PAINEL ICONOGRÁFICO DA SANTÍSSIMA TRINDADE – 30 ANOS  EM ITAICI

A Sabedoria construiu a sua casa, talhando suas sete colunas. Abateu seus animais, preparou o vinho e pôs a mesa. Enviou suas criadas para anunciar nos pontos mais altos da cidade: “Os ingênuos venham até aqui. Quero falar aos que não tem juízo. Venham comer do meu pão e beber do vinho que eu preparei. Deixem de ser ingênuos, e vocês viverão; sigam o caminho da inteligência.                                                         

Provérbios 9, 1-6

 

Em grande festa, com a Igreja, celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade. Contemplando este grande Mistério e vivendo a nossa vocação à vida de santidade, no seio de Deus, renovamos nossa fé e nossa adesão à aliança com Deus.

 

Especialmente neste ano de 2019 recorda-se um marco importante na vida de fé e na iconografia que explicita os dados da fé. Há 30 anos, a capela da Vila Kostka em Itaici (SP) recebeu um painel iconográfico, que seguramente representa uma grande herança da arte sacra do nosso país. O artista de grande sensibilidade e outros incontáveis valores já reconhecidos, Cláudio Pastro, representou a Santíssima Trindade na figura dos três anjos. Este tema é inspirado no texto bíblico do livro do Gênesis (cf. Gn 18, 1-15) e tem sua representação já muito antiga na tradição da Igreja.

 

O ícone mais conhecido da Santíssima Trindade (pelas Igrejas tanto do Oriente quanto do Ocidente) é do iconógrafo Andrej Rublëv (1360-1430) e foi escrito no ano de 1441, por ocasião da construção de uma igreja de madeira sobre o sepulcro de São Sérgio, na Rússia. As Igrejas conheceram muitos outros ícones da Santíssima Trindade, mas sem dúvida, O iconógrafo Rublev soube expressar a Unidade da Trindade com uma particular harmonia.

 

O afresco da Santíssima Trindade em Itaici também marcou a tradição iconográfica da Igreja no Brasil. Ele se apresenta como lugar de contemplação, a partir do mundo interior do observador. A própria capela é lida como a tenda, aquele que se detém na contemplação também se percebe dentro da tenda. No centro, estão as três figuras, os três anjos, que envolvem a atenção do observador; d’Eles emanam a comunicação e a iniciativa da cena. No meio, o Pai, que com a mão aponta para o Filho. A direita do Pai, O Filho direciona seu olhar diretamente para o observador; Ele nos revela o Pai. O Espírito Santo tem seu olhar voltado para além do que está visível, para fora, para o mundo. Ele está continuamente inspirando a humanidade. A composição geral da cena, comunica a dinâmica das dunas, (que o vento, símbolo do Espírito, transforma a todo instante), a força central da árvore da vida e a contemplação humana diante do Eterno Deus.

 

Colocando-nos diante deste Mistério, somos envolvidos, como Abraão e Sara para adorar e reconhecer a grandiosidade da Vida Divina. A fé nos aproxime da dinâmica do Deus Trino que é a Unidade, a Comunhão, a Vida. Renovemos também nossa vocação à Vida Comunitária, sinal visível do Reino acontecendo entre nós.

 

Ir. Jeyd Gomes, pddm

Arquiteta do Apostolado Litúrgico

 

 

 

Vamos participar da 33ª Semana de Liturgia 2019?

Já saiu todos os detalhes para aqueles já que marcaram a data de 21 a 25 de outubro de 2019 na agenda. A semana de liturgia deste ano acontece, pela primeira vez, em Itaici, Indaiatuba. Até a edição 32ª, o local era no Espaço Anhanguera – Centro Pastoral Santa Fé, também dos Jesuítas, em São Paulo. Em 2018 o Centro Pastoral Santa Fé informou que o local passará por reformas. Deste modo foi necessário encontrar um novo local que comportasse o número de participantes, bem como toda a estrutura necessária ao evento.  Nesta 33ª edição, com o tema “Novo impulso à reforma litúrgica no Brasil: contribuições do pontificado do Papa Francisco”, o Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, com parceria com a Rede Celebra e a Faculdade Unisal convida a todos que desejam participar deste aprofundamento.

Desde o momento em que assumiu a cátedra de Pedro, o Papa Francisco, bispo de Roma, tem se mostrado uma pessoa de palavras e gestos profundamente significativos para a vida
da Igreja. Como um filho legítimo do Concilio Vaticano II, tem convocado à Igreja a retomar o caminho central indicado pela assembleia conciliar à luz da experiência originária: Ser Igrejas Discípula de Jesus, pobre, a serviço dos pobres. Este é o eixo do pontificado de Francisco como foi do Concilio, assumido criativamente em nossa América Latina por Medellín. E é em função de uma Igreja viva, que Francisco defende uma liturgia viva. Aos participantes da 68ª Semana de Liturgia, Itália, recordou que “não se trata de reconsiderar a reforma revendo as suas escolhas, mas de conhecer melhor as razões subjacentes (…), assim como de interiorizar os seus princípios inspiradores e de observar a disciplina que a regular”. E afirma “com autoridade magistral que a reforma litúrgica é irreversível” (RL 267, p. 17]. Recentemente, na assembleia plenária da Congregação para o Culto Divino [RL, 273, p. 29), enfatizou a importância da formação litúrgica para o povo, para o clero e demais ministros, porque a “a liturgia é a via mestra através da qual passar a vida cristã em todas as fases do seu crescimento”. Diante dos ataques e retrocessos que ameaçam os princípios ditados pela Sacrossanctum Concilium, nos anima e encoraja o Papa Francisco, a retomar o processo que vivemos no Brasil, graças ao árduo trabalho da CNBB. É sobre este caminho que está à nossa frente, que vamos nos debruçar nesta 33ª semana de Liturgia.

As inscrições podem ser feitas, em breve, no site www.centrodeliturgia.com.br. Enquanto isto, verifiquem todas as informações necessárias para participação nestes evento:

I.DATA

21 a 25 de outubro de 2019 (de segunda a sexta-feira)
Início: 21/10 (segunda-feira) às 12h (com almoço)
Término: 25/10 (sexta-feira) às 12h (com almoço)
*Exige-se permanência integral no evento devido a sua metodologia.

II.LOCAL

Mosteiro de Itaici
Rodovia José Boldrini, 170 | Bairro Itaici | Indaiatuba – SP
Telefones: Geral: (19) 2107-8500 | Secretaria: (19) 2107-8501 | (19) 2107-8502
www.itaici.org.br

 

A – Hospedagem: R$660,00 (total)

  • Do dia 21/10, às 12h (com almoço) ao dia 25/10, às 12h, (com almoço).
  • Para chegadas após o almoço do dia 21/10 (segunda-feira) e saídas antes do almoço do dia 25/10 (sexta-feira) é preciso informar a casa para obter os devidos descontos e também para a programação interna.
  • A casa não dispõe de quartos individuais.
  • Neste valor não está incluso o kit cama/banho, ou seja, cada participante deve trazer o seu.
  • O participante que não trouxer kit cama/banho poderá usar o oferecido pela própria casa de encontros, no valor de R$25,00 (por kit).
  • Para aqueles(as) que chegarem Domingo (20/10) o valor da pernoite é R$80,00 (com café da manhã).
  • Para aqueles(as) que chegarem na manhã do dia 21/10 (segunda-feira) e desejarem tomar café da manhã (até às 09h) o valor é R$15,00.
  • Check-out realizado após às 14h do dia 25/10 (sexta-feira) incorre no acréscimo de uma nova diária (R$160,00).

 

B – Formas de pagamento:

*Pagamento antecipado: boleto bancário ou transferência bancária direto com o Mosteiro.

*No dia da entrada na recepção do Mosteiro: cartão de débito/crédito ou dinheiro.

*A casa não aceita cheques

 

C – Como chegar:

  • Aeroporto Internacional Viracopos – Campinas: é o aeroporto mais próximo do Mosteiro de Itaici. Segundo informações obtidas através do Google Maps o trajeto é de 17,3km, 22 min (aprox) de carro. Segundo informações da casa de encontros o mais comum é fazer este trajeto por meio de táxi e/ou aplicativos de mobilidade urbana (Uber, 99pop, etc).
  • Campinas-Indaiatuba: transitar pela Rod. SP-75 até chegar a Saída 57-C e Sorocaba-Indaiatuba, Saída 55-A, saindo na Av. Cel. Antonio Estanislau do Amaral / Estr. Municipal Indaiatuba-Itupeva / Rod. José Boldrini. Manter-se nesse percurso até passar a ponte do Rio Jundiaí. A entrada fica à direita em frente a E.E. Joaquim Pedroso de Alvarenga.
  • São Paulo-Indaiatuba: transitar pela Rod. dos Bandeirantes até a Saída 88. Fazer o contorno no pontilhão entrando para a Rod. SP-75. Manter-se no percurso até encontrar a Saída 57-C, saindo na Av. Cel. Antonio Estanislau do Amaral / Estr. Municipal Indaiatuba-Itupeva / Rod. José Boldrini. Manter-se nesse percurso até passar a ponte do Rio Jundiaí. A entrada fica à direita em frente a E.E. Joaquim Pedroso de Alvarenga.
  • Sorocaba e região: seguir pela Rod. Sen. José E. de Moraes até chegar a Rod. Dep. Archimedes Lammoglia, manter-se no percurso até encontrar a Rod. Pref. Hélio Steffen. Siga nessa rota até encontrar a Rod. Eng. Ermênio de Oliveira Penteado, mantenha-se nesse percurso até encontrar à sua direita a Saída 55-A, saindo na Av. Cel. Antonio Estanislau do Amaral / Estr. Municipal Indaiatuba-Itupeva / Rod. José Boldrini. Manter-se nesse percurso até passar a ponte do Rio Jundiaí. A entrada fica à direita em frente a E.E. Joaquim Pedroso de Alvarenga.
  • Rio de Janeiro-Indaiatuba: acesso pela Rod. Dom Pedro I, até a rotatória que leva a Rod. Anhanguera, seguir até encontrar a Rod. Alberto Panzan. Continuar em frente até a Rod. Bandeirantes, seguindo até chegar a Rod. SP-75.
  • Ônibus (VB Transportes)– Informações pelo telefone (19) 3875-2342 ou pelo site vbtransportes.com.br
    VB Transportes mantém horários diários de Campinas-Indaiatuba e São Paulo-Indaiatuba. De Indaiatuba ao bairro Itaici é preciso tomar táxi ou ônibus circular. O circular da Viação Guaianazes (Linhas: Engenho, Terras de Itaici ou Vale das Laranjeiras) passa no portão de entrada do Mosteiro de Itaici, sendo necessário andar 1,2Km até a recepção da casa.

III.INSCRIÇÕES

Direto pelo site: www.centrodeliturgia.com.br (em breve)
*Investimento: R$ 250,00
*Após o pagamento da inscrição o valor não será devolvido.
*Vagas limitadas: 250.

IV.INFORMAÇÕES

  1. Trazer o Ofício Divino das Comunidades.
  2. Trazer comidas e bebidas típicas da sua região para a Confraternização.
  3. Para um maior aproveitamento da Semana de Liturgia recomenda-se que os participantes leiam:

Discurso do Santo Padre o Papa Francisco aos participantes da Semana de Liturgia de Roma.

*O discurso será enviado por e-mail às pessoas que realizarem a sua inscrição.

Outras dúvidas e informações escreva para o e-mail: [email protected] ou pelo telefone (whatsapp) [41] 9-9883-2313 (TIM), com Arnaldo (Secretário, CLDCI)

V.REALIZAÇÃO

 

Baixe TODAS  ESTAS INFORMAÇÕES em PDF: 

33ª Semana de Liturgia 2019

 

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O LIII DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

(2 DE JUNHO DE 2019)

« “Somos membros uns dos outros” (Ef 4, 25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana »

Queridos irmãos e irmãs!

Desde quando se tornou possível dispor da internet, a Igreja tem sempre procurado que o seu uso sirva o encontro das pessoas e a solidariedade entre todos. Com esta Mensagem, gostaria de vos convidar uma vez mais a refletir sobre o fundamento e a  importância do nosso ser-em-relação e descobrir, nos vastos desafios do atual panorama comunicativo, o desejo que o homem tem de não ficar encerrado na própria solidão.

As metáforas da «rede» e da «comunidade» 

Hoje, o ambiente dos mass-media é tão invasivo que já não se consegue separar do círculo da vida quotidiana. A rede é um recurso do nosso tempo: uma fonte de conhecimentos e relações outrora impensáveis. Mas numerosos especialistas, a propósito das profundas transformações impressas pela tecnologia às lógicas da produção, circulação e fruição dos conteúdos, destacam também os riscos que ameaçam a busca e a partilha duma informação autêntica à escala global.

Se é verdade que a internet constitui uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber, verdade é também que se revelou como um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção consciente e pilotada dos factos e relações interpessoais, a ponto de muitas vezes cair no descrédito.

É necessário reconhecer que se, por um lado, as redes sociais servem para nos conectarmos melhor, fazendo-nos encontrar e ajudar uns aos outros, por outro, prestam-se também a um uso manipulador dos dados pessoais, visando obter vantagens no plano político ou econômico, sem o devido respeito pela pessoa e seus direitos. As estatísticas relativas aos mais jovens revelam que um em cada quatro adolescentes está envolvido em episódios de cyberbullying.[1]

Na complexidade deste cenário, pode ser útil voltar a refletir sobre a metáfora da rede, colocada inicialmente como fundamento da internet para ajudar a descobrir as suas potencialidades positivas. A figura da rede convida-nos a refletir sobre a multiplicidade de percursos e nós que, na falta de um centro, uma estrutura de tipo hierárquico, uma organização de tipo vertical, asseguram a sua consistência. A rede funciona graças à comparticipação de todos os elementos.

Reconduzida à dimensão antropológica, a metáfora da rede lembra outra figura densa de significados: a comunidade. Uma comunidade é tanto mais forte quando mais for coesa e solidária, animada por sentimentos de confiança e empenhada em objetivos compartilháveis.

Como rede solidária, a comunidade requer a escuta recíproca e o diálogo, baseado no uso responsável da linguagem.

No cenário atual, salta aos olhos de todos como a comunidade de redes sociais não seja, automaticamente, sinônimo de comunidade. No melhor dos casos, tais comunidades conseguem dar provas de coesão e solidariedade, mas frequentemente permanecem agregados apenas indivíduos que se reconhecem em torno de interesses ou argumentos caraterizados por vínculos frágeis. Além disso, na social web, muitas vezes a identidade funda-se na contraposição ao outro, à pessoa estranha ao grupo: define-se mais a partir daquilo que divide do que daquilo que une, dando espaço à suspeita e à explosão de todo o tipo de preconceito (étnico, sexual, religioso, e outros). Esta tendência alimenta grupos que excluem a heterogeneidade, alimentam no próprio ambiente digital um individualismo desenfreado, acabando às vezes por fomentar espirais de ódio. E, assim, aquela que deveria ser uma janela aberta para o mundo, torna-se uma vitrine onde se exibe o próprio narcisismo.

A rede é uma oportunidade para promover o encontro com os outros, mas pode também agravar o nosso autoisolamento, como uma teia de aranha capaz de capturar. Os adolescentes é que estão mais expostos à ilusão de que a social web possa satisfazê-los completamente a nível relacional, até se chegar ao perigoso fenômeno dos jovens «eremitas sociais», que correm o risco de se alhear totalmente da sociedade. Esta dinâmica dramática manifesta uma grave rutura no tecido relacional da sociedade, uma laceração que não podemos ignorar.

Esta realidade multiforme e insidiosa coloca várias questões de caráter ético, social, jurídico, político, econômico, e interpela também a Igreja. Enquanto cabe aos governos buscar as vias de regulamentação legal para salvar a visão originária duma rede livre, aberta e segura, é responsabilidade ao alcance de todos nós promover um uso positivo da mesma.

Naturalmente não basta multiplicar as conexões, para ver crescer também a compreensão recíproca. Então, como reencontrar a verdadeira identidade comunitária na consciência da responsabilidade que temos uns para com os outros inclusive na rede on-line?

«Somos membros uns dos outros»

Pode-se esboçar uma resposta a partir duma terceira metáfora – o corpo e os membros – usada por São Paulo para falar da relação de reciprocidade entre as pessoas, fundada num organismo que as une. «Por isso, despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros» (Ef 4, 25). O facto de sermos membros uns dos outros é a motivação profunda a que recorre o Apóstolo para exortar a despir-se da mentira e dizer a verdade: a obrigação de preservar a verdade nasce da exigência de não negar a mútua relação de comunhão. Com efeito, a verdade revela-se na comunhão; ao contrário, a mentira é recusa egoísta de reconhecer a própria pertença ao corpo; é recusa de se dar aos outros, perdendo assim o único caminho para se reencontrar a si mesmo.

A metáfora do corpo e dos membros leva-nos a refletir sobre a nossa identidade, que se funda sobre a comunhão e a alteridade. Como cristãos, todos nos reconhecemos como membros do único corpo cuja cabeça é Cristo. Isto ajuda-nos a não ver as pessoas como potenciais concorrentes, considerando os próprios inimigos como pessoas. Já não tenho necessidade do adversário para me autodefinir, porque o olhar de inclusão, que aprendemos de Cristo, faz-nos descobrir a alteridade de modo novo, ou seja, como parte integrante e condição da relação e da proximidade.

Uma tal capacidade de compreensão e comunicação entre as pessoas humanas tem o seu fundamento na comunhão de amor entre as Pessoas divinas. Deus não é Solidão, mas Comunhão; é Amor e, consequentemente, comunicação, porque o amor sempre comunica; antes, comunica-se a si mesmo para encontrar o outro. Para comunicar connosco e Se comunicar a nós, Deus adapta-Se à nossa linguagem, estabelecendo na história um verdadeiro e próprio diálogo com a humanidade (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Dei Verbum, 2).

Em virtude de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus, que é comunhão e comunicação-de-Si, trazemos sempre no coração a nostalgia de viver em comunhão, de pertencer a uma comunidade. Como afirma São Basílio, «nada é tão específico da nossa natureza como entrar em relação uns com os outros, ter necessidade uns dos outros».[2]

O panorama atual convida-nos, a todos nós, a investir nas relações, a afirmar – também na rede e através da rede – o caráter interpessoal da nossa humanidade. Por maior força de razão nós, cristãos, somos chamados a manifestar aquela comunhão que marca a nossa identidade de crentes. De facto, a própria fé é uma relação, um encontro; e nós, sob o impulso do amor de Deus, podemos comunicar, acolher e compreender o dom do outro e corresponder-lhe.

É precisamente a comunhão à imagem da Trindade que distingue a pessoa do indivíduo. Da fé num Deus que é Trindade, segue-se que, para ser eu mesmo, preciso do outro. Só ou verdadeiramente humano, verdadeiramente pessoal, se me relacionar com os outros. Com efeito, o termo pessoa conota o ser humano como «rosto», voltado para o outro, comprometido com os outros. A nossa vida cresce em humanidade passando do caráter individual ao caráter pessoal; o caminho autêntico de humanização vai do indivíduo que sente o outro como rival para a pessoa que nele reconhece um companheiro de viagem.

Do «like» ao «amen»

A imagem do corpo e dos membros recorda-nos que o uso da social web é complementar do encontro em carne e osso, vivido através do corpo, do coração, dos olhos, da contemplação, da respiração do outro. Se a rede for usada como prolongamento ou expetação de tal encontro, então não se atraiçoa a si mesma e permanece um recurso para a comunhão. Se uma família utiliza a rede para estar mais conectada, para depois se encontrar à mesa e olhar-se olhos nos olhos, então é um recurso. Se uma comunidade eclesial coordena a sua atividade através da rede, para depois celebrar juntos a Eucaristia, então é um recurso. Se a rede é uma oportunidade para me aproximar de casos e experiências de bondade ou de sofrimento distantes fisicamente de mim, para rezar juntos e, juntos, buscar o bem na descoberta daquilo que nos une, então é um recurso.

Assim, podemos passar do diagnóstico à terapia: abrir o caminho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso, ao carinho… Esta é a rede que queremos: uma rede feita, não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos gostos [«like»], mas na verdade, no «amen» com que cada um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros.

Vaticano, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2019.

Franciscus

[1] Para circunscrever o fenômeno, será instituído um Observatório internacional sobre cyberbullying, com sede no Vaticano.

[2] Grandes Regras, III, 1: PG 31, 917. Cf. Bento XVI, Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais (2009).

 

A Ética da Ressurreição

Antes de tudo é preciso recordar a conceituação da ética. A mesma é entendida como a investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Aqui vamos ater na ética que permeia a Ressurreição de Jesus, como um princípio vital que faz com que o ser humano possa vir também a ressuscitar com Ele.

A Ressurreição de Jesus que estamos celebrando, deve abrir algumas linhas de reflexão para num primeiro momento traçar um olhar de atenção sobre o progresso pessoal de cada um, e depois o progresso comunitário. Quando falamos de ressurreição, estamos partindo de um princípio de movimento, e este por sua vez é caracterizado tanto no aspecto interior e exterior. A ressurreição deve, portanto, causar um movimento dentro de nós, sendo este capaz de nos desinstalar, de realmente nos tocar ao ponto de querermos e buscarmos uma renovação da nossa existência. Existir somente não vale a pena, a grande questão é como estamos existindo? Estamos sendo sinais de quê? Jesus quando obedeceu ao Pai trilhando a história da salvação, Ele foi sinal de vida, e vida em abundância. Essa é a ética encarnada no cerne da Páscoa, precisamos ser sinais de vida nova, de esperança, de fraternidade e de paz. Precisamos anunciar para um mundo cada vez mais sofrido e descrente que vale a pena seguir Jesus Cristo, por mais que este seguimento exige muito ou quase tudo de nós.

Quando nos abrimos à graça de Deus, reconhecemos quem é Jesus e o que Ele fez por cada um de nós. Por este motivo, precisamos permitir mudanças em nós que nos façam sujeitos éticos, permeados pela graça e misericórdia Dele. A cada dia é necessário pensar profundamente e existencialmente: quem sou? Por que estou no mundo? E em uma linha cristã refletir: o que Deus quer ou espera de mim com este chamado que Ele colocou em meu coração?

O ser humano nunca está pronto, ou até mesmo nunca estará, mas o importante é essa abertura fecunda para deixar-se ser lapidado por Deus. Ele é o grande autor da humanidade, e quer essa humanidade junto do coração Dele. Dizer que estamos prontos é um grande absurdo, nunca estamos prontos repito, precisamos estar a caminho, buscando, e esforçando para caminhar segundo a ética da ressurreição.Outro ponto fundamental dentro dessa ética é não ficarmos parados observando o túmulo vazio de Jesus, é preciso caminhar e anunciar que Ele ressuscitou. O primeiro momento de contemplação do túmulo vazio já passou e dá lugar agora ao Kerigma que é o anúncio, a mensagem, a Boa Nova de Jesus. Anunciamos o Kairós, o tempo da graça de Deus que efetiva em nós a capacidade de olharmos a realidade com outros olhos, e com o desejo de mudança.

Neste sentido, quando somos abraçados no nível pessoal pela Ressurreição de Jesus, temos incutido em nós o desejo e a capacidade de servir no nível comunitário. Quando somos de fato renovados por esse Jesus que se doa para nós e em nosso favor, podemos a partir desse progresso pessoal passar então para o nível comunitário. Para refletir melhor sobre isso uso os três pilares da Vida Agostiniana: Oração, vida fraterna e serviço à Igreja.

A realidade é um grande desafio que salta aos nossos olhos, realidade esta que traduz a dureza de corações que não querem perceber a mensagem de Deus, por isso a oração como este contato direto com o Pai permite que nós possamos dar testemunho da verdade. Uma vida profunda e verdadeira de oração é capaz de converter uma comunidade.

A vida comunitária é o cerne do discipulado de Jesus, discipulado esse com suas diferenças, porém alicerçados nos ensinamentos do mestre. O respeito pelo outro, pela sua posição, opinião e gestos marcam uma vida comunitária sadia e é verdadeiramente instrumento de ressurreição.

E por fim o serviço à Igreja é em primeiro modo serviço ao Reino gestado no coração materno de Deus. Ele amou a humanidade com amor maternal, e a nossa resposta a esse amor deve ser um serviço que nos faça pessoas leves, harmoniosas, atentas aossinais Dele ao nosso redor.

Assim, caminhemos guiados pela Luz do Ressuscitado e deixemos que a ética da ressurreição faça morada em nós e em nosso próximo! Shalom!

 

Frei Danilo Gomes de Almeida, OSA. Ordem de Santo Agostinho. Vigário Paroquial. Paróquia Nossa Senhora da Consolação e Correia. Rio de Janeiro, RJ.

 

 

Lançamento: Reaviva o Dom de Deus | Música do Ano Vocacional da Família Paulina

Com alegria, a Família Paulina do Brasil lançou neste mês de abril, uma música para marcar a celebração do Ano Vocacional: Reaviva o Dom de Deus.

REAVIVA O DOM DE DEUS
Letra e Música: Deivid Tavares, ssp

Na Família Paulina / reluz a cor de muitos dons. / Mãos que acolhem e doam / a viva graça recebida de Deus. / Água e terra tão necessárias / para a semente germinar. Vocação também é assim: / crescer, dar vida, prosperar || pela oração e o testemunho, / alicerces desta missão . ||
Reaviva o dom de Deus, / no carisma da comunicação, / anunciando a boa nova / Reaviva o dom de Deus.

Ficha técnica:
Produção Fonográfica: Pia Sociedade de São Paulo – Padres e Irmãos Paulinos
Letra e Música: Deivid Tavares, ssp
Arranjo Vocal: Gabriel Gobbi
Produção Musical: Bruno Boss
Regência Vocal: Eurivaldo Ferreira
Solo: Deivid Tavares, ssp
Coro:
Ir. Jeane Aguia, sjbp
Ir. Júlia Almeida, pddm
Ir. Daiane Abreu, fsp
Ir. Francesca Carotenuto, ap
Deivid Tavares, ssp
Iorlando Fernandes, ssp
Eurivaldo Ferreira
Gravação, edição, mixagem e masterização: Estúdio FBA Music Mauá, SP, Brasil, por Bruno Boss

No aniversário de nascimento da Família Paulina e no clima do iminente Sínodo sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, os Superiores Gerais da Família Paulina anunciaram a celebração de um Ano vocacional de Família Paulina, que se iniciará, oficialmente, no próximo 25 de janeiro, festa da Conversão de São Paulo, e se concluirá em 24 de janeiro de 2020.

Um ano para redescobrir, com alegria, o mistério da nossa vocação paulina e para propor aos jovens a santidade como “o rosto mais belo da Igreja”.

Um ano para experimentar novamente que “o dom total de si pela causa do Evangelho é algo de estupendo que pode dar sentido a toda uma vida” (Papa Francisco).

Um ano para “sair e encontrar os jovens lá, onde se encontram, reacendendo seus corações e caminhando com eles” (cf. IL 175).

Um ano intenso de oração, reflexão e de tantas iniciativas vocacionais, organizadas, possivelmente, em nível de “Família” e por isso pensadas e vividas “juntos” com os Institutos presentes nas diversas localidades.

Um ano iluminado pela visão do Fundador, Pe. Tiago Alberione, que, “vagando com a mente no futuro, lhe parecia que no novo século almas generosas sentiriam o mesmo que ele sentia …” (AD 17); um ano para fazer ressoar o apelo a “sentir-nos profundamente obrigadas a fazer alguma coisa pelo Senhor e pelos homens e mulheres do nosso tempo” (cf. AD 15) e portanto, para “reavivar o dom de Deus que recebemos”.

“Reaviva o dom de Deus” (2Tm 1,6)

É o slogan paulino que marcará este ano particular.

#FamíliaPaulina #ReavivaOdomDeDeus #AnoVocacional #Reaviva

 

Baixe a partitura-reaviva-o-dom-de-deus

 

Ano Vocacional - Reaviva o dom de Deus Ano Vocacional da Família Paulina

 

 

Primeira missa do Ano Vocacional da Família Paulina

No dia 06 de abril, sábado, às 16h, na paróquia Santo Inácio de Loyola, foi realizada a primeira missa do Ano Vocacional da Família Paulina, presidida pela Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp, Superior Provincial dos Padres e Irmãos Paulinos. A missa contou com a presença de diversos membros da Família Paulina: Padres e Irmãos Paulinos, Irmãs Paulinas, Irmãs Discípulas do Divino Mestre, Irmãs Pastorinhas e Irmãs Apostolinas. Também estavam presentes alguns membros dos Institutos Nossa Senhora da Anunciação (Anunciatinas), São Gabriel Arcanjo (Gabrielinos), Santa Família, Cooperadores Paulinos e paroquianos da paróquia Santo Inácio de Loyola.

Em sua homilia, Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp, destacou a importância do Ano Vocacional da Família Paulina para a Igreja e para a Família Paulina: “Não tenho dúvida de que este ano será um momento oportuno para mostrar à Igreja quem somos, onde estamos e a missão que temos. Também será um momento bom para reavivar em nós o espírito do bem-aventurado Pe. Tiago Alberione”. Por último, o presidente da celebração rezou com a comunidade a oração vocacional “São Paulo apóstolo pelas vocações”, fazendo um apelo vocacional convidando alguns jovens para conhecer mais de perto a Família Paulina.

No mais, coloquemos os preparativos do Ano Vocacional da Família Paulina sob os cuidados de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, de são Paulo Apóstolo, de Maria, Rainha dos Apóstolos, dos bem-aventurados Pe. Tiago Alberione e Timóteo Giaccardo, para que eles nos fortaleçam na missão de anunciar o evangelho na cultura da comunicação e no caminhar com os jovens, para reacender em seus corações a vocação paulina.

Fonte da notícia: Padres e Irmãos Paulinos.

CENTRO DE LITURGIA TEM NOVA DIRETORIA

Os membros do Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, reunidos em Assembleia Geral Ordinária nos dias 22 e 23 de março de 2019, elegeram a nova Diretoria para o triênio 2019-2021:

Coordenadora: Ir. Veronice Fernandes, PDDM
Vice-coordenador: Prof. Márcio Antônio de Almeida
Secretário geral: Prof. Arnaldo Antonio de Souza Temochko
Tesoureiro: Pe. Hernaldo Pinto Farias, SSS
Vice-tesoureira: Ir. Maria Jeydjane Lunguinho Gomes, PDDM
Conselho fiscal: Pe. Carlos Gustavo Haas; Pe. Francisco Inácio Vieira Junior, SDB; Profa. Elza Helena de Abreu

Expressamos nossa gratidão aos membros da Diretoria anterior pelo frutuoso empenho, e desejamos sucesso à nova gestão.

O Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard está a serviço da formação litúrgica de todo o Povo de Deus, em nível nacional, regional e local. Em sua atuação, privilegia cursos, publicações e Semanas de Liturgia. Em parceria com o Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), proporciona três cursos de Pós-Graduação lato sensu (Especialização) em Liturgia, Música Litúrgica e Espaço Litúrgico, Arquitetura e Arte Sacra.

Um pouco da nossa história
Segundo a Profa. Elza Helena de Abreu, o Centro de Liturgia é uma associação de natureza educativa, vinculada à Igreja Católica, constituída por um grupo de liturgistas que se dedica ao estudo, à formação, à pesquisa e à produção cientifica na área da liturgia. Com sede em São Paulo, nasceu também nesta cidade. No dia 18 de novembro de 1986, Dom Paulo Evaristo Arns, em conjunto com os bispos de São Paulo, aprovou a criação do Centro de Liturgia, a partir da apresentação de um texto com o título: “Histórico, motivações e ideias para um instituto de liturgia em São Paulo”. Bem mais tarde, em 1994, ainda com o apoio de Dom Paulo, foi oficialmente regulamentada a criação do Centro de Liturgia, integrado à Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. O regimento interno, elaborado pela Faculdade em conjunto com o Centro, foi assinado no dia 1º de julho de 1994 pelo diretor da Faculdade, o Cônego José Adriano, e, como representante do Centro, o Pe. Gregório Lutz. Foram quatro os membros fundadores: Pe. Gregório Lutz, Pe. Marcelino Sivinski, Ione Buyst, Pe. Armando João Henn. Com o tempo, juntaram-se a estes outros competentes liturgistas.

Conta o Pe. Gregório que a pré-história do Centro começou quando nos anos 70 borbulharam na capital paulista diversas atividades em favor da liturgia, do seu conhecimento aprofundado e da sua celebração mais inculturada. Realizaram-se, sobretudo na Faculdade de Teologia da Arquidiocese de São Paulo, semanas e meses de estudos na área da liturgia e cursos de canto litúrgico. As Pias Discípulas do Divino Mestre começaram a publicar a revista “A Vida em Cristo e na Igreja”, que hoje se chama “Revista de Liturgia”.

Os liturgistas que promoviam esse trabalho de formação litúrgica deram-se conta de que não deviam se limitar às boas condições presentes em São Paulo para um incremento da liturgia. Constatou-se que no Brasil afora quase não havia liturgistas formados ou bem preparados para ensinar nas Faculdades de Teologia e nos Seminários. Também os leigos precisavam de formação litúrgica de qualidade. Um passo para atingir esta meta eram os encontros anuais dos liturgistas promovidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Diante da falta de formação litúrgica científica de professores, foi criado na Faculdade da Assunção um Curso de Especialização em Liturgia. Dom Paulo Evaristo Arns, por meio de um decreto com data de 20 de dezembro de 1983, reconheceu tal curso como Seção de Liturgia, com o direito de promover também a formação acadêmica para Mestre e Doutor em Teologia dogmática, com Especialização em Liturgia.

Os membros do Centro de Liturgia foram os responsáveis pela programação dos cursos e por todas as outras atividades do Centro: a nova Especialização em Liturgia, que se realizava durante quatro meses no primeiro semestre de cada ano; o Curso de Atualização em Liturgia, durante o mês de janeiro; a Semanas de Liturgia a cada ano em outubro; a publicação do Boletim do Centro de Liturgia; os Cadernos de Liturgia; assessorias dos mais diversos tipos, e colaboração com a Comissão Nacional de Liturgia da CNBB.

Merece destaque a metodologia de estudo da liturgia, que o Centro desenvolveu e vem promovendo em suas atividades formativas. Ela foi elaborada no próprio Centro. Leva em consideração o contexto eclesial e segue o método ver-julgar-agir. Parte da constatação e análise de práticas celebrativas bem concretas (primeiro passo); confronta e reflete teologicamente sobre esta realidade à luz da Sagrada Escritura e da Tradição (segundo passo); para assim chegar a conclusões e propostas concretas para o aperfeiçoamento destas práticas, a serviço da vida e missão da Igreja (terceiro passo). Muitas vezes, o objetivo final dos trabalhos acadêmicos são sugestões para a inculturação da liturgia no Brasil e na América Latina.

Quem deseja aprofundar este assunto poderá ler os seguintes textos: Lutz, Gregório. Ione Buyst e o Centro de Liturgia da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção em São Paulo-SP. In: Sivinski, Marcelino; Silva, José Ariovaldo da (orgs.). Liturgia no coração da vida. São Paulo: Paulus 2006, p. 27-31. Buyst, Ione. Formação litúrgica. Memória pessoal: Centro de Liturgia, 1985-2006. 2. ed. Ribeirão Preto: s/ed., 2010.

O Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, em parceria com o UNISAL
Uma parceria com uma entidade acadêmica reconhecida também pelos órgãos civis é indispensável para um Centro de Liturgia que queira fornecer aos alunos dos seus cursos certificados e diplomas reconhecidos pelo Ministério da Educação.

Ora, quando a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção estava em fase de integração plena na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no dia 19 de fevereiro de 2009 o então diretor da Faculdade informou que o Centro de Liturgia não poderia acompanhar o processo de integração na PUC-SP. Com a finalidade de garantir a realização dos seus projetos, os membros do Centro decidiram fazer uma proposta de parceria ao UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo, Unidade São Paulo, Campus Pio XI, que foi prontamente acolhida pelo diretor do Curso de Teologia, o Prof. Dr. Pe. Ronaldo Zacharias, que veio a tornar-se Reitor do UNISAL (de 2012 a 2017). As atividades do Centro de Liturgia continuaram sem interrupção, exceto o Curso de Especialização que foi retomado no ano de 2012, com uma nova forma, como Curso de Pós-graduação lato sensu em Liturgia. Atualmente é realizado intensivamente, e com grande procura, em três meses de julho em anos consecutivos, com um total de 400 horas aula.

O título atual do Centro foi decidido na reunião ordinária de novembro de 2009, de modo que de lá em diante passou a ser chamado de Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard. Esta foi uma forma de homenagear a Dom Clemente, porque este grande bispo, liturgo e liturgista beneditino (1917-2011) acompanhou a renovação da liturgia no Brasil desde os primeiros momentos do Movimento Litúrgico no Rio de Janeiro, sua cidade natal; ele participou de todas as sessões do Concílio Vaticano II, cujo primeiro documento publicado foi a Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium. Depois do Concílio, em Roma, ele foi membro do Conselho para a Execução da Reforma Litúrgica; durante mais de vinte anos participou e presidiu a Comissão Nacional de Liturgia da CNBB, e também, por vários anos, o Departamento de Liturgia do CELAM.

Oramos a Deus para continuarmos a honrar o legado do Concílio Vaticano II, de Medellín e Puebla, de Santo Domingo e Aparecida e de Dom Clemente Isnard.

Fonte: site CENTRO DE LITURGIA

32º Aniversário de morte de Madre Escolástica Rivata

No aniversário 32º aniversário da pascoa da Venerável Escolástica, a Família Paulina esteve reunida na celebração da Eucaristia, neste 3º Domingo da Quaresma.
Na palavra de Jesus o apelo continuo à conversão, concretizada na atitude de serviço e entrega gratuita ao Reino, ecoava no testemunho de Moisés, na experiência do encontro com Deus sendo instrumento de libertação, solidário com os que sofrem injustamente. Madre Escolástica bebeu desta fonte inesgotável do Ano Litúrgico e soube reverter em testemunho de vida seu amor à Eucaristia, às pessoas.

Úrsula nasceu em Guarene Itália, no dia 12 de julho de 1897. É a primeira entre quatro filhos do casal Antonio Rivata e Lúcia Alessandria. Úrsula teve duas irmãs e um irmão, que viveu apenas dez meses após a morte da mãe, a qual faleceu quando Úrsula tinha somente seis anos de idade. O pai casou-se novamente e educou suas filhas em ambiente familiar de valores humanos e cristãos.

A pequena Úrsula se destacava na escola e entre as colegas, por sua sensibilidade, inteligência e capacidade de iniciativa. Aos sete anos foi admitida à primeira comunhão e recebeu o sacramento da confirmação em 1909. Fortalecida no empenho cristão, participa do coral da paróquia e experimenta, na sua adolescência e juventude, vários tipos de trabalho, desde a lavoura à fábrica de seda. Isso a colocou em contato com diversas realidades sociais e contribuiu para o seu crescimento.

O pai, Antonio, se orgulha de suas três belas filhas, e como bom e vigilante patriarca, dirige-se um dia a Úrsula para lhe dizer que um rapaz a pediu em casamento, acrescentando: É um bom jovem e tem também algumas posses; com ele você poderá ter uma vida feliz. Quarenta anos mais tarde, narrando este episódio, Úrsula escreve: …depois da Missa, vindo para casa, diante de uma bela estátua do Sagrado Coração… eu lhe disse: Senhor, só Tu e basta. Desci a escada e fui ter com papai e dizer-lhe: não, não aceito a mão dele.

Com a expressão Senhor, só tu e basta, a jovem Úrsula diz o seu “sim” Àquele que por primeiro a escolheu e que, a partir daquele momento lhe pedirá para ser “o Único” da sua vida, “na alegria e na dor, na saúde e na doença, na pátria e no exílio…” Embora já tenha atingido a maioridade, a sua decisão provoca certo contraste na família, acolhido por ela como uma prova que a reforça ainda mais na decisão.

Úrsula continua a sua formação lendo muito. A paixão pela leitura, na busca de bons livros, leva-a ao encontro de um grande apóstolo dos tempos modernos: padre Tiago Alberione o qual, sem rodeios, enquanto procura o livro pedido por ela, e depois num breve diálogo, lhe diz: Quando você vem para a casa São Paulo? A partir disso tendo já vinte e quatro anos, sente-se impulsionada a romper com as demoras e a oposição da família.

Acompanhada pelo pai, no dia 29 de julho de 1922, Úrsula entrou na aventura que a conduziu nos insondáveis caminhos do Senhor. No vivaz contexto das primeiras fundações paulinas, no dia 21 de novembro de 1923, padre Alberione diz: Separai para mim Úrsula e Matilde, para a obra à qual as destinei. Assim começou a escolha de Úrsula para iniciar a nova fundação juntamente com outras seis jovens que a própria Úrsula ajudará escolher dentre as jovens do grupo feminino já existente.

O dia 10 de fevereiro de 1924, memória de Santa Escolástica, foi escolhido pelo padre Alberione para o início da nova fundação. No dia 25 de março do mesmo ano, festa da Anunciação, este grupo de oito jovens, faz sua manifestação oficial com o hábito religioso e a profissão dos votos. Recebem um nome novo e Úrsula torna-se Irmã Escolástica da Divina Providência.

No mesmo dia inicia aquele que será o seu trabalho principal: a Adoração Eucarística e o viver como irmã e mãe ao lado dos Sacerdotes e Discípulos da Sociedade São Paulo. Desde estes inícios, Madre Escolástica Rivata passa a ser a colaboradora em Cristo com Padre Alberione, para a realização do carisma das Pias Discípulas do Divino Mestre. Com vinte e oito anos é a responsável pela nova família que surge e, a partir deste momento, pode-se ler a história de Escolástica somente seguindo passo a passo o caminho das Pias Discípulas.

Ela foi a primeira sobre a qual o bem-aventurado Tiago Alberione havia posto o olhar para dar vida à nova fundação e é a última do primeiro núcleo das oito a concluir, podemos assim dizer, o arco fundacional. No dia 24 de março de 1987, Madre Escolástica conclui seu peregrinar terreno. Dia 13 de março de 1993, em Alba, inicia-se o processo diocesano para a beatificação e canonização de Madre Escolástica Rivata. Ela foi proclamada Venerável pelo papa Francisco no dia 9 de dezembro de 2013 e agora continua o processo para o próximo passo, a beatificação.

 

Reanima o dom de Deus

As irmãs junioristas da província Brasil das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre se reuniram no Jardim Divino Mestre, neste feriado de Carnaval. Ir. Danielle, Ir. Natali, Ir Romilda e Ir. Neideane, juntamente com sua formadora, Ir. Juceli Mesquita e a provincial, ir. Marilez Furlanetto estiveram juntas para partilhar a vida e animar ainda mais a caminhada através do testemunho de cada uma.

Além da partilha da vida, as jovens irmãs aprofundaram textos sobre discernimento vocacional e a escolha essencial pela missão dentro do carisma da congregação.

Louvamos a Deus pela vida das nossas jovens e pelo seu renovado sim.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2019

TEMA: FRATERNIDADE
E POLÍTICAS PÚBLICAS

LEMA: “SERÁS LIBERTADO
PELO DIREITO E PELA JUSTIÇA.” (Isaías 1,29)

 

 

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal.

Revestidos pelo Batismo e pela Crisma, Deus nos constituiu como mediadores do Reino da verdade, da graça, da justiça, do amor e da paz. Deus age no mundo transformando-o através do nosso testemunho, do nosso agir, do nosso fazer, mas não sozinhos. Uma andorinha não faz verão. Buscamos uma santidade coletiva. Somos Igreja!

A Quaresma lembra os quarenta dias que Jesus ficou no deserto em jejum e oração se preparando para a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Iniciamos a Quaresma com a Quarta-feira de Cinzas, nessa Celebração se dá também a Abertura da Campanha da Fraternidade.

Que o Jejum, a Esmola e a Oração nos coloquem na dinâmica do seguimento de Jesus. O jejum para despertar em nós a fome de Deus e a disponibilidade para saciar a fome dos irmãos. Pela esmola, a partilha, a misericórdia, o cuidado e entrega aos outros. Pela oração, pela escuta, pela meditação nos despertamos para sermos mais de Deus.

Aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. Por isso a Campanha da Fraternidade, mais uma vez neste ano nos leva a olhar a realidade em que vivemos, através do método: VER, JULGAR E AGIR.

Neste ano nos dedicaremos ao serviço amoroso aos irmãos e irmãs através das Políticas Públicas, que é diferente de fazer política.

Políticas Públicas podem ser relacionadas à educação, à saúde, aos direitos humanos, à assistência social, à economia, à zona rural, às mulheres e tantos outros temas, que são as ações do Estado na solicitude para com os mais necessitados.

A Campanha da Fraternidade deste ano convoca de um modo especial os cristãos para serem agentes de transformação da sociedade e sementes do Reino nos Conselhos Paritários de Direitos.

Uma maneira concreta de se viver o que pede a Campanha deste ano é participar dos Conselhos municipais, estaduais e federais, participação dos nossos agentes de pastorais nesses espaços. Procurar saber quais são os Conselhos locais que estão ativos na cidade e quem são as pessoas da nossa Paróquia que fazem parte destes Conselhos Paritários de Direitos.

Se fizermos somente isto já está de bom tamanho a nossa participação ativa na Campanha da Fraternidade deste ano. Fazer bem o pouco que se faz e fazer bem. Basta!

Boa Quaresma, uma santa e feliz Páscoa da Ressurreição de Jesus. Paz!

Pe. José Antonio DalBó Giovannetti, CSsR
Pastoral no Santuário de Nossa Senhora Aparecida,
e superior da Casa Provincial em São Paulo.