Festa de Jesus Mestre 2021

No final de semana, 30 e 31 de dezembro de 2021, vivemos como Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre a Festa de Jesus Mestre, titular do nosso Instituto. Junto com a celebração de Jesus Divino Mestre, recordamos todas as Irmãs Jubilandas: Jubileu de 50 anos a serviço da Liturgia de Ir. Élida Spadeto, Ir. Estela Pilatti, Ir. Rosária Belançon, Ir. Rosalina Fattori, Ir. Stefana Wyginsky, Ir. Terezinha Rosa, Ir. Zélia Lázaro e os 60 anos de Consagração de Ir. Luisa Mantovani.

Nesse clima de festa, como fazemos todos os anos, foram partilhadas as criatividades e leituras feitas pelas Irmãs e pelos Amigos do Divino Mestre, motivados pela Equipe de Criação. Neste ano, a Equipe de Criação motivou para a leitura de dois presentes do Papa Francisco. As Irmãs da Equipe de Criação da província escreveram: “Como caminho eclesial, tivemos, neste ano, dois grandes presentes do papa Francisco que se referem diretamente à nossa missão: o motu proprio SPIRITUS DOMINI, que modifica o Código de Direito Canônico possibilitando o acesso das mulheres ao ministério instituído do leitorado e do acolitado, e o motu proprio TRADITIONIS CUSTODES, que reafirma a liturgia conforme os decretos  do Concílio Vaticano II como a única expressão da lex orandi do rito romano. Com gratidão pelos sinais da presença de Deus na caminhada da Igreja, como Equipe de Criação, a fim de nos motivarmos mutuamente para criatividade na missão, convidamos cada comunidade, irmã, jovens, Amigos e Amigas do Divino Mestre, a partilhar as iniciativas apostólicas que brotaram nesse tempo, bem como novidades artístico-litúrgicas que surgiram ou aquelas que os apelos da missão suscitam em nós, como sugestões para desenvolvermos. O encontro pode ser enriquecido pela leitura e partilha de SPIRITUS DOMINI e de TRADITIONIS CUSTODES: em que nos confirmam e o que nos inspiram? Nos encontraremos virtualmente para partilhar e celebrar juntos: Dia 31 de outubro de 2021, domingo, às 16h (horário de Brasília), pelo Google Meet”.

O encontro online teve a participação da Ir. Lídia Natsuko Awoki, pddm, Vigária Geral.

Partilhamos com os leitores e leitoras desta notícia as fotos destes momentos celebrativos importantes para a nossa vida fraterna das comunidades de Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre e Cooperadores Paulinos Amigos(as) do Divino Mestre. As imagens são das comunidade de Cabreúva/SP, Caxias do Sul/RS, Manaus/AM e Rio de Janeiro/RJ.

Também no final desta notícia, colocamos o testemunho de vida as Irmãs jubilandas Pias Discípulas deste ano de 2021.

COMUNIDADE CRISTO REDENTOR E CP-ADM DO RIO DE JANEIRO/RJ

O nosso domingo do Divino Mestre começou animado. Participamos da Celebração Eucarística na Paróquia São Camilo de Lellis. Foi uma celebração muito bonita! Continuamos com o almoço festivo e às 16h nos reunimos para LIVE de comemoração. Foi um momento de encontro entre nós irmãs e os ADM (ainda que online), de descontração, de partilha da vida e de criatividades, além de aprofundamentos de dois documentos maravilhosos. Que alegria ver também que os estudos que fizemos e apresentamos na Formação Intensiva de 2017 começaram a dar frutos. O livro Arte no Espaço Litúrgico é uma benção! É bom ver que a nossa província continua viva e vibrante, apesar das dificuldades. Isto nos mostra que o Divino Mestre cuida com amor de nossa família e vai nos conduzindo segundo a sua vontade.

Parabéns à equipe de criação e a todos que contribuíram para que esse momento acontecesse!

COMUNIDADE PIAS DISCÍPULAS, CP-ADM E IRMÃS PAULINAS – MANAUS/AM

Homilia proferida por Irmã Cidinha Batista, PDDM, na Catedral Metropolitana de Manaus/AM

Estamos finalizando, com gratidão, o mês de outubro, mês missionário. E como Família Paulina, fundada pelo padre Tiago Alberione, celebramos, no último domingo de outubro a festa de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, como Ele mesmo se definiu. A missão dessa grande família, formada por 5 congregações e 5 institutos, com carismas diferentes, mas com o mesmo objetivo é: “Viver integralmente o evangelho de Jesus Cristo, no espírito de são Paulo apóstolo, sob o olhar de Maria, Rainha dos Apóstolos” (AD 93).

O tema central da liturgia deste domingo é o primado do amor sobre todos os mandamentos, compreendido em suas duas vertentes inseparáveis: amor a Deus e amor ao próximo, respectivamente, como se fossem as duas faces da mesma moeda. Isso é evidenciado, sobretudo, pelo Evangelho, no qual Jesus responde ao questionamento de um mestre da Lei sobre o primeiro dos mandamentos, afirmando que o primeiro é amar intensamente a Deus e o segundo é amar o próximo.

A resposta de Jesus ao mestre da lei recorda a escritura que nós ouvimos na primeira leitura (livro do Deuteronômio): Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com todo o teu entendimento e com toda a tua força. Essa era a solene proclamação de fé que todo o israelita devia fazer diariamente E Jesus acrescenta: O segundo mandamento é este: Amarás teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes.

O que é “amar a Deus”? De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor a Deus passa, primeiro, pela escuta da sua Palavra, pelo acolhimento das suas propostas e pela obediência total aos seus projetos.

Os dois mandamentos não podem se separar: “amar a Deus” é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da própria vida.

O caminho da fé que, dia a dia, somos convidados a percorrer, resume-se no amor a Deus e no amor aos irmãos. Quem nos ensina é o próprio Mestre Jesus.

Ele é o mestre por excelência porque foi o exemplo vivo de seus ensinamentos. A segunda leitura, tirada da Carta aos Hebreus nos diz que Jesus Cristo é o sacerdote por excelência, que o Pai enviou ao mundo. O sacerdócio de Jesus Cristo, com seu amor incondicional ao Pai e à humanidade, é o genuíno paradigma do agir cristão no mundo. Na sua obediência e na sua entrega – que foi até ao dom total da vida, na cruz – ficou bem expresso o seu amor ao Pai e aos irmãos. Deixemos nos conduzir por esse amor.

E neste caminho de seguimento, reafirmamos nossa fé e confiança no Senhor, retomando a primeira estrofe do salmo de hoje (Sl 17) – “Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, Minha força e poderosa salvação”.

JUBILEU DA IR. ESTELA, EM CAXIAS DO SUL/RS

CELEBRAÇÃO EM CABREÚVA/SP

A celebração foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Vicente Costa. Contou com a participação das Irmãs das Comunidades de São Paulo e foi realizada no dia 30 de outubro, sábado, na capela Divino Mestre, da comunidade. As jubilandas Ir. Élida Spadeto, Ir. Rosária Belançon, Ir. Stefana Wyginsky, Ir. Zélia Lázaro comemoraram seus 50 anos de vida Consagrada.

TESTEMUNHO DAS JUBILANDAS 2021

IR. LUISA MANTOVANI: 60 ANOS DE VIDA RELIGIOSA

“OS MEUS PENSAMENTOS NÃO SÃO OS TEUS PENSAMENTOS”

Eu não tinha sonho nem desejo de seguir a vida religiosa. Mas é Deus que escolhe e chama a quem Ele quer. O meu pároco dizia que foi um chamado urgente. E eu respondi aqui estou. Para mim, foi uma surpresa de Deus que se manifestou e mudou a minha vida para sempre.

Confiando e acreditando na palavra de Jesus Mestre, EU SOU O CAMINHO A VERDADE E A VIDA. A raiz de tudo é a graça de Deus, amor à congregação e à missão. Entrega livre e gratuita da minha vida a Deus. Sou grata a Congregação que me acolheu e ajudou a ser uma Pia Discípula do Divino Mestre Caminho, Verdade e Vida.  Amém

                                                                                                                                                                                                  Ir. Luiza Mantovani

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Jubileu de 50 anos de Vida Consagrada | Ir. Élida Spadeto

Sou filha de Stéfani Spadeto e Julia Ceroline Spadeto, ambos de famílias simples. Tiveram 12 filhos dos quais sou a sétima. Aos 7 anos de idade fiz a minha Primeira Comunhão e senti bater forte o meu coração quando vi o sacerdote levantar a hóstia na consagração e eu vi uma criança recém-nascida tão linda que até hoje não vi outra igual. Ao chegar em casa, eu falei: “Mãe, eu quero ser irmã!”. Ela me disse: “Vamos rezar. Se for da vontade de Deus, um dia você vai”. Sempre confiante e rezando a Maria, pedindo a Deus a decisão do meu pai. Ele não queria permitir porque minha tarefa era cuidar dos afazeres da casa, das crianças menores e da minha mãe que era muito doente.

Com muitas lágrimas, esperança e oração, se passaram quase 10 anos desta experiência. No dia 20 de janeiro de 1967, eu disse ao meu pai: “Hoje eu vou para o convento”. Ele respondeu: “Vai, mas veja o que está fazendo… Seus irmãos pequenos, sua mãe doente…” Cheguei em São Paulo no dia 24 de janeiro do mesmo ano. No dia 29 de julho, ingressei no postulado e, meses depois, fiz a vestição e fui transferida para o Rio de Janeiro para trabalhar na loja Apostolado Litúrgico e na propaganda que chamávamos “beneficência”.

Sempre com o espírito fixo no Mestre Divino, acreditava na minha vocação. Um dia seria Irmã de votos. Ele me acompanha e Maria me guia. Nunca perdi a esperança e sempre confiei naquele que é fiel: Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Viver em Cristo, a verdadeira videira, e ser um ramo dessa videira e produzir com a graça de Deus muitos frutos para vida eterna, através da minha vivência cotidiana. Tive sempre vivo no coração os apostolados: Eucarístico, Sacerdotal e Litúrgico.

Neste ano jubilar, sou grata a Deus por tantas bênçãos recebidas em toda minha vida. Obrigada, Senhor!

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Jubileu de 50 anos de Vida Consagrada | Ir. M. Estela Pilatti

O que me motivou e impulsionou a doar a minha vida, foi o próprio “seguimento de Jesus Mestre”. Procurei responder ao seu chamado, alimentando-me com a Eucaristia e com sua Palavra, assumindo a missão a serviço do Reino.

Uma Palavra foi forte e me acompanhou no caminho vocacional: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”! O sim de Maria é para mim exemplo e me inspira a buscar fazer sempre a vontade de Deus. (Lc 1, 38)

Um grande aprendizado que assimilei do Padre Tiago Alberione, foi a sua fidelidade a Jesus Mestre Caminho Verdade e Vida e a São Paulo. Um aspecto particular foi a sua coragem de lançar-se a frente para o bem da humanidade, sem nunca se deixar vencer pelo fracasso ou o medo. A herança que o Fundador nos deixou é para mim fonte e alicerce de espiritualidade e de apostolado. No amor a Jesus Mestre, a Maria Rainha dos Apóstolos e a São Paulo, sigo com alegria na entrega da vida, assumindo a missão a serviço da Eucaristia, do Sacerdócio e da Liturgia.

A raiz da alegria que me ajudou ser fiel ao chamado, foi a experiência do grande amor de Jesus por mim e, pela força deste amor, tive a graça de perseverar mesmo nos momentos difíceis. 

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Jubileu de 50 anos de Vida Consagrada | Ir. Rosária Belançon

Graça e Paz!

“Vocês serão Felizes se fizerdes como eu fiz” Jo 13, 15.

Dou Graças a Deus por celebrar o Jubileu de ouro de consagração religiosa no discipulado de Jesus Divino Mestre, servindo a Igreja povo de Deus pelo ministério Eucarístico, Sacerdotal e Litúrgico.

As experiências missionárias: no cuidado da vida das pessoas, na formação litúrgica, no serviço Sacerdotal no ministério Eucarístico, unida às irmãs da caminhada e à todas as Discípulas, à minha família. Canto com Maria, Rainha dos Apóstolos o Magnífica! Por tudo dou graças!

Em Cristo Mestre,

Ir. Rosária Belançon

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Jubileu de 50 anos de Vida Consagrada | Ir. Rosalina Fattori

TESTEMUNHO DE MINHA VOCAÇÃO

Olá, minhas queridas Irmãs!  Graça e paz em Cristo Mestre!

Que bom poder expressar um pouco daquilo que vivi e experienciei nestes 50 anos de minha consagração e entrega na missão, como Discípula do Divino Mestre. Foram anos de intensos desafios, mas de muita esperança.

Desde muito cedo, em minha pré-adolescência, senti que o Senhor me chamava para um caminho e uma vocação especial. Sempre admirava minha irmã que me precede na vocação religiosa nas Irmãs Servas do Espírito Santo, porém não me sentia atraída pelo seu carisma e missão.

Graças a Deus cresci em uma família profundamente cristã e dedicada às coisas de Deus. Minha vocação pôde crescer e desabrochar, de acordo com os valores cristãos e religiosos. Ingressei na Congregação no dia 24 de janeiro de 1965, na comunidade de Caxias do Sul. Ali iniciei meu caminho vocacional, embora muito limitado devido minha pouca idade.

 Aos poucos fui crescendo no amor, no conhecimento e na convicção de minha vocação.

O ideal de São Paulo, de Alberione, foi também interiorizado como meu: “Tornei-me tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer custo” (1 Cor 9, 22).

Minha primeira experiência como consagrada, foi exatamente o chamado a dedicar alguns anos de minha juventude como missionária a serviço dos sacerdotes idosos em Melbourne, Austrália. Casa esta fundada por sua eminência Cardeal James Robert Knox.  Recordo-me com carinho a pessoa de cada sacerdote, sua vida entregue ao povo de Deus, sua serenidade, sua santidade visível. Vivi e experienciei momentos bonitos e outros muito desafiantes; uma experiencia de fé e de muita riqueza apostólica.

Sempre me senti acompanhada e identificada com o texto de João 11-1-45 onde Jesus visita a família de Betânia. Me inspirou sempre a grande e profunda profissão de fé de Marta, sua entrega, seu serviço e sua amizade profunda com Jesus. A contemplação de Maria a torna humana e sensível em apresentar seu irmão Lázaro a Jesus como aquele que ele ama. Jesus ama esta comunidade de irmãos! Este espírito de oração, de bem-querer, foi o que me fez permanecer apesar de todas as dificuldades. Momentos fortes de espiritualidade e de vida comunitária me fizeram amar sempre mais o ideal da Pia Discípula e descobrir o imenso valor desta bela vocação e missão na Igreja.

Em 2014, o Senhor me fez um novo chamado missionário. Desta vez para Venezuela. Desde então, aqui me encontro exercendo nossa missão. Não é fácil o momento que atravessamos! Para cada dia um novo desafio! Mas a misericórdia e a providência do Senhor são sempre surpreendentes e nunca nos abandonam.

Às Jovens que estão a caminho no seguimento de Jesus e as que estão buscando e discernindo seu chamado, lhes digo que vale a pena fazer a entrega da vida, colocando-a a serviço dos irmãos, seja aonde for e como for. Deus necessita de nossos braços prolongadores da missão, de nossas forças e amor para transformar a realidade deste mundo tão necessitado.

Ir Maria Rosalina Fattori

Barquisemeto, Venezuela, 25/05/2021

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Jubileu de 50 anos de Vida Consagrada | Ir. Stéfana Wyginski

Eu nasci no dia 28-08-1944, filha de Gustavo Wyginski e Rosa Misura. Sou a 2ª filha de três filhos. Morávamos em um povoado de umas 20 famílias. Tinha igreja, estação de trem e de ônibus, alguns comércios e escola.

Quando eu era pequena, minha mãe esteve no hospital com meu irmão. Ao voltar, falou que as irmãs eram generosas e boas. Então pensei: também quero ser irmã para ser boa. Gostava das coisas de Deus e sempre frequentava a igreja até com sacrifícios. Aos 15 anos, conheci algumas irmãs, mas não entrei por problemas econômicos. Entre 18 e 19 anos, pude trabalhar com as irmãs e, conhecendo minha história, me ajudaram a recomeçar os estudos.

Aos 22 anos, entrei na nossa congregação. Gostei do clima de família, adoração e vendo a imagem de Pe. Alberione e as orações escritas no livrinho me tocaram profundamente. Desejei sempre seguir o seu carisma a serviço da Eucaristia, Sacerdócio e Liturgia.

Antes de ingressar, tinha escutado um padre falar da necessidade de mais sacerdotes porque o povo é bastante. Então senti a necessidade de fazer algo pelos sacerdotes. Também faltavam catequistas e enfermeiras.

Quando ia fazer o pedido para a profissão perpétua, pensei um pouco porque sentia uma dorzinha no estômago, mas veio em mente: “quem me separará do amor de Cristo?” (Rom 8,31-39). Daí fiz o pedido e senti uma grande paz e alegria. Fiz a profissão perpétua no dia 19 de março de 1977. Dificuldades não faltaram, mas com a graça Divina e de Maria Santíssima estou aqui.

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Jubileu de 50 anos de Vida Consagrada | Ir. Terezinha da Rosa

CAMINHO VOCACIONAL

Sou agraciada por Deus, primeiramente, por ser revestida de Cristo pelo batismo e por ser chamada na congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre. São anos de muitas graças e bênçãos do Senhor em minha vida.

Desde pequena tenho devoção especial a nossa Senhora, pois certamente foi ela que me indicou o caminho a seguir o seu Filho Jesus. Gostava de ir à celebração na capela de nossa Senhora do Bom Sucesso que havia próxima da minha casa. Também algumas vezes ia à celebração Eucarística na Paróquia Santa Terezinha. Aí conheci as Irmãs do PIMI. Queria ser uma Irmã para servir mais diretamente Jesus. Aos 16 anos de idade conheci as Irmãs Pias Discípulas que me encantaram e decidi ir com elas. Dia 02 de Fevereiro de 1968, já entrei para ficar.

No início foi muito difícil, mas com a graça de Deus superei. Eu gostava muito dos momentos celebrativos e da adoração ao Santíssimo. Foram esses momentos que me impulsionaram a viver mais conectada com a Videira, Jesus (Jo 15, 1-8): “Eu sou a videira e vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muitos frutos”. Assim, fui deixando que ele transformasse o meu ser e meu agir. Consequentemente foi fortificando a missão.

Em João 14,6, Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida. Esse caminho ele me indicou a percorrer, mesmo com os desafios. A sua palavra me sustentou firme para seguir em frente. Sempre procurei escutar e assimilar sua palavra como Verdade e Vida, afim de vivenciar com simplicidade e comunicar na missão. Lucas 1; salmo 23; João 15,10-14; Romanos 8,31; Além dessas citações bíblicas outras, me ajudaram na minha caminhada de vida consagrada a Deus.

Um ensinamento importante assimilado vivendo o carisma do Beato Padre Tiago Alberione, a serviço da Eucaristia, do Sacerdócio e da Liturgia, foi a compreensão do mistério da encarnação: Maria no seu sim a Deus, trouxe ao mundo Jesus o Filho amado do Pai, tendo a responsabilidade de cuidar, contemplar, adorar esse sacerdote por excelência até o mistério da cruz. Esse exemplo de Maria, me motivou, mesmo na minha pobreza, fazer tudo pela glória de Deus e santificação da humanidade.

A raiz da alegria que me ajudou a manter a fidelidade foi sobretudo a espiritualidade: Celebrações Eucarística, laudes, vésperas, adoração, oração pessoal contemplativa, a convivência fraterna e missão no CAL; tudo isso, contribuiu para que a chama da alegria permanecesse acesa.

Que a Santíssima Trindade, qual amo tanto me ajude ser fiel até o fim. Amém.

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Jubileu de 50 anos de Vida Consagrada | Ir. Zélia Lázaro

Sonhava em ser mãe. Gostava muito de crianças e me custou muitíssimo deixar meu irmão de seis anos. Mas tudo foi mudando com o exemplo do pároco, tia e tios salesianos e, sobretudo, me encantei vendo o silêncio e a oração das primeiras Pias Discípulas que se hospedavam lá em casa para buscar as jovens que meu pai, como bom vocacionista, conquistava. Também chamou atenção as irmãs beneditinas que ensinavam as crianças e jovens a rezar e cantar. Aí senti no coração o desejo de seguir este caminho. Para ter certeza fiz a novena ao Sagrado Coração de Jesus, obtendo a confirmação no sétimo dia da novena. A partir daí o Senhor foi acendendo luzes conforme se fazia necessário!

Quando se opta para seguir o MESTRE, se renuncia os próprios desejos para cumprir a missão de doar-se ao serviço daquele que nos escolheu, chamou e enviou (Jo 15, 16) “Não foram vocês…”.  E eu respondi: “Eis-me aqui Senhor!”

O Primeiro Mestre me escreveu: “a Adoração é tudo para a Pia Discípula. Assegura a perseverança, se é bem feita”, confirmou-me assim a missão e a fonte vital das três dimensões ‘Eucaristia, Sacerdócio e Liturgia’. Um aprofundamento gradativo foi crescendo em mim ouvindo a Palavra em cada tempo da vida: “não fostes vós que me escolhestes…” Jo 15,16, Jesus estava me conduzindo: “Não tenha medo… chamei pelo nome; você é minha….”Is 43,1-2, um grande alerta, reforço e consolo: Ex. 23,20 “Eis que envio meu Anjo à frete de ti…”, confirmando segurança na missão; então, só posso dizer: “sei em quem acreditei sua graça ajudou e ajudará a perseverar até o fim!” (2 Tm 2, 12).

A raiz da grande alegria, além da espiritualidade, é ser fiel em ir descortinando as múltiplas faces em Jesus Mestre, cultivando o encontro pessoal com Ele, em busca da identificação até (Gl 2,20). O que me tem ajudado tanto é a confiança e parceria com Nossa Senhora, Mãe, espelho e âncora em meu caminho.

Sinto com gratidão o grande amor de Deus que me envolveu desde o nascimento e me trouxe até aqui nesta celebração dos 50 anos de consagração e, que certamente me conduzirá até o fim e me acolherá eternamente em seus braços. Esta é a minha fé, confiança e esperança!

Com simplicidade e crescente empenho sigo na certeza de que aquele que me chamou é fiel e, foi abundante sua graça e misericórdia. Minhas preces e gratidão para todos que me apoiaram e me apoiam nesta caminhada. Por tudo ‘Bendito seja Deus!’.

Ir. Zélia Lázaro

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COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS: RECORDAÇÃO DE TODOS E TODAS DA FAMÍLIA PAULINA NO BRASIL QUE ESTÃO EM DEUS

Texto: Pe. Antônio Lúcio, SSP

Estamos no início do mês de novembro: mês dedicado aos Falecidos. De modo especial no dia 2, recordamos com saudades todos os nossos mortos: familiares, parentes, amigos, conhecidos, coirmãos de Congregação e membros da Família Paulina. Portanto, esse mês é um tempo propício para uma séria revisão de nossa vida. Não basta viver um dia após o outro, faz-se necessário viver bem cada dia. Nossa meta seguramente é viver eternamente junto de Deus. Para que isso aconteça, basta cumprirmos a sua vontade a nosso respeito. Certamente o que ele espera de cada um de nós, é que sejamos a sua presença no mundo. Onde quer que estejamos, com quem estejamos, fazendo o que fizermos, vivendo o que vivermos… que ele seja reconhecido em nós. Como? Através dos nossos gestos, das nossas palavras, das nossas ações, dos nossos sentimentos, do nosso julgar, do nosso pensar, do nosso viver… Finados não é um dia para explicar a morte, mas bem mais um dia para refletirmos sobre a vida: a minha vida e a sua vida!

Penso ser oportuno recordar as palavras do saudoso Rubem Alves, mineiro e educador, falecido no dia 19 de julho de 2014, em Campinas (SP), com um breve trecho de uma carta sua inédita: “Sou grato pela minha vida. Não terei últimas palavras a dizer. As que tinha para dizer, disse durante a minha vida. Recebi muito. Fui muito amado. Tive muitos amigos. Plantei árvores, fiz jardins. Construí fontes, escrevi livros. Tive filhos, viajei, experimentei a beleza, lutei pelos meus sonhos. Que mais pode um homem desejar? Procurei fazer aquilo que meu coração pedia”.

E baseando-me no mesmo Rubem Alves prossigo a nossa reflexão. Certa feita perguntaram-lhe: “O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define?” Ele respondeu de supetão: “Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: ‘Morrer, que me importa? (…) O diabo é deixar de viver’. A vida é tão boa! Não quero ir embora…”.

E ele comenta uma pergunta de sua filha: “Eram 06h00. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: ‘Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?’. Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: ‘Não chore, que eu vou te abraçar…’ Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade”.

E com as palavras do Bem-aventurado Tiago Alberione, peçamos com fé: Ó Jesus misericordioso, pela vossa dolorosa paixão e pelo amor que tendes a mim, rogo-vos que perdoeis todo o mal que cometi e as consequências dos meus inúmeros pecados nesta e na outra vida. Concedei-me espírito de contínua conversão, delicadeza de consciência, ódio ao pecado e disposições necessárias para receber as indulgências. Proponho-me acompanhar com a oração, sempre que possível, os que passam desta vida à eternidade. E vós, Bondade infinita, infundi-me sempre maior fervor a fim de que, um dia, livre dos vínculos do corpo, possa contemplar-vos face a face, para sempre, no céu”.

Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno, e a luz perpétua os ilumine; descansem em paz. Amém.

Ato heroico de caridade

    Meu Deus, para a vossa maior glória, em união com os merecimentos de Jesus e de Maria, eu vos ofereço e cedo em favor dos defuntos todas as minhas boas obras, e todos os sufrágios que receberei depois da morte. Disponde tudo segundo a vossa vontade.

Abraço com afeto,

            Pe. Antônio Lúcio, ssp

Secretário Provincial

São Paulo, 2 de novembro de 2021

Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

Para que a Palavra do Senhor se espalhe rapidamente

Neste 1º de Novembro de 2021, a Família Paulina de todo o mundo é convidada a voltar seu olhar para Roma. As relíquias do Bem-Aventurado Pe. Tiago Alberione será trasladada da Sotto Cripta para o Santuário Rainha dos Apóstolos, em Roma.

Confira toda a programação deste mês de novembro para a Família Paulina que marca a conclusão do Ano Bíblico:

Cronograma de transferência de relíquias do Bem-Aventurado Tiago Alberione e Festa Litúrgica no 50º aniversário do seu Dies Natalis

1 a 26 de novembro de 2021

• 1º de novembro, 13h00 (horário de Brasília):

Santa Missa e transferência da urna do Bem-Aventurado Pe. Tiago Alberione ao Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos, em Roma; presidido pelo Card. Vigário Angelo De Donatis (ao vivo online).

• 2, 3 e 4 de novembro:

– 12h00 (horário de Brasília): Tríduo de agradecimento pela presença da urna do Bem-Aventurado Alberione no Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos, em Roma.

– 13h00 (horário de Brasília): Santa Missa (ao vivo online).

• 2 a 23 de novembro:

Peregrinação da relíquia do Bem-Aventurado Alberione nas comunidades da Família Paulina de Roma e das Colinas Albanas

• 3, 10, 17, 24 de novembro:

#incontripaolini dedicado ao Beato Giacomo Alberione

(No dia 24/11, participa a Ir. Laíde Sonda, pddm, do Brasil)

• 23, 24 e 25 de novembro:

– 12h00 (horário de Brasília): Tríduo de oração em preparação à festa do 50º aniversário do Dies Natalis do Fundador, no Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos, em Roma

– 13h00 (horário de Brasília): Santa Missa (ao vivo online)

• 25 de novembro:

Audiência concedida pelo Papa Francisco aos Governos Gerais da Família Paulina e representantes dos Institutos Paulinos e Cooperadores Paulinos

• 26 de novembro:

Festa litúrgica do Beato Alberione e encerramento do Ano Bíblico da Família Paulina

– 3h30: Oração de encerramento do Ano Bíblico da Família Paulina – “Compi la tua opera di annunciatore” (ao vivo online) – pela equipe do Ano Bíblico da Família Paulina

– 10h00: Webinar internacional dedicado ao tema “O estudo das Escrituras: a contribuição da Liturgia” – pela equipe do Ano Bíblico da Família Paulina

– 12h00: Inauguração do Museu Dom Alberione na Casa Geral da Sociedade de São Paulo: Participa o Card. Marcello Semeraro

– 13h00: Santa Missa no Santuário de Maria Rainha dos Apóstolos: presidida pelo Card. Marcello Semeraro (ao vivo online)

Para informação:

Postulador Geral da Família Paulina
Sociedade de São Paulo
Via A. Severo, 58 00145 Roma
Tel: 06.597861
Email: [email protected]

Encontros de Formação Litúrgica

No dia 19 de outubro, das 19h30 às 21h30, Ir. Veronice Fernandes, assessorou o encontro de formação litúrgica para os setores Mogi e Sapucaí, da arquidiocese de Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais.

O encontro foi realizado de modo remoto, pela plataforma do google meet, com o tema “Orações da Igreja (eucologia)”, com a participação de 95 pessoas, entre leigos, leigas, candidatos ao diaconato permanente e dois padres coordenadores dos respectivos setores.

O tema foi desenvolvido a partir da etimologia da palavra eucologia – euchê = oração, e logos = discurso. Eucologia é a ciência que estuda as orações e as leis que governam a sua formulação. Em seguida foi apresentado o que é oração e na sequência se tratou das formas, natureza e estrutura da oração litúrgica.

Foram dados exemplos de eucologia maior (prece eucarística; oração das ordenações dos bispos, presbíteros e diáconos; oração de consagração das Virgens; bênção nupcial; prece de dedicação da igreja e do altar; bênçãos dos elementos sacramentais (água batismal, óleos etc); as principais bênçãos de pessoas, lugares e objetos para o culto e para o serviço dos homens e mulheres); e a eucologia menor (oração do dia ou coleta, sobre as oferendas, pós comunhão, sobre o povo, conclusiva do ofício, sálmicas etc.).

É importante destacar que a liturgia nos ensina a rezar com suas fórmulas eucológicas que expressam, em geral, o mistério da salvação que se realizou em Cristo por nós – conteúdo essencial e anamnético que está na base e que depois suscita, por obra do Espírito Santo, o louvor, a ação de graças, a súplica, etc.

Memória do Bem-Aventurado Timóteo Giaccardo

Neste dia 19 de outubro, recordamos a memória litúrgica do Bem-Aventurado Timóteo Giaccardo, primeiro presbítero paulino. Ele nasceu em Narzole (Cúneo, Itália), no dia 13 de junho de 1896. Morreu em 24 de janeiro de 1948, Roma. Foi declarado Venerável em 9 de maio de 1985. Em 22 de outubro de 1989, foi beatificado, em Roma. A sua Memória Litúrgica, como recordamos, é hoje, dia 19 de outubro.

Com escreve Pe. Sílvio Sassi, Ex-Superior Geral da Pia Sociedade de São Paulo, a vida de Pe. Timóteo foi comum, feita de alegrias e esperanças, de fatigas e preocupações, de dúvidas e de muita fé, à medida que nele ia-se aclarando, sob a guia de Pe. Alberione, o sentido de sua vocação ao apostolado da boa imprensa, que logo abraçou com entrega total. Ansiedade plenamente justificada, tratando-se de um novo estilo de missão na Igreja.

A figura de Pe. Timóteo aparece em sua estatura de homem de Deus, consagrado inteiramente à missão da Sociedade de São Paulo, como sábio guia espiritual e suscitador de energias apostólicas, formado na obediência ao Fundador, o qual não hesitou em reconhecer que confiava mais nele do que em si mesmo.

O selo da santidade, que a Igreja reconheceu em Pe. Timóteo Giaccardo com a beatificação, o inscreve como cabeça de lista e primeiro paulino no quadro dos que fazem da evangelização medial e digital sua razão de vida.

Pe. Timóteo Giaccardo recebeu a ordenação presbiteral aos 23 anos, aos 19 de outubro de 1919, portanto neste dia é o 102º aniversário de sua ordenação; foi o Primeiro Sacerdote Paulino; foi o Primeiro Vigário Geral da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos; há 32 anos foi o Primeiro Paulino a ser Beatificado no dia 22 de outubro de 1989 por São João Paulo II; foi o Primeiro Sacerdote da Igreja Católica ordenado especificamente para o ministério dos meios de comunicação social.

Oração

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, que concedestes ao bem-aventurado Timóteo Giaccardo o dom de viver o Evangelho de forma heroica, buscando acima de tudo o Reino de Deus, na alegria da castidade, pobreza e obediência, inteiramente dedicado à comunicação de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, nas pegadas de São Paulo e do Bem-aventurado Tiago Alberione: vos peço para glorificá-lo concedendo-me esta graça (Pedir as graças de que necessita). Bem-aventurado Timóteo Giaccardo, confio na sua intercessão. Amém.

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.

Ó Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tende piedade de nós.

Rainha dos Apóstolos, rogai por nós.

São Paulo Apóstolo, rogai por nós.

De todo o pecado, livrai-nos, Senhor.

E como rezamos na Oração depois da Comunhão, digamos com fé: “Senhor, a intercessão do Bem-aventurado Timóteo Giaccardo nos ajude a progredir a cada dia na doação ao vosso serviço”, anunciando o Evangelho na cultura da comunicação.

Texto de: Pe. Antônio Lúcio, ssp, Secretário Provincial do Padres e Irmãos Paulinos, São Paulo, 19 de outubro de 2021

Mestrado em Liturgia

Conclusão do reconhecimento civil do mestrado em teologia com especialização em liturgia

Nós nos unimos a Ir. Veronice Fernandes que concluiu o seu reconhecimento civil do mestrado em teologia com especialização em liturgia. Ela se expressa:

As palavras que brotam do coração são: “A minh’alma engradece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”. Após concluir mais esta etapa da minha vida, rendo graças primeiramente a Deus Deixo aqui registrado também minha sincera gratidão às Irmãs Pias Discipulas do Divino Mestre que me proporcionaram fazer o reconhecimento civil do mestrado.

Havia participado das aulas do mestrado nos anos 1995/1996 e apresentado a dissertação 2002, na Pontifícia Faculdade de Teologia N.S. da Assunção, em São Paulo, na época, sob a coordenação do Centro de Liturgia.

As exigências da missão a serviço da liturgia, sobretudo no meio acadêmico, me impulsionaram para a obtenção do reconhecimento civil do mestrado, quase 20 anos depois da conclusão deste, só com reconhecimento eclesiástico. Para isso foi preciso praticamente fazer o curso novamente. A Universidade, agora PUC/SP exigiu fazer todo o processo, somente aceitando minha dissertação já escrita, porém atualizada.

Assim, no dia 27 de setembro, em modo remoto, pela plataforma TEAMS, apresentei minha dissertação para a banca que era constituída dos professores: Dr. Pe. Valeriano dos Santos Costa (orientador); Dr. Fr. José Ariovaldo da Silva (leitor convidado de outra Instituição) e Dr. Pe. Tiago Gurgel (leitor da PUCSP).

O tema da minha dissertação é a “A dimensão orante da celebração dominical da Palavra de Deus”. A apresentação iniciou-se com a invocação do Espírito Santo, em seguida, por cerca de 15 minutos, apresentei minha pesquisa e após, os professores fizeram suas ponderações e por fim fui aprovada. A PUC SP não dá mais nota, somente aprova ou não.

Agradeço ainda a participação em tempo real das Irmãs no dia 27 de setembro e as orações, comunhão e mensagens recebidas das Irmãs e Jovens.

Nosso louvor a Deus pela oportunidade de qualificar nossas Irmãs para o serviço ao Reino de Deus.

Print de tela durante a banca. A sala chegou a 17 pessoas participando da exposição da dissertação.

Testemunho de Débora Brito, Amiga do Divino Mestre de Brasília

[…] “podem entrar todos aqueles que se empenham de fazer pela boa imprensa ou especiais orações, ou ofertas, ou trabalhar, escrever…” […] “Vós sereis seus zeladores junto a todos aqueles que puderdes. Dentro de trinta anos compreendereis a importância de quanto eu disse nessa noite. Dentro de trinta anos”. (Diário de Giaccardo, 30 de setembro de 1918, pp 46-47).

Assim começa a minha missão como Cooperadora Paulina, Amiga do Divino Mestre, antes mesmo que eu entendesse esse chamado. Desde pequena sempre fui uma pessoa muito falante e comunicativa. Cresci em uma família muito grande, com dois irmãos e meus pais, vivíamos com avós, tios e primos em um mesmo ambiente. Participei da catequese desde muito nova e, aos 13 anos, comecei a auxiliar os catequistas em minha comunidade. Aos 15 anos oficialmente após a crisma, me tornei catequista. Entrei também para o ministério de música e grupo de jovens, na Igreja praticamente o dia todo, como dizem por aí.

Nessa mesma época, meus pais se casaram no religioso iniciando a conversão de toda nossa família. Iniciei meu namoro também nesse período e passamos 11 lindos anos de relacionamento, entre namoro e noivado. Organizando casa, preparando a vida para constituir a tão sonhada família. Mas os planos de Deus foram outros. Em meados de 2009, aquela notícia que ninguém quer receber: seu grande amor, companheiro de vida foi diagnosticado com câncer. Um susto e ao mesmo tempo aquela esperança de que tudo se resolveria.

De repente, mais uma notícia: um primo muito querido falece, de câncer no auge da juventude. Tempo depois, um tio que há muito tempo não se via, falece por suicídio, e outro por uma doença adquirida por uma bactéria transmitida por pombos. As perdas só iam aumentando, duas senhoras amigas queridas também falecem de câncer. Parecia que essa era a palavra do dia, algo comum, a dor era inevitável, mas as lágrimas secaram e só vivia conforme a vida ia seguindo. No meio desse turbilhão idas e vindas no hospital para acompanhar meu noivo nesse processo todo, e revezamento com uma faculdade de administração na qual nem mesmo sei como passei e concluí a graduação, porque até mesmo meus trabalhos eram amigas maravilhosas que me ajudavam.

Em 2011, meu noivo faleceu e com ele toda uma vida de sonhos e idealizações. Ali, fui ao fundo do poço literalmente quando baixaram o caixão. Me fechei para tudo, para o mundo, mas o sorriso estampado no rosto para não permitir que ninguém sofresse comigo, por achar que aquela dor era só minha, me deu forças para seguir de alguma maneira. Um assalto em nossa residência, nos fez trocar de casa e apaguei da memória todo resquício que havia deixado de uma vida e fui atrás de outros caminhos.

Recomecei em novo trabalho, nova Igreja, novos amigos. Mas no meio da caminhada que parecia estar tudo normal, adoeci. E me vi em uma mesa de cirurgia. Vivia tendo crises e crises hemorrágicas devido a uma endometriose, na qual vivia em hospitais tomando remédios e a tristeza por trás daquele sorriso começou a transparecer mais forte. O médico disse que teria que fazer uma nova cirurgia, mais complexa porque meu intestino havia aderido ao útero e não poderia ser feita de forma simples.

Então, mais uma vez no turbilhão, nasceu minha primeira sobrinha, e a luz voltou. Naquele ser tão pequeno que eu só pude conhecer uma semana depois porque eu estava me recuperando, me deu novo sopro de vida e um amor tão grande que nem percebi, quando estava indo para a segunda cirurgia. Conversei com Deus e pedi uma luz para mudar a minha vida e pedi a cura para cuidar da minha pequena.

Uma amiga linda cuidou de mim e me indicou excelentes médicos, e fui parar no melhor médico de Brasília e especialista da área. Na mesma semana essa amiga também faleceu. Perdi também meus avôs nesse meio tempo e a morte passou a ser rotineira na minha vida. Dessa vez, eu tinha por quem lutar e fui pedindo a Deus forças. Entrei e saí de grupo de Igreja. Me revoltei, me afastei, mas Ele sempre nos busca aonde for. A catequese era minha base e foi o único grupo que não saí até hoje. E em uma formação, conheci a irmã Graça, Discípula do Divino Mestre, que fez o convite para ir em uma missa de envio aos 100 anos dos Cooperadores.

Operei, melhorei e fé em Deus fui curada, não da doença porque essa é crônica, mas para Deus nada é impossível. Nasceu meu segundo sobrinho e a tristeza que havia no sorriso foi dissipando ainda mais. A frase do início do texto, bateu forte no coração, desde o primeiro encontro dos Amigos, no qual levei minha mãe também. E em São Paulo, no encontro dos Cooperadores, desabrochou após uma entrevista ao Bem-vindo, Romeiro. A energia ali foi tão forte e aos pés de Nossa Senhora Aparecida naquela Missa, minha vida mudou. A comunicação veio forte e o chamado só foi aumentando.

Então me vi na comunicação nacional dos Amigos. Me vi em uma faculdade de jornalismo e hoje pós-graduada em Marketing Digital. Produtora e repórter voluntária em uma rádio católica em Brasília, no projeto de eventos Católicos e muitos outros projetos na área da comunicação, assumindo a gestão das redes sociais de algumas empresas privadas, além de um estágio no Ministério da Justiça em Brasília.

Tenho certeza de que Alberione intercede por mim e me leva cada vez mais para a comunicação católica. A fazer a boa imprensa e levar o Evangelho aonde for, pois esse tornou-se o lema do meu chamado: “Despertai o mundo com a Luz do Evangelho”. Agora falta apenas emitir as promessas no momento certo e ir cada vez mais anunciar a boa-nova e mostrar Jesus Divino Mestre, como Paulo fez.

Agradeço aos amigos e as irmãs queridas que me acolherem com tanto amor, por me ensinar, dar um sentido e razão de viver e anunciar. Além de entender que: “Dentro de trinta anos compreendereis a importância de quanto eu disse nessa noite. Dentro de trinta anos”. Tudo fez sentido!

Débora Brito.

CP-ADM núcleo de Brasília

Encontro das Junioristas no Brasil

De 04 a 06 de setembro, as Irmãs Junioristas se reuniram para um encontro fraterno. Momento de comunhão e alegria, as Irmãs estiveram na cidade de Cabreúva. As Junioristas que participaram foram: Ir. M. Romilda Cordeiro Sarmento, Ir. M. Neideane Alves Monteiro, Ir. M. Risalva Ribeiro Gonçalves, Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos, Ir. M. Jessica Carolina Vallenilla Pérez, Ir. M. Samillis Praia de Castro.

O tema norteador do encontro foi “Autoimagem e a Crítica”. É importante pensar sobre a Autoimagem como conhecimento que o indivíduo tem sobre si mesmo e, nesse conhecimento, há também uma parte valorativa chamada de “autoestima”. Enquanto a autoestima está relacionada ao amor que temos por nós mesmos, a autoimagem é quem nós pensamos ser. Ela engloba traços de personalidade, comportamento e aparência física.

Por que uma religiosa deve compreender isto? É importante para a Irmã ser o mais livre possível internamente para doar-se ao outro e outra. E isto está muito ligado ao conceito que temos de nós mesmos. Isto pode muitas vezes limitar nossa personalidade, aprisionando em medos e inseguranças, impedindo ao serviço ao Reino de Deus com maior liberdade. Refletir isto em grupo contribuiu no crescimento também em conjunto.

A Ir. M. Juceli Aparecida Mesquita foi a facilitadora neste evento. Ela é a psicóloga e a Irmã que acompanha as Junioristas na Província. Segundo a Ir. M. Juceli, o encontro foi descontraído, rico em vivências e partilhas. As Irmãs puderam se reencontrar, conversar, descansar e refletir.

As Irmãs Junioristas também manifestaram a sua gratidão a toda província que as acompanharam na oração e apoio.

REVISTA DE LITURGIA PROMOVE LIVE COM O PE. FRANCISCO TABORDA

Na memória da páscoa do Senhor, recordamos a Bem-aventurada, Mãe de Deus, a mais singular testemunha de Jesus, imagem da nova humanidade. Para marcar esta importante festa da Igreja sobre o dogma da Assunção de Maria, a Revista de Liturgia promoverá uma live muito interessante no canal do Youtube da Revista de Liturgia.

Marque esta data: LIVE dia 13 de Agosto de 2021, às 20h

Com Pe. Francisco Taborda.

Durante a live teremos um sorteio do Conjunto para oratório Assunção de Maria.

Aproveite! Acesse o link, curta a página do Youtube da Revista de Liturgia, ative o sininho para acompanhar esta live!

Pe. Francisco de Assis Costa Taborda

Segundo o site O ESCAVADOR, o teólogo e padre jesuíta Francisco de Assis Costa Taborda possui doutorado em Teologia pela Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha, 1974), graduação em Teologia pela Philosophisch-theologische Hochschule St. Georgen (Frankfurt, Alemanha, 1969), licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, 1964) e graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Cristo Rei (atual UNISINOS, São Leopoldo, RS, 1963). Professor emérito da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia dos Sacramentos e Mariologia.

REVISTA DE LITURGIA E A ASSUNÇÃO DE MARIA

Abaixo um texto publicado pelo site IHU UNISINOS em 18 de agosto de 2017 que vale a pena ler para ir se preparando para esta live.

Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores medievais, pintores e poetas. Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas e levam o leitor ao momento em que a Virgem Maria adormeceu e o seu corpo foi levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.”

A reflexão é do teólogo italiano Mario Colavita, padre da diocese de Termoli-Larino e presidente diocesano do Istituto Sostentamento del Clero e professor do Instituto Teológico Abruzzese-Molisano de Chieti.

O artigo foi publicado por Settimana News, 14-08-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Nos textos canônicos, a última recordação que temos de Maria é a relacionada com os Atos dos Apóstolos, em que se diz que, depois da ascensão de Jesus, “todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus” (At 1, 14). Depois disso, não sabemos mais nada da Virgem Maria a partir dos textos sagrados considerados inspirados. Eles são bastante secos em delinear detalhes e indícios sobre os últimos instantes da vida da Mãe de Deus.

Um patrimônio apócrifo

No entanto, desde os primeiros séculos do cristianismo, por obra da comunidade judaico-cristã, transmitiram-se histórias orais sobre o último curso da vida da Virgem. No fim do século II, essas tradições foram postas por escrito formando, assim, textos apócrifos em que se delineiam detalhes sobre a Dormição ou o Trânsito da Virgem.

Trânsitos e Dormitio constituem um rico patrimônio apócrifo sobre o êxito final da Mãe de Deus. Com o tempo, eles influenciaram os Padres da Igreja, escritores medievais, pintores e poetas.

Esses textos trazem consigo tradições antiquíssimas, mesmo que, às vezes, pareçam abundar em detalhes pitorescos, e levam o leitor ao momento em que a Virgem Maria adormeceu e o seu corpo foi levado ao céu, assunto entre a glória dos anjos.

Giotto, Sepultura de Maria (Fonte: Settimana News)

Os trânsitos (conhecemos cerca de 20 deles em várias línguas: grego, copta, siríaco, latim) nascem pela veneração à Mãe de Deus, pela piedade e pelo culto que, na comunidade, estavam nascendo e crescendo. Não só isso, os primeiros cristãos buscavam saber o que tinha acontecido com o corpo da Virgem e os últimos instantes da vida da Mãe de Jesus.

Em um livro de 1748, com o título emblemático “O perfeito legendário: da vida e dos fatos de N. S. Jesus Cristo e de todos os santos”, diz-se, atribuindo a narrativa a Epifânio de Salamina, que a Virgem adormeceu 24 anos depois da ascensão do Filho. Outros, de acordo com o que Eusébio de Cesareia escreve, que a Virgem morreu sob o imperador Cláudio, no ano 48 d.C., aos 73 anos de idade.

A igreja do Kathisma

De acordo com a tradição de JerusalémMaria adormeceu no Sião, o monte do alto da cidade santa, repleto de memórias. Sobre essa colina, os cristãos veneravam o Santo Cenáculo.

No século IV, sobre o Sião, surgiu uma imponente igreja chamada de Santa Sião, que incorpora tanto o lugar da santa ceia quanto o lugar da dormição da Virgem.

A partir dos apócrifos, sabemos que, depois da dormitio da Virgem, os apóstolos pegaram o corpo e o levaram a um sepulcro novo, no Vale do Cedron, perto da gruta da traição, no terreno do Getsêmani.

Lendo os apócrifos, ficamos sabendo o lugar da sepultura da Virgem: “Os apóstolos transportaram o leito e depuseram o seu corpo santo e precioso em um túmulo novo do Getsêmani; e um perfume delicioso se espalhou a partir do sagrado túmulo da Nossa Senhora Teotóco. Por três dias, ouviram-se vozes de anjos invisíveis que glorificavam Cristo, Deus nosso, nascido dela. Depois do terceiro dia, as vozes não foram mais ouvidas: todos, então, compreenderam que o puro e precioso corpo dela havia sido transportado para o paraíso”.

Em uma versão do Trânsito da Virgem do século V, em siríaco, lemos: “Nesta manhã, peguem a Senhora Maria e vão para fora de Jerusalém, na via que leva ao vale principal do outro lado do Monte das Oliveiras. Eis que lá há três grutas: uma ampla externa, depois outra interna e uma pequena câmara interna com um banco elevado de argila na parte leste. Vão e ponham a Bem-aventurada sobre aquele banco e coloquem-na lá e sirvam-na até que eu diga”.

Segundo a tradição, a Virgem Maria foi sepultada nos arredores da torrente Cedron, não muito longe do campo do Getsêmani. Aqui surgiu, desde o primeiro século, uma veneração especial por um túmulo novo, entalhado na rocha, onde os apóstolos tinham deposto o corpo da Mãe de Deus. Posteriormente, o lugar foi transformado em uma igreja rupestre (século IV). Ela foi consagrada à Mãe de Deus pelo bispo Juvenal de Jerusalém, depois do Concílio de Calcedônia, em 451.

Em 490 d.C., o imperador Maurício quis edificar uma nova igreja de planta redonda (como a da anastasis para o túmulo de Cristo) sobre a primeira igreja, que se tornou, assim, a cripta que conservava o santo túmulo (vazio) da Virgem.

A recordação do lugar foi conservada pela devoção dos fiéis que celebravam ali, com ritos solenes, a memória do trânsito e da assunção de Maria ao céu. Devemos a data de 15 de agosto, provavelmente, ao dia da dedicação da igreja do Kathisma (= pausa, parada), no caminho para Belém. Depois do Concílio de Calcedônia, talvez, também por problemas entre as duas Igrejas (uma fiel ao Concílio de Calcedônia, a outra, não), no Kathisma, a festa era antecipada para o dia 13 e, no Getsêmani, para o dia 15 de agosto.

A igreja edificada pelo imperador Maurício foi destruída antes da chegada dos cruzados.

O sepulcro de Maria

Os beneditinos, em 1112-1130, abriram um novo acesso à cripta e ali edificaram uma terceira igreja com um monastério adjacente. Ela foi destruída por Saladino depois de 1187, mas poupou a cripta e o túmulo para a veneração que a religião islâmica tem em relação a Maria, venerada como a mãe do profeta Jesus.

O abade russo Daniel, peregrino à Terra Santa em 1106, recorda: “O sepulcro da santa Mãe de Deus (…) é uma pequena gruta escavada na pedra, que tem portinhas tão pequenas que um homem deve se curvar para entrar. Dentro da gruta, de frente para as portinhas, não há como que um banco esculpido na pedra da gruta, e, naquele banco, foi posto o corpo venerável”.

Para venerar o sepulcro da Virgem, desce-se uma longa escadaria que leva à cripta. Depois da inundação de 1972, o padre franciscano Bagatti estudou o local, chegando a afirmar que o túmulo da Virgem faz parte de um lugar sepulcral em uso no século I d.C.

O túmulo venerado corresponde às indicações contidas nos apócrifos. Ela se eleva de 1,60 a 1,80 metros e apresenta duas aberturas, uma a norte e outra a oeste. São as portas atuais pelas quais passam os devotos para entrar. O túmulo de Maria tem todas as características de um túmulo do primeiro século, embora os cruzados tenham embelezado o banco rochoso, que apresenta quatro restos de decorações que se sucederam umas às outras entre os séculos IV e XII.

A “dormição” de Maria

Sobre a dormição, os apócrifos são fortemente marcados pelo período histórico, pelas diferenças das várias comunidades (Jerusalém – Belém), pelas heresias, pelo culto, pela devoção, pelo ambiente judaico, elementos que constituíram os seus relatos. Na maioria dos casos, os escritos respeitam uma espécie de pista comum: Maria morreu de morte natural (descartando, assim, tanto o martírio quanto a imortalidade, seguida ou não pela ressurreição); os apóstolos chegam, todos, milagrosamente ao leito da Virgem em Jerusalém, à qual um mensageiro celeste havia anunciado a proximidade da morte; o temor de Maria ao se aproximar da morte; a intervenção hostil dos judeus à sua sepultura; a assunção gloriosa do corpo da Virgem ao céu.

Através dessas narrativas, a nascente comunidade cristã quis reafirmar a sua fé em Jesus Cristo nascido de Maria Virgem.

O que lemos no “Transitus Romanus”

A dormição da Virgem é assim descrita: “Enquanto Pedro falava e confortava as multidões, chegou a aurora, e despontou o sol. Maria se levantou, saiu, recitou a oração que o anjo lhe havia dado e, depois da oração, estendeu-se no leito e levou a termo a sua economia (…). O Senhor a abraçou, levou a sua alma santa, pô-la entre as mãos de Miguel” (Transito R, 32.34) [1].

Depois desses fatos prodigiosos, o texto do trânsito descreve a procissão fúnebre do corpo da Virgem, do Sião ao Getsêmani. Os apóstolos saem cantando “Israel saiu do Egito, aleluia”, enquanto uma grande luz envolve toda a cidade de Jerusalém. Os sumos sacerdotes do templo, ouvindo o barulho, saem cheios de ódio e querem queimar o corpo da Virgem, “o corpo que trouxe aquele sedutor”. Mas os anjos cegam a todos, exceto o sumo sacerdote Jefonias.

Aqui, o trânsito quer demonstrar a superioridade da comunidade cristã sobre a judaica, fazendo a fé em Jesus Cristo ser confessada pelo sumo sacerdote: “Jefonias se aproximou dos apóstolos e, quando os viu carregando o leito coroado, cantando hinos, ficou cheio de raiva e disse: ‘Eis quanta glória recebe hoje a morada daquele que despojou a nossa estirpe!’. E, cheio de raiva, dirigiu-se ao leito, com a intenção de derrubá-lo. Tocou-o no ponto onde se encontrava a palma: logo as suas mãos se colaram ao leito, foram truncadas nos cotovelos e ficaram suspensas no leito” (Transitus R, 39).

Jefonias, então, pediu a graça da cura aos apóstolos, que o convidaram a fazer a profissão de fé. Pedro – continua o relato – fez parar o leito com o corpo de Maria, e o sumo sacerdote fez a profissão de fé: “No nome do Senhor Jesus Cristo, filho de Deus e de Maria, pomba imaculada daquele que está escondido na sua bondade, que as minhas mãos se unam sem defeito! E, logo, tornaram-se como eram antes” (Transitus R, 43).

Seria, depois, Jefonias que anunciaria à multidão aos prantos em Jerusalém o prodígio da Virgem: “[Jefonias] tomou a folha [a palma], falou-lhes da fé, e aqueles que creram recuperaram a visão”.

A narrativa do Trânsito encerra-se com a assunção da Virgem Maria. Os apóstolos, depois de terem deposto o corpo no sepulcro novo, viram chegar o Senhor Jesus: “Eis, descido dos céus, o Senhor Jesus Cristo com Miguel e Gabriel (…). O Senhor disse a Miguel para elevar o corpo de Maria sobre uma nuvem e transferi-lo para o paraíso (…). Tendo chegado ao paraíso, depuseram o corpo de Maria sob a árvore da vida. Miguel levou a sua alma santa, que depuseram no seu corpo” (Transitus R, 47-48).

O símbolo da palma

Para alguns autores, os trânsitos podem ser divididos em duas grandes famílias: aqueles em que se menciona a palma (sinal da glória de Deus) que Maria recebeu de Deus, e aqueles do anúncio da Dormitio em Belém com um aspecto mais litúrgico.

É interessante notar como o símbolo da palma acompanha Maria até a sua glorificação.

A palmeira, com as suas folhas verdes, é símbolo da vida, que nada pode destruir. Pela sua altura, profundidade e flexibilidade, é também símbolo de beleza, elegância, graça, estabilidade. O justo que, radicado na Palavra se eleva ao alto, para Deus (Sl 93, 13), é como uma palmeira verdejante. No Evangelho de João, a palma indica a vitória de Jesus sobre a morte e a sua ressurreição. No Apocalipse, recorda o triunfo dos mártires (Ap 7, 9).

Na estrada que vai de Jerusalém a Belém, na terceira milha, estão os restos de uma antiga igreja octogonal chamada “do Kathima” (o repouso da Virgem), os mosaicos encontrados estão todos ao redor e dentro da Igreja. Entre eles, um é de particular importância e beleza: a palmeira com as tâmaras.

No Evangelho apócrifo do Pseudo-Mateus, narra-se a sagrada família voltando do Egito. Em um certo momento, Maria pede para repousar um pouco à sombra de uma alta palmeira, desejando comer as frutas. José, respondendo, diz: “Admiro-me que tu digas isso e que, vendo o quão alta é esta palmeira, penses em comer os frutos da palmeira. Eu, ao contrário, penso na falta de água: ele já veio a faltar nos odres, e não temos onde nos refocilar, nós e os jumentos. Então, o menino Jesus, que, com o rosto sereno, repousava no colo de sua mãe, disse à palmeira: ‘Árvore, dobre os teus ramos e restaura, com o teu fruto, a minha mãe’. Ao ouvir essas palavras, a palmeira logo curvou a sua copa até os pés da bem-aventurada Maria, e recolheram dela os frutos com os quais todos se refocilaram. (…) Jesus disse: ‘Palmeira, levanta-te, toma força e sê companheira das minhas árvores que estão no paraíso do meu Pai. Abre com as teus raízes a veia de água que está escondida na terra, para que dela fluam águas para a nossa saciedade’. Logo ela se ergueu e, da sua raiz, começou a brotar uma fonte de águas limpidíssimas e extremamente frias e claras” (Evangelho do Pseudo-Mateus 20, 1-2).

No Alcorão, a palmeira é citada na sura 19 a propósito do nascimento de Jesus: “Não fiques triste. O teu senhor fez jorrar uma fonte aos teus pés. Sacode perto de ti o tronco da palmeira, que fará cair sobre ti tâmaras frescas e maduras. Come, bebe e alegra-te” (Sura 19, 25-26).

De acordo com P. Manns, o símbolo da palmeira que abre o apócrifo do trânsito da Virgem, junto com outros símbolos, como as nuvens, a lâmpada e o perfume, remete à festa de Sucot, a festa judaica das cabanas.

Todos esses símbolos podem ser associados à festa judaica de Sucot.

Para o profeta Zacarias (14, 16), será no Monte das Oliveiras que os sobreviventes das nações, que fizeram a guerra contra Jerusalém, se reunirão para celebrar a festa das cabanas.

Relendo os apócrifos, os apóstolos, quando levam o corpo de Maria ao Vale do Cedron, cantam o Halel, o salmo que é cantado para as grandes festas judaicas.

A festa das cabanas é apresentada como festa de ressurreição, e Filão de Alexandria afirma que a festa é esperança da imortalidade. Se o simbolismo for aceito, o sentido do apócrifo, de acordo com Manns, seria: “Maria celebra a sua última festa das cabanas sobre o Monte das Oliveiras. O simbolismo judaico de tal festa ilustrava bem o sentido da sua morte e a sua fé na ressurreição. Em outras palavras, significa que a fé na assunção de Maria remonta aos judeu-cristãos de Jerusalém. Os judeu-cristãos estavam bem preparados para aceitar a assunção de Maria, porque, do judaísmo, tinham herdado a fé de que Miriam, irmã de Moisés, não tinha conhecido a corrupção do túmulo” [2].

Notas:

1. Transito R está para romanus. Cf. L. Moraldi (org.). Apocrifi del Nuovo Testamento. Turim: I, Utet, 1971, p. 807-925.

2. F. Manns. Scoperte archeologiche e tradizioni antiche sulla Dormizione e Assunzione di Maria. In: G. C. Moralejo; S. Cecchin (org). L’assunzione di Maria Madre di Dio: significato storico-salvifico a 50 anni dalla definizione dogmática. Atas do 1º Forum Internazionale di Mariologia, Roma, 30-31 out. 2000, Cidade do Vaticano, 2001, p. 181.

MARTA, MARIA E LÁZARO: OS TRÊS IRMÃOS DE BETÂNIA

No dia 29 de julho, Marta, Maria e Lázaro, os três irmãos de Betânia descritos nos Evangelhos, são lembrados juntos, pela primeira vez, como Santos. A decisão do Papa Francisco foi apresentada em um decreto emitido pela Congregação para o Culto Divino em 2 de fevereiro. Mas além dos calendários e livros litúrgicos, a memória da família de Betânia é um convite para redescobrir a dimensão relacional e familiar da vida eclesial e para valorizar a diversidade na consciência de que Jesus nos acolhe precisamente em nossa fragilidade.

A incerteza sobre a identidade de Maria

Na raiz da escolha de Francisco está o desejo de esclarecer uma incerteza sobre a identidade de Maria de Betânia, como explica o padre Corrado Maggioni, liturgista e desde 2014 subsecretário da Congregação para o Culto Divino.  “A tradição ocidental nos transmitia uma dúvida: no passado alguns estudiosos identificavam Maria de Betânia com Madalena, Maria de Magdala, mas na realidade já na década de cinquenta os que trabalhavam na reforma do Calendário Romano já tinham verificado que essa identificação era incerta. Pensou-se, portanto, que já tinha chegado o tempo para resolver definitivamente esta perplexidade, até porque o nosso Dicastério recebia pedidos para unificar na mesma celebração os santos Marta, Maria e Lázaro e já existiam calendários, como o dos beneditinos ou o da Terra Santa, que celebravam juntos no dia 29 de julho estes três irmãos, amigos de Jesus”.   Por outro lado”, explica o religioso, “o Martirológio Romano restaurado, publicado em 2002, já havia esclarecido esta dúvida sobre a identidade de Maria de Betânia. Assim, fizemos este pedido ao Papa para que a variação ao Calendário Romano Geral pudesse ser aprovada”.

MARTA, MARIA E LÁZARO: Acolher Jesus em família

O Padre Maggioni não tem dúvidas sobre o significado pastoral da nova memória. “O Evangelho diz que Jesus gostava muito dos três irmãos de Betânia. De Lucas e João aprendemos que eles têm temperamentos diferentes, mas todos são capazes de acolher o Senhor Jesus em sua casa. Eles disponibilizam um espaço físico para Jesus quando ele deseja passar momentos de serenidade com os amigos. Portanto, esta memória sublinha a acolhida dos três irmãos para com Jesus e da sua palavra e o amor que Jesus tem por eles. É, portanto, uma ocasião para valorizar a amizade, o acolhimento, mas também as relações familiares que ajudam a unir-se à Palavra de Jesus”. “Pode acontecer que a família seja um impedimento à adesão ao Evangelho, a fazer escolhas radicais para seguir Jesus”, explica o Padre Maggioni. “Mas a casa de Betânia nos mostra que são precisamente as relações familiares, irmãos, irmãs, parentes, que nos ajudam com seu exemplo a abrir nossos corações para acolhê-Lo”.

A amizade é o alfabeto do Evangelho

Há alguns anos, padre Luigi Maria Epicoco, sacerdote e escritor, diretor do Instituto Superior de Ciências Religiosas Fides et Ratio de Aquila, dedicou a estes três personagens do Evangelho um livreto de meditações, impresso pela Tau Editrice, centrado no tema dos laços de amizade. “A escolha do Papa de lembrá-los juntos em uma única festa – comenta – é uma notícia maravilhosa porque estes três personagens são uma verdadeira família e Jesus frequenta sua casa. Portanto, foi correto não dar espaço a apenas um dos protagonistas, mas estender esta celebração a todo o clã familiar que nos diz, afinal, que o cristianismo sempre funciona dentro de uma dinâmica de relações e não simplesmente no heroísmo individual”.

De acordo com Epicoco, a dinâmica relacional é a única dentro da qual é possível compreender o Evangelho. Este cristianismo que às vezes respiramos hoje, tão solipsístico, individual, fechado no otimismo, não é o cristianismo de Jesus Cristo”. De fato, Jesus nos ensinou que, para compreender a Boa Nova, devemos apostar nossas vidas nas relações. Na vida de Jesus a amizade jamais é um passatempo, mas é o alfabeto básico para poder compreender a sua mensagem. Se pensamos que mesmo no Getsêmani Jesus precisava de amigos, entendemos que nossa maior presunção é a de querer enfrentar a vida sozinhos”.

CONGREGATIO DE CULTU DIVINO ET DISCIPLINA SACRAMENTORUM

Prot. N. 35/21

DECRETO
sobre a celebração de Santa Marta, Maria e Lázaro,
no Calendário Romano Geral

Na casa de Betânia o Senhor Jesus experimentou o espírito de família e a amizade de Marta, de Maria e de Lázaro; por isso, o Evangelho de S. João afirma que Ele os amava. Marta ofereceu-Lhe generosamente hospitalidade, Maria ouviu atentamente as suas palavras e Lázaro saiu de imediato do sepulcro a convite d’Aquele que aniquilou a morte.

A tradicional dúvida na Igreja latina acerca da identidade de Maria – a Madalena a quem Cristo apareceu depois da ressurreição, a irmã de Marta, a pecadora a quem o Senhor perdoou os pecados – determinou a inscrição, no Calendário Romano, unicamente de Marta no dia 29 de julho. A solução encontrou-se em estudos de tempos recentes, como atesta o atual Martirológico Romano, que comemora naquele mesmo dia, também, Maria e Lázaro. Além disso, em alguns Calendários particulares, os três irmãos são celebrados conjuntamente nesse dia.

Por conseguinte, considerando o importante testemunho evangélico dos três irmãos, que ofereceram ao Senhor Jesus a hospitalidade da sua casa, prestando-lhe uma atenção dedicada, e acreditando que Ele é a ressurreição e a vida, o Sumo Pontífice FRANCISCO, acolhendo a proposta deste Dicastério, decidiu que no dia 29 de julho seja inscrito no calendário Romano Geral a memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro.

Assim, é com esta denominação, que esta memória deverá figurar em todos os Calendários e Livros Litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas. As variantes e os acrescentos a adotar nos textos litúrgicos, em anexo ao presente decreto, deverão ser traduzidas, aprovadas e, depois de confirmadas por este Dicastério, publicadas pela Conferência Episcopal.

Nada obste em contrário.

Sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos,

26 de janeiro de 2021, memória de S. Timóteo e S. Tito, bispos.

Robert Card. Sarah
Prefeito

X Arthur Roche
Arcebispo Secretário

ORAÇÕES EUCOLÓGICAS PARA ESTE DIA

ORAÇÃO DO DIA
Ó Deus, o vosso Filho
fez voltar Lázaro do sepulcro para a vida
e se dignou hospedar-se na casa de Marta,
concedei-nos, vos suplicamos,
que nós também, servindo fielmente aos nossos irmãos,
mereçamos com Maria nutrir-nos da meditação de Sua Palavra.
Ele vive e reina convosco na unidade do Espírito Santo
por todos os séculos dos séculos.

SOBRE AS OFERENDAS
Nós vos proclamamos admirável nos vossos santos, Senhor,
e suplicamos a vossa majestade
que seja aceitável o exercício de nosso serviço,
assim como vos agradou a atenciosa caridade deles.
Por Cristo nosso Senhor.

DEPOIS DA COMUNHÃO
A sagrada comunhão do Corpo e Sangue de vosso Filho,
ó Senhor, nos afaste de todas as coisas caducas,
para que, pelo exemplo dos santos Marta, Maria e Lázaro,
possamos progredir na prática sincera da caridade na terra,
e contemplar com alegria perene a vossa glória no céu.
Por Cristo nosso Senhor.

Fonte: Vatican News