A arte floral litúrgica desempenha um papel fundamental na ambientação das celebrações religiosas. Muito mais do que uma simples decoração, os arranjos florais inseridos na liturgia têm a missão de elevar o espírito e criar um ambiente propício à oração. Como afirmava o Papa Paulo VI, “o mundo precisa de beleza para não cair no desespero“. Seguindo essa premissa, a arte floral na Igreja é um ministério que busca traduzir, por meio das flores, a espiritualidade e o ciclo da vida.
A Contemplação da Natureza
A base da arte floral litúrgica é a contemplação da natureza, considerada um dom divino. A observação atenta das formas e cores das árvores e flores é essencial para criar arranjos harmoniosos e simbólicos.
As árvores, por exemplo, servem de referência para a disposição das flores: alguns ramos crescem de forma vertical, outros inclinados ou horizontais. Essa estrutura natural deve ser respeitada ao compor os arranjos. Além disso, é importante considerar as folhas perenes, que se mantêm verdes ao longo do ano, e as caducas, que caem no outono, refletindo a passagem das estações.
As flores também apresentam grande diversidade de formas e significados. Algumas são arredondadas, outras pontiagudas ou eretas. A atenção ao seu processo de desabrochar também é essencial: há flores que se mantêm em botão por mais tempo, enquanto outras se abrem rapidamente.
O Cuidado com os Materiais
Para garantir a durabilidade e a beleza dos arranjos, algumas etapas são fundamentais:
Escolha e separação: Selecionar flores e folhas saudáveis, eliminando aquelas que estão danificadas.
Limpeza: Remover folhas e pétalas quebradas, garantindo que nenhuma folha fique submersa na água, evitando o apodrecimento.
Corte adequado: O corte das hastes deve ser feito dentro da água para evitar bolhas de ar que prejudicam a absorção. O ângulo do corte deve ser de aproximadamente 45°, pois isso amplia a área de absorção de água e melhora a hidratação das flores. Alguns consideram que, para as plantas lenhosas, este ângulo deve ser entre 60° e 80°.
Hidratação: Antes da montagem, as flores devem ficar em água limpa e fresca por pelo menos uma hora.
Manutenção: Borrifar água regularmente, umedecer a esponja floral e retirar as flores murchas.
O reaproveitamento também é essencial: folhas descartadas e ramos menores podem ser utilizados em arranjos secundários, evitando desperdícios.
Composição dos Arranjos Litúrgicos
A confecção de arranjos para a liturgia exige um estudo do espaço disponível, da iluminação e do estilo arquitetônico da igreja. O posicionamento das flores deve ser planejado para integrar-se harmoniosamente ao ambiente.
Escolha dos Suportes
Os suportes para os arranjos podem variar entre:
Estruturas características (vasos tradicionais, suportes e pedestais);
Elementos neutros (cascas, raízes, pedras), que conferem um aspecto natural e sutil.
Elementos Naturais ao Ritmo das Estações
Os arranjos florais podem refletir a atmosfera das estações do ano:
Inverno: Tons mais sóbrios, simbolizando a purificação.
Primavera: Cores vibrantes e formas dinâmicas, representando renovação e vida.
Verão: Arranjos exuberantes, expressando a plenitude e a força da vida.
Outono: Cores quentes e composições equilibradas, remetendo à maturidade e à reflexão.
Estrutura e Equilíbrio
A arte floral litúrgica combina elementos da pintura (cores e perspectivas) e da escultura (formas e volumes). Assim, a composição floral deve levar em conta:
Linhas e volumes: A disposição das flores pode formar figuras geométricas como triângulos, círculos ou quadrados.
Altura e profundidade: Os arranjos devem distribuir os elementos de maneira equilibrada, criando uma sensação de harmonia.
Ponto focal: Deve haver um centro visual, seja uma grande flor ou um agrupamento de flores menores.
As flores devem estar dispostas de forma que pareçam “dialogar” entre si. Os cálices devem estar voltados para cima, transmitindo a ideia de elevação espiritual. Elementos arredondados e pontiagudos, flores claras e botões são mais adequados para as partes superiores do arranjo, enquanto as flores mais abertas e intensas devem estar na base.
A Espiritualidade da Arte Floral Litúrgica
Mais do que um aspecto estético, a arte floral na liturgia deve servir como um meio de conexão com o divino. Cada arranjo deve estar a serviço da oração, contribuindo para a experiência de fé dos fiéis.
Para que essa prática seja plenamente integrada às celebrações, é fundamental que haja uma equipe litúrgica dedicada ao planejamento das composições florais.
Dessa forma, a beleza dos arranjos não será apenas um elemento decorativo, mas uma expressão da espiritualidade que envolve toda a comunidade, auxiliando na oração e na vivência da fé.
Diante da delicada situação de saúde do Papa Francisco, voltamos nosso olhar para suas palavras dirigidas a nós em 2017, durante o nosso Capítulo Geral. Suas mensagens de encorajamento e seu desejo de bem para nossa congregação continuam a nos inspirar. Movidas por essa lembrança, renovamos nossa fé e reforçamos nossas orações por sua recuperação, pedindo a Deus que lhe conceda força, serenidade e saúde para seguir conduzindo a Igreja com sabedoria e amor.
DISCURSO DO PAPA FRANCISCO ÀS PARTICIPANTES NO CAPÍTULO GERAL DAS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE
Sala do Consistório Segunda-feira, 22 de maio de 2017
Queridas Irmãs!
Dou as minhas boas-vindas a todas vós e saúdo cordialmente a nova Superiora-Geral e as novas Conselheiras. Faço votos para que este tempo forte que é o Capítulo Geral traga abundantes frutos evangélicos à vida do vosso Instituto.
Antes de tudo, frutos de comunhão. Abertas ao Espírito Santo, Mestre da diversidade, da unidade nas diferenças, caminhareis numa comunhão entre vós que respeite a pluralidade, que vos impulsione a tecer incansavelmente a unidade nas legítimas diferenças, considerando também o facto de que estais presentes em diversos países e culturas. «Como consentir a cada um de se exprimir, ser acolhido com os seus dons específicos, tornar-se plenamente corresponsável?» (Carta ap. Às pessoas consagradas, 21 de novembro de 2014, II, 3). Cultivando a atenção e o acolhimento recíproco; praticando a correção fraterna e o respeito pelas irmãs mais débeis; crescendo no espírito do viver juntas; banindo das comunidades as divisões, as invejas, os mexericos; dizendo tudo com franqueza e caridade. Sim, pode-se viver assim. Tudo isto que acabei de mencionar destrói a Congregação.
Frutos de comunhão com os irmãos e as irmãs da Família Paulina. Tendes em comum o sacerdote e fundador, padre Giacomo Alberione, e também a missão: anunciar o Evangelho aos homens e às mulheres do nosso tempo, particularmente no vosso caso, mediante o serviço litúrgico e o cuidado dos sacerdotes. Isto é bonito.
Frutos de comunhão com os outros carismas. É o momento da sinergia de todos os consagrados para acolher as riquezas dos demais carismas e pô-las todas ao serviço da evangelização, permanecendo fiéis à própria identidade. «Ninguém constrói o futuro isolando-se, nem contando apenas com as próprias forças« (ibidem). Por conseguinte, convido-vos a cultivar o diálogo e a comunhão com os outros carismas, e a combater de todos os modos a autorreferencialidade. Não é bom quando um consagrado ou consagrada é autorreferencial, sempre diante do espelho a olhar para si mesmo. É terrível.
Por fim, frutos de comunhão com os homens e as mulheres do nosso tempo. O nosso Deus é o Deus da história e a nossa é uma fé que age na história. Nas dúvidas e nas expetativas dos homens e das mulheres de hoje encontramos indicações importantes para o nosso seguimento de Cristo.
O Capítulo é tempo de escuta do Senhor que nos fala através dos sinais dos tempos; tempo de escuta recíproca e portanto de abertura a quanto o Senhor nos comunica mediante os irmãos; tempo de confronto sereno e sem preconceitos entre os próprios projetos e os dos outros. Tudo isto exige abertura da mente e do coração. Neste sentido o Capítulo é um tempo propício para praticar o espírito do êxodo e da hospitalidade: sair de si mesmo para acolher com alegria a parte de verdade que o outro me comunica e juntos caminhar para a verdade plena, a única que nos torna livres (cf. Jo 8, 32).
Ouvir as irmãs. Penso que um dos apostolados mais importantes hoje é o do ouvido: escutar. Ouvir as irmãs, assim como os homens e as mulheres de hoje, e partilhar com eles: estas atitudes são necessárias para um bom Capítulo e para uma santa vida fraterna em comunidade, em cujo crescimento todos se sentem participantes, todos oferecem e todos recebem. Não vos canseis de vos exercitar continuamente na arte da escuta e da partilha. Neste tempo de grandes desafios, que exigem dos consagrados fidelidade criativa e busca apaixonada, a escuta e a partilha são mais necessárias do que nunca, se quisermos que a nossa vida seja plenamente significativa para nós mesmos e para as pessoas que encontramos.
Para tal finalidade é necessário manter um clima de discernimento, para reconhecer o que pertence ao Espírito e o que lhe é contrário. Diante de nós abre-se um mundo de possibilidades. A cultura na qual estamos imersos apresenta-se-nos todas como válidas, boas, mas se não quisermos ser vítimas da cultura do zapping e, às vezes, de uma cultura de morte, devemos incrementar o habitus do discernimento, formar-nos e formar para o discernimento. Não vos canseis de perguntar pessoal e comunitariamente: «Senhor, o que queres que eu faça?», «o que queres que façamos?».
O Capítulo é também tempo para renovar a docilidade ao Espírito que anima a profecia. Ela é um valor irrenunciável para a vida consagrada, porque é uma forma especial de participação na missão profética de Cristo. Isto inclui o ser audaz e ao mesmo tempo humilde, apaixonado por Deus e pela humanidade, para se tornar porta-voz de Deus contra o mal e contra todo o pecado (cf. Vita consecrata , 84).
Como consagradas vivei, em primeiro lugar, a profecia da alegria. Ela está em primeiro lugar. Em primeiro lugar está a profecia da alegria: a alegria do Evangelho. É uma profecia. Hoje o mundo precisa disto: a alegria que nasce do encontro com Cristo numa vida de oração pessoal e comunitária, na escuta diária da Palavra, no encontro com os irmãos e as irmãs, numa feliz vida fraterna em comunidade, inclusiva da fragilidade e no abraço à carne de Cristo nos pobres. Profetas de uma alegria que nasce do nos sentirmos amados e, porque somos amados, perdoados.
A alegria é uma linda realidade na vida de muitos consagrados, mas é também um grande desafio para todos nós. Um seguimento triste é um triste seguimento! E a alegria autêntica, não autorreferencial nem arrogante, é o testemunho mais credível de uma vida plena (cf. Jo 10, 10), porque nele «transparecem a alegria e a beleza de viver o Evangelho e de seguir Cristo» (Carta ap. Às pessoas consagradas , 21 de novembro de 2014, II, 1).
Ao mesmo tempo, esta alegria que enche os vossos corações e se manifesta nos vossos rostos levar-vos-á a sair rumo às periferias participando da alegria da Igreja que é a evangelização. Mas para fazer isto a alegria deve ser verdadeira, não uma alegria falsificada! Não falsifiqueis a alegria. A evangelização, quando estamos convictos de que Jesus é a Boa Nova, é alegria e felicidade para todos. Esta alegria afasta de nós o cancro da resignação, fruto da preguiça que torna a alma árida. Por favor, irmãs resignadas, não! Alegria. Mas o diabo dirá: «Somos poucas, não temos vocações…». Deste modo, fecha-se a cara, faz-se carranca… e perde-se a alegria, acabando na resignação. Não, não se pode viver assim: a esperança de Jesus Cristo é alegria.
Encorajo-vos também a ser profetas de esperança, com os olhos dirigidos para o futuro, lá onde o Espírito impele, para continuar a fazer convosco grandes coisas (cf. Vita consecrata , 110). Santo Hilário de Poitiers, no seu Comentário aos salmos (118, 15, 7), fazia-se eco de uma pergunta que muitos formulavam e ainda hoje formulam aos cristãos: «Onde está, ó cristãos, a vossa esperança?». Como consagrados sabemos que não podemos ser surdos a esta questão. Como todos os discípulos de Jesus sabemos que a esperança é para nós uma responsabilidade, porque fomos chamados a responder a todos que nos perguntarem a sua razão (cf. 1 Pd 3, 15). A esperança que não desilude não se baseia em números nem em obras, mas n’Aquele para o qual nada é impossível (cf. Lc 1, 37).
Santo Agostinho diz que «só a esperança nos torna propriamente cristãos» (A Cidade de Deus, 6, 9, 5). E noutra obra afirma: «A nossa vida, agora, é esperança, depois será eternidade» (Comentário aos salmos 103, 4, 17). Só a esperança permite que caminhemos na estrada da vida, só ela nos torna capazes de futuro. Jesus Cristo é a nossa esperança (cf. 1 Tm 1, 1): n’Ele depositemos a nossa confiança (cf. 2 Tm 1, 12), e com a força do Espírito Santo podemos ser profetas de esperança.
Com esta confiança e força repito-vos: não vos unais aos profetas de desventura, que fazem muitos danos à Igreja e à vida consagrada; não cedais à tentação da sonolência — como os apóstolos no Getsémani — e do desespero. Fortalecei a vossa vocação de «sentinelas da manhã» (cf. Is 21, 11-12) para poder anunciar aos outros a chegada da aurora. Despertai o mundo, iluminai o futuro! Sempre com o sorriso, a alegria, a esperança.
Obrigado pelo que sois, pelo que fazeis e como o fazeis, também aqui na Cidade do Vaticano. Muito obrigado! Maria nossa Mãe vos proteja com o seu olhar e o Senhor vos abençoe, vos mostre o seu Rosto, vos conceda paz e misericórdia.
Em nossos espaços de celebração, é comum realizarmos diversas liturgias ao longo dos tempos litúrgicos, sempre no mesmo local: o salão, com os mesmos móveis e a mesma igreja. De forma semelhante, a vida também se desenrola no mesmo cenário natural, com as mesmas montanhas, rios, árvores e o céu que nos circundam. No entanto, a natureza, com seus ciclos diários e sazonais, com o frio e o calor, a chuva e o vento, e os diferentes aromas, enriquece constantemente este cenário e nos permite fugir da rotina.
Inspirar-se na natureza pode ser uma excelente forma de enriquecer os espaços litúrgicos, ajustando-os aos tempos e celebrações da Igreja. A natureza sabe utilizar a luz e a sombra, as cores, os cheiros e as diferentes atmosferas de cada estação. No inverno, a luz escassa e as cores mais apagadas trazem uma sensação de introspecção, enquanto no verão, a abundância de água e a vegetação vibrante despertam ânimo. A primavera é uma explosão sensorial, e o outono nos prepara para a melancolia do inverno. Para cada tempo litúrgico, podemos (e devemos) adaptar os espaços de celebração de forma discreta e coerente com a essência do momento.
A Luz: Elemento Essencial da Liturgia
A iluminação é um fator fundamental para o desenvolvimento da liturgia e deve ser cuidadosamente planejada. Cada ambiente requer um tipo de luz específico, com intensidades variadas conforme a função do local. A luz em uma igreja, por exemplo, não deve ser a mesma que em uma sala de aula ou escritório. Uma igreja iluminada excessivamente pode perder seu caráter acolhedor, enquanto a iluminação fluorescente, típica de escritórios, não é indicada para ambientes de oração.
A iluminação pode, inclusive, ser usada de forma estratégica. Destacar certos espaços, como o altar ou a mesa da Palavra, com uma iluminação direcionada, valoriza os elementos essenciais da celebração. O contraste entre luz e sombra, além de ser esteticamente atraente, remete à dinâmica da fé, que transita entre a luz e as trevas.
Cores e Texturas: O Conforto Estético
As cores e as texturas desempenham um papel crucial na criação de um ambiente acolhedor e propício à oração. Cores frias, como o cinza e o gelo, tendem a afastar, criando uma atmosfera de frieza. Já tons como areia, camurça, terra e pérola são acolhedores, promovendo um ambiente confortável. Além disso, as texturas dos materiais que revestem o interior e o exterior das igrejas podem reforçar essa sensação de acolhimento, como as paredes texturizadas que não só enriquecem visualmente o espaço, mas também contribuem para a acústica.
Decoração: Simplicidade e Coerência
É comum vermos construções feitas de forma desordenada, para depois buscar um toque de beleza e acolhimento através da decoração. No entanto, a decoração não deve ser um elemento isolado. Ela deve estar sempre a serviço do projeto arquitetônico e litúrgico, criando uma unidade harmoniosa. Seja através de vitrais, pinturas ou outros elementos decorativos, tudo deve ser pensado de maneira cuidadosa, alinhado à teologia e à liturgia. O excesso de decoração pode tornar o ambiente sobrecarregado, o que acaba afastando os fiéis da experiência de oração, dispersando sua atenção.
Em espaços litúrgicos, menos é mais. A sobriedade, a simplicidade e a discrição devem ser priorizadas, evitando a tentação de enfeitar o ambiente de maneira exagerada.
Flores: Moderação na Simplicidade
Quanto às flores, a discrição é essencial. Muitas vezes, os arranjos florais ganham destaque de forma excessiva, obscurecendo o altar e a mesa da Palavra. É importante que o arranjo não seja mais notável que o próprio espaço sagrado. Além disso, plantas e flores artificiais não devem ser utilizadas. Em um ambiente de celebração, onde a verdade é proclamada e experimentada, o uso de materiais artificiais – como o plástico, símbolo de descarte – não é apropriado.
Vasos de barro, madeira ou ferro são os mais indicados, trazendo um toque de nobreza e dignidade ao ambiente. A escolha do material e a quantidade de decoração devem sempre estar em consonância com o objetivo litúrgico e teológico do momento.
Conclusão: Um Espaço Coerente com a Liturgia
Para cada liturgia, a dinâmica do espaço deve ser cuidadosamente planejada. O local de celebração não deve ser apenas um ambiente decorado, mas um espaço com um objetivo claro e definido. A arquitetura e a decoração devem ser pensadas para servir à liturgia, para enriquecer a experiência de oração e promover uma verdadeira vivência da fé. O segredo está na simplicidade, no equilíbrio, e na coerência com o tempo litúrgico.
Bibliografia:
Carpanedo, Penha e Guimarães, Marcelo. Dia do Senhor: Guia para as Celebrações das Comunidades. São Paulo, Ave Maria, 1997.
Beckhäuser, Alberto. Celebrar a Vida Cristã. Petrópolis, Vozes, 1984.
Machado, Regina Céli de Albuquerque. O Local de Celebração: Arquitetura e Liturgia. São Paulo, Paulinas, 2001.
As junioristas Pias Discípulas do Divino Mestre, Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos e Ir. M. Kainã Barbosa da Silva, renovaram recentemente seus votos religiosos em celebrações marcadas pela fé, pela entrega a Deus e pela alegria da vida consagrada. A renovação dos votos representa um passo significativo na caminhada vocacional dessas irmãs, reafirmando seu compromisso com a missão e com a espiritualidade da congregação.
Celebração em São Paulo: Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos
No dia 09 de fevereiro de 2025, na cidade de São Paulo, Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos renovou seus votos religiosos em uma celebração marcada pela profundidade espiritual e pelo eco da Palavra de Deus. A liturgia do dia, com os textos de Lucas 5,1-11, Isaías 6,1-2a.3-8, o Salmo 138 (137) e a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 15,1-11, trouxe um rico significado ao seu compromisso renovado.
Neste 5º domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus nos apresenta o chamado dos primeiros discípulos, conforme narrado por Lucas. Jesus convida Simão Pedro a lançar novamente as redes, conduzindo a uma pesca milagrosa. Esse episódio se entrelaça com a experiência do profeta Isaías, que, ao sentir-se indigno diante da santidade divina, acolhe com humildade sua missão. Essa mesma atitude de entrega e confiança é essencial a todos os que seguem o Senhor, reconhecendo suas limitações, mas aceitando o chamado divino.
O apóstolo Paulo, na Carta aos Coríntios, recorda o anúncio do Evangelho e ressalta como a graça de Deus opera na fraqueza humana. Assim, a liturgia deste dia iluminou de forma especial o sim de Ir. M. Antônia Bianca, fortalecendo seu compromisso ao renovar os votos religiosos. Como Pedro, Isaías e Paulo, ela respondeu com amor e confiança ao chamado do Divino Mestre, reafirmando sua disposição para seguir em missão, mesmo diante dos desafios.
Celebração em Olinda/PE: Ir. M. Kainã Barbosa da Silva
Poucos dias depois, no dia 11 de fevereiro de 2025, foi a vez de Ir. M. Kainã Barbosa da Silva renovar seus votos religiosos em uma celebração especial na cidade de Olinda, Pernambuco. A solenidade ocorreu na comunidade local das Pias Discípulas do Divino Mestre, reunindo irmãs da congregação e amigos que acompanham sua trajetória vocacional.
Assim como Ir. M. Antônia Bianca, Ir. M. Kainã renovou seus votos religiosos com fervor e profunda espiritualidade, reafirmando sua consagração ao Senhor. Sua jornada tem sido marcada pela busca constante de serviço e de vivência do carisma da congregação, que se dedica à espiritualidade e à missão evangelizadora por meio da liturgia e da pastoral vocacional.
A comunidade local celebrou com alegria esse momento especial, reforçando a importância da vocação religiosa e da vida consagrada na construção do Reino de Deus.
Significado da Renovação dos Votos Religiosos
A renovação dos votos é um momento essencial na caminhada das religiosas, pois reafirma sua escolha de seguir a Cristo de maneira plena e dedicada. Para as junioristas, esse período é de aprofundamento da vocação e de vivência do carisma congregacional, preparando-as para a profissão perpétua no futuro.
As Pias Discípulas do Divino Mestre, congregação fundada pelo Bem-Aventurado Tiago Alberione, têm como missão principal a oração e o apostolado litúrgico. Seu carisma está intimamente ligado à vivência da espiritualidade e ao testemunho de vida centrado na Eucaristia, no Sacerdócio e na Liturgia.
Ao renovarem seus votos, Ir. M. Antônia Bianca e Ir. M. Kainã reafirmam sua disponibilidade em servir a Deus e aos irmãos, mantendo viva a essência da vocação religiosa.
As celebrações realizadas em São Paulo e Olinda foram momentos de graça e bênção, que marcaram a caminhada vocacional das irmãs junioristas. A renovação dos votos é uma ocasião de renovar o sim a Deus, fortalecendo a missão e o compromisso com o Reino.
A comunidade das Pias Discípulas do Divino Mestre segue em oração por Ir. M. Antônia Bianca e Ir. M. Kainã, para que continuem firmes em sua caminhada de fé e doação. Que o Divino Mestre as fortaleça e guie em sua missão, para que possam testemunhar com alegria e amor a presença de Deus no mundo.
Na história da Igreja Católica, há nomes que marcam épocas e vocações específicas. Entre eles, encontramos duas mulheres que, embora separadas pelo tempo e pelas circunstâncias, compartilham um mesmo nome e um mesmo amor profundo por Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Trata-se de Santa Escolástica, irmã de São Bento, e Madre Escolástica Rivata, a primeira religiosa das Pias Discípulas do Divino Mestre. Apesar de pertencerem a contextos distintos, ambas viveram sua vocação de maneira intensa e são figuras inspiradoras para a espiritualidade cristã.
Santa Escolástica: A Primeira Monja Beneditina
Santa Escolástica nasceu no século VI e era irmã gêmea de São Bento, o grande fundador da ordem beneditina e da tradição monástica no Ocidente. Desde jovem, Escolástica escolheu dedicar sua vida a Deus, fundando um mosteiro feminino que seguia a Regra Beneditina, com ênfase na oração, no trabalho e na vida comunitária.
Um dos episódios mais marcantes de sua vida foi seu último encontro com São Bento, narrado por São Gregório Magno. Conta-se que, em uma noite de conversa espiritual, Santa Escolástica desejava prolongar aquele momento de comunhão, mas São Bento insistia em seguir a disciplina e voltar ao seu mosteiro. Santa Escolástica então rezou, e uma forte tempestade impediu seu irmão de partir, permitindo que passassem a noite em oração e reflexão. Três dias depois, São Bento teve uma visão de sua irmã subindo ao céu em forma de uma pomba, indicando sua morte e sua entrada na glória eterna.
Essa história reflete o amor de Santa Escolástica pela oração e sua íntima união com Deus. Sua vida foi um exemplo de fé, obediência e entrega total, características essenciais da espiritualidade beneditina. Por isso, ela se tornou padroeira das monjas beneditinas, da vida consagrada feminina e das pessoas que buscam uma relação profunda com Deus através da oração.
Madre Escolástica Rivata: A Primeira Pia Discípula do Divino Mestre
Séculos depois, no século XX, surge uma nova Escolástica, chamada para uma missão diferente, mas igualmente marcada pela oração e pelo serviço ao Reino de Deus. Úrsula Rivata, nascida em 1897, foi a primeira mulher a ingressar na Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre, um ramo da Família Paulina fundado pelo Bem-aventurado Tiago Alberione. Ao professar seus votos, recebeu o nome de Irmã Escolástica Rivata, tornando-se a primeira religiosa dessa nova família religiosa.
As Pias Discípulas do Divino Mestre foram fundadas com um carisma muito especial: unir vida contemplativa e serviço apostólico, especialmente no cuidado da liturgia, na oração e na adoração ao Santíssimo Sacramento. Madre Escolástica foi uma das grandes responsáveis por dar forma a essa missão, ajudando na formação das primeiras irmãs e sendo um modelo de vida consagrada.
Ela viveu com simplicidade, discrição e grande espírito de obediência, enfrentando desafios e até períodos de isolamento dentro da própria congregação. No entanto, permaneceu fiel ao seu chamado, confiando sempre na vontade de Deus e no carisma que Alberione havia lhe confiado. Por essa razão, em 2014, o Papa Francisco reconheceu suas virtudes heroicas, concedendo-lhe o título de Venerável Madre Escolástica Rivata, um passo importante para sua futura beatificação.
Por que Alberione escolheu o nome Escolástica para Úrsula Rivata?
O Bem-aventurado Tiago Alberione não escolhia nomes ao acaso. Para ele, cada nome dado a um membro da Família Paulina possuía um significado profundo, refletindo uma missão e um modelo de santidade a ser seguido.
No caso de Úrsula Rivata, Alberione escolheu o nome Escolástica por algumas razões muito significativas:
Ligação com a vida contemplativa: Assim como Santa Escolástica, Irmã Escolástica Rivata foi chamada a uma vida de intensa oração. O carisma das Pias Discípulas inclui a adoração eucarística e a espiritualidade litúrgica, que exigem uma alma profundamente contemplativa.
Obediência e entrega total: Santa Escolástica foi um exemplo de confiança na providência divina e obediência à vontade de Deus. Madre Escolástica Rivata também viveu essa entrega, aceitando com humildade os desafios e provações de sua vida religiosa.
Comunhão com a missão da Igreja: Santa Escolástica tinha uma relação profunda com São Bento e, juntos, influenciaram a vida monástica da Igreja. Da mesma forma, Madre Escolástica foi um pilar na construção da identidade das Pias Discípulas, auxiliando na formação das irmãs e na vivência do carisma paulino.
Amor por Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida: Ambas as Escolásticas viveram centradas em Cristo. Santa Escolástica dedicou-se à oração e à contemplação, enquanto Madre Escolástica foi chamada a servir a Igreja na liturgia e na formação espiritual das religiosas e dos fiéis.
Duas Mulheres, Um Mesmo Espírito de Amor e Serviço
Embora separadas por séculos, Santa Escolástica e Madre Escolástica Rivata têm muito em comum. Ambas foram mulheres de oração, que viveram sua vocação com fidelidade e entrega total a Deus. Santa Escolástica influenciou a vida monástica feminina e nos ensina sobre o poder da oração e da confiança na vontade divina. Madre Escolástica, por sua vez, foi um exemplo de humildade e serviço dentro da Família Paulina, ajudando a construir uma nova espiritualidade para a Igreja do século XX.
O nome Escolástica, portanto, não foi apenas um título simbólico para Úrsula Rivata, mas uma verdadeira missão de vida. Tiago Alberione viu nela o espírito de Santa Escolástica e a confiou à mesma missão de santidade e comunhão com Deus. Hoje, ao lembrarmos dessas duas grandes mulheres, somos convidados a seguir seus exemplos, buscando em nossa vida um profundo amor por Jesus Mestre e um compromisso fiel com a missão da Igreja.
Que Santa Escolástica e a Venerável Madre Escolástica Rivata intercedam por nós e nos ensinem a viver com fé, oração e serviço a Deus e ao próximo!
No dia 10 de fevereiro de 1924, nascia, sob a inspiração do Bem-Aventurado Tiago Alberione, a Congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre. Hoje, celebramos com alegria e gratidão 101 anos de uma missão dedicada à oração, à Eucaristia, ao serviço sacerdotal e à evangelização através da arte e da liturgia.
Ao longo de mais de um século, as Pias Discípulas expandiram sua presença em diversos países, levando a mensagem do Evangelho por meio do silêncio orante, da formação litúrgica e do serviço à Igreja. Fiéis ao carisma recebido, continuam a ser luz e presença viva de Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida, inspirando novas gerações a se dedicarem à missão de santificação do mundo através da adoração e do serviço.
Nesta data especial, rendemos graças a Deus pela história de fidelidade e entrega das irmãs, pelos frutos dessa caminhada e pelo chamado a seguir testemunhando o amor de Cristo no coração da Igreja. Que este jubileu seja um momento de renovação da fé e do compromisso com o Reino de Deus!
CELEBRE CONOSCO!
Convidamos todos a se unirem em oração e ação de graças por esse momento de bênção e renovação. Que possamos continuar, juntos, a missão de ser Discípulas do Divino Mestre!
Meditemos à Luz da Palavra de Deus e dos Textos Carismáticos este dia da Fundação das Pias Discípulas do Divino Mestre
As palavras das Sagradas Escrituras, do Bem-aventurado Tiago Alberione e de Madre Maria Escolástica Rivata – nossa primeira Madre –, que souberam encarnar os valores do Evangelho transmitidos pelo Fundador, são um convite à reflexão e um encorajamento para renovarmos diariamente nossa pertença a Jesus Mestre. Através delas, somos chamados a viver com alegria e fidelidade nossa bela vocação e missão.
Ef 1,16-19: Não cesso de dar graças a Deus por vocês recordá-los em minhas orações, 17Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, conceda a vocês um espírito de sabedoria e revelação, para que o reconheçam dele. 18 Queele lhes ilumine os olhos do coração para que saibam qual é a esperança do chamado que ele faz, qual é a riqueza da glória da sua herança entre os santos, 19e qual é a extraordinária grandeza do seu poder em favor de nós, os que acreditamos, conforme a ação do seu poder eficaz.
Outros textos bíblicos: Mt 19,27-29; Lc 8,1-3; 10, 38-42; Jo 20,1-8.
TEXTOS CARISMÁTICOS
O Mais Belo Apostolado
(T. Alberione, APD 1947, 44-46.52-53, 9 de janeiro de 1947)
“O apostolado de vocês é insuperável; o mais belo! E, justamente por isso, é combatido pelo inimigo. As coisas mais preciosas e belas são sempre as mais desafiadas, pois ele tenta falsificá-las. Vocês têm a missão de desempenhar o ofício de Nossa Senhora, de serem sentinelas do Tabernáculo, elevando mãos puras, unidas a Jesus Hóstia.”
“Na planície, o povo de Deus lutava; no monte, Moisés orava com os braços erguidos. Quando os abaixava, o povo recuava; quando os erguia, o povo vencia. E, para que não se cansasse, dois homens sustentavam seus braços. Assim, o povo de Deus triunfou!”
“Por isso, não estranhem as provações e dificuldades que surgem. Tenham fé! Pois Jesus nos ensina: ‘Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda e disserdes a esta montanha: move-te, ela se moverá.’ Acreditamos, de fato, com esta firmeza? Muitas vezes cremos nos dogmas, mas na vida cotidiana nossa fé vacila. Confiem sem hesitação!”
Como Nossa Senhora
(T. Alberione, APD 1947, 177-180)
“Assim como Maria, a Pia Discípula é uma apóstola. Maria não apenas gerou Jesus, mas acompanhou a Igreja nascente, sustentando-a em seus primeiros passos. O apostolado de vocês está no coração da Igreja. As dificuldades externas podem surgir, mas o verdadeiro desafio está em viver plenamente o espírito da vocação.”
“Não caiam na tentação de comparar-se com os outros. O jardim de vocês é o mais belo! Nele, o Amado espera por vocês. Sua vocação é preciosa! Não se distraiam admirando os frutos alheios, pois sua missão é única e insubstituível.”
“A Pia Discípula deve rezar pelas vocações e pela santificação dos sacerdotes. Como o coração que irriga todos os membros com vida, assim é o seu apostolado. Unam-se à oração da Santíssima Virgem e peçam com confiança: ‘Tu, que és poderosa, roga conosco, para que o Senhor envie bons trabalhadores para sua messe.'”
“Para serem boas discípulas, é preciso piedade, inteligência, sabedoria e vontade. O apostolado de vocês é simples, mas exige entrega e nem sempre será bem compreendido. Cresçam, avancem e amadureçam como o Divino Mestre: em idade, em sabedoria e em graça. Aprofundem-se no conhecimento da sua vocação e vivam-na com autenticidade e amor.”
A Profissão Religiosa
(T. Alberione, APD 1959, 64)
“‘Eu me entrego, ofereço e tudo consagro.’ Assim como Jesus se entregou inteiramente a nós, devemos responder: ‘E eu me entrego inteiramente a Vós, tudo.’ Isso significa amar o Senhor com toda a mente, coração e forças, ao longo de toda a vida, até o último instante, quando O amaremos perfeitamente no céu.”
“A força do amor está precisamente nesse ‘tudo’, sem reservas. Devemos encher nossa mente com a doutrina de Cristo, para que raciocinemos conforme ela. Devemos encher nosso coração com Seu amor, para que ele se torne um reflexo do coração de Jesus. Toda a nossa vida, nossas energias, sentidos, tempo e capacidades devem ser entregues a Ele, sem hesitação.”
A Missão da Pia Discípula Perpetua-se ao Longo dos Séculos
(T. Alberione, APD 1964, 168)
“Grande é a gratidão a Deus por ter querido esta Congregação! Foi Jesus quem a suscitou, a sustentou, a fez crescer e florescer em sua missão apostólica. Ele deseja que avancemos sempre, oferecendo nossa oração, nossas obras e toda a nossa vida ao serviço do Reino.”
“O apostolado que vocês exercem é eterno, pois a Eucaristia, o serviço sacerdotal e litúrgico jamais deixarão de ser necessários. Enquanto o mundo existir, essa missão continuará a ser um canal de graça. Por isso, mantenham-se unidas, esforcem-se para progredir e expandam essa obra divina a todas as nações.”
Reflexões de Madre Escolástica Rivata
“Por que viemos para a vida religiosa? Para fortalecer nossa caminhada com uma piedade sincera e viva, com amor recíproco, no silêncio orante e no serviço generoso.” (1968)
“Façamos do nosso dia um exercício contínuo de amor, recebendo tudo das mãos de Deus e oferecendo-Lhe tudo. Agradeçamos ao Senhor, mesmo nas provações, pois a santidade é luta, é batalha. Confiemos no Deus que tudo dispõe para o nosso bem.” (1970)
Carta de Madre Escolástica Rivata a uma Jovem Irmã(janeiro de 1979)
“Mantenhamos sempre firmes nossas resoluções: Sim, sempre! No amor, na ação de graças incessante e na aceitação total do que Deus quer e como Ele quer!”
“Querida irmã, que tudo em nós glorifique o Senhor: nossa alegria, nossa generosidade, nossa fé e amor! Que nossa vocação seja vivida plenamente, para que um dia, junto com Maria Santíssima, possamos entoar o hino do amor eterno!”
No dia 5 de fevereiro de 2025, celebramos o 61º aniversário de morte da Mestra Tecla Merlo (1894-1964) que foi uma mulher visionária e devota, cuja vida e legado continuam a inspirar. Nascida na Itália, ela, junto com o Bem Aventurado Tiago Alberione, ajudou a fundar a Congregação das Irmãs de São Paulo (ou Irmãs Paulinas) com um propósito claro: utilizar os meios de comunicação para evangelizar e transmitir os ensinamentos cristãos ao mundo.
Sua visão inovadora a levou a explorar a imprensa, a rádio, o cinema e outros canais de comunicação como ferramentas poderosas de evangelização. Ao longo de sua vida, Tecla Merlo buscou capacitar mulheres para se tornarem instrumentos de transformação social e espiritual, cumprindo sua missão de espalhar a mensagem de Cristo através das novas tecnologias.
Com profunda fé e coragem, Tecla animou uma congregação dedicada à caridade e à comunicação. Suas Irmãs Filhas de São Paulo desempenham até hoje um papel fundamental na formação de líderes cristãos e na disseminação de valores cristãos através de diversos meios de comunicação.
A dedicação de Tecla Merlo à causa do Evangelho e seu compromisso com a educação religiosa, a justiça e o papel das mulheres na Igreja Católica são fontes de inspiração para muitas pessoas ao redor do mundo. Em reconhecimento à sua vida de serviço, o processo de beatificação de Tecla Merlo foi iniciado em 2003, reafirmando a importância de seu trabalho e de seu legado.
Com coragem e determinação, Tecla Merlo provou que a fé pode se expressar de muitas formas, e que os meios de comunicação são aliados poderosos para levar a mensagem de Cristo a todos os cantos do mundo.
A figura de Tecla Merlo continua a inspirar novas gerações da Família Paulina, que veem nela um exemplo de fé profunda, dedicação ao serviço de Deus e paixão pela missão. Seu trabalho ainda é um modelo de como integrar o cristianismo com as necessidades do mundo contemporâneo.
Abaixo, a carta escrita para esta ocasião pela Ir. Anna Caiazza, superiora geral das Irmãs Filhas de São Paulo:
Em memória de Maestra Tecla 2025
Carta de ir. Anna Caiazza, superiora geral das Irmãs Filha de São Paulo
Roma, 5 de fevereiro 2025
Caríssimas irmãs e jovens em formação,
inicio esta página dedicada a Mestra Tecla, no 61° aniversário de sua morte, com as palavras que o papa Francisco dirigiu aos participantes do Jubileu da comunicação, no dia 25 de janeiro passado:
… narrai também histórias de esperança, histórias que alimentam a vida. Que o vosso storytelling seja também hopetelling. (…) Narrar a esperança significa ver as migalhas de bem escondidas até quando tudo parece perdido, significa permitir esperar até contra toda a esperança. Significa dar-se conta dos rebentos que brotam quando a terra ainda está coberta de cinzas. Narrar a esperança significa ter um olhar que transforma a realidade, levando-a a tornar-se o que poderia, o que deveria ser. Significa fazer com que a realidade se encaminhe para o seu destino. Eis o poder das histórias! E é isto que vos encorajo a fazer: narrar a esperança, compartilhá-la. Este é – como diria São Paulo – o vosso “bom combate”.
Narrar a esperança, antes de tudo com a vida, com o testemunho de um modo novo de viver. É o quanto fez a Primeira Mestra, por isso é “história de esperança” para nós.
Maestra Tecla semeou, no terreno bom da vida paulina, alegria e confiança no futuro; nos ajudou a crer e a perseverar nas provas, a esperar com paciência a hora de Deus, a não temer o cansaço, os sofrimentos e os sacrifícios por um objetivo “alto”.
Ensinou-nos que esperar não é saber se tudo irá bem ou irá mal, mas a certeza de que aquilo que acontece tem um sentido, e portanto, é preciso viver e testemunhar a esperança também nas trevas sem sentido.
Incentivou-nos a fazer-nos companheiras de estrada dos homens e das mulheres do nosso tempo, radicadas no presente que continuamente muda e acolhendo, portanto, o desafio de caminhar com os tempos, em busca contemplativa das novas estradas que o Espírito abre ao anúncio da Bela Notícia, aberta ao futuro de Deus, rumo à concretização daquilo que, no momento parece impossível, porque de nós nada podemos; com ele, tudo.
Eis, confiemo-nos a Deus, a nossa esperança está toda nele, procuremos só a Deus. Sejamos espertas, a santidade consiste totalmente nisto: buscar só a Deus. Quando temos o coração e a alma plenos de Deus e trabalhamos só por ele, o que mais podemos desejar além disso? (CSAS 109,11)
A Primeira Mestra, peregrina da esperança, partilhou o sonho de dar a todos, através das diversas formas do nosso apostolado, “razões para esperar”, com doçura e respeito (cf. 1Pd 3,16), com aquela mansidão que é fruto do Espírito, tecendo relações e promovendo a comunhão, antes de tudo entre nós. Nisso nos reconhecerão…
Com o seu exemplo e por ela acompanhadas, renovemos o nosso empenho em comunicar, juntas, a beleza da fé, a audácia da esperança, as nuances da caridade nas linguagens e nas modalidades comunicativas mais adequadas para falar ao coração do homem e da mulher de hoje.
Maestra Tecla continue a proteger, acompanhar e bendizer todas nós, os membros da Família Paulina e a humanidade ferida dos nossos dias.
No dia 03 de fevereiro de 2025, a Ir. Vera Maria Galvan, pddm, apresentou sua dissertação “Moda, vestes litúrgicas e a busca pelo sentido da tradição: Significados e expressões das vestes litúrgicas na Igreja Católica” para a Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Sua pesquisa, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião, investigou as vestes litúrgicas católicas e seu papel na construção da identidade religiosa.
A banca examinadora foi composta pela Profa. Dra. Suzana Ramos Coutinho (orientadora), pelo Prof. Dr. Wagner Lopes Sanchez e pelo Prof. Dr. José Reinaldo Felipe Martins (da PUC de Goiânia). Durante a apresentação, foram discutidos os aspectos centrais da dissertação, que explora a história das vestes litúrgicas, sua evolução após o Concílio Vaticano II e como a moda, enquanto expressão cultural, influencia e é influenciada pelos diferentes segmentos dentro da Igreja Católica.
A pesquisa se fundamenta na análise de dados empíricos e revisão bibliográfica sobre a indumentária e a tradição litúrgica, propondo uma reflexão sobre como as vestes litúrgicas comunicam valores, crenças e identidades religiosas. Um dos pontos de destaque do estudo é a compreensão das vestes litúrgicas como um campo de disputa entre as forças conservadoras e renovadoras dentro da Igreja, revelando como as escolhas estéticas refletem visões teológicas e eclesiais.
O estudo parte de uma perspectiva interdisciplinar, envolvendo Ciência da Religião, Moda e Sociologia, e apresenta como a materialidade religiosa desempenha um papel fundamental na transmissão de valores e na construção da identidade dos ministros ordenados e das comunidades de fé. A dissertação também analisa o impacto do Concílio Vaticano II na percepção e no uso das vestes litúrgicas, identificando mudanças significativas na maneira como elas são concebidas e interpretadas na contemporaneidade.
A Ir. Vera Maria Galvan, membro da Congregação Religiosa Pias Discípulas do Divino Mestre desde 2006, tem uma trajetória ligada à confecção e produção de vestes litúrgicas. Sua experiência no setor, aliada à formação acadêmica, permitiu uma abordagem singular ao tema, unindo teoria e prática para compreender o significado das vestes na experiência religiosa contemporânea. Seu trabalho reforça a importância do vestuário litúrgico na expressão da fé e na comunicação visual dentro da Igreja.
A dissertação “Moda, vestes litúrgicas e a busca pelo sentido da tradição” evidencia a riqueza simbólica das vestimentas religiosas e seu impacto nas práticas eclesiais. Com uma abordagem inovadora, o estudo amplia a compreensão sobre a relação entre tradição, modernidade e identidade religiosa, contribuindo significativamente para os estudos sobre liturgia e indumentária sacra.
O trabalho da Ir. Vera representa uma valiosa contribuição para a academia e para a Igreja, promovendo um diálogo entre a história, a moda e a teologia, e abrindo caminhos para novas pesquisas sobre a materialidade religiosa e sua influência na identidade católica.
Catequese Litúrgica – Festa da Apresentação do Senhor (Ano C)
Neste vídeo, o programa Catequese Litúrgica, preparado e apresentado pela Ir. Cidinha Batista, pddm, com edição de vídeo de Ir. Neideane Monteiro, pddm, propõe uma reflexão profunda sobre o Evangelho da Festa da Apresentação do Senhor (Ano C).
A festa, celebrada no dia 2 de fevereiro, recorda o momento em que Maria e José apresentam o menino Jesus no Templo de Jerusalém, cumprindo a tradição judaica. Com base no Evangelho de Lucas 2,22-40, o programa convida os fiéis a refletirem sobre a luz que Jesus traz ao mundo, simbolizada pela presença de Simeão e Ana, que reconhecem o Messias como a salvação prometida a todos.
A catequese litúrgica explora o significado teológico dessa festa e ajuda os fiéis a compreenderem a importância da Apresentação de Jesus no Templo, como um gesto de consagração e fé, que nos convida a oferecer nossa própria vida ao Senhor.
O vídeo proporciona uma oportunidade de aprofundar a compreensão do mistério da encarnação de Cristo, através de uma explicação acessível e edificante, guiada pelas reflexões de Ir. Cidinha Batista e enriquecida pela edição cuidadosa de Ir. Neideane Monteiro.
Se você busca uma forma de meditar sobre o evangelho e o significado desta importante festa litúrgica, este vídeo oferece uma reflexão significativa e inspiradora.
A vida consagrada é uma resposta generosa e radical ao chamado de Deus, uma resposta que se traduz em um caminho de entrega total e amor a Ele. Aqueles que optam por seguir esse estilo de vida se dedicam ao serviço de Deus e da Igreja, buscando viver o Evangelho de forma plena e profunda. A vida consagrada não é apenas uma escolha pessoal, mas uma vocação que envolve uma doação inteira, um testemunho público de fé e uma caminhada que exige desprendimento dos bens materiais, dos interesses pessoais e das ambições mundanas. Em vez disso, quem segue essa vocação se compromete a viver com radicalidade a pobreza, a castidade e a obediência, buscando, através dessa entrega, refletir a imagem de Cristo no mundo.
Na Igreja, encontramos diversas formas de vida consagrada: presbíteros, religiosos, religiosas, missionários, consagrados e consagradas em diferentes carismas e institutos. Cada uma dessas formas de consagração é uma expressão do amor a Deus e ao próximo, em um modo de vida que se destaca pela busca incessante de santidade e serviço. A vida consagrada é um testemunho de fidelidade, de dedicação e de amor a Deus, mas também um exemplo de como os cristãos devem viver sua fé no mundo.
A Festa da Apresentação do Senhor, celebrada no dia 2 de fevereiro, é uma data muito significativa na liturgia cristã, pois oferece uma reflexão profunda sobre a consagração de toda a vida a Deus. Esta celebração recorda o momento em que Maria e José, obedecendo à Lei de Moisés, apresentaram o menino Jesus no Templo de Jerusalém, 40 dias após o Seu nascimento. Esse gesto simples, mas carregado de significado, simboliza a entrega e consagração do Filho de Deus à vontade do Pai. Ao oferecerem Jesus ao Senhor, Maria e José nos ensinam que a consagração a Deus deve ser feita com fé, confiança e obediência.
Este gesto de apresentação de Jesus no Templo, embora pertencente ao contexto judaico, assume um significado pleno para os cristãos. De fato, a Festa da Apresentação do Senhor nos ajuda a refletir sobre a nossa própria consagração, seja por meio da vida consagrada, seja no compromisso diário de seguir a Cristo. Ao celebrarmos esta festa, somos convidados a renovar nossa entrega ao Senhor e a refletir sobre a luz que Cristo representa para a nossa vida.
Na tradição cristã, a Festa da Apresentação do Senhor é também chamada de “Festa da Candelária”, em alusão à luz que Jesus representa para o mundo. No evangelho de Lucas, Simeão, ao ver o Menino Jesus no Templo, declara: “Agora, Senhor, podes deixar o teu servo ir em paz, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel” (Lc 2,29-32). A luz da vela acesa nesta festa simboliza Cristo, a verdadeira Luz que ilumina as trevas do pecado e guia a humanidade para a salvação.
A celebração da Apresentação do Senhor, assim, oferece um convite para que cada cristão se pergunte: Como posso ser luz no mundo? E a resposta para essa pergunta está no testemunho da vida consagrada. Os consagrados, ao se entregarem totalmente a Deus, tornam-se sinal vivo da presença de Cristo, levando Sua luz ao mundo. A vida consagrada não se resume a uma vida de oração e contemplação, mas é também uma vida de ação, de evangelização, de serviço ao próximo e de dedicação ao bem comum. Aqueles que optam por seguir a vida consagrada se tornam luzes no mundo, refletindo o amor de Deus e compartilhando a Boa Nova com todos.
Além disso, a festa da Apresentação do Senhor nos recorda que a consagração não é um ato isolado, mas um processo contínuo de renovação e entrega. A vida consagrada exige perseverança e firmeza, pois envolve muitos desafios e renúncias. No entanto, é uma vida cheia de graça e de alegria, pois quem se dedica a Deus encontra em Sua presença o sentido profundo da vida, a verdadeira paz e a verdadeira felicidade. A entrega a Deus na vida consagrada não é um fardo, mas uma dádiva que traz frutos abundantes de amor, bondade e sabedoria.
A festa também convida todos os cristãos a refletirem sobre a própria vocação, seja ela consagrada, matrimonial, celibatária ou leiga. Cada um de nós é chamado a consagrar a própria vida a Deus, a ser luz no mundo e a seguir o exemplo de Maria e José, que apresentaram Jesus ao Senhor com confiança e amor. Para os consagrados, a festa da Apresentação do Senhor é uma oportunidade para renovar o compromisso de seguir Cristo de forma radical e de viver sua vocação com alegria e fidelidade. Para os leigos, é um convite a entregar a própria vida nas mãos de Deus e a viver com intensidade a missão de anunciar o Evangelho.
A festa também nos ensina a importância da obediência. Maria e José, ao cumprirem a Lei, demonstraram sua obediência a Deus. Este ato de submissão à vontade divina é um exemplo para todos os cristãos. Em nosso próprio caminho, também somos chamados a confiar plenamente em Deus e a nos submeter à Sua vontade, mesmo quando ela nos leva a lugares ou situações desafiadoras.
Em resumo, a Festa da Apresentação do Senhor é uma celebração profunda e rica de significado, que nos leva a refletir sobre o sentido da consagração e a nossa própria entrega a Deus. Ela nos convida a renovar o compromisso de ser luz para o mundo, a seguir o exemplo de Maria e José na obediência a Deus e a refletir sobre o testemunho dos consagrados, que, ao dedicar toda a sua vida ao Senhor, tornam-se sinais vivos de Seu amor. Que, neste dia, todos possamos renovar nossa fé e nossa vocação, buscando viver de maneira cada vez mais fiel o chamado de Deus para nossas vidas.
O episódio da apresentação de Jesus no Templo enfatiza sua pertença ao Pai, desde o início da existência (1,31-32), e sua identidade messiânica como luz e salvação. A consagração do primogênito exigia apenas o resgate por meio do sacrifício de um animal (Ex 13,2.12-13; 34,19-20). O rito da purificação era prescrito à mãe da criança: 40 dias após o parto de um menino, e 80 dias se fosse menina (Lv 12,1-8). Maria e José ofereceram um par de rolas ou dois pombinhos, a oferta dos pobres, pois não podiam oferecer um cordeiro para o sacrifício.
Ana e Simeão representam o resto de Israel à espera da manifestação plena da salvação, indicando que os pobres são os primeiros destinatários da missão libertadora de Jesus (4,18ss). Segundo a profecia de Simeão, Jesus será motivo de queda e elevação, por sua atuação em favor dos excluídos. Ana, profetisa como Míriam (Ex 15,20), Débora (Jz 4,4), pertencia à tribo de Aser no extremo norte da Galileia. Viúva, virtuosa e santa, Ana dava graças a Deus e falava do menino a todos os que esperavam a redenção, reconhecendo-o como o Salvador. O pai e a mãe de Jesus, maravilhados com o que haviam escutado, voltaram para Nazaré.
O menino crescia em “sabedoria” e “graça”, atributos que lhe vêm do Pai, o qual guiará o seu caminho de fidelidade. A profecia de Malaquias remete ao pós-exílio, quando o Templo já havia sido reconstruído, e propõe um culto conforme a justiça e a ética para ser agradável ao Senhor. O Salmo realça a entrada do Rei da Glória no Templo, o Senhor que sustenta seu povo na busca da justiça e fraternidade. A leitura aos Hebreus apresenta Cristo sumo sacerdote misericordioso, solidário com a humanidade pecadora.
2. A palavra na vida
Simeão e Ana ensinam a deixar-se conduzir pelo Espírito, a fim de reconhecer e anunciar a presença de Jesus como luz e salvação de todos os povos.
3. A palavra na celebração
O gesto de Maria que “oferece” se traduz em gesto litúrgico em cada Eucaristia. Quando o pão e o vinho frutos da terra e do trabalho humano nos são restituídos como Corpo e Sangue de Cristo, nós também nos tornamos corpo de Cristo, pão e vinho para quem tem fome e sede.
Bênção e Procissão das Velas na Festa da Apresentação do Senhor
1ª Forma: Procissão
1. Na forma conveniente, os fiéis se reúnem numa igreja menor ou em outro lugar adequado, fora da Igreja para a qual se dirige a procissão. Trazem nas mãos velas apagadas.
2. O presbítero, acompanhado dos ministros, dirige-se ao lugar da reunião, revestido de paramentos brancos para a Missa. Em lugar da casula poderá usar a capa, depondo-a no fim da procissão.
3. Enquanto se acendem as velas, canta-se a antífona seguinte ou outro canto apropriado:
Eis que virá o Senhor onipotente iluminar os nossos olhos, aleluia.
4. O presbítero saúda o povo, como de costume, e faz uma breve exortação, convidando os fiéis a celebrarem de modo ativo e consciente o rito da festa. Pode usar estas palavras ou outras semelhantes:
Irmãos e Irmãs, há quarenta dias celebrávamos com alegria o Natal do Senhor. E hoje chegou o dia em que Jesus foi apresentado ao Templo por Maria e José. Conformava-se assim à Lei do Antigo Testamento, mas na realidade vinha ao encontro do seu povo fiel. Impulsionados pelo Espírito Santo, o velho Simeão e a profetisa Ana foram também ao Templo. Iluminados pelo mesmo Espírito, reconheceram o seu Senhor naquela criança e o anunciaram com júbilo.
Também nós, reúnidos pelo Espírito Santo, vamos nos dirigir à casa de Deus, ao encontro de Cristo. Nós o encontraremos e reconheceremo na fração do pão, enquanto esperamos a sua vinda gloriosa.
5. Depois da exortação, o presbítero, de mãos unidas, benze as velas, dizendo:
Oremos.
Deus fonte e origem de toda luz, que hoje mostrates ao justo Simeão a luz que ilumina as nações, nós vos pedimos humildemente: santificai estas velas com a vossa bênção, e atendei às preces do vosso povo aqui reunido. Fazei que, levando-as nas mãos em vossa honra e seguindo o caminho da virtude, cheguemos à luz que não se apaga. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Ou:
Oremos. Ó Deus, luz verdadeira, fonte e princípio da luz eterna, fazei brilhar no coração de vossos fiéis a luz que não se extingue, para que, iluminados por estas velas no vosso templo santo, cheguemos ao esplendor da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Em silêncio, asperge as velas com água benta.
6. O presbítero recebe a vela preparada para ele e dá início à procissão, dizendo:
Vamos em paz, ao encontro do Senhor.
7. Durante a procissão canta-se a seguinte antífona, com o cântico indicado ou outro canto conveniente:
Ant. Uma luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo.
Deixai, agora, vosso servo ir em paz, conforme prometestes, ó Senhor.
Ant. Uma luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo.
Pois meus olhos viram vossa salvação.
Ant. Uma luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo.
Que preparastes ante a face das nações:
Ant. Uma luz que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo.
8. Ao entrar a procissão na Igreja, canta-se a antífona da entrada. Chegando ao altar, o presbítero o saúda e, se for oportuno, o incensa. Vai à cadeira e, se usou a capa, troca-a para casula. Depois do canto do Glória, diz a oração como de costume e a missa prossegue de modo habitual.
2ª forma: Entrada Solene
9. Os fiéis reúnem-se na igreja com as velas nas mãos. O presbítero, de paramentos brancos, com os ministros e uma delegação de fiéis, dirige-se a um lugar apropriado, quer diante da porta da igreja, quer no interior, onde pelo menos grande parte do povo possa participar do rito com facilidade.
10. Quando o presbítero chega ao lugar designado, acendem-se as velas ao canto da antífona: Eis que virá o Senhor ou de outro apropriado.
11. O presbítero, depois da saudação e exortação, benze as velas, como acima (n. 4 e 5) e faz-se a procissão para o altar com o canto (6 e 7). Na Missa observa-se o que foi dito no nº 8.
MISSA
Antífona da entrada
Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio de vosso templo. Vosso louvor se estende, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos.
Oração do dia
Deus eterno e todo poderoso, ouvi as nossas súplicas. Assim como o vosso Filho único, revestido da nossa humanidade, foi hoje apresentado no templo, fazei que nos apresentemos diante de vós com os corações purificados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas
Possam agradar-vos, ó Deus, as oferendas da vossa Igreja em festa, nas quais vos apresentamos vosso Filho único, que nos destes como Cordeiro sem mancha para a vida do mundo. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio: O mistério da apresentação do Senhor
O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós.
Corações ao alto. O nosso coração está em Deus.
Demos graças ao Senhor, nosso Deus. É nosso dever e nossa salvação.
Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso.
Vosso Filho eterno, hoje apresentado no templo, é revelado pelo Espírito Santo como glória do vosso povo e luz de todas as nações.
Por esta razão, também nós corremos ao encontro do Salvador; e, com os anjos e com todos os santos, proclamamos a vossa glória, cantando a uma só voz:
Santo, Santo, Santo…
Antífona da comunhão
Meus olhos viram o Salvador, que preparastes, ó Deus, para todos os povos.
Depois da Comunhão
Por esta comunhão, ó Deus, completai em nós a obra da vossa graça e concedei-nos alcançar a vida eterna, caminhando ao encontro do Cristo, como correspondestes à esperança de Simeão, não consentindo que morresse antes de acolher o Messias. Por Cristo, nosso Senhor.