QUINTA-FEIRA SANTA: O AMOR COMEÇA AQUI

A Missa da Ceia do Senhor, celebrada na Quinta-feira Santa ao entardecer, dá início ao Tríduo Pascal. É o primeiro passo da caminhada com Jesus em sua paixão, morte e ressurreição. Essa celebração não é apenas memória de um fato passado, mas a atualização viva do gesto de amor mais profundo: a entrega total de Jesus por nós.

Logo no início da liturgia, a antífona já aponta para o mistério que celebramos: “A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória; nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou.”

A Ceia não é um rito isolado. É parte de uma história de salvação que começa com o povo hebreu, na noite da libertação do Egito. “É a Páscoa, a passagem do Senhor!” (Ex 12,11).

O cordeiro imolado, o sangue nos umbrais das portas, a refeição partilhada às pressas: tudo isso anuncia o verdadeiro Cordeiro, Jesus, que entrega seu corpo e derrama seu sangue como sinal de uma nova aliança. “Isto é o meu corpo dado por vós… este cálice é a nova aliança em meu sangue.” (1Cor 11,24-25)

Mas a Ceia não para no altar. Durante o jantar, Jesus levanta-se, tira o manto, pega uma toalha, se abaixa e começa a lavar os pés dos discípulos. Um gesto escandaloso. Um amor que se ajoelha. “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.” (Jo 13,14)

Na Quinta-feira Santa, celebramos o coração da fé cristã: um Deus que se faz pão, que se faz serviço, que se doa por inteiro. Participar desta Eucaristia é assumir o compromisso de viver como Ele viveu, amar como Ele amou e servir como Ele serviu. Não é apenas uma missa bonita. É um chamado. “Fazei isto em memória de mim.” (1Cor 11,24)

Celebrar a Ceia do Senhor é dizer com a vida: estamos dispostos a continuar o caminho do amor até o fim.

Páscoa: O Sacrifício e a Renovação da Aliança

A Páscoa é um momento de profunda reflexão sobre o sacrifício, a renovação da aliança e a presença divina em nossas vidas. Ao longo das Escrituras, somos convidados a vivenciar a Páscoa não apenas como um evento histórico, mas como uma experiência de transformação pessoal e espiritual.

No Êxodo 12,1-8.11-14, vemos o povo de Israel, em meio à opressão no Egito, ser orientado a celebrar a Páscoa com um sacrifício de cordeiro e a marca de seu sangue nas portas como sinal de salvação. Esta primeira Páscoa é um marco da libertação divina, simbolizando a passagem da escravidão para a liberdade, do sofrimento para a esperança. Ela nos convida a refletir sobre o sacrifício que Deus fez em favor de Seu povo e nos recorda da importância de viver na fidelidade à Sua Palavra.

O Salmo 115,12-13.15-16bc.17-18 ecoa esse sentimento de gratidão e confiança em Deus, que libertou e guiou Seu povo. Ele nos lembra de que, ao recebermos as bênçãos divinas, devemos responder com ação de graças e compromisso com a Aliança. “Como retribuirei ao Senhor por tudo o que Ele me fez?” (Sl 115,12). A resposta a essa pergunta é encontrada no amor e no serviço a Deus e ao próximo, que se manifestam, especialmente, na participação na Ceia do Senhor.

Na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 11,23-26, a Eucaristia é revelada como o memorial do sacrifício de Cristo, que, ao instituir a Ceia, transforma o pão e o vinho em Seu Corpo e Sangue. Paulo nos ensina que, ao partilhar deste mistério, renovamos a nossa aliança com Cristo e proclamamos Sua morte e ressurreição até que Ele venha. A Eucaristia, assim, não é apenas um ato de recordação, mas uma vivência profunda da presença de Cristo em nossa vida.

Finalmente, no Evangelho de João 13,1-15, somos chamados a imitar o gesto de humildade e serviço de Jesus, que, ao lavar os pés dos Seus discípulos, nos ensina o verdadeiro caminho do amor. Ele, que é Senhor e Mestre, se faz servo, mostrando que, para viver a Páscoa em plenitude, devemos abraçar o serviço e o amor ao próximo. A humildade e a pureza de coração são essenciais para participar da Páscoa de Cristo, pois é somente através delas que podemos experimentar a verdadeira liberdade e salvação.

O que significa este gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos?

A Páscoa, portanto, não é apenas um rito de lembrança, mas uma vivência de fé, uma renovação da aliança com Deus, e um convite para que, como Cristo, possamos nos doar em amor e serviço ao próximo. Que, ao celebrarmos este tempo sagrado, possamos experimentar, em nossas vidas, a verdadeira libertação e a paz que Cristo nos oferece, nos chamando a viver uma vida de amor e serviço.

No contexto do judaísmo, o gesto de Jesus lavar os pés dos discípulos, conforme descrito no Evangelho de João 13,1-15, é carregado de um profundo simbolismo e se destaca como um ato radical de humildade e serviço. Para entender o significado desse gesto no judaísmo, é importante considerar algumas práticas e tradições culturais da época.

  1. A Tradição Judaica de Lavar os Pés: No judaísmo do tempo de Jesus, lavar os pés era uma prática comum de hospitalidade. Ao receber um convidado em sua casa, o anfitrião ou um servo lavava os pés do visitante, pois as pessoas se deslocavam usando sandálias em estradas poeirentas. Esse gesto era um sinal de acolhimento e respeito. No entanto, a prática de lavar os pés era vista como uma tarefa reservada aos servos ou escravos, uma vez que era uma função humilde e muitas vezes considerada de baixo status.
  2. A Inversão dos Papéis Sociais: Quando Jesus, como Mestre e Senhor, assume a função de servo ao lavar os pés dos discípulos, Ele desafia diretamente as normas sociais e culturais da época. Ao fazer isso, Jesus inverte a expectativa comum de hierarquia, mostrando que, no Reino de Deus, a verdadeira grandeza se encontra no serviço humilde ao próximo. Essa ação vai contra o entendimento de liderança baseado em poder e status, propondo um modelo de liderança servidora.
  3. O Significado Espiritual: O gesto de lavar os pés também carrega um significado espiritual profundo. Para os discípulos, o ato de Jesus era uma forma de purificação, já que, no contexto religioso judaico, a lavagem era associada à purificação ritual. Embora Jesus não estivesse realizando uma purificação formal, Ele estava simbolicamente limpando os discípulos de sua sujeira espiritual e convidando-os a seguir o Seu exemplo de humildade e serviço.
  4. A Tora e a Humildade: Na tradição judaica, a humildade é uma virtude essencial. Os sábios judaicos ensinavam que a verdadeira grandeza estava na capacidade de servir aos outros com um coração humilde. Ao realizar esse gesto, Jesus se alinha com essa virtude de humildade e serviço, que é central na moral judaica, como exemplificado nos ensinamentos dos profetas e dos mestres da Tora.
  5. A Preparação para a Morte: Além disso, esse gesto de lavar os pés pode ser interpretado como uma preparação simbólica para o sacrifício de Jesus na cruz. Ao servir os discípulos dessa maneira, Ele os prepara para entender o tipo de Messias que Ele é: não um líder militar ou político, mas um Servo Sofredor, disposto a dar Sua vida em favor da humanidade.

Portanto, para o judaísmo, o gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos subverte as normas sociais e religiosas de sua época, chamando todos a praticar uma liderança fundamentada na humildade, no serviço e no amor ao próximo, valores que são centrais na tradição judaica. Além disso, é uma lição sobre a necessidade de purificação interior e um lembrete de que a verdadeira grandeza diante de Deus é medida pela disposição de servir e se humilhar em amor.

Para nós cristãos, o gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos possui uma riqueza de significados que vão além da prática de hospitalidade ou do simples ato de humildade. Esse gesto carrega profundas implicações para a compreensão da natureza de Deus, do Reino de Deus e do chamado dos discípulos para seguir o exemplo de Cristo. Vamos explorar os principais significados teológicos desse ato.

1. O Mistério da Humildade Divina

No gesto de lavar os pés, Jesus, que é o Filho de Deus, revela a profundidade da humildade divina. Ele, sendo Senhor e Mestre, não se impõe sobre os discípulos, mas escolhe servir a eles de maneira concreta e visível. Este gesto nos aponta para a natureza paradoxal de Deus, que é completamente transcendente e, ao mesmo tempo, completamente acessível e servo. A humildade de Jesus é uma característica essencial de Sua divindade. Ele, sendo Deus, não se afasta da humanidade, mas entra nela de maneira radical, demonstrando que o serviço e a doação são centrais para Sua missão redentora.

Esse ato de humildade reflete a “kenosis“, o “despojamento” de Cristo, descrito por Paulo em Filipenses 2,6-8. Ao se esvaziar de Sua glória e se tornar servo, Jesus nos revela que a verdadeira grandeza no Reino de Deus não está em poder ou prestígio, mas em um amor que se faz pequeno e se coloca a serviço dos outros. Jesus, ao lavar os pés, não apenas ensina, mas também revela a essência de Sua identidade como o Servo Sofredor, aquele que está disposto a ir até as últimas consequências por amor.

2. Purificação Espiritual

Este ato de lavar os pés também tem um forte componente de purificação. No contexto bíblico, a lavagem dos pés é associada à purificação, especialmente em rituais de preparação para encontros com Deus ou com momentos sagrados. Quando Jesus lava os pés de Seus discípulos, Ele não está apenas realizando um gesto simbólico de limpeza física, mas está apontando para a purificação interior necessária para uma verdadeira comunhão com Ele. Em João 13,10-11, Jesus explica que aquele que já se purificou precisa apenas lavar os pés, indicando que a lavagem é um reflexo da necessidade de purificação constante na vida espiritual. Este gesto antecipa a purificação final que seria realizada por meio da Sua morte na cruz, que oferece perdão e reconciliação com Deus.

3. O Amor Incondicional e Sacrificial

Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra um amor incondicional e sacrificial, o qual se estende até mesmo àqueles que O traem (Judas) e aos que O abandonam (os discípulos, mais tarde). Esse gesto é uma antecipação do Seu maior ato de amor, a Sua morte na cruz, onde Ele se entregará completamente por toda a humanidade. O ato de lavar os pés dos discípulos não é apenas um exemplo de humildade, mas um sinal visível de Seu amor sacrificial, que se entrega totalmente para a salvação dos outros.

Jesus está mostrando que a verdadeira manifestação do amor de Deus no mundo não é algo grandioso ou grandemente exaltado, mas algo que se manifesta em serviço, sacrifício e doação. O amor de Cristo é aquele que se faz pequeno, que se abaixa, que se humilha por amor ao próximo.

4. Exemplo de Serviço e Liderança no Reino de Deus

Jesus, com este gesto, também redefine o conceito de liderança no Reino de Deus. O mundo tende a ver a liderança como algo que envolve poder, controle e domínio. No entanto, no Reino de Deus, a verdadeira liderança é caracterizada pelo serviço e pela capacidade de servir aos outros. Jesus não exige ser servido, mas escolhe servir, e Ele chama Seus discípulos a seguir esse exemplo.

Em João 13,14-15, Ele instrui os discípulos: “Se eu, o Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como eu fiz.” Este é um mandamento de serviço mútuo, um convite para que os discípulos se tornem servos uns dos outros, assim como Cristo fez. A liderança cristã não é uma posição de poder ou honra, mas um chamado a servir aos outros com humildade e amor.

5. A Nova Comunhão com Cristo

Teologicamente, o gesto de lavar os pés também pode ser visto como um símbolo da nova comunhão que Jesus estabelece com os Seus seguidores. Ao lavar os pés dos discípulos, Ele não só está purificando-os, mas também os preparando para participar plenamente da Sua vida e missão. O serviço de Jesus vai além do ato físico de lavar os pés; Ele está criando uma nova comunidade fundamentada no serviço mútuo, onde os discípulos são chamados a viver em união e a praticar o amor sacrificial uns com os outros. Essa nova comunhão, fundada na imitação do amor e serviço de Cristo, será a base da Igreja que Ele está estabelecendo.

6. A Preparação para a Morte Redentora

Por fim, o gesto de lavar os pés é uma preparação para o sacrifício de Jesus na cruz. Ele sabe que Sua hora está chegando e usa esse momento para ensinar aos discípulos sobre a verdadeira natureza do Seu sacrifício. A cruz, como o lavatório, será o lugar onde Ele purificará e redimirá a humanidade, mas o gesto de lavar os pés já antecipa o significado profundo do que Ele fará. Assim, esse ato de serviço se torna uma preparação teológica para o ato supremo de amor de Cristo: Sua morte sacrificial, por meio da qual Ele oferece a purificação definitiva para todos os que creem Nele.

Assim, neste gesto, Jesus revela a humildade divina, a purificação necessária para uma vida em Cristo, o amor sacrificial que se entrega sem limites, e redefine a liderança como serviço. Ele também prepara os discípulos para o maior ato de amor, que será a Sua morte na cruz, e estabelece a base para uma nova comunidade de fé, caracterizada pelo amor e serviço mútuo. Em última análise, o gesto de lavar os pés é uma convocação para que todos os discípulos de Cristo sigam Seu exemplo e vivam uma vida de serviço, humildade e amor incondicional.

Memória da Ceia do Senhor: Início do Tríduo Pascal

Na noite em que foi entregue, Jesus celebrou a Ceia com seus discípulos. A comunidade cristã, ao se reunir nesta celebração, faz memória viva do que Ele fez e nos mandou fazer: tomar o pão, dar graças, partir e repartir. Este gesto simples e profundo inaugura o Tríduo Pascal, o coração do ano litúrgico.

Nesta celebração, é essencial preservar a estrutura da Ceia. Nos lugares onde for possível, utilizar-se do pão no lugar da hóstia, preparado especialmente para esta Missa, e não retirado do sacrário, que deve estar vazio desde o início da liturgia. A comunhão é realizada sob as duas espécies, pão e vinho, e a assembleia é convidada a se reunir em torno da mesa do altar, como sinal de unidade e partilha.

A adoração ao Santíssimo Sacramento, que se segue à celebração, ocorre em uma capela à parte, em clima de silêncio e sobriedade. Após a meia-noite, não se faz mais solenidade. Nunca se expõe o Santíssimo em ostensório, nem se deixa o sacrário ou o cibório abertos.

Os cantos que acompanham esta liturgia são próprios: a antífona de entrada, o Glória, as aclamações da oração eucarística e o canto de comunhão. As leituras também são específicas para este momento: o relato da Ceia Pascal do Êxodo, o testemunho mais antigo da Eucaristia presente na segunda leitura, e o Evangelho do Lava-pés, gesto que é repetido na celebração como sinal de serviço e amor fraterno. A cor litúrgica do dia é o branco, símbolo de festa e luz.

Ao final da celebração, o altar principal é desnudado e as imagens e cruzes são cobertas, caso ainda não tenham sido veladas no sábado anterior ao 5º Domingo da Quaresma. As imagens permanecem cobertas até a Vigília Pascal, enquanto a cruz permanece velada até a celebração da Sexta-feira Santa.

Do ponto de vista teológico e litúrgico, esta Ceia marca o início do êxodo pascal de Jesus. Nela, Ele reúne o sentido de toda a sua vida e missão, antecipando o mistério de sua entrega por amor. Celebra-se a Páscoa judaica, memória do êxodo, mas agora Ele mesmo se apresenta como o cordeiro da nova aliança: “Este é o meu corpo… este é o meu sangue”.

Espiritualmente, ao repetir os gestos de Jesus naquela noite, deixamo-nos conduzir pelo mesmo Espírito que o animou. Somos convidados a dedicar nossa vida a uma causa maior, assim como Ele fez. A Eucaristia nos impulsiona à gratidão, a ver o bem mesmo nas dificuldades, e a fazer da própria vida uma entrega total, corpo e sangue, por amor.

Sugestões dos cantos para este dia

Embora as músicas estejam gravadas com o acompanhamento completo de instrumentos, com o objetivo de facilitar o aprendizado e favorecer a adesão melódica, lembramos que o Sagrado Tríduo Pascal exige uma preparação cuidadosa. O uso dos instrumentos deve ser feito com discernimento, respeitando o espírito litúrgico próprio de cada celebração.

Diz o missal romano: Para uma boa celebração do Tríduo sagrado requer-se um número adequado de ministros leigos que devem ter sido cuidadosamente instruídos sobre o que lhes compete fazer.
O canto do povo, dos ministros e do sacerdote que preside, tem peculiar importância nas celebrações destes dias, pois os textos recebem toda a força que lhes é própria, sobretudo quando são cantados.

Orientação do Missal Romano para a Missa Vespertina da Missa da Ceia do Senhor: Durante o hino, tocam-se os sinos, que depois permanecerão silenciosos até o Glória da Vigília pascal, a não ser que o Bispo diocesano determine outra coisa. No mesmo período, o órgão e os outros instrumentos musicais podem ser utilizados somente para sustentar o canto.

Canto de entrada (1ª sugestão): Quanto a nós devemos gloriar-nos
Link: https://www.youtube.com/watch?v=gfPi1qOg0pM&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=3

Canto de entrada (2ª sugestão): Ninguém Pode se Orgulhar (Abertura)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=8wHCH2v7a7g&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=2

Glória
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ORXy8k0P_Po&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=3

Salmo responsorial:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YG_XP7nD5jI&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=4

Aclamação ao Evangelho:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=p3so-f2_5XU&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=5

Lava-pés (1ª opção):
Link: https://www.youtube.com/watch?v=p3so-f2_5XU&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=5

Lava-pés (2ª opção)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=XHf3LQjonI8&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=7

Apresentação das oferendas:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=2CR4PYMyasQ&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=8

Comunhão (1ª opção):
Link: https://www.youtube.com/watch?v=8PzOzuhfEUA&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=9

Comunhão (2ª opção)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=4tq6fCC0FJ8&list=OLAK5uy_kjpAsA3rSKZv42Iai_l6DCuO8nPWt4vaY&index=10

Canto da Transladação do Santíssimo Sacramento:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=MsF8cdUK8m4&list=RDMsF8cdUK8m4&start_radio=1&rv=MsF8cdUK8m4

Orientações sobre a transladação (missal romano):

Transladação do Santíssimo Sacramento

Se na mesma igreja não houver a celebração da Paixão do Senhor na sexta-feira seguinte, a Missa se conclui como de costume e o Santíssimo Sacramento é colocado no tabernáculo.

Terminada a oração depois da comunhão, o sacerdote, de pé, põe e abençoa o incenso no turíbulo e, ajoelhado, incensa três vezes o Santíssimo Sacramento. Recebe o véu umeral de cor branca, levanta-se, toma o cibório e o cobre com as extremidades do véu.

Forma-se a procissão da transladação do Santíssimo Sacramento, com tochas e incenso, pela igreja ao lugar da reposição, preparado em alguma parte da igreja ou numa capela convenientemente ornada. À frente vai um ministro leigo com a cruz entre dois outros com castiçais acesos; seguem-se outros levando velas acesas; diante do sacerdote que leva o Santíssimo Sacramento vai o turiferário com o turíbulo fumegante. Durante a procissão canta-se o hino Vamos todos louvar juntos (exceto as duas últimas estrofes) ou outro canto eucarístico.

Vamos todos louvar juntos
o mistério do amor,
pois o preço deste mundo
foi o sangue redentor,
recebido de Maria,
que nos deu o Salvador.

Veio ao mundo por Maria,
foi por nós que ele nasceu.
Ensinou sua doutrina,
com os homens conviveu.
No final de sua vida,
um presente ele nos deu.

Observando a Lei mosaica,
se reuniu com os irmãos.
Era noite. Despedida.
Numa ceia: refeição.
Deu-se aos doze em alimento,
pelas suas próprias mãos.

A Palavra do Deus vivo
transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo
para a nossa salvação.
O milagre nós não vemos,
basta a fé no coração.

Quando a procissão chega ao local da reposição, o sacerdote, se necessário, com a ajuda do diácono, deposita o cibório no tabernáculo, cuja porta fica aberta. Em seguida coloca incenso no turíbulo e, ajoelhado, incensa o Santíssimo Sacramento enquanto se canta Tão sublime sacramento ou outro canto eucarístico. Depois o diácono ou o próprio sacerdote fecha o tabernáculo.

Tão sublime sacramento
adoremos neste altar,
pois o Antigo Testamento
deu ao Novo seu lugar,
Venha a fé por suplemento
os sentidos completar.

Ao Eterno Pai cantemos
e a Jesus, o Salvador.
Ao Espírito exaltemos,
na Trindade eterno amor.
Ao Deus Uno e Trino demos
a alegria do louvor.

Após algum tempo de adoração silenciosa, o sacerdote e os ministros fazem genuflexão e voltam à sacristia.

Em tempo oportuno retiram-se as toalhas do altar e, se possível, as cruzes da igreja. Convém velar as cruzes que não possam ser retiradas.

Os que participam da Missa vespertina não celebram as vésperas.

Os fiéis sejam exortados a adorarem diante do Santíssimo Sacramento, durante algum tempo da noite, segundo a situação e as circunstâncias do lugar. Contudo, após a meia-noite esta adoração seja feita sem nenhuma solenidade.

TERÇA-FEIRA SANTA: ACOMPANHAR JESUS NA LITURGIA

À medida que avançamos, a liturgia da Terça-feira Santa nos convida a mergulhar mais profundamente no mistério da entrega de Jesus. As leituras de hoje revelam, em harmonia, um drama de missão, confiança e traição — e nos chamam a acompanhar o Senhor com o coração atento e fiel.

Em Isaías 49,1-6, ouvimos o chamado do Servo de Deus, escolhido desde o seio materno para ser “luz para as nações”. Ele enfrenta o aparente fracasso de sua missão — “cantei inutilmente, gastei minhas forças sem resultado” —, mas encontra em Deus sua força e recompensa. Esta figura profética se cumpre plenamente em Jesus, que caminha rumo à cruz com fidelidade inabalável, mesmo diante da rejeição e do sofrimento. O texto nos recorda que a verdadeira medida do êxito não está no aplauso do mundo, mas na obediência ao chamado de Deus.

O Salmo 70(71) é a oração de quem confia profundamente, mesmo nas tribulações. “Em vós, Senhor, me refugio” — canta o salmista —, expressando a confiança de quem caminha com Deus desde a juventude. Assim como Jesus que, mesmo traído e abandonado, permanece unido ao Pai, também somos convidados a buscar refúgio em Deus nos momentos de dor, dúvida e solidão.

O Evangelho de João 13,21-33.36-38 nos insere diretamente no clima da Última Ceia. Jesus, profundamente comovido, anuncia a traição de um dos seus. Judas sai da mesa, e João nos diz: “Era noite.” Não apenas no céu, mas também no coração de quem escolhe o caminho da infidelidade. Pedro, por sua vez, promete seguir Jesus até a morte, mas Jesus o adverte: “Tu me negarás três vezes”. As palavras de Jesus não são condenatórias, mas reveladoras da fragilidade humana — e também da misericórdia divina que nunca nos abandona.

Neste dia, a liturgia nos ensina que acompanhar Jesus é mais do que seguir seus passos fisicamente: é partilhar de sua missão, sua entrega, sua fidelidade, mesmo quando tudo parece escuro. É reconhecer que, como Pedro, também podemos falhar, mas somos chamados a recomeçar, com a graça daquele que conhece nossas fraquezas e mesmo assim nos ama.

A Terça-feira Santa nos convida a silenciar, a estar com Jesus na intimidade da Ceia, a olhar para dentro de nós e perguntar: Sou luz ou estou escolhendo a noite? Tenho confiado em Deus ou nas minhas próprias forças? Acompanhar Jesus na liturgia é permitir que essas palavras penetrem o coração e moldem nossa vida.

A Noite como Símbolo da Escuridão Interior

Essa expressão — “Era noite”, presente em João 13,30 — é breve, mas carrega um profundo simbolismo espiritual. No contexto do Evangelho, ela descreve o momento em que Judas sai da Ceia para consumar a traição. Mas, além de indicar o tempo do dia, “noite” aqui tem uma dimensão teológica e espiritual densa, que fala diretamente ao coração dos cristãos.

Na espiritualidade cristã, a noite muitas vezes representa o distanciamento de Deus, a perda de sentido, a confusão, o pecado. Judas não apenas sai fisicamente da presença de Jesus — ele entra espiritualmente na escuridão de suas escolhas. É o momento em que ele fecha o coração à luz, e, ao fazer isso, mergulha na noite mais profunda: a da alma afastada do amor.

“Era noite” — não só do lado de fora, mas dentro dele.

O Caminho Espiritual e a Escolha pela Luz

Para os cristãos, essa frase é um alerta e um convite. Ela nos lembra que o seguimento de Cristo passa por decisões concretas. Toda vez que negamos a verdade, que nos deixamos levar por interesses egoístas, que traímos os valores do Evangelho, também escolhemos a noite. E muitas vezes, essa noite se apresenta de forma sutil: um silêncio conveniente, uma omissão, uma palavra que fere, uma atitude que esfria o amor.

Mas o Evangelho não termina na noite. Jesus, Luz do mundo, enfrenta a noite da traição, do abandono e da cruz, para que nós nunca mais tenhamos que permanecer nela. Ele caminha conosco dentro das nossas noites — e é isso que transforma a escuridão em possibilidade de conversão.

A Noite como Lugar de Escolha e Esperança

Espiritualmente, “era noite” pode ser também o lugar do recomeço. Foi na noite que Pedro prometeu fidelidade e fracassou — mas também foi perdoado. Foi na noite que os discípulos fugiram — mas depois voltaram. A noite pode ser o tempo do erro, mas também pode ser o início de um novo amanhecer, se escolhemos voltar à luz.

“Era noite” é, então, uma frase que provoca o nosso coração:

  • Onde tenho escolhido a escuridão?
  • Que áreas da minha vida precisam ser tocadas pela luz de Cristo?
  • Estou caminhando com Jesus ou saindo às escondidas como Judas?

Na espiritualidade cristã, esta frase nos chama a vigiar o coração, a reconhecer que todos nós somos frágeis como Judas ou Pedro — mas também profundamente amados e chamados à luz.

“Era noite”: quando a humanidade se afasta da Luz

Essa expressão — “Era noite” (Jo 13,30) — quando lida à luz da história da humanidade, ecoa como um diagnóstico doloroso, mas também como um chamado à esperança. Ela não é apenas uma constatação do tempo, mas uma afirmação do estado da alma. Judas sai da presença de Jesus, e a noite cai, como símbolo da escolha pela escuridão. E assim tem sido, tantas vezes, na história humana.

Cada vez que a humanidade escolhe a lógica da guerra em vez do diálogo, a exploração em vez do cuidado, o egoísmo em vez da fraternidade, ela repete esse mesmo gesto de Judas. Sai da Ceia, abandona o lugar da comunhão, do amor partilhado, e mergulha na noite.

A escuridão de conflitos armados, de desigualdades gritantes, de violências contra os mais vulneráveis, e da devastação da criação é, de fato, uma noite espiritual e existencial. É a noite provocada por corações que perderam o rumo da luz, que já não escutam o grito do outro, nem o clamor da terra.

“Era noite” — e ainda é, quando o lucro vale mais do que vidas, quando as bombas falam mais alto que as pontes, quando rios morrem e povos são silenciados.

Mas essa noite não é o fim

O Evangelho de João é profundamente simbólico, e sempre contrapõe luz e trevas. Mas nunca deixa a noite como última palavra. Porque a luz brilha nas trevas, e as trevas não a venceram (Jo 1,5). Mesmo quando a humanidade parece perdida, Deus continua oferecendo sua presença, sua Palavra, sua luz.

Jesus entra na noite, não foge dela. Ele a atravessa — traído, humilhado, crucificado — para redimir a escuridão do mundo com o brilho do amor radical. E esse é o convite para nós: ser pequenas luzes no meio dessa noite global.

Um apelo à consciência e à conversão coletiva

A frase “era noite” também é um espelho que incomoda. Ela nos pergunta:

  • Onde estamos escolhendo a noite como sociedade?
  • Por que ainda naturalizamos a violência, a miséria, a destruição da Terra?
  • Como podemos voltar à mesa da Ceia, onde o amor é servido, e a fraternidade é possível?

A resposta cristã não é o desespero, mas a vigilância ativa, a compaixão comprometida. Somos chamados a ser sentinelas da manhã, aqueles que, mesmo em meio à escuridão, mantêm acesa a chama da esperança.

RETIRO MENSAL – 5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C

Abril de 2025Secretariado da Espiritualidade PDDM

Todo o primeiro domingo do mês, como família religiosa, fazemos o retiro mensal com os textos bíblicos do domingo. Este primeiro domingo do mês de abril, celebramos o 5º Domingo da Quaresma – Ano C. Abaixo o roteiro para a vivência deste retiro mensal.


🕊️ ROTEIRO DO RETIRO

1. Ambiente de Oração
Prepare com carinho o espaço onde será realizado o retiro: uma mesa com toalha, a Bíblia ou o Lecionário, uma vela acesa ao centro, cadeiras dispostas em círculo. Cuide para que todas as pessoas tenham um lugar acolhedor. Inicie acendendo a vela, sinal da presença de Cristo, luz do mundo.

2. Refrão meditativo
“Misericordioso é Deus, sempre, sempre o cantarei.”
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=fIsINtmGu-I

3. Invocação ao Espírito Santo
Peça a presença do Espírito que ilumina, consola e conduz. Pode-se usar uma oração espontânea ou conhecida.

4. Leitura dos Textos Bíblicos do Dia

  • Evangelho: Jo 8,1-11
  • 1ª Leitura: Is 43,16-21
  • Salmo: Sl 125
  • 2ª Leitura: Fl 3,8-14

✨ APROFUNDAMENTO DOS TEXTOS

📖 Evangelho – João 8,1-11
“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra.”

Neste 5º Domingo da Quaresma, o Evangelho segundo João nos convida a mergulhar na misericórdia de Deus, que não se resume a leis ou julgamentos, mas se manifesta como oportunidade de recomeço e salvação.

A narrativa se passa entre o Monte das Oliveiras e o templo de Jerusalém. O monte representa o lugar da intimidade de Jesus com o Pai, onde Ele assume com coragem o projeto divino de levar as pessoas à vida plena – um caminho que passa pela cruz e culmina na ressurreição. Já o templo, símbolo do poder religioso da época, torna-se o cenário onde Jesus será confrontado pelas autoridades que resistem à novidade do Reino.

Logo ao amanhecer, Jesus está no templo ensinando. Ele é como um novo sol, cuja luz dissipa as trevas da opressão e ilumina o caminho da verdadeira libertação. Nesse momento, escribas e fariseus trazem até Ele uma mulher acusada de adultério. Com a intenção de armá-lo, confrontam-no com a Lei de Moisés, que ordenava o apedrejamento. Se Jesus optasse por seguir a Lei, contrariaria as leis romanas. Se poupasse a mulher, seria acusado de desrespeitar a Tradição.

Com sabedoria divina, Jesus devolve a responsabilidade à consciência dos acusadores:
“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.” Diante dessa provocação, um a um se retiram, conscientes de que também carregam suas culpas. Aqueles que se colocavam como juízes reconhecem, em silêncio, sua fragilidade.

Fica então apenas Jesus e a mulher. Ele, o único sem pecado, não a condena, mas oferece a ela uma nova chance: “Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais.”

Neste gesto, Jesus revela o coração do Pai: um Deus que não julga para excluir, mas que acolhe para transformar. Como nos lembra o Evangelho de João (3,17), “Deus não enviou seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.”

Essa passagem nos desafia a abandonar o julgamento e a abrir espaço para a misericórdia. Jesus não elimina o mal punindo o pecador, mas oferecendo-lhe a possibilidade de uma vida nova. Assim também somos chamados: a sermos portadores de esperança e instrumentos da compaixão de Deus.

📖 1ª Leitura – Isaías 43,16-21
“Eis que farei coisas novas e as darei ao meu povo.”

Neste trecho do profeta Isaías, ouvimos uma poderosa mensagem de esperança e renovação. O profeta, porta-voz de Deus, dirige-se a um povo aflito, prestes a enfrentar o exílio. Suas palavras são como um bálsamo, alimentando a fé e renovando a confiança em um Deus que não abandona os seus, mesmo nos tempos de maior penúria.

Isaías relembra a travessia do Mar Vermelho — evento marcante da libertação do Egito — para reacender a memória do poder libertador de Deus. A saída da escravidão em direção à liberdade não é apenas um fato histórico, mas um sinal permanente de que Deus é aquele que transforma a dor em caminho, e a opressão em oportunidade de vida nova. É um convite para levantar os olhos e confiar novamente na ação divina.

No entanto, o profeta também alerta: não fiquem presos ao passado, às dores e mágoas. Deus está fazendo algo novo: “Eis que faço novas todas as coisas.” Essa promessa aponta para uma transformação profunda, onde até o deserto se torna lugar de vida. Deus abrirá caminhos onde antes só havia solidão, e fará brotar águas vivas, símbolo da renovação e da aliança.

A imagem da água no deserto nos remete aos antigos encontros matrimoniais dos patriarcas junto aos poços – lugares onde se formavam alianças e nasciam histórias de amor. Assim também é a relação entre Deus e seu povo: uma união profunda e fiel, comparável ao casamento, marcada pela fidelidade e fecundidade.

Essa nova realidade se estenderá a toda a criação. Homens, mulheres e até os animais se alegrarão com a abundância que Deus fará jorrar. A terra será fecundada, e todos louvarão ao Deus da providência, que salva seu povo da aridez e o conduz a uma vida plena.

📖 2ª Leitura – Filipenses 3,8-14
“Por causa de Cristo, eu perdi tudo, tornando-me semelhante a Ele em sua morte.”

Nesta carta apaixonada, escrita provavelmente durante sua prisão em Roma (por volta dos anos 61-62 d.C.), o apóstolo Paulo revela o centro de sua fé: tudo em sua vida perdeu valor diante da grandeza de conhecer e seguir Jesus Cristo.

Para Paulo, seguir Cristo não é apenas uma escolha de fé, mas uma entrega total. Ele abre mão de tudo – status, segurança, prestígio e até da própria liberdade – porque encontrou em Cristo o verdadeiro sentido da vida. Seu maior desejo é ser encontrado n’Ele, unir-se plenamente à sua paixão, morte e ressurreição.

Paulo compreende a justiça não como mérito conquistado por leis ou tradições, mas como dom gratuito de Deus, alcançado pela fé. Conhecer Cristo, para ele, é experimentar o mistério pascal na própria vida: compartilhar os sofrimentos, suportar as provações e, com esperança firme, caminhar em direção à ressurreição.

Mesmo com toda sua vivência espiritual, Paulo reconhece que ainda não chegou à meta. Mas ele se sente impulsionado pelo chamado de Deus, como um atleta que corre decidido rumo ao prêmio final. Com coragem e humildade, afirma: “Não que eu já tenha alcançado tudo… mas continuo correndo para conquistar, porque já fui conquistado por Cristo Jesus.”

Essa imagem da corrida espiritual revela um apóstolo incansável, cheio de fé e esperança. Paulo não se vangloria de suas conquistas passadas, mas vive com os olhos voltados para o futuro – para o céu, onde deseja se unir plenamente a Cristo.

Seu testemunho nos inspira a também corrermos com perseverança, deixando para trás o que nos prende, e abraçando a vida nova em Cristo. Paulo é modelo de fé viva, configurada ao Senhor, e nos convida a trilhar esse mesmo caminho de entrega, paixão e esperança.


🙏 CONCLUSÃO DO RETIRO

6. Retomar o refrão meditativo:
“Misericordioso é Deus, sempre, sempre o cantarei.”
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=fIsINtmGu-I

7. Partilha dos frutos da oração
Momento de escuta fraterna. Cada participante, se desejar, pode partilhar o que a Palavra de Deus tocou em seu coração.

Se você realiza este momento sozinho(a), na partilha anote os frutos da sua oração. Quando puder, partilhe com seu amigo/amiga mais próximo.

Concluir este momento cantando ou rezando o salmo da liturgia do dia: Salmo 125
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=sBN4U20v9Rw

8. Oração Final

  • Rezar juntos o Pai Nosso
  • Rezar a oração do dia
  • Concluir com a bênção final, agradecendo a Deus pelo encontro e pela graça de vivê-lo em comunidade.

Que este retiro fortaleça sua caminhada quaresmal e o ajude a viver mais profundamente a misericórdia, a conversão e a esperança que a Páscoa nos traz. Eis que faço novas todas as coisas” (Is 43,19)

Abaixo, o roteiro em PDF, numa versão mais ampliada:

📍 Acompanhe a Catequese Litúrgica do 5° Domingo da Quaresma.
Texto: Ir. Cidinha Batista, pddm
Voz e Edição: Ir. Neideane Monteiro, pddm
Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre

A RECONCILIAÇÃO QUE LIBERTA: UM CAMINHO PARA A NOVA VIDA

Domingo, 30 de Março de 2025 | 4º Domingo da Quaresma, Ano C

Leituras: Js 5,9a.10-12; Sl 33(34),2-3.4-5.6-7 (R. 9a); 2Cor 5,17-21; Lc 15,1-3.11-32

No 4º Domingo da Quaresma, Ano C, as leituras nos conduzem a uma reflexão profunda sobre a reconciliação e a transformação que ela opera em nossa vida. A primeira leitura, de Josué (Js 5,9a.10-12), narra o momento em que os israelitas celebram a Páscoa já na Terra Prometida, um marco de renovação e transição. O maná cessa, pois o povo agora se alimenta dos frutos da terra. Esta passagem simboliza a passagem do deserto para a promessa, do antigo para o novo.

No Salmo 33 (34), somos convidados a bendizer ao Senhor e confiar nele, pois Ele está sempre pronto a salvar aqueles que O buscam. O salmista nos lembra que o Senhor é refúgio para os corações atribulados, trazendo um eco da esperança que se concretiza na segunda leitura.

Na segunda carta aos Coríntios (2Cor 5,17-21), Paulo afirma: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O que era antigo passou; agora tudo é novo!”. Essa passagem reforça a ideia de que a reconciliação com Deus nos transforma radicalmente, tornando-nos embaixadores da sua paz. Cristo, ao assumir nossos pecados, nos reconcilia com o Pai, permitindo-nos experimentar uma vida renovada.

O Evangelho de Lucas (Lc 15,1-3.11-32) traz a Parábola do Filho Pródigo, um dos textos mais emblemáticos sobre misericórdia e reconciliação. O filho mais jovem, ao se afastar do pai e dissipar seus bens, simboliza a condição humana quando se distancia de Deus. Sua volta representa a consciência do erro e o desejo de reconciliação, que é recebida com alegria pelo pai. Já o filho mais velho manifesta ressentimento, incapaz de compreender a graça do perdão.

A DINÂMICA DA RECONCILIAÇÃO

A experiência do perdão e da reconciliação passa por um profundo processo interno. Muitas vezes, a busca pela liberdade nos leva a agir impulsivamente, distanciando-nos de nossas raízes e de nossa essência. O reconhecimento do erro e a aceitação da realidade nos convidam a um movimento de retorno, onde a verdadeira transformação ocorre.

O desejo de autonomia, tão presente no ser humano, pode nos levar a rupturas e desencontros. No entanto, o reencontro com aqueles que nos amam nos permite reorganizar nossa identidade e compreender que a liberdade não está na separação, mas na construção de vínculos autênticos. O ressentimento, por sua vez, surge quando não conseguimos lidar com as diferenças e com o amor incondicional, que se manifesta de formas inesperadas.

O amadurecimento emocional exige um ambiente de acolhimento, onde possamos ser aceitos sem condições. A figura do pai na parábola representa essa capacidade de receber e reintegrar, sem julgamentos, aquele que retorna arrependido. Esse acolhimento nos permite reconstruir nossa identidade e nos fortalecer para novos caminhos.

CAMINHO DE CONVERSÃO

A Quaresma é um tempo propício para refletirmos sobre nossas relações e buscarmos a reconciliação. Que possamos, à luz das Escrituras e da compreensão da condição humana, permitir que Deus transforme nosso coração, para que sejamos, como diz Paulo, “embaixadores de Cristo”, anunciadores do amor que renova todas as coisas.

A RECONCILIAÇÃO E A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

A Campanha da Fraternidade de 2025 traz o tema “FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL” e o lema “DEUS VIU QUE TUDO ERA MUITO BOM” (Gn 1,31), convidando-nos a refletir sobre a relação entre fé e responsabilidade socioambiental. Assim como a reconciliação transforma nossa relação com Deus e com o próximo, ela também deve abranger nossa relação com a criação.

A Parábola do Filho Pródigo nos mostra um caminho de transformação, no qual a reconciliação vai além da dimensão pessoal e alcança o coletivo. Da mesma forma, a ecologia integral propõe que a conversão não seja apenas espiritual, mas também uma mudança na maneira como nos relacionamos com a natureza, os recursos naturais e toda a criação divina.

Se o filho mais novo da parábola desperdiça seus bens e só percebe sua verdadeira condição ao se ver em necessidade, também a humanidade, muitas vezes, esgota os recursos da Terra sem pensar nas consequências. O retorno à casa do Pai pode ser visto como um convite à conversão ecológica, reconhecendo que a criação é um dom de Deus e que precisamos cuidar dela com responsabilidade.

A Campanha da Fraternidade 2025 nos lembra que a ecologia integral envolve aspectos sociais, econômicos e espirituais. Assim como o Pai misericordioso acolhe o filho que retorna, somos chamados a reestabelecer nossa relação com o mundo criado, promovendo justiça, sustentabilidade e respeito pela vida em todas as suas formas.

Que este tempo de Quaresma nos inspire a um compromisso renovado com a reconciliação, não apenas com Deus e com nossos irmãos, mas também com a Casa Comum, para que possamos testemunhar o amor de Deus em todas as dimensões da vida.

Para aprofundar esta reflexão, você pode assistir ao vídeo a seguir:

SUGESTÕES PARA OS CANTOS NESTA CELEBRAÇÃO:

1 – ABERTURA – EIS O TEMPO DE CONVERSÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=eYz25RU7-Us

– SALMO 33 (34) – PROVAI E VEDE
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ZfL-QcFCz5U

3 – ACLAMAÇÃO
LOUVOR E HONRA… VOU LEVANTAR-ME…
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=Y2eN6GmTNtc

4 – OFERENDAS – O VOSSO CORAÇÃO DE PEDDRA SE CONVERTERÁ
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=nI8LGfCBdp0

5 – COMUNHÃO – TANTO DEUS AMOU O MUNDO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=RLc03QE221k

6 – FINAL – HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4

CULTIVAR UM CORAÇÃO QUE FLORESCE

A liturgia do 8º Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos convida a olhar para dentro de nós e perceber que nossas palavras e ações refletem aquilo que cultivamos no coração. A forma como falamos e agimos é um espelho do que nutrimos em nosso interior. Se plantamos bondade, paciência e amor, isso se manifestará no mundo à nossa volta. Se, por outro lado, deixamos crescer ressentimentos, críticas e julgamentos, inevitavelmente isso também se refletirá. Por isso, a Palavra de Deus hoje nos convida a cuidar daquilo que alimentamos internamente, para que possamos ser fonte de vida para os outros.

O livro do Eclesiástico (27,5-8) usa imagens simples, mas poderosas, para falar sobre autenticidade. Ele compara a vida com um processo semelhante ao da peneira que separa as impurezas, ou ao fogo que purifica os metais. Quando passamos por desafios, o que é verdadeiro em nós se revela. A forma como reagimos às dificuldades e provações diz muito sobre quem somos. Se nossa fé é só aparência, as tempestades da vida a farão desmoronar. Mas, se estamos enraizados em valores sólidos, enfrentaremos as adversidades com esperança e confiança.

Este trecho também nos ensina que é preciso tempo e paciência para conhecer verdadeiramente alguém. Muitas vezes, julgamos pelas aparências, sem perceber que o que importa está no interior. Em um mundo de redes sociais e impressões rápidas, esse é um lembrete essencial: devemos aprender a olhar além da superfície e valorizar o que é genuíno.

O Salmo 91(92) traz uma mensagem de confiança e esperança. Ele compara aqueles que confiam em Deus a árvores plantadas junto às águas, que dão frutos mesmo em tempos difíceis. Isso nos lembra que a fé não nos isenta de dificuldades, mas nos dá força para continuar crescendo. Muitas vezes, pensamos que o tempo de frutificar passou, que já não há espaço para mudanças ou novos começos. No entanto, Deus nos mostra que sempre há tempo para florescer. Não importa a idade ou a fase da vida em que estamos, podemos continuar crescendo e espalhando bondade ao nosso redor.

Na primeira carta aos Coríntios (15,54-58), São Paulo nos recorda que a morte não tem a última palavra, porque Cristo venceu a morte. Essa é uma mensagem de esperança poderosa, que nos encoraja a continuar firmes, sem desanimar. Nenhuma boa ação é em vão, nenhuma escolha pelo amor é desperdiçada. Às vezes, podemos sentir que nossos esforços para fazer o bem são pequenos diante do mundo, mas Paulo nos lembra que tudo o que fazemos por amor tem valor eterno. A bondade que espalhamos, por menor que pareça, permanece e se multiplica.

O Evangelho de Lucas (6,39-45) aprofunda essa reflexão ao trazer uma imagem clara: “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons.” Jesus nos convida a um olhar sincero sobre nós mesmos. Antes de tentar corrigir os outros, precisamos primeiro trabalhar nosso próprio crescimento. É fácil apontar erros, mas muito mais valioso é buscar o autoconhecimento e a transformação interior.

Jesus nos ensina que nossas palavras e atitudes revelam o que carregamos por dentro. Se nosso coração está cheio de amor, paciência e compaixão, é isso que transmitiremos ao mundo. Se, por outro lado, cultivamos ressentimento e negatividade, isso também se refletirá.

Essa mensagem não é uma cobrança, mas um convite cheio de esperança. Jesus não quer nos condenar, mas nos ajudar a crescer. A cada dia, temos uma nova oportunidade de plantar coisas boas dentro de nós. Podemos escolher nutrir nosso coração com aquilo que traz paz e alegria, para que nossas palavras e gestos se tornem fonte de vida para quem está ao nosso redor.

Na prática, isso significa estar atento ao que consumimos e cultivamos. O que alimenta nosso coração? O que assistimos, ouvimos e lemos nos torna pessoas melhores? Estamos cercados de pessoas que nos inspiram ao bem? Quais são os pensamentos e sentimentos que mais cultivamos no dia a dia? Refletir sobre isso nos ajuda a construir um caminho de mais leveza e amor.

A liturgia deste domingo nos ensina que a transformação não precisa ser algo grandioso ou imediato. Pequenos gestos diários fazem a diferença. Um sorriso, um pedido de desculpas, uma palavra gentil, um momento de oração… Aos poucos, criamos um ambiente onde o bem floresce naturalmente.

Que esta mensagem nos inspire a sermos mais conscientes do que cultivamos dentro de nós. Cada dia é uma nova oportunidade de plantar o bem, de crescer e de espalhar frutos de amor e esperança.

Que possamos ser árvores que florescem e dão frutos de paz, alegria e vida! 🌳💛


SUGESTÕES DE CANTOS PARA A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

8º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 02/03/2025

Sugestões da Arquidiocese de Goiânia

ENTRADA – TODA A TERRA TE ADORE
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=4AgEFpEzwKI

HINO DE LOUVOR – GLÓRIA A DEUS NOS ALTOS CÉUS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ZOasT8hYblU

SALMO 91 (92) – COMO É BOM AGRADECERMOS AO SENHOR
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=fKn9hNCTkx4

Aclamação – ALELUIA… COMO ASTROS NO MUNDO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=5ZSIrgM7srw

OFERENDAS – DE MÃOS ESTENDIDAS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=b_Y8N-CT0cY

SANTO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=lV-RL98cNBA

ACLAMAÇÃO MEMORIAL
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=UHI-dl4CrEg

AMÉM
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ke38zXN9Hqg

CORDEIRO DE DEUS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=6XCyWxWpPAo

COMUNHÃO – É BOM ESTARMOS JUNTOS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=aM1wWNKjt3Q

FINAL – HINO MARIANO – À VOSSA PROTEÇÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=c6hSHsTC6bo