Fizeram-me a pergunta: “para entoar e sustentar os cantos na liturgia, os cantores devem usar microfone?” A resposta parecia óbvia, mas comecei a observar as equipes de músicos e cantores que animam nossas celebrações, para responder melhor.
Não quero generalizar, mas, em muitos lugares, se está confundindo grupo de animação do canto litúrgico com banda para animação de shows. Sem se dar conta, o grupo adota uma prática que se afasta da verdadeira função do canto litúrgico e prejudica a participação da assembleia.
Trata-se do costume de cada cantor ter um microfone (já vi igrejas com 10 microfones para o grupo de cantos – e não era uma igreja grande, não!). O problema não está no número de microfones, mas no fato de as pessoas permanecerem usando os microfones, enquanto a assembleia também canta. Assim o canto do povo de Deus é completamente abafado.
Este é o verdadeiro problema. Um instrumento técnico, o microfone, deve servir para animar a assembleia e não para abafar, esconder, suprimir as vozes do povo santo que se reúne para cantar as maravilhas do Senhor.
Então não devemos mais usar o microfone? – alguém pergunta. É óbvio que, na maioria de nossas igrejas, precisamos de microfones. Mas o grupo de cantores deve usar este instrumento APENAS para iniciar o canto. Para tanto, não bastaria 1 ou 2 microfones?
Se o grupo dispõe de cantores bem preparados, pode fazer um ou outro canto “a vozes”, precisando então de algum microfone a mais. Isto, porém, não abafaria o canto da assembleia. Depois que o povo começa a cantar, o cantor se afasta do microfone, deixando que apareça claramente a voz da assembleia. O que deve ser ouvido é o canto da assembleia litúrgica, povo sacerdotal, família de Deus, Corpo de Cristo, e não a voz de 1, 2 ou 5 pessoas apenas.
O mesmo vale para os instrumentos musicais, alguns com imensas e potentes caixas de som. Para quê? Se for para animar uma missa ao ar livre, num estádio, tudo bem. Mas JAMAIS numa capela pequena ou média, que não necessita de muita ampliação de som.
Infelizmente, o que muitas vezes se constata é um barulho (ruído) excessivo que perturba e tira a calma e a serenidade indispensáveis para que a assembleia possa ouvir a própria voz e tenha momentos de silêncio que favoreçam a escuta da Palavra e o louvor que brota de nosso coração agradecido. Depois, façam a experiência: como é bonito o som de um violão sem amplificação! O ideal seria mais violões e menos amplificadores.
Nossa reflexão não quer, de forma alguma, desconsiderar a boa vontade, o empenho e a solicitude de tantos e tantos animadores de cantos, músicos e instrumentistas de nossas comunidades. Eles são uma bênção para as nossas comunidades. O que queremos é alertar para certos exageros e apontar para a função específica deste ministério: “garantir a devida execução das partes que lhe são próprias, conforme os vários gêneros de canto, e auxiliar a ativa participação dos fiéis no canto” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 103).
Como subsídio de formação, vejam o DVD produzido por Verbo Filmes, Paulus e Rede Celebra, com o apoio da CNBB, intitulado: CANTO E MÚSICA NA LITURGIA.
Perguntas para colaborar na reflexão:
1. Como avaliamos a presença e a atuação dos animadores de cantos, músicos e instrumentistas de nossa comunidade?
2. A sua atuação ajuda a comunidade a celebrar bem o mistério pascal?
3. Quais as dificuldades que encontramos?
4. Como podemos ajudá-los a bem exercer seu ministério?
5. Por que os cantores e instrumentistas não devem abafar a voz da assembleia?
Pe. Carlos Gustavo Haaspossui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da Imaculada Conceição (1985), graduação em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1990) e mestrado em Liturgia – Pontifício Instituto Liturgico (1994). Atualmente é membro da comissão doutrina da fé – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, perito da comissão de liturgia – Consejo Episcopal Latinoamericano, professor horista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e coordenador do Curso de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Liturgia, atuando principalmente nos seguintes temas: liturgia, sacrosanctum concilium, igreja católica, eucaristia e igreja. (Fonte:escavador.com)
No próximo domingo, 29/05/2022, será o Domingo da Ascenção do Senhor e também celebramos o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais.
Este domingo será o penúltimo domingo do Tempo Pascal. A liturgia deste dia é muito rica. Os textos bíblicos Atos 1,1-11; Salmo 47 (46); Efésios 1,17-23;Lucas 24,46-53, nos colocam na dinâmica de exultação e de alegria. Jesus, após ter instruído os discípulos com ensinamentos libertadores ao longo do ministério, volta ao Pai glorificado. Os discípulos, iluminados pela fé pascal, compreendem que a promessa da Escritura sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo foi realizada. A conversão continua torna-se anúncio da vida nova do Ressuscitado, a ser testemunhada em todas as nações, começando por Jerusalém. Nessa cidade santa, onde Jesus entregou a vida, os discípulos serão revestidos com a força do Espírito Santo prometido.
Jesus ascende ao céu enaltecido pelo amor extremo até a cruz, mas continua na comunidade dos discípulos, abençoando-os (24,50) com sua presença viva, ressuscitada. A fé e a confiança na presença do Senhor se expressam na atitude de adoração. A alegria dos discípulos, diante da manifestação da salvação em Cristo, lembra a dos pastores em 2,10. A obra salvífica, revelada a partir do nascimento de Jesus, realiza-se plenamente com sua oferta pascal e glorificação. Os discípulos, animados pela certeza da presença do Ressuscitado, permanecem no templo, bendizendo pelas maravilhas da salvação realizadas em favor de toda a humanidade. Assim, Lucas termina a narrativa do evangelho com uma ação litúrgica no templo, como havia começado (cf. 1,9).
A 1ª leitura narra a ascensão como coroamento da obra redentora realizada por Jesus e apelo para anunciar a vida nova do Reino. Ungidos com o Espírito Santo, os discípulos testemunharão Cristo e sua mensagem de esperança até os confins da terra. O salmo louva e exalta o Senhor, que estabelece seu reinado sobre todos os povos. A 2ª leitura acentua que Deus revelou a grandeza de seu amor na ressurreição e exaltação de Cristo, constituído Senhor do universo, cabeça da Igreja, a qual é o corpo, a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas.
ASCENÇÃO DO SENHOR
Cristo, ascendendo à glória, abre o caminho para o Pai e impele a testemunharmos a força vitoriosa de sua ressurreição. Como participantes do corpo de Cristo, somos chamados a “dar uma contribuição incisiva para o anúncio cristão” (cf. Verbum Domini, 125).
Exultantes de alegria pascal e fervorosa ação de graças, participamos da mesa da Palavra e da eucaristia. Ele continua vivo no meio de nós. Alimenta-nos com sua palavra e com seu corpo e sangue, nas mesas que nos faz um e nos abre ao diálogo com outras Igrejas.
Nesta semana de oração pela unidade das Igrejas cristãs, que o Senhor nos faça testemunhas da paz e do amor.
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O 56º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
O Papa Francisco escreveu uma mensagem muito profunda para este dia que também celebramos o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Leia, abaixo, na íntegra:
Escutar com o ouvido do coração
Queridos irmãos e irmãs!
No ano passado, refletimos sobre a necessidade de «ir e ver» para descobrir a realidade e poder narrá-la a partir da experiência dos acontecimentos e do encontro com as pessoas. Continuando nesta linha, quero agora fixar a atenção noutro verbo, «escutar», que é decisivo na gramática da comunicação e condição para um autêntico diálogo.
Com efeito, estamos a perder a capacidade de ouvir a pessoa que temos à nossa frente, tanto na teia normal das relações quotidianas como nos debates sobre os assuntos mais importantes da convivência civil. Ao mesmo tempo, a escuta está a experimentar um novo e importante desenvolvimento em campo comunicativo e informativo, através das várias ofertas de podcast e chat audio, confirmando que a escuta continua essencial para a comunicação humana.
A um médico ilustre, habituado a cuidar das feridas da alma, foi-lhe perguntada qual era a maior necessidade dos seres humanos. Respondeu: «O desejo ilimitado de ser ouvidos». Apesar de frequentemente oculto, é um desejo que interpela toda a pessoa chamada a ser educadora, formadora, ou que desempenhe de algum modo o papel de comunicador: os pais e os professores, os pastores e os agentes pastorais, os operadores da informação e quantos prestam um serviço social ou político.
Escutar com o ouvido do coração
A partir das páginas bíblicas aprendemos que a escuta não significa apenas uma perceção acústica, mas está essencialmente ligada à relação dialogal entre Deus e a humanidade. O «shema’ Israel – escuta, Israel» (Dt 6, 4) – as palavras iniciais do primeiro mandamento do Decálogo – é continuamente lembrado na Bíblia, a ponto de São Paulo afirmar que «a fé vem da escuta» (Rm 10, 17). De facto, a iniciativa é de Deus, que nos fala, e a ela correspondemos escutando-O; e mesmo este escutar fundamentalmente provém da sua graça, como acontece com o recém-nascido que responde ao olhar e à voz da mãe e do pai. Entre os cinco sentidos, parece que Deus privilegie precisamente o ouvido, talvez por ser menos invasivo, mais discreto do que a vista, deixando consequentemente mais livre o ser humano.
A escuta corresponde ao estilo humilde de Deus. Ela permite a Deus revelar-Se como Aquele que, falando, cria o homem à sua imagem e, ouvindo-o, reconhece-o como seu interlocutor. Deus ama o homem: por isso lhe dirige a Palavra, por isso «inclina o ouvido» para o escutar.
O homem, ao contrário, tende a fugir da relação, a virar as costas e «fechar os ouvidos» para não ter de escutar. Esta recusa de ouvir acaba muitas vezes por se transformar em agressividade sobre o outro, como aconteceu com os ouvintes do diácono Estêvão que, tapando os ouvidos, atiraram-se todos juntos contra ele (cf. At 7, 57).
Assim temos, por um lado, Deus que sempre Se revela comunicando-Se livremente, e, por outro, o homem, a quem é pedido para sintonizar-se, colocar-se à escuta. O Senhor chama explicitamente o homem a uma aliança de amor, para que possa tornar-se plenamente aquilo que é: imagem e semelhança de Deus na sua capacidade de ouvir, acolher, dar espaço ao outro. No fundo, a escuta é uma dimensão do amor.
Por isso Jesus convida os seus discípulos a verificar a qualidade da sua escuta. «Vede, pois, como ouvis» (Lc 8, 18): faz-lhes esta exortação depois de ter contado a parábola do semeador, sugerindo assim que não basta ouvir, é preciso fazê-lo bem. Só quem acolhe a Palavra com o coração «bom e virtuoso» e A guarda fielmente é que produz frutos de vida e salvação (cf. Lc 8, 15). Só prestando atenção a quem ouvimos, àquilo que ouvimos e ao modo como ouvimos é que podemos crescer na arte de comunicar, cujo cerne não é uma teoria nem uma técnica, mas a «capacidade do coração que torna possível a proximidade» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 171).
Ouvidos, temo-los todos; mas muitas vezes mesmo quem possui um ouvido perfeito, não consegue escutar o outro. Pois existe uma surdez interior, pior do que a física. De facto, a escuta não tem a ver apenas com o sentido do ouvido, mas com a pessoa toda. A verdadeira sede da escuta é o coração. O rei Salomão, apesar de ainda muito jovem, demonstrou-se sábio ao pedir ao Senhor que lhe concedesse «um coração que escuta» ( 1 Rs 3, 9). E Santo Agostinho convidava a escutar com o coração ( corde audire), a acolher as palavras, não exteriormente nos ouvidos, mas espiritualmente nos corações: «Não tenhais o coração nos ouvidos, mas os ouvidos no coração» [1]. E São Francisco de Assis exortava os seus irmãos a «inclinar o ouvido do coração» [2].
Por isso, a primeira escuta a reaver quando se procura uma comunicação verdadeira é a escuta de si mesmo, das próprias exigências mais autênticas, inscritas no íntimo de cada pessoa. E não se pode recomeçar senão escutando aquilo que nos torna únicos na criação: o desejo de estar em relação com os outros e com o Outro. Não fomos feitos para viver como átomos, mas juntos.
A escuta como condição da boa comunicação
Há um uso do ouvido que não é verdadeira escuta, mas o contrário: o espionar. De facto, uma tentação sempre presente, mas que neste tempo da social web parece mais assanhada, é a de procurar saber e espiar, instrumentalizando os outros para os nossos interesses. Ao contrário, aquilo que torna boa e plenamente humana a comunicação é precisamente a escuta de quem está à nossa frente, face a face, a escuta do outro abeirando-nos dele com abertura leal, confiante e honesta.
Esta falta de escuta, que tantas vezes experimentamos na vida quotidiana, é real também, infelizmente, na vida pública, onde com frequência, em vez de escutar, «se fala pelos cotovelos». Isto é sintoma de que se procura mais o consenso do que a verdade e o bem; presta-se mais atenção à audience do que à escuta. Ao invés, a boa comunicação não procura prender a atenção do público com a piada foleira visando ridicularizar o interlocutor, mas presta atenção às razões do outro e procura fazer compreender a complexidade da realidade. É triste quando surgem, mesmo na Igreja, partidos ideológicos, desaparecendo a escuta para dar lugar a estéreis contraposições.
Na realidade, em muitos diálogos, efetivamente não comunicamos; estamos simplesmente à espera que o outro acabe de falar para impor o nosso ponto de vista. Nestas situações, como observa o filósofo Abraham Kaplan [3], o diálogo não passa de duólogo, ou seja um monólogo a duas vozes. Ao contrário, na verdadeira comunicação, o eu e o tu encontram-se ambos «em saída», tendendo um para o outro.
Portanto, a escuta é o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação. Não se comunica se primeiro não se escutou, nem se faz bom jornalismo sem a capacidade de escutar. Para fornecer uma informação sólida, equilibrada e completa, é necessário ter escutado prolongadamente. Para narrar um acontecimento ou descrever uma realidade numa reportagem, é essencial ter sabido escutar, prontos mesmo a mudar de ideia, a modificar as próprias hipóteses iniciais.
Com efeito, só se sairmos do monólogo é que se pode chegar àquela concordância de vozes que é garantia duma verdadeira comunicação. Ouvir várias fontes, «não parar na primeira locanda» – como ensinam os especialistas do oficio – garante credibilidade e seriedade à informação que transmitimos. Escutar várias vozes, ouvir-se – inclusive na Igreja – entre irmãos e irmãs, permite-nos exercitar a arte do discernimento, que se apresenta sempre como a capacidade de se orientar numa sinfonia de vozes.
Entretanto para quê enfrentar este esforço da escuta? Um grande diplomata da Santa Sé, o cardeal Agostinho Casaroli, falava de «martírio da paciência», necessário para escutar e fazer-se escutar nas negociações com os interlocutores mais difíceis a fim de se obter o maior bem possível em condições de liberdade limitada. Mas, mesmo em situações menos difíceis, a escuta requer sempre a virtude da paciência, juntamente com a capacidade de se deixar surpreender pela verdade – mesmo que fosse apenas um fragmento de verdade – na pessoa que estamos a escutar. Só o espanto permite o conhecimento. Penso na curiosidade infinita da criança que olha para o mundo em redor com os olhos arregalados. Escutar com este estado de espírito – o espanto da criança na consciência dum adulto – é sempre um enriquecimento, pois haverá sempre qualquer coisa, por mínima que seja, que poderei aprender do outro e fazer frutificar na minha vida.
A capacidade de escutar a sociedade é ainda mais preciosa neste tempo ferido pela longa pandemia. A grande desconfiança que anteriormente se foi acumulando relativamente à «informação oficial», causou também uma espécie de «info-demia» dentro da qual é cada vez mais difícil tornar credível e transparente o mundo da informação. É preciso inclinar o ouvido e escutar em profundidade, sobretudo o mal-estar social agravado pelo abrandamento ou cessação de muitas atividades económicas.
A própria realidade das migrações forçadas é uma problemática complexa, e ninguém tem pronta a receita para a resolver. Repito que, para superar os preconceitos acerca dos migrantes e amolecer a dureza dos nossos corações, seria preciso tentar ouvir as suas histórias. Dar um nome e uma história a cada um deles. Há muitos bons jornalistas que já o fazem; e muitos outros gostariam de o fazer, se pudessem. Encorajemo-los! Escutemos estas histórias! Depois cada qual será livre para sustentar as políticas de migração que considerar mais apropriadas para o próprio país. Mas então teremos diante dos olhos, não números nem invasores perigosos, mas rostos e histórias de pessoas concretas, olhares, expetativas, sofrimentos de homens e mulheres para ouvir.
Escutar-se na Igreja
Também na Igreja há grande necessidade de escutar e de nos escutarmos. É o dom mais precioso e profícuo que podemos oferecer uns aos outros. Nós, cristãos, esquecemo-nos de que o serviço da escuta nos foi confiado por Aquele que é o ouvinte por excelência e em cuja obra somos chamados a participar. «Devemos escutar através do ouvido de Deus, se queremos poder falar através da sua Palavra» [4]. Assim nos lembra o teólogo protestante Dietrich Bonhöffer que o primeiro serviço na comunhão que devemos aos outros é prestar-lhes ouvidos. Quem não sabe escutar o irmão, bem depressa deixará de ser capaz de escutar o próprio Deus [5].
Na ação pastoral, a obra mais importante é o «apostolado do ouvido». Devemos escutar, antes de falar, como exorta o apóstolo Tiago: «cada um seja pronto para ouvir, lento para falar» (1, 19). Oferecer gratuitamente um pouco do próprio tempo para escutar as pessoas é o primeiro gesto de caridade.
Recentemente deu-se início a um processo sinodal. Rezemos para que seja uma grande ocasião de escuta recíproca. Com efeito, a comunhão não é o resultado de estratégias e programas, mas edifica-se na escuta mútua entre irmãos e irmãs. Como num coro, a unidade requer, não a uniformidade, a monotonia, mas a pluralidade e variedade das vozes, a polifonia. Ao mesmo tempo, cada voz do coro canta escutando as outras vozes na sua relação com a harmonia do conjunto. Esta harmonia é concebida pelo compositor, mas a sua realização depende da sinfonia de todas e cada uma das vozes.
Cientes de participar numa comunhão que nos precede e inclui, possamos descobrir uma Igreja sinfónica, na qual cada um é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe.
Roma, São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2022.
Francisco
[1] «Nolite habere cor in auribus, sed aures in corde» ( Sermo 380, 1: Nova Biblioteca Agostiniana 34, 568).
[2]Carta à Ordem inteira: Fontes Franciscanas, 216.
[3] Cf. «The life of dialogue» , in J. D. Roslansky (ed.), Communication. A discussion at the Nobel Conference (North-Holland Publishing Company – Amesterdão 1969), 89-108.
[4] D. Bonhöfffer, La vita comune (Queriniana – Bréscia 2017), 76.
No dia 24 de fevereiro de 2022, em uma live transmitida pelo Youtube no Canal da Loyola University Chicago, o Papa Francisco reuniu vários universitários da América do Norte, Central e Sul. O projeto é o Construindo Pontes Norte-sul um Encontro Sinodal entre o Papa Francisco e Estudantes Universitários. Este encontro histórico entre o Papa e estudantes universitários abordou alguns principais desafios de nosso tempo. Neste diálogo, os estudantes compartilharam os projetos educativos concretos que buscam transformar com justiça as realidades ambientais e econômicas.
A Ir. Paula Carlos de Souza, pddm, é mestranda em Ciência da Religião, na Universidade de Pernambuco. Ela foi uma das alunas escolhida para integrar esta equipe e o assunto abordo pelos universitários brasileiros foi o tema da migração.
A Ir. Paula, pddm, concedeu uma entrevista à Ir. Julia, pddm, e conta como foi o processo para participar deste evento desde a escolha até o trabalho em conjunto na busca de soluções concretas para o tema da migração.
Ir. Paula é arquiteta e, morando no Glicério em São Paulo, desenvolveu seu projeto com a proposta de qualificação daquele bairro para se adequar ao novo contingente de pessoas, com as migrações no Brasil. Desde ai na graduação, o seu projeto tinha um olhar para a migração. No mestrado em Ciência da Religião, pode aprofundar a dimensão do sentido para a migração, na percepção da pessoa humana neste processo de mudança radical em assumir uma nova cultura, espaço e, consequentemente, a busca de sua identidade numa terra estrangeira.
Neste projeto do Papa Francisco, a Ir. Paula e os outros estudantes foram desafiados a propor soluções para que não precise acontecer a migração, sem a necessidade de uma saída de uma pessoa da sua realidade.
Assista a entrevista com a Ir. Paula, pddm:
Veja também o encontro com o Papa Francisco na íntegra:
Segundo a nossa tradição, celebra-se o DIA DAS NOVIÇAS PIAS DISCÍPULAS no 2º Domingo da Páscoa, anteriormente chamado domingo “in Albis” (= branco).
Os catecúmenos, isto é, os que iriam receber os sacramentos de iniciação, eram acolhidos pela comunidade no Primeiro Domingo da Quaresma. Começava então a catequese para o Batismo, durante a qual eram apresentados os principais pontos da fé cristã e celebrada a inserção do catecúmeno na comunidade, culminando com a celebração dos sacramentos da iniciação na Vigília Pascal.
Recebiam a veste branca na celebração e permaneciam com ela durante a semana após a Páscoa, tempo da chamada catequese mistagógica, quando os neófitos – como eram chamados os que tinham recebido o Batismo – aprofundavam o sentido dos sacramentos pascais e entravam em relação fraterna com a Igreja.
No Domingo “in Albis” deixavam a veste branca recebida na vigília pascal, sinal de que a celebração terminava e entravam na vida do Mistério celebrado (Cf. Dia do Senhor – Ciclo Pascal ABC, 2002).
A antífona de entrada da celebração deste domingo diz: “Como recém-nascidos, desejem o puro leite espiritual para crescerem na Salvação, Aleluia!” (1ºPd 2,2). Assim, traçamos este paralelo com a caminhada das noviças. Como os neóficos, renascidos em Cristo, devem desejar o alimento da vida nova recebida e assumida, assim também deve ser com as noviças que estão no início do caminho de seguimento a Jesus, no estilo de vida das Discípulas do Divino Mestre.
ORIGEM DO DIA DAS NOVIÇAS PIAS DISCÍPULAS
Quem iniciou esta tradição da celebração do dia das Noviças Pias Discípulas nesta data foi o Beato Pe. Timóteo Giaccardo, ssp, quando se ocupava da formação das noviças Pias Discípulas do Divino Mestre.
Nesta celebração do Dia das Noviças Pias Discípulas 2022, damos continuidade, no Brasil, a experiência do Noviciado Pan-americano. São duas noviças mexicanas, duas colombianas e uma brasileira. Rezamos com elas, pelo caminho vocacional de cada uma: “até que Cristo se forme em nós” (Gl 4,19)!
O noviciado é o período da iniciação à vida consagrada como Pia Discípula do Divino Mestre (CDC 646). A noviça é acompanhada de forma gradual para tomar consciência da vocação da Pia Discípula; para experimentar a vida comunitária e a missão específica segundo a Regra de Vida.
A Congregação, na pessoa da mestra, verifica as intenções e a idoneidade da noviça para viver a vida consagrada. A caminhada formativa do noviciado segue a dinâmica do itinerário traçado por Padre Alberione no Donec formetur Christus in vobis (Até que Cristo se forme em nós).
É um itinerário pascal que conduz até a configuração com Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida, segundo o dinamismo do ano litúrgico.
O itinerário de desenvolve em três fases sucessivas:
caminho de conversão ao projeto do Pai;
seguir Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida para configurar-se a Ele;
permanecer n”Ele para produzir o fruto do Espírito.
O noviciado dura dois anos.
O noviciado dura dois anos. O primeiro, por seu caráter específico, é dedicado principalmente ao aprofundamento e à assimilação do carisma na comunidade formativa. O segundo possui conotação apostólica peculiar. A noviça é ajudada a realizar essa caminhada formativa de modo integral, segundo o seu ritmo de crescimento.
COMPROMISSO FORMATIVO DA NOVIÇA PIA DISCÍPULA
A noviça se empenha em: — Cultivar uma relação vital e esponsal com Jesus Mestre, nutrida pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, na oração pessoal, comunitária e litúrgica. — Crescer na liberdade do coração e estar disponível ao diálogo regular com a mestra, na confiança e sinceridade, para focalizar um projeto de vida pessoal de configuração a Cristo Mestre como sua discípula.
— Estudar e aprofundar a Regra de Vida. Integrar esse conhecimento na vida espiritual, comunitária e apostólica a fim de assimilar o carisma. — Começar a viver os conselhos evangélicos como dom e testemunho para o mundo contemporâneo. — Viver a vida fraterna em comunidade. Formar-se para o diálogo, para o perdão e para a corresponsabilidade, compartilhando as alegrias e as fadigas da vida cotidiana. — Adquirir progressivamente o sentido de pertença ao Instituto. Educar-se para a comunhão dos bens, para a generosidade e liberdade, e cultivar o sentido paulino do trabalho. — Demonstrar ter condições de exercer, com responsabilidade e criatividade a missão eucarística, sacerdotal e litúrgica nos encargos apostólicos que lhe são confiados. Desenvolver na comunhão a atitude de trabalhar em equipe.
A noviça, neste tempo de iniciação à vida no nosso Instituto, na oração e no zelo apostólico, intensifica a sua relação pessoal com Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, presente na Palavra, no Mistério eucarístico e na comunidade.
Ao término do noviciado, a noviça exprime livremente a sua vontade de consagrar-se na vida religiosa entre as Pias Discípulas do Divino Mestre. Acolhemos, como dom de Deus, a noviça que, com a profissão, se torna membro da nossa Família religiosa. Partilhamos, na alegria e na fadiga, a vida de cada dia e nos sustentamos na perseverança vocacional.
Dias das Noviças Pias Discípulas: conheça as nossas jovens
CELEBRANDO O DIA DAS NOVIÇAS PIAS DISCÍPULAS NO MUNDO
Delegação do Congo e Delegação Burkina Faso
1° ano
Édith Sawadogo (Burkinabé)
Rachel Ngawa Kimvula (Congolese)
Província do Brasil
1° ano
Kainã Barbosa da Silva (Brasil)
Katerìn Yuleth Nulutahua Toledo (México)
Doriana Paulina León Lepe (México)
Yina Marcela Motta García (Colômbia)
Ornilse Domico Domico (Colômbia)
Província Filipinas/Tw/HK
1° ano
Joyce Celiz (Filipinas)
Alaine Jamorol (Filipinas)
Provincia India
1° anno
Rosita Kinguilung Gangmei (Índia)
Sushita Kispotta (Índia)
Delegação Irlanda/Stati Uniti
2° ano
Rio Bella Justiniani Cruz (Filipinas)
Neste segundo domingo da Páscoa, dito “in albis”, invocamos para as noviças as graças necessárias para viver quanto o fundador Pe. Tiago Alberione indica como o fim do noviciado: “O noviciado é uma preparação a uma união transformadora em Jesus” (APD, 1962,117).
Mesmo após 50 anos da conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II constatam-se lacunas e problemas relativos à concepção, construção e organização dos lugares sagrados reservados ao culto da Igreja. Liturgistas, artistas plásticos, arquitetos e engenheiros encontram dificuldades para tratar com competência questões do espaço celebrativo, da arquitetura e da arte sacra à luz da evolução da Ciência Litúrgica, em diálogo com outras ciências. Nesse sentido, o Curso de Pós-Graduação lato sensu em Espaço Litúrgico: Arquitetura e Arte Sacra supre a carência de cursos acadêmicos que se proponham a formar especialistas nesta área do saber teórico conjugado com o saber fazer. O especialista em Espaço Litúrgico, Arquitetura e Arte Sacra será capacitado para atuar com competência nos âmbitos especificados pelo título do curso, nas áreas da pesquisa, do ensino, da pastoral litúrgica e do trabalho profissional para o qual está habilitado. Por isso, com os valores e a prática educativa do UNISAL (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), as orientações e o firme apoio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), lhe será proporcionado o desenvolvimento integrado de conhecimentos, valores e competências nos níveis: individual, de equipe e organizacional, em coerência com princípios e critérios oriundos do Concílio Ecumênico Vaticano II e ulteriores documentos da Igreja, e com as legislações eclesiástica e civil vigentes.
Os objetivos do Curso de Pós-graduação em Espaço Litúrgico são:
– Proporcionar um ambiente de ensino e pesquisa relativo à “Espaço celebrativo, Arquitetura e Arte Sacra” que possibilite formar especialistas capazes de criar, edificar, organizar, adaptar e conservar os lugares da celebração e as obras destinadas ao culto da Igreja, à luz da Ciência Litúrgica hodierna e de estudos interdisciplinares afins, que têm por objeto a celebração ritual do mistério de Cristo, uma celebração comunitária pastoralmente participativa, bela e frutuosa;
– Proporcionar compreensão teológica, mistagógica, espiritual e pastoral da liturgia, fonte e cume da vida cristã, com ênfase nas linguagens representativa, simbólico-sacramental e comunicativa;
– Distinguir e aprofundar os aspectos constitutivos do Espaço Litúrgico, da Arquitetura e da Arte Sacra à luz dos princípios, normas e espírito do Concilio Vaticano II e das Conferências da Igreja na América Latina e da Igreja no Brasil, tendo presente o estudo da “Liturgia e Espaço Sagrado na História”, assim como a história da reforma litúrgica e as consequências nos ritos, nos espaços celebrativos e no patrimônio eclesial;
– Capacitar arquitetos, engenheiros, artistas, padres e agentes de pastoral na elaboração e execução de projetos de construção, reforma, adequação e preservação dos espaços celebrativos em coerência com os princípios e critérios atuais da Igreja, tendo presente que no âmbito eclesial a formação técnica é indissociável da formação litúrgica e da formação artística;
– Suscitar e promover a criação de Comissões de Espaço Litúrgico e Arte Sacra nas Dioceses e Arquidioceses com a contribuição de especialistas na área.
Duração
13 meses (360h)
Turno das aulas
1º módulo: 01-15/07/2022
2º módulo: 09-23/01/2023
3º módulo: 01-15/07/2023
Horário das aulas
Das 08h às 17h
Investimento
R$ 4.497,00, sendo R$ 1.499,00 por módulo (total de 3 módulos) ou em 12 X de R$ 374,75
O serviço prestado pela música na ação litúrgica requer uma formação específica e especializada para além do mero virtuosismo. É necessário que os ministérios litúrgico-musicais, isto é, o dos presbíteros, diáconos, salmistas, cantores, animadores, regentes, corais, instrumentistas e compositores, sejam formados adequadamente para que, na atuação e formação conjuntas – liturgia, espaço litúrgico/arte sacra e música – possam garantir uma celebração do Mistério Pascal de Cristo que seja, de fato, expresso e vivenciado pelas comunidades de fé, por meio da participação ativa, consciente e frutuosa.
O profissional especializado em Música Litúrgica será capacitado para atuar na pesquisa, no ensino e na pastoral litúrgica, mediante o desenvolvimento de competências integradas nos níveis: individual (conhecimentos, habilidades, atitudes), de equipe (colegialidade, diálogo, liderança, poder-serviço) e organizacional (processos, estruturas e tecnologia), em coerência com a visão teológico-litúrgica, mistagógica, espiritual e pastoral do Concílio Ecumênico Vaticano II e ulteriores avanços consonantes como o espírito evangélico e conciliar.
A música litúrgica tem sido a “companheira fiel” da Igreja ao longo de toda a sua história. Sob diferentes aspectos, a música soube moldar-se às vicissitudes do tempo para levar adiante um projeto de Igreja quer em sua parte mutável quer na imutável, carreando o dado da fé em linguagem sensível e utilizando-se de variadas formas musicais da história. O Concílio Vaticano II, por meio da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, lançou as bases para a renovação litúrgico-musical, associando à música a mesma finalidade da liturgia: a glorificação de Deus e a santificação dos fiéis. Referir-se à música como ação ministerial implicava, nesse contexto, na promoção do status funcional para o qual seria destinada desde a sua concepção. Deste modo, ampliava-se a compreensão de uma música como parte integrante da ação litúrgica com estreita relação à Palavra de Deus. A CNBB, ao longo do processo de renovação conciliar, proveu documentos, estudos, publicações com especial interesse na música litúrgica.
OBJETIVOS
– Apropriar-se dos conhecimentos teóricos e metodológicos da musicologia litúrgica com aplicação e implicações na realidade brasileira, latino-americana e caribenha e integrar o conhecimento musical ao litúrgico, com base no Rito (o projeto ritual), na Cultura (as implicações culturais) e na Música (o fazer musical);
– Capacitar profissionais da música para um exercício mais qualificado de seu ministério litúrgico, tornando-os participantes ativos no processo de pesquisa, e de ensino e aprendizagem no campo da musicologia litúrgica e, em especial, na formação litúrgica;
– Formar agentes de pastoral para o serviço litúrgico-musical, capazes de aliar conhecimento técnico e vivência litúrgico-espiritual;
– Aprofundar os critérios de análise, criação e escolha do repertório litúrgico, em diálogo com a cultura e a música contemporâneas.
Duração
13 meses (360h)
Turno das aulas
1º módulo: 01-15/07/2022
2º módulo: 09-23/01/2023
3º módulo: 01-15/07/2023
Horário das aulas
Das 08h às 17h
Investimento
R$ 4.497,00, sendo R$ 1.499,00 por módulo (total de 3 módulos) ou em 12 X de R$ 374,75
A Constituição sobre a Sagrada Liturgia, do Concílio Ecumênico Vaticano II, elevou a Ciência Litúrgica ao nível das disciplinas teológicas principais. A liturgia deve “ser ensinada tanto sob o aspecto teológico e histórico, quanto espiritual, pastoral e jurídico” (Sacrosanctum Concilium, 16). Além da capacitação docente, o curso tem por foco a necessidade de formar pessoas especializadas nesta área e também visa capacitar outros agentes da pastoral litúrgica, aptos para assessorarem equipes regionais, diocesanas, paroquiais e comunitárias, assim como encontros de formação em âmbito nacional, regional e local. O profissional especializado em Liturgia será capacitado para atuar como liturgista e ao mesmo tempo como formador, na área de pesquisa, do ensino e da pastoral litúrgica, mediante o desenvolvimento de competências integradas nos níveis individual, de equipe e organizacional, em coerência com a visão teológico-litúrgica, mistagógica, espiritual e pastoral do Concílio Ecumênico Vaticano II e posteriores avanços relativos, como o espírito evangélico e conciliar.
OBJETIVOS
– Proporcionar aprofundamento na ciência da liturgia, partindo da realidade cultural, eclesial e litúrgica do Brasil, da América Latina e do Caribe, refletindo sobre esta realidade à luz da Sagrada Escritura e da Tradição, particularmente do Concílio Vaticano II e do Magistério latino-americano e caribenho, para assim ter uma sólida visão teológica e pastoral da liturgia e contribuir para celebrações autênticas e inculturadas, comprometidas com o crescimento do Reino de Deus. – Capacitar liturgistas que sejam ao mesmo tempo formadores, preparados para o aprofundamento, a prática e a transmissão teológica, mistagógica e pastoral da liturgia na perspectiva do Concílio Vaticano II.
Duração
13 meses (360h)
Turno das aulas
1º módulo: 01-15/07/2022
2º módulo: 09-23/01/2023
3º módulo: 01-15/07/2023
Horário das aulas
Das 08h às 17h
Investimento
R$ 4.497,00, sendo R$ 1.499,00 por módulo (total de 3 módulos) ou em 12 X de R$ 374,75
Sobre o Processo Seletivo e dúvidas pedagógicas: [email protected] Outras dúvidas e informações sobre o Curso: [email protected] – (11) 3649-0200, ramal 2005
No último dia 14 de março, Dom Geraldo Lyrio Rocha completou 80 anos de vida. Com grande alegria, a Arquidiocese de Vitória celebrou essa data com a missa na Catedral e fez o lançamento do livro “Dom Geraldo, presente de Deus”. A publicação foi organizada por sua irmã Rosa Maria Bonicenha e conta com o depoimento de mais de 80 pessoas sobre a vida e atuação pastoral de Dom Geraldo.
O próprio Dom Geraldo explica o conteúdo do livro: “Conta toda a minha trajetória: da infância até o tempo de formação, passando pelo tempo do Ministério Sacerdotal, as paróquias por onde eu trabalhei e depois minha missão como bispo nas Dioceses onde estive e outros serviços da Igreja que procurei realizar até me tornar Arcebispo Emérito de Mariana. Hoje me encontro aqui em Vitória, porque retornei para minha terra, para junto dos meus familiares e para minha Diocese de origem que é a Arquidiocese de Vitória.” (https://www.aves.org.br/)
Para compor a série de depoimentos, Ir. Penha Carpanedo e Ir. Laíde Sonda, ambas Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, foram convidadas a participar contando suas experiências com Dom Geraldo ao longo de sua atuação pastoral, dedicada de forma especial à animação Litúrgica como presidente, dedicado e entusiasta, da comissão episcopal de pastoral para a liturgia, na época linha 4, e como Presidente da CNBB.
Alegramo-nos com a celebração da vida desse homem de fé, pastor dedicado. Com todas as pessoas que o conhecem e podem desfrutar de sua sabedoria e entusiasmo, agradecemos a Deus pelos seus 80 anos de vida. Parabéns, Dom Geraldo, vida em abundância!
Por se tratar de uma obra comemorativa, os exemplares foram distribuídos entre as dioceses que marcaram a vida de dom Geraldo. Na Diocese de Colatina, o livro pode ser adquirido junto às Irmãs Clarissas, no Mosteiro Santíssima Trindade, em Colatina. O valor integral arrecadado será revertido para manter o próprio mosteiro. Segundo o site da Diocese de Colatina, os interessados em adquirir um exemplar devem entrar em contato pelo telefone (27) 3721-0864.
Desde o início do Tempo Quaresmal, a Pastoral Vocacional e os Cooperadores Paulinos Amigos do Divino Mestre estão produzindo o Itinerário Quaresmal. Este Itinerário Quaresmal são programas veiculados no Youtube e são compostos da proclamação o Evangelho do Domingo; um texto da Patrística com link para a “temática” abordada pelo Evangelho; e a equipe sempre conclui com perguntas e atitudes importantes a se despertar em cada pessoa para melhor viver a Palavra de Deus.
São propostas do Itinerário Quaresmal para o internauta:
– No decorrer da semana tire um tempo para rezar e meditar. – Se possível reserve um lugar na sua casa. Prepare o ambiente colocando um pano roxo, uma cruz, uma vela. – Invoque o Espírito Santo. – Retome o texto do Evangelho e da patrística ou um dos dois, de acordo com sua disponibilidade de tempo. – Preste atenção nas palavras, nas imagens…Se recordar de outra Palavra dê atenção. – Qual a Boa Notícia? – Medite… O que este texto diz para você. – Conclua com uma oração espontânea. Obs: Caso você tenha tempo de anotar… anote o que você considera importante para o seu caminho espiritual-mistagógico.
São todas propostas que remetem a Leitura Orante da Palavra de Deus que, mais que um método, é um modelo de espiritualidade.
ITINERÁRIO QUARESMAL – QUARTA-FEIRA DE CINZAS – PARTE 1
ITINERÁRIO QUARESMAL – QUARTA-FEIRA DE CINZAS – PARTE 2
ITINERÁRIO QUARESMAL – 1º DOMINGO DA QUARESMA
ITINERÁRIO QUARESMAL – 2º DOMINGO DA QUARESMA
Textos do Itinerário Quaresmal do 2º Domingo da Quaresma:
Evangelho – Lucas 9,28b-36
Naquele tempo: Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: ‘Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.’ Pedro não sabia o que estava dizendo. Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: ‘Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!’ Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
Por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo
O Senhor manifesta a sua glória na presença de testemunhas escolhidas, e de tal modo fez resplandecer o seu corpo, semelhante ao de todos os homens, que seu rosto se tornou brilhante como o sol e suas vestes brancas como a neve.
A principal finalidade dessa transfiguração era afastar dos discípulos o escândalo da cruz, para que a humilhação da paixão, voluntariamente suportada, não abalasse a fé daqueles a quem tinha sido revelada a excelência da dignidade oculta de Cristo.
Mas, segundo um desígnio não menos previdente, dava-se um fundamento sólido à esperança da santa Igreja, de modo que todo o Corpo de Cristo pudesse conhecer a transfiguração com que ele também seria enriquecido, e os seus membros pudessem contar com a promessa da participação daquela glória que primeiro resplandecera na Cabeça.
A esse respeito, o próprio Senhor dissera, referindo-se à majestade de sua vinda: “Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai” (Mt 13,43). E o apóstolo Paulo declara o mesmo, dizendo: “Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós” (Rm 8,18). E ainda: “Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória” (Cl 3,3-4).
Entretanto, aos apóstolos que deviam ser confirmados na fé e introduzidos no conhecimento de todos os mistérios do Reino, esse prodígio ofereceu ainda outro ensinamento.
Moisés e Elias, isto é, a Lei e os Profetas, apareceram conversando com o Senhor, a fim de cumprir-se plenamente, na presença daqueles cinco homens, o que fora dito: “Será digna de fé toda palavra proferida na presença de duas ou três testemunhas” (cf. Mt 18,16).
Que pode haver de mais estável e mais firme que esta palavra? Para proclamá-la, ressoa em uníssono a dupla trombeta do Antigo e do Novo Testamento, e os testemunhos dos tempos passados concordam com o ensinamento do Evangelho.
Na verdade, as páginas de ambas as alianças confirmam-se mutuamente; e o esplendor da glória presente mostra, com total evidência, Aquele que as antigas figuras tinham prometido sob o véu dos mistérios. Porque, como diz João, “por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo” (Jo 1,17). Nele cumpriram-se integralmente não só a promessa das figuras proféticas, mas também o sentido dos preceitos da lei; pois pela sua presença mostra a verdade das profecias e, pela sua graça, torna possível cumprir os mandamentos.
Sirva, portanto, a proclamação do santo Evangelho para confirmar a fé de todos, e ninguém se envergonhe da cruz de Cristo, pela qual o mundo foi redimido.
Ninguém tenha medo de sofrer por causa da justiça ou duvide da recompensa prometida, porque é pelo trabalho que se chega ao repouso, e pela morte, à vida. O Senhor assumiu toda a fraqueza de nossa pobre condição e, se permanecermos no seu amor e na proclamação do seu nome, venceremos o que ele venceu e receberemos o que prometeu.
Assim, quer cumprindo os mandamentos ou suportando a adversidade, deve sempre ressoar aos nossos ouvidos a voz do Pai, que se fez ouvir, dizendo: “Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o” (Mt 17,5).
[1] OFÍCIO DIVINO – Liturgia das Horas, volume II, São Paulo: Vozes/Paulinas/Paulus/Ave Maria, p. 130-132.
No dia 24 de março deste ano de 2022, celebramos o 35º aniversário da passagem de Madre Escolástica para a eternidade. Senti-me motivada a revisitar a história da primeira Madre das Pias Discípulas, a partir do manuscrito La prima Madre delle Pie Discepole[1], escrito por Madre Maria Lucia Ricci, pddm (2ª Madre Geral). Na apresentação[2], ela diz: “às Irmãs Pias Discípulas, para que, recordando com gratidão e afeto, aquela que por primeira foi escolhida pelo Divino Mestre, sejam animadas a seguir seus exemplos”. Nessa apresentação, escrita, no primeiro ano da Páscoa da Madre Escolástica, encontrou o testemunho de vida que segue.
“Transcorreram-se doze meses, da serena véspera do dia 24, de março 1987. Naquele anoitecer repleto de mistério, rico de oração, acompanhado de humilde sofrimento e de grande esperança, Madre Maria Escolástica Rivata, a primeira das Pias Discípulas do Divino Mestre, se encontrava com Deus, para entrar na morada da luz.
Ela nos deixou depois de ter consumido em plenitude a oferta de sua longa existência, tornando perene na eternidade a sua missão. Ela continua viver, está ainda em nosso meio, invisível, mas presente. A sua humildade agora é transformada em grandeza luminosa, o ocultamento, o sofrimento, tornaram-se sinais radiantes, a sua oração é agora mais poderosa no Cristo glorioso.
É afetuoso pensar nela, queremos segui-la com amor de filhas e com a fidelidade de discípulas. Invocamos sua intercessão sobre todas as Pias Discípulas espalhadas pelo mundo. Que Jesus Mestre se agrade com todas e com cada uma e que, por meio de cada uma, Ele seja conhecido, seguido, amado ”.
Naquele primeiro aniversário, Madre Lucia quer recordar Madre Escolástica, oferecendo às Irmãs esse livro de memórias, como sinal de estima e de afetuosa e sincera gratidão. Ela diz ser um início de uma narrativa simples, para tornar conhecida Úrsula Maria Rivata, desde sua infância e juventude, com recordações e testemunhos relativos ao período 1897-1922.
Além das “memórias” pessoais, escritas pela própria Madre Lucia, há testemunhos de Clotilde, irmã de Úrsula, de parentes e de outros moradores de Guarene; há ainda outros detalhes que criam o clima em que a vida de Úrsula desabrochou e floresceu até os 25 anos.
Os dados cronológicos oferecem uma visão global de como se desenvolveu o itinerário de Madre Maria Escolástica. Um caminho iniciado em Guarene, numa manhã de verão, quarta-feira 12 de julho de 1897 e que continuou, sob vários céus e diferentes estações. Seu percurso se concluiu serenamente em Sanfré em 1987, numa terça-feira primaveril, 24 de março às 19h15.
Madre Lucia conclui assim sua apresentação: “Já surge à imagem de uma mulher humilde e grande”, que, vivendo em sábia fidelidade o momento presente, era sempre inclinada ao futuro para responder a uma vocação e cumprir uma missão que, embora ignorada, ia aos poucos tomando forma.
Dinâmica por sua própria natureza tornou-se ainda mais dinâmica com a força apostólica transmitida pelo Espírito, sustentada sempre por profunda vida interior, nutrida pela oração e pela correspondência fiel.
O Fundador Pe. Tiago Alberione, no alvorecer da Família Paulina, encontrou na jovem Úrsula Rivata o elemento certo para iniciar e dar vida à Congregação das Pias Discípulas.
Hoje, ao celebrarmos 35 anos de vida em Deus de nossa querida Mãe no carisma, podemos confirmar que a imagem dessa mulher humilde e grande que já se delineava quando nos deixou fisicamente, vive entre nós como exemplo, modelo de sábia e amorosa fidelidade ao Divino Mestre e sua intercessão já percorre o mundo.
[1] Ricci, Maria Lucia, La prima madre Delle Pie Discepole Madre Maria Scolastica Rivata – La ragazza “tutto pepe” scelta dal Divin Maestro, nel primo anniversario della morte 24 marzo 1988. Suore Pie Discepole del Divin Maestro, Casa Generalizia, Via Rossetti,17- Roma.
[2] Presentazione p. 7-9. Texto escrito na língua italiana, tradução livre para o português.
Na vigília do 2º domingo da quaresma, 12/03/2022, as Irmãs Junioristas fizeram um momento celebrativo para acolher a nova formadora, Ir. M. Veronice Fernandes e também a despedida de Ir. M. Juceli Aparecida Mesquita, que ficou 4 anos no acompanhamento do Juniorato.
Após a proclamação do Evangelho, Ir. Marilez Furlanetto saudou a Ir. M. Veronice, ungindo-a com óleo e enviando-a para a nova missão como formadora do juniorato. Ungiu também Ir. M. Juceli, agradecendo-a pelo tempo que esteve com as jovens. Depois Ir. M. Veronice ungiu as junioristas: Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos, Ir. M. Jessica Carolina Vallenilla Pérez e Ir. M. Neideane Alves Monteiro. Elas prosseguiram a oração do Ofício, cantando o Magnificat.
Terminada a oração, a celebração foi continuada na partilha de um delicioso jantar. As homenagens continuaram. Durante o jantar, as Irmãs Junioristas cantaram, como forma de agradecimento e ação de graças, para Ir. M. Veronice e Ir. M. Juceli, bendizendo pelo sim de cada uma.
Ouça a música que as Junioristas cantaram em homenagem às Irmãs.
O período dos votos temporários, segundo o Plano Geral de Formação das Pias Discípulas do Divino Mestre, é o tempo favorável para assimilar a própria identidade eclesial como Pia Discípula. A professa de votos temporários continua o processo pessoal de apropriação dos valores evangélicos e carismáticos, e a integração da experiência de Deus, com a vida em comunidade e a missão a serviço do Reino. Aprofunda e vive a Regra de Vida como caminho de santificação e apostolado.
Sendo assim, a professa de votos temporários é inserida numa comunidade e é acompanhada pela formadora na sua caminhada de crescimento. O papel da formadora nesta etapa objetiva ao acompanhamento da Juniorista na sua descoberta da beleza do seguimento de Jesus Mestre e o valor do nosso carisma na Igreja.
Agradecemos pelo caminho feito por cada Professa de Votos Temporários e continuamos nossa oração e comunhão pelo caminho formativo de cada uma. Rezamos também pelas Irmã que assumem o ministério de acompanhá-las no seu discernimento constante da vontade de Deus sobre suas vidas.