CATEQUESE LITÚRGICA: 26ª DOMINGO DO TEMPO COMUM

📍 Acompanhe o Quadro Catequese Litúrgica – 26º Domingo do Tempo Comum, com a Irmã Cidinha Batista, pddm. Uma produção das irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre.

Domingo, 28 de Setembro de 2025 | 26º Domingo do Tempo Comum, Ano C
Leituras: Am 6,1a.4-7 | Sl 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R. 1) | 1Tm 6,11-16 | Lc 16,19-31

Como preparar a liturgia na comunidade

Preparar a liturgia é muito mais do que organizar funções ou escolher músicas: é entrar no mistério de Deus e ajudar a comunidade a viver, de forma plena, o encontro com o Senhor no Dia do Senhor.

O quadro Catequese Litúrgica nasceu justamente para apoiar as equipes de liturgia nesse processo. A cada episódio, Ir. Cidinha convida a dar o primeiro passo fundamental: acolher a Palavra. Ler o Evangelho e as demais leituras propostas para o domingo é o ponto de partida para toda a preparação, pois é da escuta atenta da Palavra que brotam as escolhas, os gestos e as orações que darão vida à celebração.

Ao refletir juntos sobre os textos bíblicos, a equipe aprofunda a compreensão do mistério celebrado e ajuda a comunidade a rezar melhor. Depois, tudo o que se prepara – cantos, comentários, símbolos, orações – deve estar em sintonia com essa Palavra que ilumina o domingo.

E na sua comunidade?

  • Como vocês preparam a liturgia?
  • De que forma a Palavra de Deus inspira a vida e a missão de vocês?

O convite é simples e profundo: deixar-se conduzir pela Palavra, para que cada celebração seja sempre um verdadeiro encontro com Cristo vivo, no coração da comunidade.

LITURGIA DO DIA: DOMINGO, 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

Liturgia do Dia – Domingo, 31 de Agosto de 2025 – 22º Domingo do Tempo Comum – Ano C

A liturgia do dia neste Domingo, 31 de Agosto de 2025, nos convida a refletir sobre a humildade como caminho para nos aproximarmos de Deus e para vivermos em verdadeira comunhão com os irmãos. As leituras propostas iluminam a vida cristã mostrando que a grandeza não está no orgulho humano, mas na simplicidade de quem reconhece sua dependência diante do Senhor.

As leituras são:

  • Primeira Leitura: Eclesiástico 3,19-21.30-31
  • Salmo Responsorial: Salmo 67(68),4-5ac.6-7ab.10-11 (R. cf. 11b)
  • Segunda Leitura: Hebreus 12,18-19.22-24a
  • Evangelho: Lucas 14,1.7-14

Primeira Leitura: A sabedoria da humildade

No Livro do Eclesiástico (Eclo 3,19-21.30-31), encontramos um conselho precioso: “Quanto mais importante fores, mais te humilharás, e encontrarás graça diante do Senhor.” A sabedoria bíblica reconhece que a verdadeira grandeza não está no poder, na força ou no prestígio social, mas na humildade de quem vive em sintonia com Deus.

O texto nos mostra que o coração humilde se abre para a misericórdia e para o conhecimento verdadeiro. A arrogância afasta, mas a simplicidade aproxima do Criador. Assim, a liturgia do dia já inicia colocando diante de nós a atitude fundamental que deve orientar todo discípulo: a humildade como expressão de fé e confiança.

Salmo Responsorial: Deus é o Pai dos pobres

O Salmo 67 celebra o Deus que se coloca ao lado dos fracos e necessitados: “Na vossa bondade, ó Senhor, preparastes uma casa para o pobre.” Esse refrão ressoa como uma resposta ao chamado da primeira leitura.

Enquanto a sociedade valoriza status e posições elevadas, o Senhor olha para os pobres, os órfãos, as viúvas, aqueles que não têm onde repousar. O salmo recorda que Deus não se deixa prender por grandezas humanas, mas se revela no cuidado com os pequenos e marginalizados.

Essa perspectiva é essencial para compreender o Evangelho deste domingo.

Segunda Leitura: A Nova Aliança em Cristo

Na carta aos Hebreus (Hb 12,18-19.22-24a), o autor nos convida a contemplar a diferença entre a Antiga e a Nova Aliança. O povo de Israel, no Sinai, experimentou o temor diante da manifestação de Deus. Já os cristãos foram introduzidos em uma realidade nova: a proximidade de Deus através de Cristo, mediador da Nova Aliança.

Não se trata mais de um Deus distante e inacessível, mas de um Senhor que nos acolhe na Jerusalém celeste, rodeados por anjos e santos. O centro dessa experiência é Jesus, cujo sangue derramado fala mais alto que qualquer sacrifício anterior.

Essa passagem amplia nossa compreensão da liturgia do dia: a humildade não é apenas uma virtude ética, mas uma atitude espiritual que nos abre à comunhão com Cristo, que se fez servo para nos salvar.

Evangelho: O banquete dos humildes

O Evangelho proclamado na liturgia do dia é profundamente simbólico e está carregado de ensinamentos para a vida cristã. Lucas nos mostra Jesus numa refeição na casa de um fariseu — um ambiente marcado por regras sociais, distinções de status e lugares de honra. É nesse contexto que Cristo introduz uma lógica totalmente nova, revelando a dinâmica do Reino de Deus.

O contexto litúrgico do banquete

Na tradição bíblica, o banquete é imagem da comunhão entre Deus e seu povo. Já no Antigo Testamento, os profetas falavam do “banquete messiânico” como sinal da salvação definitiva (cf. Is 25,6). Nas celebrações da Igreja, a Eucaristia é a realização mais plena dessa promessa: a mesa do Senhor que acolhe todos, sem distinção.

Ao corrigir a atitude dos convidados que buscavam os primeiros lugares, Jesus não está apenas dando um conselho de etiqueta, mas oferecendo uma catequese sobre o modo como devemos nos aproximar do banquete do Reino. Quem deseja participar da Ceia do Senhor deve fazê-lo com humildade, reconhecendo-se necessitado da graça.

“Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”

Esta frase central do Evangelho ecoa uma das chaves da teologia lucana: a inversão evangélica. O Magnificat já havia anunciado que Deus derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes (cf. Lc 1,52). Essa lógica atravessa todo o Evangelho e chega a seu ápice na cruz, onde Aquele que se fez servo é glorificado pelo Pai.

Liturgicamente, cada celebração eucarística é um memorial desse mistério pascal: nos reunimos não por méritos próprios, mas porque fomos convidados gratuitamente. O altar é lugar de exaltação para quem se fez pequeno, não para quem busca prestígio.

A mesa dos pobres: um convite radical

A segunda parte do Evangelho vai além da parábola inicial. Jesus se dirige ao anfitrião e o convida a abrir sua mesa aos pobres, coxos, aleijados e cegos. Do ponto de vista social, isso era um escândalo: na mentalidade judaica, esses grupos eram considerados impuros ou incapazes de devolver favores.

Aqui está a chave litúrgica e teológica: o banquete do Reino não é um espaço de troca, mas de gratuidade. Deus nos chama à sua mesa sem exigir nada em troca; da mesma forma, somos chamados a viver a hospitalidade desinteressada. A Eucaristia, celebrada em cada domingo, atualiza essa realidade: ricos e pobres, sábios e simples, todos recebem o mesmo Pão da Vida.

Dimensão eclesial e pastoral

Este Evangelho ilumina também a vida da comunidade cristã. A Igreja, reunida em torno da mesa do Senhor, deve ser sinal de acolhida e de inclusão. Quando a liturgia coloca esse texto diante de nós, recorda que a fé não pode se reduzir a ritos formais ou a espaços de prestígio social, mas precisa se expressar na prática do amor e na comunhão concreta com os excluídos.

Participar da liturgia eucarística dominical, portanto, é um exercício de humildade: todos se aproximam do altar com as mãos vazias, recebendo de Deus aquilo que jamais poderiam comprar ou merecer.

Em um mundo que valoriza posições de destaque e recompensa quem pode oferecer retorno, o Evangelho deste domingo é um desafio radical. O cristão é chamado a viver a lógica da gratuidade, abrindo-se ao outro sem esperar nada em troca. Essa atitude transforma não apenas a vida pessoal, mas também a vida comunitária e social, tornando a Igreja sinal visível do Reino.

A liturgia do dia nos mostra um caminho claro: a humildade é a chave para entrar no Reino dos Céus. O orgulhoso busca reconhecimento, mas o humilde reconhece que tudo é graça.

Jesus nos ensina que não podemos viver a fé apenas como convenção social ou oportunidade de prestígio. O seguimento cristão exige despojamento, abertura aos pequenos e generosidade sem cálculos. Quem vive assim já antecipa o banquete do Reino, no qual todos têm lugar garantido.

Essa mensagem é extremamente atual. Vivemos em uma sociedade marcada pela competição, pela busca de status e pela indiferença aos mais pobres. O Evangelho nos convida a nadar contra essa corrente: abrir espaço em nossa mesa, em nossa vida e em nosso coração para aqueles que nada podem oferecer em troca.

Vivendo a Palavra no dia a dia

A liturgia deste domingo não é apenas um ensinamento, mas um convite prático. Podemos nos perguntar:

  • Tenho buscado reconhecimento e prestígio em minhas relações, ou procuro servir com humildade?
  • Em minha vida comunitária, valorizo apenas os que têm influência ou acolho também os pequenos e esquecidos?
  • Minha casa e meu coração estão abertos para partilhar com quem nada pode me dar em troca?

Seguir Jesus é escolher a via da humildade, reconhecendo que tudo o que temos é dom de Deus e deve ser colocado a serviço do próximo.

Neste 22º Domingo do Tempo Comum – Ano C, a liturgia do dia nos lembra que o caminho da humildade é o caminho do Evangelho. O Senhor exalta os humildes e convida cada um de nós a viver com simplicidade, confiança e generosidade.

Que possamos abrir espaço em nossas mesas, comunidades e corações para todos, especialmente para os mais necessitados. Assim, antecipamos o banquete eterno do Reino, onde Cristo mesmo é o anfitrião e todos somos convidados.

LITURGIA DO DIA: 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C

A liturgia deste domingo (24/08/2025) apresenta uma mensagem profunda e desafiadora: a salvação é oferecida a todos, mas exige esforço pessoal e perseverança. Ao longo das leituras, percebemos dois movimentos complementares: a amplitude do chamado de Deus, que abraça toda a humanidade, e a necessidade de uma resposta concreta, marcada por fé e conversão. É uma palavra que conforta e provoca. Conforta porque ninguém está excluído do amor divino; provoca porque não basta estar próximo da mensagem do Evangelho – é preciso acolhê-la com a vida.

Neste domingo, também fazemos memória de um tema especial: estamos no mês vocacional e celebramos a 4ª semana, dedicada à vocação para os ministérios e serviços na comunidade. A Igreja no Brasil reserva o mês de agosto para rezar e refletir sobre as diversas vocações: os ministros ordenados, a vida consagrada, a vocação matrimonial e familiar, e, nesta semana, as vocações laicais e ministeriais, que colocam os dons a serviço da vida comunitária. É um momento para agradecer e rezar por todos aqueles que, nas nossas paróquias, assumem a missão de leitores, catequistas, ministros extraordinários da comunhão, músicos, animadores, líderes pastorais e tantos outros que, com generosidade, fazem a Igreja viva e missionária.

Isaías 66,18-21: um horizonte sem fronteiras

O profeta Isaías nos coloca diante de um Deus que reúne “todas as nações e línguas” para contemplar Sua glória. Não há barreiras étnicas, geográficas ou culturais. Deus envia mensageiros até os lugares mais distantes para anunciar Seu nome. É significativo que Ele escolha até mesmo alguns desses povos para exercer o sacerdócio. Aqui, temos um sinal claro de universalidade: a graça divina não está restrita a um único povo ou tradição.

Essa profecia se cumpre plenamente em Cristo, que envia os discípulos “a todas as nações” (Mt 28,19). A Igreja, portanto, não é uma comunidade fechada, mas missionária por essência. E essa missão não se realiza sozinha: precisa de pessoas que, com seus dons, assumam serviços e ministérios. Por isso, neste mês vocacional, a Palavra nos convida a olhar para nossos talentos e perguntar: como posso servir?

Salmo 116 (117): missão e louvor

O menor dos salmos é também um dos mais universais. Com apenas dois versículos, convida: “Louvai o Senhor, todas as nações, glorificai-o, todos os povos.” É um salmo missionário, em sintonia com a promessa de Isaías. Seu refrão, tomado de Marcos 16,15 – “Ide por todo o mundo, anunciai o Evangelho” – é quase um grito de envio.

Esse louvor não é intimista, mas expansivo. Ele nos recorda que o cristão não guarda para si a boa nova, mas a proclama. Toda liturgia culmina em missão. E para que a missão aconteça, Deus suscita homens e mulheres que servem: ministros que distribuem a Palavra e a Eucaristia, pregadores, visitadores dos enfermos, catequistas que anunciam a fé às novas gerações. Esta semana vocacional é um convite a rezar por todos esses servidores e a reconhecer a grandeza do serviço humilde.

Hebreus 12,5-7.11-13: a pedagogia do amor

A segunda leitura traz um tom diferente: exorta à perseverança e à disciplina. O autor da Carta aos Hebreus lembra que Deus corrige aqueles que ama, como um pai que educa os filhos. A imagem pode parecer dura, mas o texto insiste: a correção não é punição, mas cuidado. É um processo que nos fortalece, purifica nossas intenções e nos ajuda a crescer.

Aqui temos um aspecto teológico precioso: a vida cristã não é apenas consolação, é também caminho de purificação. A santidade não se alcança sem esforço. Cada vocação – seja o matrimônio, a vida consagrada, o ministério ordenado ou o serviço laical – exige paciência, resiliência e fidelidade. As provações, quando acolhidas, geram frutos de paz e justiça. Assim como o atleta se prepara para a corrida, o discípulo de Cristo se exercita na fé, corrigindo rotas, fortalecendo os passos.

Lucas 13,22-30: a porta estreita

O Evangelho de Lucas traz a questão direta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” Jesus não responde com estatísticas, mas com um convite exigente: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita.” A salvação é dom, mas requer empenho. Não basta ter contato com Jesus, é necessário segui-Lo, imitá-Lo, deixar-se transformar por Ele.

Ou seja, a pergunta feita a Jesus reflete uma curiosidade bem humana: queremos números, queremos saber “quem entra e quem fica de fora”. Mas Jesus não se prende a curiosidades teóricas. Ele desloca o foco: a salvação não é um dado estatístico, é um caminho de decisão pessoal.

Ao dizer “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”, Ele:

  1. Chama a responsabilidade individual.
    Em vez de discutir “quantos serão salvos”, Jesus lembra: “E você? Como está vivendo? Está caminhando para o Reino?” A questão não é quantidade, mas fidelidade.
  2. Mostra que a salvação é graça, mas também exige resposta.
    A “porta estreita” não significa que Deus quer dificultar, mas que seguir Cristo exige escolhas, renúncias, coerência. Não basta estar próximo, ouvir, conviver – é preciso viver o Evangelho de fato.
  3. Adverte contra a falsa segurança.
    Muitos no tempo de Jesus confiavam apenas na pertença ao povo eleito, pensando que isso bastava. A resposta mostra que não há privilégios automáticos: o Reino é para quem se abre à conversão.
  4. Revela o caráter universal do chamado.
    Mais adiante, Jesus fala que virão pessoas do oriente e do ocidente, do norte e do sul. Ou seja, a porta está aberta para todos, mas só entra quem responde com vida e coração.

Em resumo: Jesus não quer alimentar a curiosidade sobre “os outros”, mas despertar em cada um um senso de urgência e responsabilidade. Ele transforma uma pergunta teórica em um convite prático: “Você está passando pela porta estreita? Está vivendo como meu discípulo?”

A imagem da porta estreita indica que o caminho não é largo nem confortável. A fé autêntica pede escolhas diárias, renúncias e perseverança. Mas também há uma promessa: “Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e se sentarão à mesa do Reino de Deus.” Aqui está a beleza da vocação: Deus chama todos e dá a cada um um lugar e uma missão. Os que servem no silêncio e na simplicidade também são grandes aos olhos do Pai.

Um olhar para hoje

As leituras deste domingo, vividas dentro do mês vocacional, são um chamado à abertura e ao compromisso. Deus nos quer unidos, mas nos pede empenho. O amor se faz concreto quando se transforma em serviço. A vocação para os ministérios e serviços nas comunidades é sinal visível dessa resposta. Cada gesto – do catequista que ensina, do ministro que leva a comunhão, do jovem que canta, do casal que coordena uma pastoral – é uma porta estreita aberta para o Reino.

Neste domingo, rezemos para que nossas comunidades sejam espaços de acolhida e participação, onde todos descubram seus dons e os coloquem a serviço. Que possamos nos perguntar: qual é a minha porta estreita? De que forma posso servir? Essa pergunta é muito bonita e muito pessoal. A “porta estreita” que Jesus menciona (Lc 13,22-30) é, antes de tudo, um convite a viver a fé com autenticidade e perseverança. Cada pessoa tem a sua:

  • Para alguns, pode ser perseverar na oração e no testemunho em casa, cuidando da família e educando os filhos na fé.
  • Para outros, pode ser servir na comunidade, assumindo um ministério (leitor, catequista, músico, ministro da comunhão, animador de grupo).
  • Pode significar também abrir-se ao perdão, cuidar dos doentes, acolher os pobres, praticar a caridade no dia a dia.
  • Às vezes, a porta estreita é vencer o comodismo e dar um passo a mais, como participar de uma pastoral ou oferecer tempo para evangelizar.

O mês vocacional lembra que Deus chama cada um de um jeito. A pergunta “De que forma posso servir?” pode ser respondida olhando para seus dons e para as necessidades ao seu redor. Um bom caminho é:

  1. Rezar pedindo luz: “Senhor, mostra-me onde queres que eu sirva.”
  2. Conversar com pessoas de fé ou com o pároco: eles podem ajudar a identificar os ministérios e serviços que a comunidade precisa.
  3. Experimentar: às vezes, só descobrimos nossos dons quando começamos a atuar.

A salvação é para todos, mas o caminho passa pelo esforço, pela humildade e pela entrega. E cada serviço, por menor que pareça, aproxima o Reino.

O mês vocacional é, então, um convite a olhar para a vida com gratidão: o que eu já faço que aproxima pessoas de Deus? Que novo passo posso dar, sem medo, para servir melhor?

Mais do que preocupar-se com números ou resultados, este domingo nos convida a experimentar a alegria de ser parte da missão de Cristo. Ele nos chama a caminhar juntos, confiantes de que há sempre um lugar para nós na mesa do Reino.

LITURGIA DO DIA: FESTA DE SANTA ROSA DE LIMA, PADROEIRA DA AMÉRICA LATINA

Hoje (23/08/2025) celebramos com júbilo a Festa de Santa Rosa de Lima, virgem, Padroeira da América Latina. Estamos na 20ª Semana do Tempo Comum, Ano C e a liturgia transpira esperança e nos chama à vivência fiel dos mistérios de Cristo no dia a dia.

Leituras do dia

Na Primeira leitura – 2Cor 10,17-11,2, São Paulo exorta: “Quem se gloria, glorie-se no Senhor”. Não em si mesmo, não em suas obras, mas em Deus. Ele lembra que a aprovação verdadeira vem do Senhor, não dos homens. Paulo se apresenta como aquele que desposou a comunidade a Cristo, como uma virgem pura a um único esposo.

O Salmo responsorial – Sl 148,1-2.11-13a.13c-14 (R. cf. 12a.13a) – faz um convite universal ao louvor. O salmista chama anjos, reis, príncipes, jovens, crianças, homens e mulheres a bendizer o nome do Senhor. Toda a criação é chamada a glorificar seu Criador.

No Evangelho – Mt 13,44-46 – Jesus nos apresenta duas breves parábolas. O Reino dos Céus é comparado a um tesouro escondido em um campo. Quem o encontra vende tudo para comprá-lo. É também como um comerciante em busca de pérolas preciosas. Ao encontrar uma pérola de grande valor, vende tudo para adquiri-la. O Reino exige entrega total.

Quem foi Santa Rosa de Lima

Santa Rosa nasceu em Lima, Peru, em 1586. Seu nome de batismo era Isabel, mas a beleza de seu rosto inspirou o apelido “Rosa”. Desde jovem, buscou a vida de oração, penitência e caridade. Pertenceu à Ordem Terceira Dominicana. Fez voto de castidade, cuidou dos pobres, dos indígenas e dos escravos. Viveu austeramente e ofereceu tudo a Cristo. Morreu em 24 de agosto de 1617, com apenas 31 anos. Foi canonizada em 1671 e tornou-se a primeira santa das Américas, padroeira do Peru e de toda a América Latina.

A vida de Santa Rosa reflete a mensagem das leituras. Como Paulo, ela se apresentou a Cristo como uma virgem pura. Não buscou glória própria. Sua vida foi um constante “gloriar-se no Senhor”. Viveu para Ele e por Ele.

O salmo do dia fala do louvor universal. Rosa também louvou com sua vida. Via Deus na beleza da criação, nas flores que cultivava, no cuidado com os pobres. Sua oração se unia ao cântico dos céus.

O Evangelho das parábolas mostra a radicalidade do Reino. Quem encontra o tesouro vende tudo. Quem acha a pérola deixa tudo para adquiri-la. Assim fez Rosa. Abriu mão de riquezas, de prestígio, de comodidades. Tudo para conquistar o Reino.

Mensagem para nós hoje

A festa de Santa Rosa de Lima nos provoca a rever nossas prioridades. Onde está o nosso tesouro? O que valorizamos acima de tudo? O Senhor nos convida a vender, isto é, a deixar de lado o supérfluo para abraçar o essencial.

Rosa nos ensina que a santidade é possível no cotidiano. É escolha diária. É busca de Cristo como a pérola mais preciosa. É olhar para o mundo com humildade, servir com amor, louvar com simplicidade.

Hoje, o convite é claro: não nos gloriemos em nós mesmos. Reconheçamos que tudo vem de Deus. Ele é nosso maior bem. Que possamos viver o desposório com Cristo, como Santa Rosa, com fidelidade e pureza de coração.

Que todo nosso ser, como o salmo pede, seja louvor. Que nossos gestos revelem amor. Que nossas escolhas apontem para o tesouro maior: Cristo. A vida de Santa Rosa nos mostra que vale a pena entregar tudo para ganhar tudo. E esse tudo é Deus.

Assim, celebramos esta festa pedindo a intercessão de Santa Rosa de Lima. Que ela nos ajude a buscar o Reino com coragem. Que nos inspire a trocar as pérolas falsas pelas verdadeiras. Que nossa vida seja um hino de louvor e entrega. Que possamos um dia, com ela, gloriar-nos apenas no Senhor.

FESTA DE PENTECOSTES: VEM ESPÍRITO SANTO DE AMOR!

“Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,22)

A Festa de Pentecostes é uma das celebrações mais importantes do calendário cristão. Marca o encerramento do Tempo Pascal e comemora a efusão do Espírito Santo sobre os discípulos, cinquenta dias após a Ressurreição do Senhor. Essa solenidade nos convida a mergulhar no mistério da presença viva e operante do Espírito de Deus na Igreja e no mundo.

OS TEXTOS BÍBLICOS DESTA SOLENE CELEBRAÇÃO

O texto dos Atos dos Apóstolos (2,1-11) descreve o momento em que os discípulos, reunidos no Cenáculo com Maria, são surpreendidos por um vento impetuoso e por línguas de fogo. É o cumprimento da promessa de Jesus: “Recebereis o Espírito Santo” (cf. At 1,8). O Espírito Santo transforma aquele grupo de homens temerosos em testemunhas corajosas e anunciadores do Evangelho a todas as nações. A diversidade de línguas compreendidas simboliza a universalidade da salvação e o nascimento da Igreja missionária.

O Salmo 103(104), com sua beleza poética, proclama: “Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai!” O Espírito é aquele que dá vida, renova, transforma o caos em ordem, a aridez em fecundidade. A criação e a missão da Igreja se entrelaçam pela ação constante do Espírito vivificador.

Na Primeira Carta aos Coríntios (12,3b-7.12-13), São Paulo nos recorda que é o Espírito quem faz da Igreja um só corpo, distribuindo diferentes dons para o bem comum. A pluralidade de carismas não divide, mas edifica. Todos são batizados em um mesmo Espírito e formam um só corpo: Cristo. Pentecostes, portanto, é também a festa da unidade na diversidade, da comunhão e da partilha de dons para o serviço do Reino.

A belíssima Sequência de Pentecostes expressa em forma de oração poética o desejo da Igreja: “Vinde, Espírito Divino!” É um clamor por luz, consolo, força e santidade. O Espírito é invocado como hóspede da alma, descanso no labor, cura para os corações feridos. Cada verso revela a confiança na ação discreta, porém poderosa, do Espírito que age no mais íntimo da vida humana.

No Evangelho de João (20,19-23), Jesus ressuscitado aparece aos discípulos e sopra sobre eles, dizendo: “Recebei o Espírito Santo.” Como o Pai enviou Jesus, Ele agora envia os discípulos. O dom do Espírito está diretamente ligado à missão: anunciar, reconciliar, perdoar. É o início de uma nova criação, da humanidade renovada em Cristo.

PENTECOSTES: ABRIR-SE AO SOPRO DO ESPÍRITO SANTO

Celebrar Pentecostes é abrir-se ao sopro do Espírito Santo que renova todas as coisas. É reconhecer que a Igreja vive e cresce não por sua força, mas pela presença do Espírito. É tempo de renovar os dons recebidos no Batismo e na Crisma, de reacender a chama do amor de Deus e de assumir, com coragem, a missão de anunciar a Boa Nova.

Que esta solenidade reavive em nós a alegria do Evangelho, fortaleça nossa unidade na diversidade e nos envie como discípulos missionários, cheios do fogo do Espírito.

“Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons.”
(Sequência de Pentecostes)

RETIRO MENSAL – 5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C

Abril de 2025Secretariado da Espiritualidade PDDM

Todo o primeiro domingo do mês, como família religiosa, fazemos o retiro mensal com os textos bíblicos do domingo. Este primeiro domingo do mês de abril, celebramos o 5º Domingo da Quaresma – Ano C. Abaixo o roteiro para a vivência deste retiro mensal.


🕊️ ROTEIRO DO RETIRO

1. Ambiente de Oração
Prepare com carinho o espaço onde será realizado o retiro: uma mesa com toalha, a Bíblia ou o Lecionário, uma vela acesa ao centro, cadeiras dispostas em círculo. Cuide para que todas as pessoas tenham um lugar acolhedor. Inicie acendendo a vela, sinal da presença de Cristo, luz do mundo.

2. Refrão meditativo
“Misericordioso é Deus, sempre, sempre o cantarei.”
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=fIsINtmGu-I

3. Invocação ao Espírito Santo
Peça a presença do Espírito que ilumina, consola e conduz. Pode-se usar uma oração espontânea ou conhecida.

4. Leitura dos Textos Bíblicos do Dia

  • Evangelho: Jo 8,1-11
  • 1ª Leitura: Is 43,16-21
  • Salmo: Sl 125
  • 2ª Leitura: Fl 3,8-14

✨ APROFUNDAMENTO DOS TEXTOS

📖 Evangelho – João 8,1-11
“Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra.”

Neste 5º Domingo da Quaresma, o Evangelho segundo João nos convida a mergulhar na misericórdia de Deus, que não se resume a leis ou julgamentos, mas se manifesta como oportunidade de recomeço e salvação.

A narrativa se passa entre o Monte das Oliveiras e o templo de Jerusalém. O monte representa o lugar da intimidade de Jesus com o Pai, onde Ele assume com coragem o projeto divino de levar as pessoas à vida plena – um caminho que passa pela cruz e culmina na ressurreição. Já o templo, símbolo do poder religioso da época, torna-se o cenário onde Jesus será confrontado pelas autoridades que resistem à novidade do Reino.

Logo ao amanhecer, Jesus está no templo ensinando. Ele é como um novo sol, cuja luz dissipa as trevas da opressão e ilumina o caminho da verdadeira libertação. Nesse momento, escribas e fariseus trazem até Ele uma mulher acusada de adultério. Com a intenção de armá-lo, confrontam-no com a Lei de Moisés, que ordenava o apedrejamento. Se Jesus optasse por seguir a Lei, contrariaria as leis romanas. Se poupasse a mulher, seria acusado de desrespeitar a Tradição.

Com sabedoria divina, Jesus devolve a responsabilidade à consciência dos acusadores:
“Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.” Diante dessa provocação, um a um se retiram, conscientes de que também carregam suas culpas. Aqueles que se colocavam como juízes reconhecem, em silêncio, sua fragilidade.

Fica então apenas Jesus e a mulher. Ele, o único sem pecado, não a condena, mas oferece a ela uma nova chance: “Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais.”

Neste gesto, Jesus revela o coração do Pai: um Deus que não julga para excluir, mas que acolhe para transformar. Como nos lembra o Evangelho de João (3,17), “Deus não enviou seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.”

Essa passagem nos desafia a abandonar o julgamento e a abrir espaço para a misericórdia. Jesus não elimina o mal punindo o pecador, mas oferecendo-lhe a possibilidade de uma vida nova. Assim também somos chamados: a sermos portadores de esperança e instrumentos da compaixão de Deus.

📖 1ª Leitura – Isaías 43,16-21
“Eis que farei coisas novas e as darei ao meu povo.”

Neste trecho do profeta Isaías, ouvimos uma poderosa mensagem de esperança e renovação. O profeta, porta-voz de Deus, dirige-se a um povo aflito, prestes a enfrentar o exílio. Suas palavras são como um bálsamo, alimentando a fé e renovando a confiança em um Deus que não abandona os seus, mesmo nos tempos de maior penúria.

Isaías relembra a travessia do Mar Vermelho — evento marcante da libertação do Egito — para reacender a memória do poder libertador de Deus. A saída da escravidão em direção à liberdade não é apenas um fato histórico, mas um sinal permanente de que Deus é aquele que transforma a dor em caminho, e a opressão em oportunidade de vida nova. É um convite para levantar os olhos e confiar novamente na ação divina.

No entanto, o profeta também alerta: não fiquem presos ao passado, às dores e mágoas. Deus está fazendo algo novo: “Eis que faço novas todas as coisas.” Essa promessa aponta para uma transformação profunda, onde até o deserto se torna lugar de vida. Deus abrirá caminhos onde antes só havia solidão, e fará brotar águas vivas, símbolo da renovação e da aliança.

A imagem da água no deserto nos remete aos antigos encontros matrimoniais dos patriarcas junto aos poços – lugares onde se formavam alianças e nasciam histórias de amor. Assim também é a relação entre Deus e seu povo: uma união profunda e fiel, comparável ao casamento, marcada pela fidelidade e fecundidade.

Essa nova realidade se estenderá a toda a criação. Homens, mulheres e até os animais se alegrarão com a abundância que Deus fará jorrar. A terra será fecundada, e todos louvarão ao Deus da providência, que salva seu povo da aridez e o conduz a uma vida plena.

📖 2ª Leitura – Filipenses 3,8-14
“Por causa de Cristo, eu perdi tudo, tornando-me semelhante a Ele em sua morte.”

Nesta carta apaixonada, escrita provavelmente durante sua prisão em Roma (por volta dos anos 61-62 d.C.), o apóstolo Paulo revela o centro de sua fé: tudo em sua vida perdeu valor diante da grandeza de conhecer e seguir Jesus Cristo.

Para Paulo, seguir Cristo não é apenas uma escolha de fé, mas uma entrega total. Ele abre mão de tudo – status, segurança, prestígio e até da própria liberdade – porque encontrou em Cristo o verdadeiro sentido da vida. Seu maior desejo é ser encontrado n’Ele, unir-se plenamente à sua paixão, morte e ressurreição.

Paulo compreende a justiça não como mérito conquistado por leis ou tradições, mas como dom gratuito de Deus, alcançado pela fé. Conhecer Cristo, para ele, é experimentar o mistério pascal na própria vida: compartilhar os sofrimentos, suportar as provações e, com esperança firme, caminhar em direção à ressurreição.

Mesmo com toda sua vivência espiritual, Paulo reconhece que ainda não chegou à meta. Mas ele se sente impulsionado pelo chamado de Deus, como um atleta que corre decidido rumo ao prêmio final. Com coragem e humildade, afirma: “Não que eu já tenha alcançado tudo… mas continuo correndo para conquistar, porque já fui conquistado por Cristo Jesus.”

Essa imagem da corrida espiritual revela um apóstolo incansável, cheio de fé e esperança. Paulo não se vangloria de suas conquistas passadas, mas vive com os olhos voltados para o futuro – para o céu, onde deseja se unir plenamente a Cristo.

Seu testemunho nos inspira a também corrermos com perseverança, deixando para trás o que nos prende, e abraçando a vida nova em Cristo. Paulo é modelo de fé viva, configurada ao Senhor, e nos convida a trilhar esse mesmo caminho de entrega, paixão e esperança.


🙏 CONCLUSÃO DO RETIRO

6. Retomar o refrão meditativo:
“Misericordioso é Deus, sempre, sempre o cantarei.”
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=fIsINtmGu-I

7. Partilha dos frutos da oração
Momento de escuta fraterna. Cada participante, se desejar, pode partilhar o que a Palavra de Deus tocou em seu coração.

Se você realiza este momento sozinho(a), na partilha anote os frutos da sua oração. Quando puder, partilhe com seu amigo/amiga mais próximo.

Concluir este momento cantando ou rezando o salmo da liturgia do dia: Salmo 125
Melodia: https://www.youtube.com/watch?v=sBN4U20v9Rw

8. Oração Final

  • Rezar juntos o Pai Nosso
  • Rezar a oração do dia
  • Concluir com a bênção final, agradecendo a Deus pelo encontro e pela graça de vivê-lo em comunidade.

Que este retiro fortaleça sua caminhada quaresmal e o ajude a viver mais profundamente a misericórdia, a conversão e a esperança que a Páscoa nos traz. Eis que faço novas todas as coisas” (Is 43,19)

Abaixo, o roteiro em PDF, numa versão mais ampliada:

📍 Acompanhe a Catequese Litúrgica do 5° Domingo da Quaresma.
Texto: Ir. Cidinha Batista, pddm
Voz e Edição: Ir. Neideane Monteiro, pddm
Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre

CHAMADOS À CONVERSÃO: A MISERICÓRDIA E A PACIÊNCIA DE DEUS

Neste 3º Domingo da Quaresma, Ano C, as leituras nos convidam a uma profunda reflexão sobre a necessidade de conversão e a misericórdia de Deus.

Primeira Leitura: Êxodo 3,1-8a.13-15, Moisés, ao apascentar o rebanho de seu sogro Jetro, aproxima-se do monte Horeb e presencia uma sarça ardente que não se consome. Deus o chama do meio da sarça, revelando-Se como o Deus de seus antepassados e manifestando Seu desejo de libertar o povo de Israel da opressão no Egito. Este encontro destaca a santidade de Deus e Sua compaixão diante do sofrimento humano.

No Salmo 102(103),1-2.3-4.8.11, o salmista exalta a bondade e a misericórdia de Deus, que perdoa as faltas, cura enfermidades e resgata a vida da morte. Este salmo reforça a imagem de um Deus compassivo e amoroso, sempre disposto a acolher aqueles que O buscam com sinceridade.

Na Segunda Leitura, retirada de 1 Coríntios 10,1-6.10-12, São Paulo relembra aos coríntios os eventos do Êxodo, enfatizando que, apesar de todos terem recebido as mesmas bênçãos, muitos caíram devido à desobediência e falta de fé. Ele alerta para que não murmuremos e permaneçamos vigilantes, pois quem pensa estar de pé deve cuidar para não cair.

No evangelho de Lucas 13,1-9, Jesus aborda duas tragédias recentes e questiona a ideia de que essas vítimas eram mais pecadoras que outras. Ele enfatiza a necessidade urgente de arrependimento para todos. Na parábola da figueira estéril, o proprietário deseja cortá-la por não produzir frutos, mas o vinhateiro pede mais um ano, comprometendo-se a cuidar dela para que frutifique. Esta parábola ilustra a paciência e misericórdia de Deus, que nos concede tempo e oportunidades para nos convertermos e darmos frutos de boas obras.

Assim, as leituras deste domingo nos chamam à conversão sincera, reconhecendo a presença amorosa de Deus que nos oferece continuamente Sua misericórdia e nos convida a uma vida fecunda em boas ações.

Para aprofundar esta reflexão, você pode assistir ao vídeo a seguir:

SUGESTÕES PARA OS CANTOS NESTA CELEBRAÇÃO:

1 – ABERTURA – EIS O TEMPO DE CONVERSÃO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=eYz25RU7-Us

2 – SALMO 102 (103) – O SENHOR BONDOSO E COMPASSIVO
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=9qMfJ_XD-nc

3 – ACLAMAÇÃO
GLÓRIA E LOUVOR…CONVERTEI-VOS, NOS DIZ O SENHOR
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=dO5TAmbzEXQ

4 – OFERENDAS – O VOSSO CORAÇÃO DE PEDDRA SE CONVERTERÁ
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=nI8LGfCBdp0

10 – COMUNHÃO – TANTO DEUS AMOU O MUNDO
Áudio: http://www.youtube.com/watch?v=RLc03QE221k

11 – CANTO FINAL – HINO DA CF
Áudio: https://www.youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4

PARTITURAS OU CIFRAS: https://www.arquidiocesedegoiania.org.br/liturgia/cifras-partituras/celebracoes-dominicais/ano-c-2024-2025

CATEQUESE LITÚRGICA: FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR NO TEMPLO

Catequese Litúrgica – Festa da Apresentação do Senhor (Ano C)

Neste vídeo, o programa Catequese Litúrgica, preparado e apresentado pela Ir. Cidinha Batista, pddm, com edição de vídeo de Ir. Neideane Monteiro, pddm, propõe uma reflexão profunda sobre o Evangelho da Festa da Apresentação do Senhor (Ano C).

A festa, celebrada no dia 2 de fevereiro, recorda o momento em que Maria e José apresentam o menino Jesus no Templo de Jerusalém, cumprindo a tradição judaica. Com base no Evangelho de Lucas 2,22-40, o programa convida os fiéis a refletirem sobre a luz que Jesus traz ao mundo, simbolizada pela presença de Simeão e Ana, que reconhecem o Messias como a salvação prometida a todos.

A catequese litúrgica explora o significado teológico dessa festa e ajuda os fiéis a compreenderem a importância da Apresentação de Jesus no Templo, como um gesto de consagração e fé, que nos convida a oferecer nossa própria vida ao Senhor.

O vídeo proporciona uma oportunidade de aprofundar a compreensão do mistério da encarnação de Cristo, através de uma explicação acessível e edificante, guiada pelas reflexões de Ir. Cidinha Batista e enriquecida pela edição cuidadosa de Ir. Neideane Monteiro.

Se você busca uma forma de meditar sobre o evangelho e o significado desta importante festa litúrgica, este vídeo oferece uma reflexão significativa e inspiradora.


ADVENTO: TEMPO DE ESPERAR

No próximo domingo, dia 01º de dezembro de 2024, iniciamos um novo tempo litúrgico: o Advento. É começo também do novo ano litúrgico, Ano C, o qual o evangelista Lucas nos guiará no conhecimento do Mestre. Reunindo desejos, sonhos da humanidade por profundas transformações e dias melhores, manifestadas em veementes clamores em nossos dias. Como “memorial de esperanças”, o advento alarga nossa vida para acolher o grande mistério da encarnação. Na perspectiva do Natal e Epifania do Senhor, como acontecimentos sempre novos e atuais, vislumbramos vigilantes e esperançosos, a lenta e paciente chegada de seu Reino e sua manifestação em nossa vida e na história. O Senhor nos garante que, nesta espera, não seremos desiludidos, como lembra a antífona de entrada deste domingo.

A liturgia abre para nós um tempo favorável de vigilância e conversão, de retomada de nossas opções como discípulos/as daquele que sempre vem e cuja ação é libertadora, consoladora e salvífica.

Acendendo, neste domingo, a primeira vela da coroa do Advento, somos convidados a aguçar nossa atenção, acordarmos do sono da passividade para melhor percebermos os sinais da chegada do reino no cotidiano e, mais despertos, nos levantar da acomodação, do individualismo e do comodismo que marcam nosso tempo e nos paralisam. A ti, Senhor, confio minha vida. Não será desiludido quem espera em ti (SL 25,1-3).

SINAIS SENSÍVEIS

  • A cor roxa, a ausência do glória e de flores aponta para o necessário vazio para acolher Aquele que vem na fraqueza de nossa condição humana. A cor rosa/lilás a partir do 3º domingo, anuncia a proximidade da sua chegada.
  • A coroa do advento com 4 e/ou 9 que vão se acendendo progressivamente, expressa nossa atitude de vigilância como as moças do evangelho (Mateus 25,1-13) que vão de noite ao encontro do noivo, com suas lamparinas acesas. A luz da vela evoca o próprio Cristo, Sol da justiça, a quem esperamos ‘com toda a ternura do coração’. A forma circular da coroa refere-se à harmonia cósmica, ao feminino. O verde dos ramos sinaliza a esperança…
  • Os textos bíblicos trazem à memória os nossos pais e mães na fé: Isaías o profeta do desterro anunciando o retorno, João Batista, a voz que clama no deserto, Maria a virgem grávida que dará à luz um Filho; Isabel, a mulher estéril grávida; Zacarias, o profeta que recupera a fala e bendiz a Deus pelo nascimento de João o precursor do Messias; José, o homem justo e solidário; os anjos que anunciam a boa nova: a Zacarias no templo, a Maria na casa, a José em sonho. O grande personagem é o Cristo, o esperado, o desejado, o sol do oriente, o Emanuel.
  • A invocação “Vem, Senhor Jesus!” que aparece nas orações e nos cantos, é um grito que expressa os gemidos e anseios da humanidade e de todo o universo à espera de libertação.
  • Os prefácios, as demais orações, as antífonas da LH, os cantos, fazendo eco aos textos bíblicos, sintetizam o sentido teológico e espiritual que a tradição da Igreja atribuiu ao advento, valendo-se de imagens eloqüentes: “o deserto irá florir”; “da raiz cortada vai nascer um broto” “dos céus vai chover o Salvador”; “da terra vai germinar a justiça”. “os caminhos tornos serão endireitados”; “as noivas com lâmpadas acesas”; “espadas transformadas em instrumentos de trabalho”.
    Nas duas primeiras semanas, até o dia 16 de dezembro: os textos referem-se à segunda vinda de Cristo. Nos dias 17 a 24, “semana santa do natal” – preparação imediata ao natal, memória da expectativa da primeira vinda. É importante permitir que o advento seja advento, e não antecipar o natal, como faz o ‘mundo’ do consumo.

SENTIDO TEOLÓGICO

Qual é o fato de salvação celebrado na liturgia e que está por detrás dos textos, das imagens, dos símbolos, das músicas neste tempo de advento? Trata-se do mistério da vinda de Deus, da sua visita à nossa terra no Emanuel, o desejado das nações, o anunciado pelos profetas e esperado por Maria.

Toda celebração cristã tem uma dimensão de espera do Reino. A cada dia suplicamos na oração do Senhor: “Venha o teu reino!” E no coração da prece eucarística aclamamos: “Vem Senhor Jesus”. Entretanto, o advento nos é dado a cada ano, como sacramento da ESPERA que nos prepara para celebrar as solenidades do natal, quando ele veio a primeira vez “revestido de nossa fragilidade, para realizar seu eterno plano de amor”; e nos coloca na perspectiva da segunda vinda quando ele virá “revestido de glória, para conceder-nos plenitude de salvação”.

Entre a primeira e a última vinda, há a vinda intermediária (S. Bernardo). Ele veio, virá e VEM agora. A liturgia do advento nos situa neste VEM, no HOJE intermediário entre o passado e o futuro, e nos impulsiona a fazer de cada AGORA um tempo de salvação.

No advento, fazemos nosso o comovente grito de Israel na expectativa do Messias e o insistente clamor que vem da assembleia cristã primitiva: “Maranatá, Vem, Senhor Jesus!” (1Cor 16,22 e Ap 22,20). É um clamor, carregado de dor, porque emerge do meio das contradições de tempos difíceis, mas é um grito cheio de esperança e de desejo do próprio Espírito que se une à noiva para dizer: VEM!

“Aparecido como por um instante em nosso meio, o messias se deixou tocar e ver solenemente para perder-se de novo, mais luminoso e inefável que nunca, no abismo insondável do futuro. Veio. Mas agora temos que esperá-lo mais do que nunca, e já não apenas por um pequeno grupo de eleitos, mas por todos. O Senhor Jesus virá na medida que saibamos esperá-lo ardentemente. Há de ser um acúmulo de desejos que fará apressar o seu retorno”. (Teilhard Chardin 1881-1955) “Toda carne verá a salvação de Deus” (Lc 3,6).

ATITUDE ESPIRITUAL

A liturgia do advento repleta de expectativa nos remete a nós mesmos como sujeitos de desejo, inacabados, sempre “em devir”, nós e a realidade social e cósmica da qual fazemos parte… É um peregrinar em busca do essencial, sem flores e sem glória, sem instrumentos e sem as cores da festa, a conviver com o vazio que nos conduz à Belém para abraçar a fraqueza humana habitada pelo Verbo…

A atitude fundamental é a vigilância:

  • Estar vigilantes a nós mesmos, para não nos deixar enganar… para não confundir o nosso desejo mais profundo com os objetos do nosso desejo, com o desejo de posse; para dar nomes aos nossos desejos desorientados: desejo de vingança, desejo de sempre ter razão, de vencer a qualquer preço…
  • Estar vigilantes à Palavra que nos é dada na liturgia, prolongando a escuta na oração pessoal, para que possamos encontrar a plena orientação dos nossos desejos pela mediação do Verbo que vem ao nosso encontro. “É Ele que ama em nós” (Jean Yves Leloup).
  • Estar vigilantes no cotidiano, no ‘cuidado da casa’; viver o momento presente com atenção ao espaço que ocupamos, aos gemidos da terra… exercitar-se no amor concreto em relação às pessoas, ‘acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem’…
  • Tal como a noiva vai ao encontro do seu bem-amado, ou como a terra se abre à semente, ou como a sentinela espera a aurora, entramos nesta atmosfera
    de “piedosa e alegre espera”, para celebrar a encarnação do Filho de Deus que se faz um de nós, para que, nele, nós nos tornemos divinos, por um caminho pascal. Cremos que o Senhor vem independente de nossa conversão, mas justamente porque ele vem, tão certo como a aurora, nos apressamos em preparar a sua vinda.

REACENDENDO A CHAMA DA NOSSA ESPERANÇA

A cada ano o advento nos é dado como SACRAMENTO DA NOSSA ESPERANÇA. Recordando o anseio do povo hebreu pela vinda do Messias, preparamo-nos para celebrar a primeira vinda de Jesus em Belém, tendo nossos corações voltados para a sua segunda vinda no fim dos tempos. Na primeira parte do advento, focando mais a segunda vinda, as leituras, as músicas, os gestos e as orações, nos convidam à vigilância e à mudança do coração. A partir do dia 17 (ou do dia 15 para quem faz a novena), o clima é de ‘alegre expectativa’ pela proximidade do natal do Senhor.

A coroa do advento, com suas velas que se acendem progressivamente, é um dos sinais que colocamos em nossas casas e igrejas. Originariamente, as velas eram de cor vermelha, mas elas podem ser simplesmente brancas.

Quando coloridas, uma boa alternativa é preferir que sejam duas de cor roxa correspondendo à primeira parte do advento e duas de cor lilás ou rosa, na proximidade do natal. Há comunidades que adotam 4 cores: o roxo da vigilância e da conversão, o verde da esperança, o lilás da alegria e o branco da paz. O multicolorido indica também as diversas culturas, nos 4 cantos do mundo, onde estão plantadas as sementes do Verbo.

O mais importante, porém, não é a cor das velas, mas o gesto do acendimento. Ao acender cada vela da coroa, reacendemos no coração a chama da vigilância e da esperança, da alegria e do desejo pela vinda do Salvador em nossa humanidade. Comprometemo-nos a apressar, no amor concreto de cada dia, a chegada do seu reino entre nós.

Sobre os textos bíblicos do primeiro domingo

Lucas 21,25-28.34-36:

Em estilo apocalíptico enfatiza a relatividade e instabilidade do mundo criado, o qual um dia chegará ao fim. Retoma o alerta dos profetas sobre o “dia do Senhor”, em que Deus vai intervir na história para libertar definitivamente o seu Povo da escravidão. De repente, diante da atual crise ecológica, estes textos chamam especialmente a nossa atenção. No entanto, para o evangelista o decisivo não é o fim do mundo, mas o fato de que o mundo decadente vai dar lugar a um mundo novo. O fim coincide com a vinda do Filho do Homem “com grande poder e glória” (v. 28). O próprio Jesus é o caminho de como encarar a situação. “A libertação está próxima”, mas enquanto ela não chega os discípulas precisa vigiar e orar, contribuindo para interromper e para que o mundo alcance ver sua libertação.

Jeremias 33, 14-16:

O contexto é o décimo ano do reinado de Sedecias (587 a.C.). O exército babilônico de Nabucodonosor cerca Jerusalém e Jeremias está detido no cárcere do palácio real, acusado de derrotismo e de traição (cf. Jr 32,1). Parece o princípio do fim. É neste contexto que o profeta, proclama a chegada de um tempo novo, no qual Deus vai “curar as feridas” (Jr 33,6). Numa situação limite, Jeremias anuncia a fidelidade de Deus às promessas feitas a David (cf. 2 Sm 7), de um futuro descendente (“rebento justo”), que assegurará a paz e a salvação a todo o povo. A palavra “rebento” evoca fecundidade, vida em abundância (cf. Is 4,2; Ez 16,7) e “Messias” (cf. Zc 3,8; 6,12).

1Tessalonicenses 3,12–4,2:

A comunidade cristã de Tessalônica foi fundada por Paulo, Silvano e Timóteo durante a segunda viagem missionária de Paulo, no ano 50 (cf. At 17,1). Em pouco tempo, Paulo desenvolveu uma intensa atividade missionária, que resultou numa comunidade numerosa e entusiasta, constituída na sua maioria por não-judeus convertidos (cf. 1Ts 1,9-10). No entanto, devido a reação da colônia judaica, Paulo teve de fugir, deixando para trás uma comunidade em perigo, insuficientemente evangelizada. Preocupado, Paulo envia Timóteo a Tessalônica para saber notícias e encorajar a comunidade. Quando Timóteo regressa, encontra Paulo em Corinto e comunica-lhe notícias animadoras: apesar das provações, a fé dos tessalonicenses continua bem vivos e mais profundos (cf. 1Ts 1,3; 3,6-8). A comunidade pode ser apontada como modelo aos cristãos das regiões vizinhas (cf. 1Ts 1,7-8). Mas Paulo exorta a que progridam ainda mais (1Ts 4,1), sobretudo no amor para com todos (1Ts 3,12. É nesta atitude de não acomodação que a comunidade deve esperar “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 3,13).

Abaixo, um roteiro de Celebração penitencial no Advento, com o Ofício Divino das Comunidades: