de nada adianta parecer justos se nosso coração não é sincero. Deus vê além das aparências e chama cada um à autenticidade.

É interessante notar que este evangelho faz parte de uma sequência progressiva que ouvimos desde o domingo. No domingo (Lc 13,22-30), Jesus nos convidou a entrar pela porta estreita: um chamado pessoal à conversão e à autenticidade. Na segunda-feira (Mt 23,13-22), Ele denunciou os guias cegos que fecham as portas do Reino. Na terça-feira (Mt 23,23-26), alertou sobre o perigo de se apegar a detalhes e esquecer o essencial: justiça, misericórdia e fidelidade. Hoje, quarta-feira, chegamos a um ponto bem profundo: a hipocrisia se torna máscara, fachada, sepulcros caiados. A mensagem é clara: o Reino é para quem vive com sinceridade diante de Deus, sem aparências, mas com o coração purificado.

Viver com sinceridade e autenticidade significa alinhar o que você crê, fala e faz, sem máscaras ou aparência para agradar aos outros. É buscar a verdade do próprio coração e caminhar em coerência com ela, mesmo quando isso exige esforço ou mudança. Algumas atitudes que ajudam:

  1. Conheça a si mesmo(a) – reserve momentos de silêncio e oração para se perguntar: “O que realmente acredito? Quais são meus valores?”.
  2. Seja coerente – suas palavras e ações devem refletir o que você professa; pequenas incoerências minam a autenticidade.
  3. Aceite suas fragilidades – reconhecer limites e erros é parte da vida; quem é autêntico não precisa ser perfeito, mas verdadeiro.
  4. Busque a verdade em Deus – para o cristão, autenticidade é viver como filho(a) amado(a), permitindo que a Palavra ilumine escolhas e atitudes.
  5. Valorize a simplicidade – quanto mais simples e transparente, mais livre se vive.

Caminho para hoje

As leituras deste dia nos provocam a viver uma fé coerente e verdadeira. De Santa Mônica aprendemos a não desistir daqueles que amamos, confiando na ação silenciosa de Deus. De Paulo, o convite a anunciar com a vida, sem buscar reconhecimento. De Jesus, a necessidade de limpar o interior, deixando que a graça transforme nossas atitudes.

Que possamos, neste dia, pedir ao Senhor um coração humilde, que ora, trabalha e ama com autenticidade, sempre confiando que Ele nos vê, nos conhece e caminha conosco.

LITURGIA DIA: 3ª FEIRA DA 21ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Reflexão para Terça-feira, 26 de Agosto de 2025 – 21ª Semana do Tempo Comum (Ano Ímpar)

Leituras:
1Ts 2,1-8
Sl 138(139),1-3.4-6 (R. 1)
Mt 23,23-26

As leituras de hoje nos conduzem a um exame de consciência sobre a autenticidade de nossa vida cristã.

Na primeira leitura (1Ts 2,1-8), São Paulo recorda à comunidade de Tessalônica que seu anúncio do Evangelho não foi feito com intenções ocultas ou interesses pessoais. Ele se apresenta como um pai que cuida com ternura dos filhos, entregando não apenas palavras, mas a própria vida. Esse testemunho nos desafia a rever o modo como anunciamos Cristo: fazemos isso por amor ou buscamos reconhecimento e prestígio? A verdadeira evangelização nasce de corações transparentes e apaixonados por Deus e pelos irmãos.

O salmo responsorial (Sl 138) nos lembra que Deus nos conhece profundamente: Ele sonda o íntimo do nosso ser, sabe o que vamos dizer antes mesmo de falarmos. Essa consciência deve gerar em nós humildade e confiança, pois nada podemos esconder d’Aquele que nos ama de modo pleno.

O Evangelho de hoje (Mt 23,23-26) mostra um dos momentos mais incisivos do ensino de Jesus. Ele fala aos fariseus e mestres da Lei, que eram conhecidos por sua grande dedicação às normas religiosas. Eles cumpriam regras detalhadas, como o pagamento do dízimo até das ervas mais simples – hortelã, endro e cominho – mas, ao mesmo tempo, descuidavam do que realmente sustentava a Lei de Deus: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Em outras palavras, davam grande importância ao que era visível e pequeno, mas negligenciavam o que era profundo e essencial.

A crítica de Jesus não é contra a prática religiosa em si. Ele não diz que as normas e ritos não têm valor, mas deixa claro que eles só fazem sentido se forem expressão de um coração voltado para Deus e para o próximo. Se a observância externa não corresponde a uma vida justa e misericordiosa, torna-se vazia e até hipócrita.

A imagem do copo limpo por fora, mas sujo por dentro, é muito forte. Um copo limpo por fora engana à primeira vista, mas não serve para beber se dentro estiver impuro. Assim é a vida de quem se preocupa em parecer correto, mas carrega egoísmo, orgulho ou indiferença no íntimo. Para Jesus, é o interior que precisa ser purificado primeiro. Quando o coração é limpo, os gestos externos naturalmente refletem essa verdade.

Como isso se aplica hoje?

  • No trabalho: alguém pode ser educado com os colegas e até participar de campanhas solidárias, mas por trás age com desonestidade em relatórios ou busca apenas benefícios próprios.
  • Na família: podemos ser atenciosos em público, mas em casa agir com dureza, críticas constantes ou falta de diálogo.
  • Na comunidade de fé: é possível ser assíduo na missa ou no grupo da paróquia, mas manter ressentimentos, falar mal dos outros ou fechar os olhos para quem sofre ao nosso lado.

O chamado de Jesus é claro: antes de querer parecer bons aos olhos dos outros, precisamos deixar Deus curar nosso interior. Uma fé verdadeira começa no coração e se torna visível em atitudes concretas de amor, justiça e serviço.

Para nossa vida:
Hoje, somos chamados a olhar para dentro e perguntar: como está o nosso “interior”? Nossas práticas religiosas correspondem a uma fé viva ou apenas a gestos automáticos? O Senhor nos convida a uma fé autêntica, que começa no coração e se traduz em gestos de amor e serviço.

LITURGIA DO DIA: 2ª FEIRA DA 21ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Liturgia do Dia – Segunda-feira, 25 de agosto de 2025
21ª Semana do Tempo Comum – Ano Ímpar (I)

Leituras:
1Ts 1,1-5.8b-10
Sl 149,1-2.3-4.5-6a e 9b (R. 4a)
Mt 23,13-22

Um chamado à autenticidade e à alegria do Evangelho

Neste início de semana, a Palavra de Deus nos convida a olhar para a essência da vida cristã: fé viva, esperança perseverante e testemunho coerente. A carta de São Paulo aos Tessalonicenses abre a liturgia com um tom afetuoso. Ele recorda que a comunidade não apenas recebeu a Palavra, mas a vive com força e alegria, mesmo em meio às dificuldades. Essa fé contagiante tornou-se exemplo para outros. É um convite para que cada cristão seja sinal do amor de Deus onde vive e trabalha.

O salmo 149 é um hino de louvor e celebração. Ele nos lembra que a vida de fé não é um peso, mas um canto novo. O Senhor ama seu povo e se alegra com aqueles que confiam nele. Cantar este salmo é experimentar a certeza de que Deus caminha conosco e nos fortalece.

No Evangelho, Jesus é firme com os líderes religiosos. Ele denuncia a hipocrisia daqueles que fecham as portas do Reino e colocam obstáculos para os outros. Não é um texto para apontar o dedo para os outros, mas para examinar o próprio coração: quantas vezes podemos transformar a fé em regras sem vida? Jesus nos chama a uma religião de verdade, que não se esconde atrás de aparências, mas busca o essencial: o amor a Deus e ao próximo.

Aqui estão alguns caminhos práticos e espirituais para viver essa “religião de verdade” que Jesus nos propõe:

1. Cultivar uma relação pessoal com Deus: a fé não é apenas cumprir normas; é encontro. Reserve momentos diários para oração silenciosa, leitura orante da Bíblia e participação consciente da liturgia. Isso aprofunda a amizade com Deus e orienta as escolhas.

2. Viver o essencial: amor concreto: o amor a Deus se prova no amor ao próximo (cf. Mt 22,37-40). Isso significa escutar, perdoar, partilhar, acolher. Pequenos gestos – um sorriso, uma ajuda, um pedido de desculpas – podem ser sinais do Reino.

3. Simplicidade e coerência: Jesus criticou a hipocrisia. O chamado é para ser o mesmo em público e no íntimo, sem máscaras. Isso exige humildade para reconhecer fraquezas, buscar o sacramento da reconciliação e sempre recomeçar.

4. Discernir o que é essencial e o que é secundário: nem tudo tem o mesmo peso. A fé autêntica não se perde em detalhes, mas busca a vontade de Deus no concreto da vida. Documentos da Igreja, como o Catecismo e a Evangelii Gaudium do Papa Francisco, ajudam a manter esse foco.

5. Participar da comunidade: viver a fé isoladamente é difícil. A comunidade ajuda a corrigir rotas, apoiar e ser apoiado. É lugar de serviço e partilha dos dons, não de julgamento.

6. Dar testemunho no cotidiano: mais que palavras, a vida fala. No trabalho, na família, no trânsito, ser honesto, justo e compassivo evangeliza.

Hoje, a liturgia nos propõe uma revisão de vida: como tenho vivido minha fé? Sou sinal de esperança e alegria para os outros ou coloco barreiras com palavras e atitudes? A autenticidade cristã não é perfeição, mas abertura sincera à graça de Deus. Que a Palavra desta segunda-feira nos ajude a começar bem a semana, com coerência e alegria no seguimento de Cristo.

Oração final:
Senhor, dá-me um coração simples e verdadeiro. Que eu viva minha fé com alegria e testemunho, sem hipocrisias. Ensina-me a abrir portas e não a fechá-las, para que tua luz brilhe através de mim. Amém.

LITURGIA DO DIA: 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C

A liturgia deste domingo (24/08/2025) apresenta uma mensagem profunda e desafiadora: a salvação é oferecida a todos, mas exige esforço pessoal e perseverança. Ao longo das leituras, percebemos dois movimentos complementares: a amplitude do chamado de Deus, que abraça toda a humanidade, e a necessidade de uma resposta concreta, marcada por fé e conversão. É uma palavra que conforta e provoca. Conforta porque ninguém está excluído do amor divino; provoca porque não basta estar próximo da mensagem do Evangelho – é preciso acolhê-la com a vida.

Neste domingo, também fazemos memória de um tema especial: estamos no mês vocacional e celebramos a 4ª semana, dedicada à vocação para os ministérios e serviços na comunidade. A Igreja no Brasil reserva o mês de agosto para rezar e refletir sobre as diversas vocações: os ministros ordenados, a vida consagrada, a vocação matrimonial e familiar, e, nesta semana, as vocações laicais e ministeriais, que colocam os dons a serviço da vida comunitária. É um momento para agradecer e rezar por todos aqueles que, nas nossas paróquias, assumem a missão de leitores, catequistas, ministros extraordinários da comunhão, músicos, animadores, líderes pastorais e tantos outros que, com generosidade, fazem a Igreja viva e missionária.

Isaías 66,18-21: um horizonte sem fronteiras

O profeta Isaías nos coloca diante de um Deus que reúne “todas as nações e línguas” para contemplar Sua glória. Não há barreiras étnicas, geográficas ou culturais. Deus envia mensageiros até os lugares mais distantes para anunciar Seu nome. É significativo que Ele escolha até mesmo alguns desses povos para exercer o sacerdócio. Aqui, temos um sinal claro de universalidade: a graça divina não está restrita a um único povo ou tradição.

Essa profecia se cumpre plenamente em Cristo, que envia os discípulos “a todas as nações” (Mt 28,19). A Igreja, portanto, não é uma comunidade fechada, mas missionária por essência. E essa missão não se realiza sozinha: precisa de pessoas que, com seus dons, assumam serviços e ministérios. Por isso, neste mês vocacional, a Palavra nos convida a olhar para nossos talentos e perguntar: como posso servir?

Salmo 116 (117): missão e louvor

O menor dos salmos é também um dos mais universais. Com apenas dois versículos, convida: “Louvai o Senhor, todas as nações, glorificai-o, todos os povos.” É um salmo missionário, em sintonia com a promessa de Isaías. Seu refrão, tomado de Marcos 16,15 – “Ide por todo o mundo, anunciai o Evangelho” – é quase um grito de envio.

Esse louvor não é intimista, mas expansivo. Ele nos recorda que o cristão não guarda para si a boa nova, mas a proclama. Toda liturgia culmina em missão. E para que a missão aconteça, Deus suscita homens e mulheres que servem: ministros que distribuem a Palavra e a Eucaristia, pregadores, visitadores dos enfermos, catequistas que anunciam a fé às novas gerações. Esta semana vocacional é um convite a rezar por todos esses servidores e a reconhecer a grandeza do serviço humilde.

Hebreus 12,5-7.11-13: a pedagogia do amor

A segunda leitura traz um tom diferente: exorta à perseverança e à disciplina. O autor da Carta aos Hebreus lembra que Deus corrige aqueles que ama, como um pai que educa os filhos. A imagem pode parecer dura, mas o texto insiste: a correção não é punição, mas cuidado. É um processo que nos fortalece, purifica nossas intenções e nos ajuda a crescer.

Aqui temos um aspecto teológico precioso: a vida cristã não é apenas consolação, é também caminho de purificação. A santidade não se alcança sem esforço. Cada vocação – seja o matrimônio, a vida consagrada, o ministério ordenado ou o serviço laical – exige paciência, resiliência e fidelidade. As provações, quando acolhidas, geram frutos de paz e justiça. Assim como o atleta se prepara para a corrida, o discípulo de Cristo se exercita na fé, corrigindo rotas, fortalecendo os passos.

Lucas 13,22-30: a porta estreita

O Evangelho de Lucas traz a questão direta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” Jesus não responde com estatísticas, mas com um convite exigente: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita.” A salvação é dom, mas requer empenho. Não basta ter contato com Jesus, é necessário segui-Lo, imitá-Lo, deixar-se transformar por Ele.

Ou seja, a pergunta feita a Jesus reflete uma curiosidade bem humana: queremos números, queremos saber “quem entra e quem fica de fora”. Mas Jesus não se prende a curiosidades teóricas. Ele desloca o foco: a salvação não é um dado estatístico, é um caminho de decisão pessoal.

Ao dizer “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”, Ele:

  1. Chama a responsabilidade individual.
    Em vez de discutir “quantos serão salvos”, Jesus lembra: “E você? Como está vivendo? Está caminhando para o Reino?” A questão não é quantidade, mas fidelidade.
  2. Mostra que a salvação é graça, mas também exige resposta.
    A “porta estreita” não significa que Deus quer dificultar, mas que seguir Cristo exige escolhas, renúncias, coerência. Não basta estar próximo, ouvir, conviver – é preciso viver o Evangelho de fato.
  3. Adverte contra a falsa segurança.
    Muitos no tempo de Jesus confiavam apenas na pertença ao povo eleito, pensando que isso bastava. A resposta mostra que não há privilégios automáticos: o Reino é para quem se abre à conversão.
  4. Revela o caráter universal do chamado.
    Mais adiante, Jesus fala que virão pessoas do oriente e do ocidente, do norte e do sul. Ou seja, a porta está aberta para todos, mas só entra quem responde com vida e coração.

Em resumo: Jesus não quer alimentar a curiosidade sobre “os outros”, mas despertar em cada um um senso de urgência e responsabilidade. Ele transforma uma pergunta teórica em um convite prático: “Você está passando pela porta estreita? Está vivendo como meu discípulo?”

A imagem da porta estreita indica que o caminho não é largo nem confortável. A fé autêntica pede escolhas diárias, renúncias e perseverança. Mas também há uma promessa: “Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e se sentarão à mesa do Reino de Deus.” Aqui está a beleza da vocação: Deus chama todos e dá a cada um um lugar e uma missão. Os que servem no silêncio e na simplicidade também são grandes aos olhos do Pai.

Um olhar para hoje

As leituras deste domingo, vividas dentro do mês vocacional, são um chamado à abertura e ao compromisso. Deus nos quer unidos, mas nos pede empenho. O amor se faz concreto quando se transforma em serviço. A vocação para os ministérios e serviços nas comunidades é sinal visível dessa resposta. Cada gesto – do catequista que ensina, do ministro que leva a comunhão, do jovem que canta, do casal que coordena uma pastoral – é uma porta estreita aberta para o Reino.

Neste domingo, rezemos para que nossas comunidades sejam espaços de acolhida e participação, onde todos descubram seus dons e os coloquem a serviço. Que possamos nos perguntar: qual é a minha porta estreita? De que forma posso servir? Essa pergunta é muito bonita e muito pessoal. A “porta estreita” que Jesus menciona (Lc 13,22-30) é, antes de tudo, um convite a viver a fé com autenticidade e perseverança. Cada pessoa tem a sua:

  • Para alguns, pode ser perseverar na oração e no testemunho em casa, cuidando da família e educando os filhos na fé.
  • Para outros, pode ser servir na comunidade, assumindo um ministério (leitor, catequista, músico, ministro da comunhão, animador de grupo).
  • Pode significar também abrir-se ao perdão, cuidar dos doentes, acolher os pobres, praticar a caridade no dia a dia.
  • Às vezes, a porta estreita é vencer o comodismo e dar um passo a mais, como participar de uma pastoral ou oferecer tempo para evangelizar.

O mês vocacional lembra que Deus chama cada um de um jeito. A pergunta “De que forma posso servir?” pode ser respondida olhando para seus dons e para as necessidades ao seu redor. Um bom caminho é:

  1. Rezar pedindo luz: “Senhor, mostra-me onde queres que eu sirva.”
  2. Conversar com pessoas de fé ou com o pároco: eles podem ajudar a identificar os ministérios e serviços que a comunidade precisa.
  3. Experimentar: às vezes, só descobrimos nossos dons quando começamos a atuar.

A salvação é para todos, mas o caminho passa pelo esforço, pela humildade e pela entrega. E cada serviço, por menor que pareça, aproxima o Reino.

O mês vocacional é, então, um convite a olhar para a vida com gratidão: o que eu já faço que aproxima pessoas de Deus? Que novo passo posso dar, sem medo, para servir melhor?

Mais do que preocupar-se com números ou resultados, este domingo nos convida a experimentar a alegria de ser parte da missão de Cristo. Ele nos chama a caminhar juntos, confiantes de que há sempre um lugar para nós na mesa do Reino.

LITURGIA DO DIA: FESTA DE SANTA ROSA DE LIMA, PADROEIRA DA AMÉRICA LATINA

Hoje (23/08/2025) celebramos com júbilo a Festa de Santa Rosa de Lima, virgem, Padroeira da América Latina. Estamos na 20ª Semana do Tempo Comum, Ano C e a liturgia transpira esperança e nos chama à vivência fiel dos mistérios de Cristo no dia a dia.

Leituras do dia

Na Primeira leitura – 2Cor 10,17-11,2, São Paulo exorta: “Quem se gloria, glorie-se no Senhor”. Não em si mesmo, não em suas obras, mas em Deus. Ele lembra que a aprovação verdadeira vem do Senhor, não dos homens. Paulo se apresenta como aquele que desposou a comunidade a Cristo, como uma virgem pura a um único esposo.

O Salmo responsorial – Sl 148,1-2.11-13a.13c-14 (R. cf. 12a.13a) – faz um convite universal ao louvor. O salmista chama anjos, reis, príncipes, jovens, crianças, homens e mulheres a bendizer o nome do Senhor. Toda a criação é chamada a glorificar seu Criador.

No Evangelho – Mt 13,44-46 – Jesus nos apresenta duas breves parábolas. O Reino dos Céus é comparado a um tesouro escondido em um campo. Quem o encontra vende tudo para comprá-lo. É também como um comerciante em busca de pérolas preciosas. Ao encontrar uma pérola de grande valor, vende tudo para adquiri-la. O Reino exige entrega total.

Quem foi Santa Rosa de Lima

Santa Rosa nasceu em Lima, Peru, em 1586. Seu nome de batismo era Isabel, mas a beleza de seu rosto inspirou o apelido “Rosa”. Desde jovem, buscou a vida de oração, penitência e caridade. Pertenceu à Ordem Terceira Dominicana. Fez voto de castidade, cuidou dos pobres, dos indígenas e dos escravos. Viveu austeramente e ofereceu tudo a Cristo. Morreu em 24 de agosto de 1617, com apenas 31 anos. Foi canonizada em 1671 e tornou-se a primeira santa das Américas, padroeira do Peru e de toda a América Latina.

A vida de Santa Rosa reflete a mensagem das leituras. Como Paulo, ela se apresentou a Cristo como uma virgem pura. Não buscou glória própria. Sua vida foi um constante “gloriar-se no Senhor”. Viveu para Ele e por Ele.

O salmo do dia fala do louvor universal. Rosa também louvou com sua vida. Via Deus na beleza da criação, nas flores que cultivava, no cuidado com os pobres. Sua oração se unia ao cântico dos céus.

O Evangelho das parábolas mostra a radicalidade do Reino. Quem encontra o tesouro vende tudo. Quem acha a pérola deixa tudo para adquiri-la. Assim fez Rosa. Abriu mão de riquezas, de prestígio, de comodidades. Tudo para conquistar o Reino.

Mensagem para nós hoje

A festa de Santa Rosa de Lima nos provoca a rever nossas prioridades. Onde está o nosso tesouro? O que valorizamos acima de tudo? O Senhor nos convida a vender, isto é, a deixar de lado o supérfluo para abraçar o essencial.

Rosa nos ensina que a santidade é possível no cotidiano. É escolha diária. É busca de Cristo como a pérola mais preciosa. É olhar para o mundo com humildade, servir com amor, louvar com simplicidade.

Hoje, o convite é claro: não nos gloriemos em nós mesmos. Reconheçamos que tudo vem de Deus. Ele é nosso maior bem. Que possamos viver o desposório com Cristo, como Santa Rosa, com fidelidade e pureza de coração.

Que todo nosso ser, como o salmo pede, seja louvor. Que nossos gestos revelem amor. Que nossas escolhas apontem para o tesouro maior: Cristo. A vida de Santa Rosa nos mostra que vale a pena entregar tudo para ganhar tudo. E esse tudo é Deus.

Assim, celebramos esta festa pedindo a intercessão de Santa Rosa de Lima. Que ela nos ajude a buscar o Reino com coragem. Que nos inspire a trocar as pérolas falsas pelas verdadeiras. Que nossa vida seja um hino de louvor e entrega. Que possamos um dia, com ela, gloriar-nos apenas no Senhor.