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CULTIVAR UM CORAÇÃO QUE FLORESCE

A liturgia do 8º Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos convida a olhar para dentro de nós e perceber que nossas palavras e ações refletem aquilo que cultivamos no coração. A forma como falamos e agimos é um espelho do que nutrimos em nosso interior. Se plantamos bondade, paciência e amor, isso se manifestará no mundo à nossa volta. Se, por outro lado, deixamos crescer ressentimentos, críticas e julgamentos, inevitavelmente isso também se refletirá. Por isso, a Palavra de Deus hoje nos convida a cuidar daquilo que alimentamos internamente, para que possamos ser fonte de vida para os outros.

O livro do Eclesiástico (27,5-8) usa imagens simples, mas poderosas, para falar sobre autenticidade. Ele compara a vida com um processo semelhante ao da peneira que separa as impurezas, ou ao fogo que purifica os metais. Quando passamos por desafios, o que é verdadeiro em nós se revela. A forma como reagimos às dificuldades e provações diz muito sobre quem somos. Se nossa fé é só aparência, as tempestades da vida a farão desmoronar. Mas, se estamos enraizados em valores sólidos, enfrentaremos as adversidades com esperança e confiança.

Este trecho também nos ensina que é preciso tempo e paciência para conhecer verdadeiramente alguém. Muitas vezes, julgamos pelas aparências, sem perceber que o que importa está no interior. Em um mundo de redes sociais e impressões rápidas, esse é um lembrete essencial: devemos aprender a olhar além da superfície e valorizar o que é genuíno.

O Salmo 91(92) traz uma mensagem de confiança e esperança. Ele compara aqueles que confiam em Deus a árvores plantadas junto às águas, que dão frutos mesmo em tempos difíceis. Isso nos lembra que a fé não nos isenta de dificuldades, mas nos dá força para continuar crescendo. Muitas vezes, pensamos que o tempo de frutificar passou, que já não há espaço para mudanças ou novos começos. No entanto, Deus nos mostra que sempre há tempo para florescer. Não importa a idade ou a fase da vida em que estamos, podemos continuar crescendo e espalhando bondade ao nosso redor.

Na primeira carta aos Coríntios (15,54-58), São Paulo nos recorda que a morte não tem a última palavra, porque Cristo venceu a morte. Essa é uma mensagem de esperança poderosa, que nos encoraja a continuar firmes, sem desanimar. Nenhuma boa ação é em vão, nenhuma escolha pelo amor é desperdiçada. Às vezes, podemos sentir que nossos esforços para fazer o bem são pequenos diante do mundo, mas Paulo nos lembra que tudo o que fazemos por amor tem valor eterno. A bondade que espalhamos, por menor que pareça, permanece e se multiplica.

O Evangelho de Lucas (6,39-45) aprofunda essa reflexão ao trazer uma imagem clara: “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons.” Jesus nos convida a um olhar sincero sobre nós mesmos. Antes de tentar corrigir os outros, precisamos primeiro trabalhar nosso próprio crescimento. É fácil apontar erros, mas muito mais valioso é buscar o autoconhecimento e a transformação interior.

Jesus nos ensina que nossas palavras e atitudes revelam o que carregamos por dentro. Se nosso coração está cheio de amor, paciência e compaixão, é isso que transmitiremos ao mundo. Se, por outro lado, cultivamos ressentimento e negatividade, isso também se refletirá.

Essa mensagem não é uma cobrança, mas um convite cheio de esperança. Jesus não quer nos condenar, mas nos ajudar a crescer. A cada dia, temos uma nova oportunidade de plantar coisas boas dentro de nós. Podemos escolher nutrir nosso coração com aquilo que traz paz e alegria, para que nossas palavras e gestos se tornem fonte de vida para quem está ao nosso redor.

Na prática, isso significa estar atento ao que consumimos e cultivamos. O que alimenta nosso coração? O que assistimos, ouvimos e lemos nos torna pessoas melhores? Estamos cercados de pessoas que nos inspiram ao bem? Quais são os pensamentos e sentimentos que mais cultivamos no dia a dia? Refletir sobre isso nos ajuda a construir um caminho de mais leveza e amor.

A liturgia deste domingo nos ensina que a transformação não precisa ser algo grandioso ou imediato. Pequenos gestos diários fazem a diferença. Um sorriso, um pedido de desculpas, uma palavra gentil, um momento de oração… Aos poucos, criamos um ambiente onde o bem floresce naturalmente.

Que esta mensagem nos inspire a sermos mais conscientes do que cultivamos dentro de nós. Cada dia é uma nova oportunidade de plantar o bem, de crescer e de espalhar frutos de amor e esperança.

Que possamos ser árvores que florescem e dão frutos de paz, alegria e vida! 🌳💛


SUGESTÕES DE CANTOS PARA A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

8º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 02/03/2025

Sugestões da Arquidiocese de Goiânia

ENTRADA – TODA A TERRA TE ADORE
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=4AgEFpEzwKI

HINO DE LOUVOR – GLÓRIA A DEUS NOS ALTOS CÉUS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ZOasT8hYblU

SALMO 91 (92) – COMO É BOM AGRADECERMOS AO SENHOR
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=fKn9hNCTkx4

Aclamação – ALELUIA… COMO ASTROS NO MUNDO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=5ZSIrgM7srw

OFERENDAS – DE MÃOS ESTENDIDAS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=b_Y8N-CT0cY

SANTO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=lV-RL98cNBA

ACLAMAÇÃO MEMORIAL
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=UHI-dl4CrEg

AMÉM
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=ke38zXN9Hqg

CORDEIRO DE DEUS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=6XCyWxWpPAo

COMUNHÃO – É BOM ESTARMOS JUNTOS
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=aM1wWNKjt3Q

FINAL – HINO MARIANO – À VOSSA PROTEÇÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=c6hSHsTC6bo

IR. KELLY SILVA DE OLIVEIRA DEFENDE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO NA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

No dia 26 de fevereiro de 2025, a Ir. Kelly Silva de Oliveira participou da banca de defesa de sua dissertação de mestrado, consolidando mais um importante passo em sua trajetória acadêmica. Candidata ao título de Mestre em Design pela Universidade Anhembi Morumbi, sua pesquisa teve como tema “Design de animação para um despertar poético sobre os modos de (r)existência Guarani Mbya”. O estudo propõe o design de animação como uma ferramenta essencial para a valorização, preservação e transmissão da cultura Guarani Mbya, contribuindo para a difusão de suas narrativas e modos de existência.

A dissertação foi orientada pela Profa. Dra. Suzete Venturelli, que acompanhou todo o desenvolvimento do estudo e incentivou sua abordagem inovadora. A banca examinadora foi composta também pela Profa. Dra. Valzeli Figueira Sampaio, UFPA, e pelo Prof. Dr. Sérgio Nesteriuk Gallo, UAM, renomados pesquisadores da área de design e animação, que contribuíram com avaliações criteriosas e consideraram a pesquisa uma significativa contribuição acadêmica e cultural.

Uma pesquisa decolonial e colaborativa

O trabalho da Ir. Kelly se insere no contexto do discurso decolonial nas artes, questionando a histórica invisibilização dos povos originários e suas culturas na produção midiática contemporânea. A pesquisa busca aproximar o design de animação das cosmovisões Guarani Mbya, reconhecendo a força de suas narrativas e seus modos de (r)existência no território urbano.

Para isso, a pesquisadora realizou um trabalho colaborativo com a comunidade Guarani Mbya da Tekoa Krukutu, localizada na região sul da cidade de São Paulo. Durante o estudo, a interação com os membros da comunidade permitiu não apenas o resgate e a valorização de suas histórias, mas também o envolvimento ativo dos próprios integrantes na criação da animação.

A proposta não se limitou a documentar a cultura Guarani Mbya, mas sim a traduzir suas vivências e saberes em uma linguagem visual contemporânea, capaz de dialogar tanto com os integrantes da própria comunidade quanto com o público externo. Assim, o design de animação surge como uma ferramenta de fortalecimento cultural, abrindo espaços para um despertar poético sobre diferentes formas de existir no mundo.

O processo de criação da animação

O desenvolvimento da animação foi um processo cuidadoso, pautado pela escuta atenta e pelo respeito às formas de transmissão oral da cultura Guarani Mbya. A pré-produção incluiu diversas oficinas e encontros com a comunidade, nos quais foram discutidos elementos visuais, estilos narrativos e personagens.

A história desenvolvida se baseia nos mitos e contos transmitidos de geração em geração, abordando questões centrais da cosmologia Guarani Mbya. O storyboard, elaborado em conjunto com os participantes da pesquisa, reflete não apenas a estética e os símbolos da cultura Guarani, mas também sua forma particular de conceber o tempo, a natureza e as relações entre seres humanos e não-humanos.

Outro aspecto importante da pesquisa foi a escolha da linguagem visual. A animação busca se afastar das representações estereotipadas e romantizadas dos povos indígenas frequentemente encontradas nos meios de comunicação de massa. Em vez disso, propõe uma abordagem sensível e respeitosa, que coloca em primeiro plano a perspectiva dos próprios Guarani Mbya sobre si mesmos.

Impacto e contribuição acadêmica

O estudo da Ir. Kelly Silva de Oliveira contribui de forma significativa para os campos do design e da animação, ampliando as discussões sobre a produção audiovisual indígena e seu potencial para a preservação cultural. Além disso, a pesquisa também tem um impacto direto sobre a comunidade envolvida, oferecendo um meio para que os próprios Guarani Mbya possam contar suas histórias e fortalecer suas identidades.

Para o meio acadêmico, a dissertação representa um avanço nas discussões sobre metodologias colaborativas e sobre o papel do design na criação de narrativas plurais e inclusivas. Ao integrar os conhecimentos tradicionais Guarani Mbya com as técnicas contemporâneas de animação, o estudo aponta caminhos para uma produção cultural mais diversa e representativa.

A defesa da dissertação foi recebida com entusiasmo pela banca avaliadora, que destacou a relevância da pesquisa e sua abordagem inovadora. O trabalho também foi elogiado pela profundidade da análise teórica e pela sensibilidade na condução do processo de criação da animação.

Perspectivas futuras

Com a conclusão do mestrado, a Ir. Kelly pretende continuar sua atuação no campo do design e da animação, aprofundando suas pesquisas sobre a intersecção entre arte, tecnologia e culturas tradicionais. Uma das possibilidades futuras é a continuidade do projeto de animação, ampliando sua difusão e explorando novas formas de colaboração com os Guarani Mbya e outras comunidades indígenas.

O trabalho também abre espaço para discussões sobre a inserção de narrativas indígenas no circuito acadêmico e profissional do design, incentivando novas pesquisas e produções que valorizem a diversidade cultural brasileira.

A trajetória da Ir. Kelly Silva de Oliveira demonstra a importância de um design comprometido com a escuta e o respeito às diferenças, promovendo o encontro entre diferentes saberes e formas de existir. Sua pesquisa é um convite para que o design de animação continue sendo um espaço de resistência, criatividade e valorização cultural.

1º ENCONTRO DAS COORDENAÇÕES NACIONAIS DOS COOPERADORES PAULINOS NO BRASIL FORTALECE SINODALIDADE E COMUNHÃO

Entre os dias 21 e 23 de fevereiro de 2025, na Cidade Regina, em São Paulo, foi realizado o 1º Encontro das Coordenações Nacionais dos Cooperadores Paulinos no Brasil. O evento reuniu representantes dos apostolados da comunicação, litúrgico, pastoral e vocacional da Família Paulina em uma experiência marcada pela espiritualidade, partilha e construção de unidade.

Um momento de graça e comunhão

Desde sua preparação, o encontro foi permeado pelo espírito sinodal, com cada participante contribuindo com sua história e vivências. O evento reforçou a identidade dos Cooperadores Paulinos como membros ativos da Igreja e da Família Paulina, reafirmando o sonho de unidade do fundador, o Bem-aventurado Tiago Alberione.

No primeiro dia, os participantes compartilharam suas histórias vocacionais e refletiram sobre a trajetória dos Cooperadores Paulinos no Brasil. Já no segundo dia, com a orientação de Ir. Suzimara B. Almeida, sjbp, e do Cooperador Paulino Fernando Geronazzo, revisitaram a história da fundação da associação e redescobriram a beleza de sua identidade comum à luz do novo Estatuto da Associação CP.

Construindo o futuro da Associação

Ao longo do encontro, os 48 grupos de Cooperadores Paulinos do Brasil apresentaram suas alegrias, desafios e sonhos, fortalecendo a caminhada conjunta. As discussões levaram à formação de uma equipe de referência para cada apostolado:

  • Comunicação – Rosane Silva
  • Litúrgico – Maria Ivete U. dos S. de Vasconcelos
  • Vocacional – Cláudia Aparecida dos Santos
  • Pastoral – Rosane Manfro

As delegadas Ir. Ninfa Becker, fsp; Ir. Veronice Fernandes, pddm; Ir. Tereza Boschetto, ap; e Ir. Suzimara B. de Almeida, sjbp, oferecerão suporte à equipe, enquanto Fernando Geronazzo atuará como referência na comissão do Estatuto.

O encontro foi encerrado com uma Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Luiz Miguel Duarte, SSP. Os participantes saíram renovados na fé e no compromisso com a missão da Família Paulina, reforçando a mensagem: “Cooperadores Paulinos, alarguemos a tenda do nosso coração!”



Leia a mensagem final do encontro:

Ir. M. Bernardita Meráz Sotelo: Uma Vida de Fé e Serviço

Hoje, celebramos a vida e a trajetória de Ir. M. Bernardita Meráz Sotelo, que nasceu em 27 de fevereiro de 1958 em El Molino Namiquipa, província de Chihuahua, no México. Sua jornada de fé e dedicação iniciou-se cedo, culminando em sua consagração como Pia Discípula do Divino Mestre em 25 de março de 1977.

Ao longo de sua caminhada religiosa, Ir. M. Bernardita tem sido um exemplo de serviço e amor ao próximo. Sua vocação reflete a missão das Pias Discípulas do Divino Mestre, que buscam viver em comunhão com Cristo e servir à Igreja por meio da oração e da liturgia.

Neste dia especial, rendemos graças pela sua vida e missão, reconhecendo sua entrega generosa e seu compromisso com a espiritualidade e o serviço à todas as irmãs Pias Discípulas, neste seu ministério como superiora geral deste instituto. Que sua trajetória continue a inspirar a todos aqueles que buscam viver com fé e dedicação.

BEM-AVENTURADO PE. TIMÓTEO GIACCARDO E AS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

O Bem-Aventurado Pe. Timóteo Giaccardo (1896–1948) foi um sacerdote italiano, membro da Família Paulina, e um dos principais colaboradores do Bem-Aventurado Tiago Alberione na fundação das congregações paulinas. Dotado de uma profunda espiritualidade e amor pela Igreja, Pe. Giaccardo desempenhou um papel essencial na formação e consolidação das Pias Discípulas do Divino Mestre, uma congregação feminina dedicada à adoração eucarística, ao serviço sacerdotal e ao apostolado litúrgico.

Infância e Vocacão

Pe. Timóteo Giaccardo nasceu em Bra, na Itália, em 13 de junho de 1896. Desde pequeno, demonstrava grande devoção e interesse pela vida religiosa, destacando-se por sua piedade e amor à Eucaristia. Seu encontro com Pe. Tiago Alberione, fundador da Família Paulina, foi determinante para sua vocação. Aos doze anos, ingressou no seminário menor e, posteriormente, passou a integrar a Sociedade de São Paulo, fundada por Alberione.

Durante seus anos de formação, Pe. Giaccardo aprofundou seu compromisso com a espiritualidade e a missão da Família Paulina, tornando-se um dos mais fiéis colaboradores de Pe. Alberione. Foi ordenado sacerdote em 19 de outubro de 1919, assumindo de imediato responsabilidades na propagação do carisma paulino.

O Apoio Fundamental de Pe. Giaccardo

Desde a sua criação, as Pias Discípulas encontraram em Pe. Timóteo Giaccardo um verdadeiro guia espiritual. Ele não apenas ajudou a estruturar a espiritualidade da congregação, mas também defendeu sua existência em momentos de grande dificuldade. Junto com Madre Escolástica Rivata, primeira Pia Discípula e animadora da congregação, Pe. Giaccardo trabalhou para garantir que as Pias Discípulas tivessem um caminho seguro dentro da Família Paulina.

A missão das Pias Discípulas do Divino Mestre sempre esteve ligada a três grandes pilares: a Eucaristia, o Sacerdócio e a Liturgia. Pe. Giaccardo compreendia profundamente a necessidade de uma congregação feminina que se dedicasse à oração, ao apoio aos sacerdotes e à evangelização por meio da liturgia e da arte sacra. Ele acompanhou de perto a formação espiritual das irmãs e intercedeu constantemente para que a nova comunidade fosse reconhecida oficialmente.

Seus esforços e orações foram tão intensos que ele chegou a oferecer sua própria vida pela aprovação da congregação. Pouco tempo depois de sua morte em 1948, as Pias Discípulas receberam o reconhecimento oficial da Santa Sé em 1957, consolidando sua missão na Igreja.

Espiritualidade e Missão das Pias Discípulas

As Pias Discípulas do Divino Mestre têm como carisma a vivência profunda da espiritualidade eucarística, sacerdotal e litúrgica. Seu apostolado se expressa na adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento, no apoio e oração pelos sacerdotes, e na evangelização por meio da arte sacra, da liturgia e da formação cristã.

As irmãs exercem sua missão em diversos países, proporcionando formação litúrgica, confecção de objetos sagrados, e prestando assistência espiritual a comunidades e clero. Sua presença silenciosa, mas profundamente ativa, reflete o desejo de Pe. Giaccardo de que a Igreja fosse sempre nutrida pelo Divino Mestre, Cristo, que é Caminho, Verdade e Vida.

Beatificação e Legado

Pe. Timóteo Giaccardo foi beatificado em 22 de outubro de 1989 pelo Papa João Paulo II, reconhecido por sua santidade e pelo compromisso fiel ao carisma paulino. Seu testemunho de amor à Eucaristia, à Igreja e à Família Paulina continua inspirando fiéis em todo o mundo.

Seu legado é lembrado especialmente nas casas das Pias Discípulas do Divino Mestre, onde sua memória e ensinamentos seguem vivos no apostolado das irmãs. Ele é considerado um exemplo de humildade, dedicação e profunda vida de oração.

A história das Pias Discípulas e a vida do Pe. Timóteo Giaccardo são um convite a uma vida centrada em Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Seu exemplo nos motiva a um compromisso mais profundo com a oração, a santidade e o serviço à Igreja.

O Bem-Aventurado Pe. Timóteo Giaccardo foi um verdadeiro apóstolo do Divino Mestre. Sua vida foi marcada pela fé inabalável, pelo zelo pastoral e pelo amor à Eucaristia. Seu empenho na fundação e no reconhecimento das Pias Discípulas do Divino Mestre foi um testemunho de sua dedicação à Família Paulina e à Igreja.

Hoje, sua espiritualidade continua inspirando religiosos e leigos a viverem com intensidade a relação com Cristo Mestre. Que seu exemplo de entrega total a Deus seja um modelo para todos os que desejam seguir o caminho da santidade.

“Cristo Mestre seja tudo para vocês!” – Bv. Pe. Timóteo Giaccardo.

ARTE FLORAL LITÚRGICA: BELEZA E ESPIRITUALIDADE NA DECORAÇÃO DAS IGREJAS

Por Ir. Cidinha Batista, pddm
cidabatista2001@yahoo.com.br

A arte floral litúrgica desempenha um papel fundamental na ambientação das celebrações religiosas. Muito mais do que uma simples decoração, os arranjos florais inseridos na liturgia têm a missão de elevar o espírito e criar um ambiente propício à oração. Como afirmava o Papa Paulo VI, “o mundo precisa de beleza para não cair no desespero“. Seguindo essa premissa, a arte floral na Igreja é um ministério que busca traduzir, por meio das flores, a espiritualidade e o ciclo da vida.

A Contemplação da Natureza

A base da arte floral litúrgica é a contemplação da natureza, considerada um dom divino. A observação atenta das formas e cores das árvores e flores é essencial para criar arranjos harmoniosos e simbólicos.

As árvores, por exemplo, servem de referência para a disposição das flores: alguns ramos crescem de forma vertical, outros inclinados ou horizontais. Essa estrutura natural deve ser respeitada ao compor os arranjos. Além disso, é importante considerar as folhas perenes, que se mantêm verdes ao longo do ano, e as caducas, que caem no outono, refletindo a passagem das estações.

As flores também apresentam grande diversidade de formas e significados. Algumas são arredondadas, outras pontiagudas ou eretas. A atenção ao seu processo de desabrochar também é essencial: há flores que se mantêm em botão por mais tempo, enquanto outras se abrem rapidamente.

O Cuidado com os Materiais

Para garantir a durabilidade e a beleza dos arranjos, algumas etapas são fundamentais:

  1. Escolha e separação: Selecionar flores e folhas saudáveis, eliminando aquelas que estão danificadas.
  2. Limpeza: Remover folhas e pétalas quebradas, garantindo que nenhuma folha fique submersa na água, evitando o apodrecimento.
  3. Corte adequado: O corte das hastes deve ser feito dentro da água para evitar bolhas de ar que prejudicam a absorção. O ângulo do corte deve ser de aproximadamente 45°, pois isso amplia a área de absorção de água e melhora a hidratação das flores. Alguns consideram que, para as plantas lenhosas, este ângulo deve ser entre 60° e 80°.
  4. Hidratação: Antes da montagem, as flores devem ficar em água limpa e fresca por pelo menos uma hora.
  5. Manutenção: Borrifar água regularmente, umedecer a esponja floral e retirar as flores murchas.

O reaproveitamento também é essencial: folhas descartadas e ramos menores podem ser utilizados em arranjos secundários, evitando desperdícios.

Composição dos Arranjos Litúrgicos

A confecção de arranjos para a liturgia exige um estudo do espaço disponível, da iluminação e do estilo arquitetônico da igreja. O posicionamento das flores deve ser planejado para integrar-se harmoniosamente ao ambiente.

Escolha dos Suportes

Os suportes para os arranjos podem variar entre:

  • Estruturas características (vasos tradicionais, suportes e pedestais);
  • Elementos neutros (cascas, raízes, pedras), que conferem um aspecto natural e sutil.

Elementos Naturais ao Ritmo das Estações

Os arranjos florais podem refletir a atmosfera das estações do ano:

  • Inverno: Tons mais sóbrios, simbolizando a purificação.
  • Primavera: Cores vibrantes e formas dinâmicas, representando renovação e vida.
  • Verão: Arranjos exuberantes, expressando a plenitude e a força da vida.
  • Outono: Cores quentes e composições equilibradas, remetendo à maturidade e à reflexão.

Estrutura e Equilíbrio

A arte floral litúrgica combina elementos da pintura (cores e perspectivas) e da escultura (formas e volumes). Assim, a composição floral deve levar em conta:

  • Linhas e volumes: A disposição das flores pode formar figuras geométricas como triângulos, círculos ou quadrados.
  • Altura e profundidade: Os arranjos devem distribuir os elementos de maneira equilibrada, criando uma sensação de harmonia.
  • Ponto focal: Deve haver um centro visual, seja uma grande flor ou um agrupamento de flores menores.

As flores devem estar dispostas de forma que pareçam “dialogar” entre si. Os cálices devem estar voltados para cima, transmitindo a ideia de elevação espiritual. Elementos arredondados e pontiagudos, flores claras e botões são mais adequados para as partes superiores do arranjo, enquanto as flores mais abertas e intensas devem estar na base.

A Espiritualidade da Arte Floral Litúrgica

Mais do que um aspecto estético, a arte floral na liturgia deve servir como um meio de conexão com o divino. Cada arranjo deve estar a serviço da oração, contribuindo para a experiência de fé dos fiéis.

Para que essa prática seja plenamente integrada às celebrações, é fundamental que haja uma equipe litúrgica dedicada ao planejamento das composições florais.

Dessa forma, a beleza dos arranjos não será apenas um elemento decorativo, mas uma expressão da espiritualidade que envolve toda a comunidade, auxiliando na oração e na vivência da fé.

 

PAPA FRANCISCO E AS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Diante da delicada situação de saúde do Papa Francisco, voltamos nosso olhar para suas palavras dirigidas a nós em 2017, durante o nosso Capítulo Geral. Suas mensagens de encorajamento e seu desejo de bem para nossa congregação continuam a nos inspirar. Movidas por essa lembrança, renovamos nossa fé e reforçamos nossas orações por sua recuperação, pedindo a Deus que lhe conceda força, serenidade e saúde para seguir conduzindo a Igreja com sabedoria e amor.

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
 ÀS PARTICIPANTES NO CAPÍTULO GERAL
DAS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Sala do Consistório
Segunda-feira, 22 de maio de 2017


Queridas Irmãs!

Dou as minhas boas-vindas a todas vós e saúdo cordialmente a nova Superiora-Geral e as novas Conselheiras. Faço votos para que este tempo forte que é o Capítulo Geral traga abundantes frutos evangélicos à vida do vosso Instituto.

Antes de tudo, frutos de comunhão. Abertas ao Espírito Santo, Mestre da diversidade, da unidade nas diferenças, caminhareis numa comunhão entre vós que respeite a pluralidade, que vos impulsione a tecer incansavelmente a unidade nas legítimas diferenças, considerando também o facto de que estais presentes em diversos países e culturas. «Como consentir a cada um de se exprimir, ser acolhido com os seus dons específicos, tornar-se plenamente corresponsável?» (Carta ap. Às pessoas consagradas, 21 de novembro de 2014, II, 3). Cultivando a atenção e o acolhimento recíproco; praticando a correção fraterna e o respeito pelas irmãs mais débeis; crescendo no espírito do viver juntas; banindo das comunidades as divisões, as invejas, os mexericos; dizendo tudo com franqueza e caridade. Sim, pode-se viver assim. Tudo isto que acabei de mencionar destrói a Congregação.

Frutos de comunhão com os irmãos e as irmãs da Família Paulina. Tendes em comum o sacerdote e fundador, padre Giacomo Alberione, e também a missão: anunciar o Evangelho aos homens e às mulheres do nosso tempo, particularmente no vosso caso, mediante o serviço litúrgico e o cuidado dos sacerdotes. Isto é bonito.

Frutos de comunhão com os outros carismas. É o momento da sinergia de todos os consagrados para acolher as riquezas dos demais carismas e pô-las todas ao serviço da evangelização, permanecendo fiéis à própria identidade. «Ninguém constrói o futuro isolando-se, nem contando apenas com as próprias forças« (ibidem). Por conseguinte, convido-vos a cultivar o diálogo e a comunhão com os outros carismas, e a combater de todos os modos a autorreferencialidade. Não é bom quando um consagrado ou consagrada é autorreferencial, sempre diante do espelho a olhar para si mesmo. É terrível.

Por fim, frutos de comunhão com os homens e as mulheres do nosso tempo. O nosso Deus é o Deus da história e a nossa é uma fé que age na história. Nas dúvidas e nas expetativas dos homens e das mulheres de hoje encontramos indicações importantes para o nosso seguimento de Cristo.

O Capítulo é tempo de escuta do Senhor que nos fala através dos sinais dos tempos; tempo de escuta recíproca e portanto de abertura a quanto o Senhor nos comunica mediante os irmãos; tempo de confronto sereno e sem preconceitos entre os próprios projetos e os dos outros. Tudo isto exige abertura da mente e do coração. Neste sentido o Capítulo é um tempo propício para praticar o espírito do êxodo e da hospitalidade: sair de si mesmo para acolher com alegria a parte de verdade que o outro me comunica e juntos caminhar para a verdade plena, a única que nos torna livres (cf. Jo 8, 32).

Ouvir as irmãs. Penso que um dos apostolados mais importantes hoje é o do ouvido: escutar. Ouvir as irmãs, assim como os homens e as mulheres de hoje, e partilhar com eles: estas atitudes são necessárias para um bom Capítulo e para uma santa vida fraterna em comunidade, em cujo crescimento todos se sentem participantes, todos oferecem e todos recebem. Não vos canseis de vos exercitar continuamente na arte da escuta e da partilha. Neste tempo de grandes desafios, que exigem dos consagrados fidelidade criativa e busca apaixonada, a escuta e a partilha são mais necessárias do que nunca, se quisermos que a nossa vida seja plenamente significativa para nós mesmos e para as pessoas que encontramos.

Para tal finalidade é necessário manter um clima de discernimento, para reconhecer o que pertence ao Espírito e o que lhe é contrário. Diante de nós abre-se um mundo de possibilidades. A cultura na qual estamos imersos apresenta-se-nos todas como válidas, boas, mas se não quisermos ser vítimas da cultura do zapping e, às vezes, de uma cultura de morte, devemos incrementar o habitus do discernimento, formar-nos e formar para o discernimento. Não vos canseis de perguntar pessoal e comunitariamente: «Senhor, o que queres que eu faça?», «o que queres que façamos?».

O Capítulo é também tempo para renovar a docilidade ao Espírito que anima a profecia. Ela é um valor irrenunciável para a vida consagrada, porque é uma forma especial de participação na missão profética de Cristo. Isto inclui o ser audaz e ao mesmo tempo humilde, apaixonado por Deus e pela humanidade, para se tornar porta-voz de Deus contra o mal e contra todo o pecado (cf. Vita consecrata , 84).

Como consagradas vivei, em primeiro lugar, a profecia da alegria. Ela está em primeiro lugar. Em primeiro lugar está a profecia da alegria: a alegria do Evangelho. É uma profecia. Hoje o mundo precisa disto: a alegria que nasce do encontro com Cristo numa vida de oração pessoal e comunitária, na escuta diária da Palavra, no encontro com os irmãos e as irmãs, numa feliz vida fraterna em comunidade, inclusiva da fragilidade e no abraço à carne de Cristo nos pobres. Profetas de uma alegria que nasce do nos sentirmos amados e, porque somos amados, perdoados.

A alegria é uma linda realidade na vida de muitos consagrados, mas é também um grande desafio para todos nós. Um seguimento triste é um triste seguimento! E a alegria autêntica, não autorreferencial nem arrogante, é o testemunho mais credível de uma vida plena (cf. Jo 10, 10), porque nele «transparecem a alegria e a beleza de viver o Evangelho e de seguir Cristo» (Carta ap. Às pessoas consagradas , 21 de novembro de 2014, II, 1).

Ao mesmo tempo, esta alegria que enche os vossos corações e se manifesta nos vossos rostos levar-vos-á a sair rumo às periferias participando da alegria da Igreja que é a evangelização. Mas para fazer isto a alegria deve ser verdadeira, não uma alegria falsificada! Não falsifiqueis a alegria. A evangelização, quando estamos convictos de que Jesus é a Boa Nova, é alegria e felicidade para todos. Esta alegria afasta de nós o cancro da resignação, fruto da preguiça que torna a alma árida. Por favor, irmãs resignadas, não! Alegria. Mas o diabo dirá: «Somos poucas, não temos vocações…». Deste modo, fecha-se a cara, faz-se carranca… e perde-se a alegria, acabando na resignação. Não, não se pode viver assim: a esperança de Jesus Cristo é alegria.

Encorajo-vos também a ser profetas de esperança, com os olhos dirigidos para o futuro, lá onde o Espírito impele, para continuar a fazer convosco grandes coisas (cf. Vita consecrata , 110). Santo Hilário de Poitiers, no seu Comentário aos salmos (118, 15, 7), fazia-se eco de uma pergunta que muitos formulavam e ainda hoje formulam aos cristãos: «Onde está, ó cristãos, a vossa esperança?». Como consagrados sabemos que não podemos ser surdos a esta questão. Como todos os discípulos de Jesus sabemos que a esperança é para nós uma responsabilidade, porque fomos chamados a responder a todos que nos perguntarem a sua razão (cf. 1 Pd 3, 15). A esperança que não desilude não se baseia em números nem em obras, mas n’Aquele para o qual nada é impossível (cf. Lc 1, 37).

Santo Agostinho diz que «só a esperança nos torna propriamente cristãos» (A Cidade de Deus, 6, 9, 5). E noutra obra afirma: «A nossa vida, agora, é esperança, depois será eternidade» (Comentário aos salmos 103, 4, 17). Só a esperança permite que caminhemos na estrada da vida, só ela nos torna capazes de futuro. Jesus Cristo é a nossa esperança (cf. 1 Tm 1, 1): n’Ele depositemos a nossa confiança (cf. 2 Tm 1, 12), e com a força do Espírito Santo podemos ser profetas de esperança.

Com esta confiança e força repito-vos: não vos unais aos profetas de desventura, que fazem muitos danos à Igreja e à vida consagrada; não cedais à tentação da sonolência — como os apóstolos no Getsémani — e do desespero. Fortalecei a vossa vocação de «sentinelas da manhã» (cf. Is 21, 11-12) para poder anunciar aos outros a chegada da aurora. Despertai o mundo, iluminai o futuro! Sempre com o sorriso, a alegria, a esperança.

Obrigado pelo que sois, pelo que fazeis e como o fazeis, também aqui na Cidade do Vaticano. Muito obrigado! Maria nossa Mãe vos proteja com o seu olhar e o Senhor vos abençoe, vos mostre o seu Rosto, vos conceda paz e misericórdia.

Por favor, rezai por mim.


Copyright © Dicastero per la Comunicazione – Libreria Editrice Vaticana

Fonte:

PAPA FRANCISCO. Discurso do Papa Francisco às Pias Discípulas do Divino Mestre. Vaticano: Libreria Editrice, 22 maio 2017. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2017/may/documents/papa-francesco_20170522_pie-discepole-divin-maestro.html. Acesso em: [19 fev. 2025].

ESPAÇO PARA CELEBRAR: COMO A ARQUITETURA E O AMBIENTE INFLUENCIAM AS LITURGIAS

Por Ir. Cidinha Batista
cidabatista2001@yahoo.com.br

Em nossos espaços de celebração, é comum realizarmos diversas liturgias ao longo dos tempos litúrgicos, sempre no mesmo local: o salão, com os mesmos móveis e a mesma igreja. De forma semelhante, a vida também se desenrola no mesmo cenário natural, com as mesmas montanhas, rios, árvores e o céu que nos circundam. No entanto, a natureza, com seus ciclos diários e sazonais, com o frio e o calor, a chuva e o vento, e os diferentes aromas, enriquece constantemente este cenário e nos permite fugir da rotina.

Inspirar-se na natureza pode ser uma excelente forma de enriquecer os espaços litúrgicos, ajustando-os aos tempos e celebrações da Igreja. A natureza sabe utilizar a luz e a sombra, as cores, os cheiros e as diferentes atmosferas de cada estação. No inverno, a luz escassa e as cores mais apagadas trazem uma sensação de introspecção, enquanto no verão, a abundância de água e a vegetação vibrante despertam ânimo. A primavera é uma explosão sensorial, e o outono nos prepara para a melancolia do inverno. Para cada tempo litúrgico, podemos (e devemos) adaptar os espaços de celebração de forma discreta e coerente com a essência do momento.

A Luz: Elemento Essencial da Liturgia

A iluminação é um fator fundamental para o desenvolvimento da liturgia e deve ser cuidadosamente planejada. Cada ambiente requer um tipo de luz específico, com intensidades variadas conforme a função do local. A luz em uma igreja, por exemplo, não deve ser a mesma que em uma sala de aula ou escritório. Uma igreja iluminada excessivamente pode perder seu caráter acolhedor, enquanto a iluminação fluorescente, típica de escritórios, não é indicada para ambientes de oração.

A iluminação pode, inclusive, ser usada de forma estratégica. Destacar certos espaços, como o altar ou a mesa da Palavra, com uma iluminação direcionada, valoriza os elementos essenciais da celebração. O contraste entre luz e sombra, além de ser esteticamente atraente, remete à dinâmica da fé, que transita entre a luz e as trevas.

Cores e Texturas: O Conforto Estético

As cores e as texturas desempenham um papel crucial na criação de um ambiente acolhedor e propício à oração. Cores frias, como o cinza e o gelo, tendem a afastar, criando uma atmosfera de frieza. Já tons como areia, camurça, terra e pérola são acolhedores, promovendo um ambiente confortável. Além disso, as texturas dos materiais que revestem o interior e o exterior das igrejas podem reforçar essa sensação de acolhimento, como as paredes texturizadas que não só enriquecem visualmente o espaço, mas também contribuem para a acústica.

Decoração: Simplicidade e Coerência

É comum vermos construções feitas de forma desordenada, para depois buscar um toque de beleza e acolhimento através da decoração. No entanto, a decoração não deve ser um elemento isolado. Ela deve estar sempre a serviço do projeto arquitetônico e litúrgico, criando uma unidade harmoniosa. Seja através de vitrais, pinturas ou outros elementos decorativos, tudo deve ser pensado de maneira cuidadosa, alinhado à teologia e à liturgia. O excesso de decoração pode tornar o ambiente sobrecarregado, o que acaba afastando os fiéis da experiência de oração, dispersando sua atenção.

Em espaços litúrgicos, menos é mais. A sobriedade, a simplicidade e a discrição devem ser priorizadas, evitando a tentação de enfeitar o ambiente de maneira exagerada.

Flores: Moderação na Simplicidade

Quanto às flores, a discrição é essencial. Muitas vezes, os arranjos florais ganham destaque de forma excessiva, obscurecendo o altar e a mesa da Palavra. É importante que o arranjo não seja mais notável que o próprio espaço sagrado. Além disso, plantas e flores artificiais não devem ser utilizadas. Em um ambiente de celebração, onde a verdade é proclamada e experimentada, o uso de materiais artificiais – como o plástico, símbolo de descarte – não é apropriado.

Vasos de barro, madeira ou ferro são os mais indicados, trazendo um toque de nobreza e dignidade ao ambiente. A escolha do material e a quantidade de decoração devem sempre estar em consonância com o objetivo litúrgico e teológico do momento.

Conclusão: Um Espaço Coerente com a Liturgia

Para cada liturgia, a dinâmica do espaço deve ser cuidadosamente planejada. O local de celebração não deve ser apenas um ambiente decorado, mas um espaço com um objetivo claro e definido. A arquitetura e a decoração devem ser pensadas para servir à liturgia, para enriquecer a experiência de oração e promover uma verdadeira vivência da fé. O segredo está na simplicidade, no equilíbrio, e na coerência com o tempo litúrgico.


Bibliografia:

  • Carpanedo, Penha e Guimarães, Marcelo. Dia do Senhor: Guia para as Celebrações das Comunidades. São Paulo, Ave Maria, 1997.
  • Beckhäuser, Alberto. Celebrar a Vida Cristã. Petrópolis, Vozes, 1984.
  • Machado, Regina Céli de Albuquerque. O Local de Celebração: Arquitetura e Liturgia. São Paulo, Paulinas, 2001.

 

JUNIORISTAS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE RENOVAM SEUS VOTOS RELIGIOSOS

As junioristas Pias Discípulas do Divino Mestre, Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos e Ir. M. Kainã Barbosa da Silva, renovaram recentemente seus votos religiosos em celebrações marcadas pela fé, pela entrega a Deus e pela alegria da vida consagrada. A renovação dos votos representa um passo significativo na caminhada vocacional dessas irmãs, reafirmando seu compromisso com a missão e com a espiritualidade da congregação.

Celebração em São Paulo: Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos

No dia 09 de fevereiro de 2025, na cidade de São Paulo, Ir. M. Antônia Bianca Oliveira dos Santos renovou seus votos religiosos em uma celebração marcada pela profundidade espiritual e pelo eco da Palavra de Deus. A liturgia do dia, com os textos de Lucas 5,1-11, Isaías 6,1-2a.3-8, o Salmo 138 (137) e a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 15,1-11, trouxe um rico significado ao seu compromisso renovado.

Neste 5º domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus nos apresenta o chamado dos primeiros discípulos, conforme narrado por Lucas. Jesus convida Simão Pedro a lançar novamente as redes, conduzindo a uma pesca milagrosa. Esse episódio se entrelaça com a experiência do profeta Isaías, que, ao sentir-se indigno diante da santidade divina, acolhe com humildade sua missão. Essa mesma atitude de entrega e confiança é essencial a todos os que seguem o Senhor, reconhecendo suas limitações, mas aceitando o chamado divino.

O apóstolo Paulo, na Carta aos Coríntios, recorda o anúncio do Evangelho e ressalta como a graça de Deus opera na fraqueza humana. Assim, a liturgia deste dia iluminou de forma especial o sim de Ir. M. Antônia Bianca, fortalecendo seu compromisso ao renovar os votos religiosos. Como Pedro, Isaías e Paulo, ela respondeu com amor e confiança ao chamado do Divino Mestre, reafirmando sua disposição para seguir em missão, mesmo diante dos desafios.

Celebração em Olinda/PE: Ir. M. Kainã Barbosa da Silva

Poucos dias depois, no dia 11 de fevereiro de 2025, foi a vez de Ir. M. Kainã Barbosa da Silva renovar seus votos religiosos em uma celebração especial na cidade de Olinda, Pernambuco. A solenidade ocorreu na comunidade local das Pias Discípulas do Divino Mestre, reunindo irmãs da congregação e amigos que acompanham sua trajetória vocacional.

Assim como Ir. M. Antônia Bianca, Ir. M. Kainã renovou seus votos religiosos com fervor e profunda espiritualidade, reafirmando sua consagração ao Senhor. Sua jornada tem sido marcada pela busca constante de serviço e de vivência do carisma da congregação, que se dedica à espiritualidade e à missão evangelizadora por meio da liturgia e da pastoral vocacional.

A comunidade local celebrou com alegria esse momento especial, reforçando a importância da vocação religiosa e da vida consagrada na construção do Reino de Deus.

Significado da Renovação dos Votos Religiosos

A renovação dos votos é um momento essencial na caminhada das religiosas, pois reafirma sua escolha de seguir a Cristo de maneira plena e dedicada. Para as junioristas, esse período é de aprofundamento da vocação e de vivência do carisma congregacional, preparando-as para a profissão perpétua no futuro.

As Pias Discípulas do Divino Mestre, congregação fundada pelo Bem-Aventurado Tiago Alberione, têm como missão principal a oração e o apostolado litúrgico. Seu carisma está intimamente ligado à vivência da espiritualidade e ao testemunho de vida centrado na Eucaristia, no Sacerdócio e na Liturgia.

Ao renovarem seus votos, Ir. M. Antônia Bianca e Ir. M. Kainã reafirmam sua disponibilidade em servir a Deus e aos irmãos, mantendo viva a essência da vocação religiosa.

As celebrações realizadas em São Paulo e Olinda foram momentos de graça e bênção, que marcaram a caminhada vocacional das irmãs junioristas. A renovação dos votos é uma ocasião de renovar o sim a Deus, fortalecendo a missão e o compromisso com o Reino.

A comunidade das Pias Discípulas do Divino Mestre segue em oração por Ir. M. Antônia Bianca e Ir. M. Kainã, para que continuem firmes em sua caminhada de fé e doação. Que o Divino Mestre as fortaleça e guie em sua missão, para que possam testemunhar com alegria e amor a presença de Deus no mundo.

SANTA ESCOLÁSTICA E MADRE ESCOLÁSTICA: DUAS MULHERES, UM MESMO AMOR POR JESUS MESTRE

Por Ir. Julia de Almeida

Na história da Igreja Católica, há nomes que marcam épocas e vocações específicas. Entre eles, encontramos duas mulheres que, embora separadas pelo tempo e pelas circunstâncias, compartilham um mesmo nome e um mesmo amor profundo por Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Trata-se de Santa Escolástica, irmã de São Bento, e Madre Escolástica Rivata, a primeira religiosa das Pias Discípulas do Divino Mestre. Apesar de pertencerem a contextos distintos, ambas viveram sua vocação de maneira intensa e são figuras inspiradoras para a espiritualidade cristã.

Santa Escolástica: A Primeira Monja Beneditina

Santa Escolástica nasceu no século VI e era irmã gêmea de São Bento, o grande fundador da ordem beneditina e da tradição monástica no Ocidente. Desde jovem, Escolástica escolheu dedicar sua vida a Deus, fundando um mosteiro feminino que seguia a Regra Beneditina, com ênfase na oração, no trabalho e na vida comunitária.

Um dos episódios mais marcantes de sua vida foi seu último encontro com São Bento, narrado por São Gregório Magno. Conta-se que, em uma noite de conversa espiritual, Santa Escolástica desejava prolongar aquele momento de comunhão, mas São Bento insistia em seguir a disciplina e voltar ao seu mosteiro. Santa Escolástica então rezou, e uma forte tempestade impediu seu irmão de partir, permitindo que passassem a noite em oração e reflexão. Três dias depois, São Bento teve uma visão de sua irmã subindo ao céu em forma de uma pomba, indicando sua morte e sua entrada na glória eterna.

Essa história reflete o amor de Santa Escolástica pela oração e sua íntima união com Deus. Sua vida foi um exemplo de fé, obediência e entrega total, características essenciais da espiritualidade beneditina. Por isso, ela se tornou padroeira das monjas beneditinas, da vida consagrada feminina e das pessoas que buscam uma relação profunda com Deus através da oração.

Madre Escolástica Rivata: A Primeira Pia Discípula do Divino Mestre

Séculos depois, no século XX, surge uma nova Escolástica, chamada para uma missão diferente, mas igualmente marcada pela oração e pelo serviço ao Reino de Deus. Úrsula Rivata, nascida em 1897, foi a primeira mulher a ingressar na Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre, um ramo da Família Paulina fundado pelo Bem-aventurado Tiago Alberione. Ao professar seus votos, recebeu o nome de Irmã Escolástica Rivata, tornando-se a primeira religiosa dessa nova família religiosa.

As Pias Discípulas do Divino Mestre foram fundadas com um carisma muito especial: unir vida contemplativa e serviço apostólico, especialmente no cuidado da liturgia, na oração e na adoração ao Santíssimo Sacramento. Madre Escolástica foi uma das grandes responsáveis por dar forma a essa missão, ajudando na formação das primeiras irmãs e sendo um modelo de vida consagrada.

Ela viveu com simplicidade, discrição e grande espírito de obediência, enfrentando desafios e até períodos de isolamento dentro da própria congregação. No entanto, permaneceu fiel ao seu chamado, confiando sempre na vontade de Deus e no carisma que Alberione havia lhe confiado. Por essa razão, em 2014, o Papa Francisco reconheceu suas virtudes heroicas, concedendo-lhe o título de Venerável Madre Escolástica Rivata, um passo importante para sua futura beatificação.

Por que Alberione escolheu o nome Escolástica para Úrsula Rivata?

O Bem-aventurado Tiago Alberione não escolhia nomes ao acaso. Para ele, cada nome dado a um membro da Família Paulina possuía um significado profundo, refletindo uma missão e um modelo de santidade a ser seguido.

No caso de Úrsula Rivata, Alberione escolheu o nome Escolástica por algumas razões muito significativas:

  1. Ligação com a vida contemplativa: Assim como Santa Escolástica, Irmã Escolástica Rivata foi chamada a uma vida de intensa oração. O carisma das Pias Discípulas inclui a adoração eucarística e a espiritualidade litúrgica, que exigem uma alma profundamente contemplativa.
  2. Obediência e entrega total: Santa Escolástica foi um exemplo de confiança na providência divina e obediência à vontade de Deus. Madre Escolástica Rivata também viveu essa entrega, aceitando com humildade os desafios e provações de sua vida religiosa.
  3. Comunhão com a missão da Igreja: Santa Escolástica tinha uma relação profunda com São Bento e, juntos, influenciaram a vida monástica da Igreja. Da mesma forma, Madre Escolástica foi um pilar na construção da identidade das Pias Discípulas, auxiliando na formação das irmãs e na vivência do carisma paulino.
  4. Amor por Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida: Ambas as Escolásticas viveram centradas em Cristo. Santa Escolástica dedicou-se à oração e à contemplação, enquanto Madre Escolástica foi chamada a servir a Igreja na liturgia e na formação espiritual das religiosas e dos fiéis.

Duas Mulheres, Um Mesmo Espírito de Amor e Serviço

Embora separadas por séculos, Santa Escolástica e Madre Escolástica Rivata têm muito em comum. Ambas foram mulheres de oração, que viveram sua vocação com fidelidade e entrega total a Deus. Santa Escolástica influenciou a vida monástica feminina e nos ensina sobre o poder da oração e da confiança na vontade divina. Madre Escolástica, por sua vez, foi um exemplo de humildade e serviço dentro da Família Paulina, ajudando a construir uma nova espiritualidade para a Igreja do século XX.

O nome Escolástica, portanto, não foi apenas um título simbólico para Úrsula Rivata, mas uma verdadeira missão de vida. Tiago Alberione viu nela o espírito de Santa Escolástica e a confiou à mesma missão de santidade e comunhão com Deus. Hoje, ao lembrarmos dessas duas grandes mulheres, somos convidados a seguir seus exemplos, buscando em nossa vida um profundo amor por Jesus Mestre e um compromisso fiel com a missão da Igreja.

Que Santa Escolástica e a Venerável Madre Escolástica Rivata intercedam por nós e nos ensinem a viver com fé, oração e serviço a Deus e ao próximo!