JEFTÉ: O LÍDER IMPROVÁVEL E SUA PROMESSA “SEM JEITO”

Se você acha que sua família tem histórias estranhas, espere até conhecer Jefté, o personagem de Juízes 11,29-39a. Imagine só: um líder militar escolhido em meio a um caos de tribos brigando por tudo — sim, nada de reuniões de condomínio aqui — e ele ainda tem que lidar com um passado meio complicado: filho de uma prostituta, marginalizado pela sociedade. Mas Deus, que tem um senso de timing impecável, decide que ele é a pessoa certa para a missão.

No versículo 29, lemos que o Espírito do Senhor veio sobre Jefté. Ou seja, Deus basicamente disse: “Ok, Jefté, hora de brilhar!” e deu a ele coragem e força para enfrentar os amonitas. E aqui é onde a história fica curiosa. Antes de ir para a batalha, Jefté faz um voto… e é daqueles votos que hoje nos fariam dizer como o João Grilo do “Auto da Compadecida”: “Ô, promessa desgraçada! Ô, promessa sem jeito!” Ele promete entregar ao Senhor a primeira pessoa que saísse da sua casa para encontrá-lo se vencesse a guerra. E adivinhe quem apareceu primeiro? Sua própria filha. 😬

Agora, temos duas leituras possíveis dessa história:

  1. Literal – Jefté cumpre o voto e, bom, digamos que a história não tem final feliz.
  2. Mais suave – alguns estudiosos dizem que a filha foi consagrada ao serviço de Deus, tipo um retiro espiritual eterno, sem precisar morrer. Ainda é estranho, mas pelo menos tem menos tragédia.

O mais incrível dessa história é perceber que Deus trabalha de maneiras inesperadas. Ele pega um líder improvável, que ninguém dava nada, e o capacita para salvar o povo. Além disso, nos lembra que promessas mal pensadas podem trazer confusão — e que talvez seja melhor pedir conselho antes de fazer votos radicais.

No fundo, Jefté nos ensina sobre fé, compromisso e a criatividade divina em transformar situações complicadas. E nos dá uma boa risada (ou suspiro) sobre como a vida pode ser cheia de surpresas — algumas trágicas, outras simplesmente… bizarras.

Jefté foi escolhido por Deus para liderar Israel mesmo sendo marginalizado e sem grande prestígio social. A fé dele — ainda que imperfeita e cheia de falhas humanas — o capacitou a confiar em Deus e enfrentar uma situação difícil: a guerra contra os amonitas. Isso nos lembra que a fé não é ausência de medo ou dúvidas, mas a disposição de se colocar à serviço de Deus mesmo em circunstâncias complicadas.

O voto de Jefté, por mais “sem jeito” que tenha sido, revela sua seriedade em cumprir promessas. Ele mostra que assumir compromissos, especialmente diante de Deus, exige responsabilidade, coragem e consciência das consequências. A narrativa nos alerta sobre a importância de refletir antes de fazer promessas e de honrar aquilo que prometemos.

Deus usa Jefté, um homem improvável e marginalizado, para salvar Israel. Isso mostra a criatividade divina: Deus consegue transformar uma situação aparentemente desastrosa (um líder rejeitado, uma promessa arriscada) em um caminho de libertação para o povo. Mesmo os erros e limites humanos podem ser incorporados ao plano divino, evidenciando que Deus pode operar com recursos que nós nem imaginamos.

A história de Jefté nos inspira a confiar na ação de Deus, a levar a sério nossos compromissos e a reconhecer que Deus tem maneiras surpreendentes de transformar dificuldades em oportunidades de aprendizado e salvação.

Jefté foi escolhido por Deus para liderar Israel mesmo sendo marginalizado e sem grande prestígio social. A fé dele — ainda que imperfeita e cheia de falhas humanas — o capacitou a confiar em Deus e enfrentar uma situação difícil: a guerra contra os amonitas. Isso nos lembra que a fé não é ausência de medo ou dúvidas, mas a disposição de se colocar à serviço de Deus mesmo em circunstâncias complicadas.

O voto de Jefté, por mais “sem jeito” que tenha sido, revela sua seriedade em cumprir promessas. Ele mostra que assumir compromissos, especialmente diante de Deus, exige responsabilidade, coragem e consciência das consequências. A narrativa nos alerta sobre a importância de refletir antes de fazer promessas e de honrar aquilo que prometemos.

Deus usa Jefté, um homem improvável e marginalizado, para salvar Israel. Isso mostra a criatividade divina: Deus consegue transformar uma situação aparentemente desastrosa (um líder rejeitado, uma promessa arriscada) em um caminho de libertação para o povo. Mesmo os erros e limites humanos podem ser incorporados ao plano divino, evidenciando que Deus pode operar com recursos que nós nem imaginamos.

    A história de Jefté nos inspira a confiar na ação de Deus, a levar a sério nossos compromissos e a reconhecer que Deus tem maneiras surpreendentes de transformar dificuldades em oportunidades de aprendizado e salvação.

    Moral da história: pense duas vezes antes de fazer um voto, e nunca subestime alguém que a sociedade considera “sem chance”. Você pode acabar surpreso — e Deus também.

    LITURGIA DE HOJE: REFLEXÕES SOBRE JUÍZES 11,29.39A, SALMO 39(40) E MATEUS 22,1-14

    A liturgia de hoje (21/08/2025) nos apresenta leituras profundamente desafiadoras, capazes de provocar em nós tanto estranhamento quanto esperança. De um lado, a primeira leitura (Jz 11,29-39a) traz a história trágica do voto insensato de Jefté, que termina com a morte de sua própria filha. De outro, o Evangelho (Mt 22,1-14) nos abre a perspectiva de um Deus que convida todos para o banquete de bodas do Reino, revelando sua graça gratuita. O salmo responsorial (Sl 39/40) se coloca no meio desses dois textos como chave de interpretação: “Sacrifício e oblação não quiseste, mas abriste, Senhor, os meus ouvidos”.

    Essas leituras, quando lidas em conjunto, nos ajudam a refletir sobre a diferença entre uma religiosidade baseada em medo, violência e barganha, e a verdadeira fé, fundada na escuta da Palavra e no acolhimento do amor gratuito de Deus.

    A liturgia de hoje e o contexto do Livro dos Juízes

    A liturgia de hoje começa com um episódio marcante do Livro dos Juízes. Jefté, um homem de origem marginalizada, é escolhido para libertar Israel da opressão dos amonitas. Antes da batalha, tomado pelo desejo de vitória, ele faz uma promessa precipitada: se vencer, oferecerá em holocausto a primeira pessoa que sair da porta de sua casa para saudá-lo. Para sua tragédia, quem sai é sua filha única.

    O texto bíblico não é um modelo a ser imitado, mas um retrato cru da mentalidade da época, quando práticas religiosas pagãs — como sacrifícios humanos — ainda influenciavam Israel. Aqui, a Escritura não silencia a dor, nem tenta “adoçar” a dureza do acontecimento. Ela nos coloca diante de uma experiência de fé mal compreendida, que acaba gerando morte e sofrimento.

    Um voto insensato e uma religiosidade distorcida

    O drama de Jefté é, antes de tudo, um alerta. Ele tinha sido revestido pelo Espírito do Senhor para conduzir o povo (Jz 11,29), mas isso não o impediu de agir de maneira equivocada. Seu voto revela uma tentativa de “comprar” o favor divino, como se Deus precisasse de pagamento humano para conceder a vitória.

    Essa postura mostra uma compreensão distorcida de Deus: em vez de confiar na sua misericórdia e na sua promessa, Jefté se deixou levar pelo medo e pela superstição. O resultado é um ato de violência contra a própria vida, justamente contra a filha que representava sua descendência e esperança de futuro.

    O contraste com o salmo da liturgia de hoje

    É interessante perceber como o salmo responsorial da liturgia de hoje oferece uma resposta direta ao drama de Jefté. O Salmo 39(40) proclama: “Sacrifício e oblação não quiseste, mas abriste, Senhor, os meus ouvidos”. Aqui, o salmista deixa claro que Deus não se agrada de rituais vazios ou de ofertas violentas, mas deseja sobretudo a escuta obediente e a disponibilidade interior.

    Se Jefté tivesse compreendido isso, não teria caído na armadilha de pensar que o sacrifício de uma vida humana poderia agradar ao Senhor. O salmo, portanto, funciona como chave hermenêutica que nos orienta: o verdadeiro culto é feito de fé, obediência e amor, não de gestos desesperados ou supersticiosos.

    O Evangelho e a gratuidade do convite divino

    No Evangelho de Mateus (22,1-14), a liturgia de hoje apresenta a parábola das bodas. Um rei prepara a festa de casamento para seu filho e convida muitos, mas os primeiros convidados recusam, ocupados com seus próprios interesses. Então, o rei manda chamar todos os que encontrarem, bons e maus, para preencher a sala do banquete.

    Aqui vemos o contraste com a primeira leitura. Enquanto Jefté tenta conquistar o favor de Deus por meio de um sacrifício terrível, Jesus revela que o Pai é aquele que oferece gratuitamente a salvação, comparada a um banquete de alegria. Não se trata de negociar com Deus, mas de acolher seu convite.

    Contudo, há também o detalhe da veste nupcial. Isso nos lembra que, embora o convite seja gratuito, ele pede de nossa parte uma resposta sincera. Não basta apenas “estar presente” fisicamente; é preciso deixar-se transformar, vestir-se da graça que nos é oferecida.

    Religião que gera morte versus fé que gera vida

    Colocadas lado a lado, as leituras da liturgia de hoje nos ajudam a discernir entre dois tipos de religiosidade:

    1. Uma religião distorcida, que nasce do medo, da superstição e da tentativa de controlar Deus, mas que termina gerando violência e morte (como no caso de Jefté).
    2. A fé verdadeira, que nasce da escuta e da confiança no amor gratuito de Deus, levando à vida plena e à alegria do banquete (como ensina Jesus na parábola).

    Esse contraste nos convida a examinar a qualidade de nossa própria fé: será que buscamos a Deus por confiança e amor, ou por interesse e medo? Estamos abertos à sua graça gratuita, ou ainda tentamos negociar com Ele?

    A história de Jefté pode parecer distante, mas ela continua atual. Quantas vezes ainda hoje vemos pessoas fazendo “promessas” a Deus, pensando que Ele exige algo em troca para abençoar sua vida? Muitas vezes, essa lógica pode levar a sofrimentos desnecessários e a uma compreensão equivocada do amor divino.

    O Evangelho, ao contrário, nos chama a uma espiritualidade da gratuidade. Deus nos convida a participar de sua festa, independentemente de méritos. O que Ele pede é que tenhamos um coração aberto, revestido de humildade e pronto para acolher sua graça transformadora.

    A liturgia de hoje e a memória de São Pio X

    Além das leituras bíblicas, a liturgia de hoje celebra a memória de São Pio X, Papa (1835–1914). Conhecido como o “Papa da Eucaristia”, ele incentivou fortemente a participação dos fiéis no mistério do altar. Promoveu a comunhão frequente e até mesmo das crianças, convencido de que a Eucaristia é o alimento essencial para a vida cristã.

    Enquanto a primeira leitura nos mostra uma religiosidade que gera morte, e o Evangelho nos revela a festa da vida no Reino, São Pio X nos aponta o caminho concreto para viver essa fé: a comunhão com Cristo na Eucaristia, que fortalece a Igreja e renova os corações. Sua vida foi marcada pelo lema: “Instaurare omnia in Christo” – “Restaurar todas as coisas em Cristo”.

    Celebrar sua memória junto com estas leituras é recordar que a verdadeira fé não exige sacrifícios humanos ou gestos supersticiosos, mas se manifesta na confiança no amor de Deus, na participação no banquete da Eucaristia e na vida transformada pela graça.

    A liturgia de hoje nos provoca com a dureza da história de Jefté e ao mesmo tempo nos consola com a beleza do convite divino ao banquete. De um lado, aprendemos a rejeitar toda religiosidade marcada pela violência e pela barganha; de outro, somos convidados a abrir o coração para a gratuidade da salvação oferecida por Cristo.

    São Pio X foi para o Bem-Aventurado Pe. Tiago Alberione uma inspiração determinante. Seu lema Instaurare omnia in Christo moldou o projeto apostólico da Família Paulina, enquanto sua promoção da Eucaristia como centro da vida cristã alimentou a espiritualidade de Alberione. Pode-se dizer que Pio X foi a grande referência eclesial que confirmou e orientou a vocação do Fundador da Família Paulina.

    Quando ainda seminarista, Alberione participou em 1900 da vigília de Ano Novo em Alba, onde sentiu o chamado para trabalhar pela Igreja do novo século. Pouco depois, Pio X foi eleito Papa e adotou como lema “Instaurare omnia in Christo”. Esse lema se tornou uma inspiração central para Alberione, que o assumiu como guia espiritual e apostólico.

    Pio X também foi o Papa da Eucaristia, incentivando a comunhão frequente e das crianças. Alberione bebeu intensamente dessa espiritualidade: para ele, a Eucaristia deveria ser o centro da vida e da missão apostólica. Não por acaso, a espiritualidade da Família Paulina é marcada pela adoração eucarística e pela centralidade de Cristo Mestre.

    Além disso, Alberione viu em Pio X o impulso para usar os novos meios de comunicação como instrumentos para “restaurar todas as coisas em Cristo”. A missão da Família Paulina nasceu desse horizonte: difundir a Palavra de Deus através da imprensa e, depois, de todos os meios de comunicação social.

    Assim, pode-se dizer que São Pio X foi uma referência determinante para Alberione: sua visão e seu lema inspiraram diretamente a espiritualidade e a missão da Família Paulina.

    Que a memória de São Pio X, Papa da Eucaristia, inspire novos profetas e nos ajude a viver essa fé verdadeira, centrada não em sacrifícios externos, mas na comunhão profunda com o Senhor, que nos chama sempre para o seu banquete de amor.

    JUBILEU DE OURO DA ORAÇÃO EUCARÍSTICA V É CELEBRADO EM LIVE ESPECIAL

    Em 2025, a Oração Eucarística V, composta por ocasião do Congresso Eucarístico Nacional de Manaus (1975), completa 50 anos de existência. Para celebrar este marco histórico e espiritual da Igreja no Brasil, a Revista de Liturgia promoveu uma Live especial no dia 18 de agosto de 2025 (segunda-feira), às 20h, pelo canal do YouTube da Revista.

    O encontro, intitulado “Jubileu de Ouro da Oração Eucarística V”, será conduzido pela Ir. Maria da Penha Carpanedo, pddm, diretora da Revista de Liturgia, e terá como convidados especiais Dom Jerônimo Pereira Silva, monge beneditino do Mosteiro de São Bento de Olinda-PE, e Frei Telles Ramon, O. de M., da Ordem de Nossa Senhora das Mercês.

    Dom Jerônimo é Mestre em Teologia, com especialização em Liturgia Pastoral pelo Instituto de Liturgia Pastoral de Santa Justina (Pádua, Itália – 2012), e Doutor em Sagrada Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo, em Roma (2016). Já Frei Telles Ramon, músico e integrante da Rede Celebra de Animação Litúrgica, atua especialmente na área da música litúrgica. A contribuição de ambos promete enriquecer a reflexão, destacando a profundidade e a atualidade desta oração eucarística.

    A Oração Eucarística V é reconhecida por sua beleza teológica e pastoral, marcada pelo forte espírito de comunhão e pela dimensão missionária da Igreja, que se deixa conduzir pelo Espírito para formar um só corpo em Cristo.

    Este momento foi marcado por formação, espiritualidade e gratidão pela riqueza litúrgica da Igreja no Brasil, especialmente pela herança do Congresso Eucarístico de Manaus.

    🔗 A transmissão será feita no YouTube da Revista de Liturgia: Live sobre a Oração Eucarística V.

    Todos são convidados a rever este momento especial.

    Revista de Liturgia
    Nosso compromisso é com a formação litúrgica

    https://revistadeliturgia.com.br/produto/assinatura-anual-impressa

    A SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

    No dia 15 de agosto, a Igreja Católica celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Esta festa recorda que Maria, ao final de sua vida terrena, foi elevada por Deus em corpo e alma à glória do Céu. É um mistério de fé que nos lembra a dignidade da Mãe de Jesus e, ao mesmo tempo, aponta para o destino final de todos os cristãos: a vida plena junto de Deus.

    Aqui no Brasil, por determinação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a solenidade é transferida para o domingo seguinte ao dia 15 de agosto. Essa decisão pastoral busca facilitar a participação de todos os fiéis na celebração deste importante mistério da fé.

    Fundamentos bíblicos e litúrgicos

    A Bíblia não descreve diretamente a Assunção de Maria, mas a liturgia associa a este mistério algumas passagens que iluminam sua importância:

    • Apocalipse 11,19a; 12,1-6a.10ab: apresenta a “mulher revestida de sol, coroada de doze estrelas”, figura tradicionalmente associada a Maria e à Igreja.
    • 1 Coríntios 15,20-27a: São Paulo recorda que Cristo venceu a morte. Maria participa dessa vitória de forma plena, sendo a primeira depois de Jesus a experimentar a glória da ressurreição.
    • Lucas 1,39-56 (Magnificat): Maria é proclamada bem-aventurada por todas as gerações. Sua fé e disponibilidade a Deus são a razão de sua glorificação.

    Essas leituras, proclamadas na liturgia da solenidade, ajudam a compreender o significado espiritual da Assunção: em Maria, vemos realizada a promessa da vida eterna.

    A festa da Assunção tem raízes muito antigas. Já no século V, os cristãos do Oriente celebravam a “Dormição de Maria”, ou seja, o seu trânsito da vida terrena para a glória de Deus. No século VII, a celebração chegou a Roma e, pouco a pouco, se espalhou por toda a Igreja. Com o passar do tempo, tornou-se uma das mais importantes solenidades marianas do calendário litúrgico.

    A fé na Assunção sempre fez parte da tradição cristã, mas foi proclamada oficialmente como dogma pelo Papa Pio XII, em 1º de novembro de 1950, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.
    O texto define que: “A Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celeste.”

    Essa definição não especifica se Maria morreu antes de ser assumida, deixando aberta a questão. O essencial é afirmar que ela foi glorificada de modo integral, em corpo e alma, como fruto de sua união única com Cristo.

    Significado teológico

    A Assunção de Nossa Senhora não é apenas uma festa litúrgica; ela possui um profundo valor espiritual e teológico para todos os fiéis. Cada aspecto desse mistério nos convida a refletir sobre a fé, a esperança e a vida cristã.

    Assunção de Nossa Senhora

    Maria é sinal de esperança: a Assunção revela que a vida terrena é apenas uma etapa do nosso caminho. Maria, elevada em corpo e alma à glória celestial, torna-se um sinal de esperança para todos os cristãos. Ela nos mostra que a morte não é o fim, mas uma passagem para a plenitude da vida em Deus. Assim como Maria foi glorificada, todos os batizados são chamados à ressurreição final e à participação na vida eterna. Celebrar a Assunção é, portanto, renovar a confiança de que o amor de Deus vence a morte e transforma a existência humana, tornando possível a vida plena junto do Criador.

    Maria é modelo de discipulado: esta solenidade também destaca Maria como modelo de discípula. Desde a anunciação, ela se colocou inteiramente à disposição de Deus, dizendo seu “sim” com humildade e coragem. Sua vida é exemplo de fé, escuta da Palavra e serviço ao próximo, caminhos que todo cristão é chamado a percorrer. Ao contemplarmos Maria elevada aos céus, percebemos que o discipulado verdadeiro não é apenas seguir Jesus nos momentos de conforto, mas permanecer fiel mesmo diante das dificuldades. A Assunção reforça que a entrega total a Deus conduz à glória eterna.

    Maria e a dignidade do corpo humano: a Assunção de Maria ressalta, ainda, a dignidade do corpo humano. Ao ser elevada em corpo e alma, Maria mostra que o corpo, criado por Deus e destinado à comunhão com Ele, não é descartável nem secundário em relação à alma. Pelo contrário, o corpo participa da glória divina e será transformado na ressurreição. Esse ensinamento é importante para a teologia cristã: cada pessoa é chamada a cuidar de si mesma e dos outros, respeitando a vida e valorizando a corporeidade como parte essencial da criação. A Assunção nos lembra que nosso corpo também é chamado à glorificação, assim como Maria já experimentou.

    Em resumo, o significado teológico da Assunção nos apresenta três verdades essenciais: a esperança da vida eterna, o modelo de fé e entrega e a dignidade integral do ser humano, corpo e alma. Ao celebrarmos Maria glorificada, somos convidados a caminhar com confiança, a imitar sua fidelidade e a reconhecer o valor da vida em todas as suas dimensões.

    Dimensão pastoral e espiritual

    Celebrar a Assunção é renovar a confiança na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. É também olhar para Maria como mãe e intercessora, que já participa plenamente da glória do Filho.
    Ao contemplar sua Assunção, os cristãos são convidados a viver com esperança, cultivando a fé e a caridade, sabendo que a vida terrena é caminho para a vida eterna.

    Aqui no Brasil, a celebração em domingo reforça esse aspecto pastoral, garantindo que a comunidade de fé possa se reunir em maior número para celebrar a vitória de Maria e, nela, a promessa da vida eterna para todos os batizados.

    A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora é uma celebração de fé, esperança e alegria. Ela nos lembra que Maria, a primeira discípula de Jesus, já alcançou a plenitude da salvação e nos encoraja a seguir seu exemplo de escuta da Palavra e de confiança em Deus.

    O dogma proclamado em 1950 apenas confirmou aquilo que o povo cristão já acreditava e celebrava há séculos: Maria está junto de Deus, em corpo e alma, e de lá continua a cuidar da Igreja e de cada um de seus filhos.

    69 ANOS DE PRESENÇA DAS PIAS DISCÍPULAS NO BRASIL

    Memória agradecida e fidelidade criativa à missão

    No dia 26 de julho de 2025, celebramos com profunda gratidão os 69 anos da chegada das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre ao Brasil. Foi em 1956 que as primeiras irmãs pisaram em terras brasileiras, vindas da Itália, acolhendo com generosidade o chamado da missão confiada pelo Bem-aventurado Tiago Alberione: ser presença orante, litúrgica e formativa no coração da Igreja e da Família Paulina.

    Esses quase sete decênios de história são marcados por uma entrega silenciosa e fiel, construída dia a dia nas comunidades, nos bastidores da liturgia, na atenção aos ministros ordenados, na acolhida aos que buscam um espaço de silêncio e oração, na evangelização através da arte e da beleza.

    Ao longo deste caminho, foram muitos os rostos, nomes e histórias que deram corpo à missão das Pias Discípulas no Brasil. Mulheres consagradas, discípulas e apóstolas do Divino Mestre, que, com simplicidade e ousadia, lançaram as sementes do carisma e cuidaram para que crescessem em solo brasileiro, sempre em sintonia com os tempos, as culturas e os desafios de cada época.

    Hoje, a presença das Pias Discípulas se estende por diferentes regiões do país, com comunidades e centros de missão que continuam a proclamar, com a vida e o serviço, a centralidade da Eucaristia, da Palavra e da Liturgia na vida da Igreja.

    Celebrar este aniversário é mais do que recordar o passado. É renovar o compromisso de ser hoje “memória viva de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida”, como nos lembra a espiritualidade que herdamos. É continuar, com fidelidade criativa, a missão iniciada por Ir. M. Escolástica Rivata e tantas irmãs que nos precederam, tendo os olhos fixos no Mestre que caminha conosco.

    Nesta linda festa, recordamos com gratidão a vida e a fidelidade de nossas Irmãs jubilandas:
    Ir. Neusa, Ir. Auxiliadora, Ir. Clarinda, Ir. Rosângela e Ir. Vera,
    que celebram 60 anos de consagração religiosa. Suas vidas testemunham o “sim” perseverante, a comunhão fraterna e o amor apaixonado por Jesus Mestre, vivido no cotidiano da missão. Com elas, louvamos ao Senhor por tantas graças derramadas!

    A Ele, a glória!
    A Maria, Rainha dos Apóstolos, nossa confiança!
    Aos irmãos e irmãs que caminham conosco, a nossa gratidão!

    “NAS PEGADAS DO MESTRE”: IRMÃS PIAS DISCÍPULAS VIVEM EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS COMO PEREGRINAS DE ESPERANÇA

    Taboão da Serra, SP — De 29 de junho a 6 de julho de 2025, trinta Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, provenientes de diversas comunidades do Brasil, reuniram-se na Casa de Retiros Cenáculo, em Taboão da Serra (SP), para viverem um intenso tempo de Exercícios Espirituais. Acompanhadas pela Ir. Suzimara Barbosa de Almeida, SJBP, as irmãs foram conduzidas a um caminho de interiorização e renovação à luz do tema: “Nas pegadas do Mestre – Peregrinas de Esperança: um caminho de renovação espiritual”, inspirado no itinerário do Ano Jubilar da Esperança convocado pelo Papa Francisco para 2025.

    O retiro, vivido em clima de profundo silêncio, oração e escuta da Palavra, foi uma oportunidade privilegiada para reavivar o chamado pessoal à vida consagrada e renovar o ardor missionário. O tema, em sintonia com a preparação espiritual para o Jubileu, levou as irmãs a reconhecerem-se como peregrinas em busca de esperança, seguindo os passos do Divino Mestre com fé e coragem, mesmo entre os desafios do tempo presente.

    A Casa das Irmãs do Cenáculo de Taboão da Serra, envolta por paisagens silenciosas e acolhedoras, tornou-se espaço fecundo de encontro com Deus e de revisão de vida. O ritmo dos Exercícios contemplou meditações diárias conduzidas pela Ir. Suzimara, acompanhamento espiritual individual, celebrações comunitárias e momentos de oração pessoal.

    A assessora, com sabedoria e sensibilidade espiritual, ofereceu pistas de meditação enraizadas na Palavra de Deus e nos apelos da Igreja para o tempo jubilar. As irmãs foram convidadas a colocar-se a caminho com simplicidade, permitindo que o Espírito Santo renovasse em cada uma a alegria do primeiro chamado e a esperança que não decepciona.

    As trinta participantes representavam comunidades de norte a sul do Brasil: Manaus, Codajás, Brasília, Olinda, Belo Horizonte, Cabreúva, Caxias do Sul, São Paulo, entre outras localidades. Essa diversidade regional refletiu a universalidade da missão das Pias Discípulas e a comunhão que une todas no seguimento do mesmo Mestre e na vivência do mesmo carisma.

    Mesmo no silêncio proposto pelo retiro, a presença de cada irmã tornava-se elo de comunhão: um silêncio habitado pela oração, pela escuta e pela fraternidade discreta, mas profunda. Como peregrinas, cada uma reconheceu-se parte de um povo em marcha, sustentado pela fé e pelo testemunho recíproco.

    Os Exercícios Espirituais foram estruturados em torno da metáfora do caminho: caminhar com o Mestre, aprender d’Ele, deixar-se transformar e ser enviada novamente com esperança renovada. As reflexões tocaram temas sensíveis e concretos do caminho da vida consagrada, como o chamado, a fidelidade nas provações, o dom da fraternidade, a configuração a Cristo Mestre, o serviço generoso dentro da Família Paulina e a esperança como virtude ativa.

    O tempo de oração pessoal ajudou cada irmã a reler a própria história à luz da Palavra e do olhar misericordioso de Deus. Houve também espaço para confrontar os desafios da vida consagrada hoje (como o cansaço espiritual, o ativismo e a dispersão interior) e para renovar o desejo de seguir Jesus com inteireza de coração.

    Em contraste com o ritmo acelerado do cotidiano, o silêncio vivido nos Exercícios revelou-se não como ausência, mas como presença viva do Senhor. “Foi um silêncio que falava ao coração, que curava, que fazia ouvir com mais nitidez a voz do Mestre”, relatou uma das participantes.

    Esse ambiente favoreceu a escuta interior e a abertura à ação do Espírito Santo. O silêncio tornou-se espaço de fecundidade espiritual, onde cada irmã pôde redescobrir a beleza da própria vocação e reavivar o sentido da consagração como dom e missão.

    Gratidão e missão

    A Província do Brasil manifesta sua gratidão à Ir. Suzimara Barbosa de Almeida pelo serviço prestado com sabedoria, escuta e fidelidade ao carisma. Agradece também à Casa de Retiros das Irmãs do Cenáculo, em Taboão da Serra/SP, que proporcionou um ambiente acolhedor e propício à oração, e a cada irmã que, com generosidade, entrou na dinâmica dos Exercícios como verdadeira peregrina do Espírito.

    Que este primeiro grupo de Exercícios Espirituais de 2025 inspire muitas outras irmãs a buscarem, “nas pegadas do Mestre”, a força e a esperança necessárias para a missão que continua. O Ano Jubilar é convite à renovação da fé, à vivência alegre da esperança e ao testemunho de caridade. Que, como Pias Discípulas, possamos seguir firmes e disponíveis, anunciando com a vida: Cristo vive! Ele é nossa esperança!

    SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI: O PÃO QUE DÁ VIDA AO MUNDO

    Quinta-feira, 19 de junho de 2025
    “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Lc 9,13)

    A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) é uma das mais belas expressões da fé católica na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Neste dia, a Igreja celebra com solenidade, louvor e gratidão o mistério do pão consagrado, que é o próprio Cristo, oferecido por amor ao Pai e por nós.

    A festa teve início no século XIII e foi instituída oficialmente pelo Papa Urbano IV, diante do desejo de reafirmar a fé na Eucaristia em tempos de incerteza. Desde então, ela se tornou uma celebração que une liturgia, piedade e missão, levando o Corpo de Cristo a percorrer nossas ruas em procissão, como sinal de bênção e esperança.

    As leituras proclamadas neste ano (Ano C) nos conduzem a uma profunda compreensão teológica da Eucaristia como presença viva, sacrificial e salvífica de Cristo.

    Na primeira leitura (Gn 14,18-20), encontramos Melquisedec, figura enigmática e ao mesmo tempo profética, que oferece pão e vinho em ação de graças e bênção. Este gesto antigo, realizado por um sacerdote-rei, já prefigura a oferta eucarística de Cristo, Sumo e eterno Sacerdote, que nos alimenta com o pão da vida e o cálice da salvação. Não por acaso, o Salmo responsorial recorda: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedec!” (Sl 109/110,4).

    A segunda leitura (1Cor 11,23-26) nos leva ao coração da ceia de Jesus. São Paulo transmite à comunidade aquilo que ele mesmo recebeu: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória.”

    Celebrar a Eucaristia é tornar presente a entrega de Cristo, sua morte e ressurreição, até que ele venha. Trata-se de uma memória viva e transformadora: ao partilhar do mesmo pão e do mesmo cálice, a comunidade é chamada a se tornar o que recebe, Corpo de Cristo no mundo, unido, reconciliado e comprometido.

    No Evangelho de Lucas (9,11b-17), Jesus multiplica os pães e peixes diante de uma multidão faminta. O cenário é revelador: Jesus acolhe, ensina, cura e alimenta. Diante da escassez, Ele não manda o povo embora, mas confia aos discípulos uma missão ousada: “Dai-lhes vós mesmos de comer.”

    A multiplicação é mais do que um milagre físico: é sinal e antecipação da Eucaristia, onde Jesus toma o pão, ergue os olhos ao céu, pronuncia a bênção, parte e o entrega. É o mesmo gesto da Última Ceia, é o mesmo gesto da Missa.

    Na Eucaristia, não apenas comungamos um alimento espiritual, mas aprendemos o gesto do dom: abençoar, partir e repartir. A lógica do Evangelho não é a do acúmulo, mas a da entrega. Por isso, “todos comeram e ficaram satisfeitos” e ainda sobrou.

    A sequência litúrgica tradicional de Corpus Christi, atribuída a São Tomás de Aquino, é uma verdadeira catequese em forma de poesia. Em versos belíssimos, proclamamos o mistério de fé: “Faz-se carne o pão de trigo, faz-se sangue o vinho amigo: deve-o crer todo cristão.”

    A sequência nos convida a olhar com fé para o altar: vemos pão e vinho, mas cremos no Cristo inteiro, que se dá em cada partícula da Hóstia e em cada gota do Cálice. Alimentar-se da Eucaristia é entrar em comunhão com o próprio Deus, é ser nutrido para a vida eterna.

    A Eucaristia é presença. Não é apenas símbolo ou lembrança, mas o Senhor Ressuscitado realmente presente, que permanece conosco até o fim dos tempos. Adorá-Lo no Sacramento é reconhecer que Ele está vivo entre nós e que o altar é o centro e o coração da Igreja.

    A Eucaristia também é missão. Como afirmou o Papa Francisco: “A Missa é o céu na terra, mas também é um apelo à caridade no mundo.” Quem comunga o Corpo do Senhor é chamado a ser corpo doado, pão repartido, vida entregue. Não há verdadeira adoração sem compromisso com a justiça, a fraternidade e a dignidade humana. A procissão de Corpus Christi, ao sair do templo, nos lembra disso: Cristo quer caminhar pelas ruas, encontrar as feridas do povo, alimentar os famintos do corpo e da alma.

    Celebrar Corpus Christi é renovar a fé no mistério da Eucaristia, que nos forma, transforma e envia. É deixar que Jesus nos nutra com o Pão da vida e nos ensine a repartir com generosidade. “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente.” (Jo 6,51)

    Que nesta festa, cada comunidade cristã se reúna com alegria, fé e reverência ao redor da mesa da Palavra e da Eucaristia, reconhecendo no pão consagrado o Cristo vivo que caminha conosco. E que, ao final da celebração, ao sair em procissão pelas ruas, cada fiel seja sinal de esperança, de comunhão e de solidariedade, levando a presença de Jesus aos cantos do mundo que mais precisam Dele.

    FESTA DE PENTECOSTES: VEM ESPÍRITO SANTO DE AMOR!

    “Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,22)

    A Festa de Pentecostes é uma das celebrações mais importantes do calendário cristão. Marca o encerramento do Tempo Pascal e comemora a efusão do Espírito Santo sobre os discípulos, cinquenta dias após a Ressurreição do Senhor. Essa solenidade nos convida a mergulhar no mistério da presença viva e operante do Espírito de Deus na Igreja e no mundo.

    OS TEXTOS BÍBLICOS DESTA SOLENE CELEBRAÇÃO

    O texto dos Atos dos Apóstolos (2,1-11) descreve o momento em que os discípulos, reunidos no Cenáculo com Maria, são surpreendidos por um vento impetuoso e por línguas de fogo. É o cumprimento da promessa de Jesus: “Recebereis o Espírito Santo” (cf. At 1,8). O Espírito Santo transforma aquele grupo de homens temerosos em testemunhas corajosas e anunciadores do Evangelho a todas as nações. A diversidade de línguas compreendidas simboliza a universalidade da salvação e o nascimento da Igreja missionária.

    O Salmo 103(104), com sua beleza poética, proclama: “Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai!” O Espírito é aquele que dá vida, renova, transforma o caos em ordem, a aridez em fecundidade. A criação e a missão da Igreja se entrelaçam pela ação constante do Espírito vivificador.

    Na Primeira Carta aos Coríntios (12,3b-7.12-13), São Paulo nos recorda que é o Espírito quem faz da Igreja um só corpo, distribuindo diferentes dons para o bem comum. A pluralidade de carismas não divide, mas edifica. Todos são batizados em um mesmo Espírito e formam um só corpo: Cristo. Pentecostes, portanto, é também a festa da unidade na diversidade, da comunhão e da partilha de dons para o serviço do Reino.

    A belíssima Sequência de Pentecostes expressa em forma de oração poética o desejo da Igreja: “Vinde, Espírito Divino!” É um clamor por luz, consolo, força e santidade. O Espírito é invocado como hóspede da alma, descanso no labor, cura para os corações feridos. Cada verso revela a confiança na ação discreta, porém poderosa, do Espírito que age no mais íntimo da vida humana.

    No Evangelho de João (20,19-23), Jesus ressuscitado aparece aos discípulos e sopra sobre eles, dizendo: “Recebei o Espírito Santo.” Como o Pai enviou Jesus, Ele agora envia os discípulos. O dom do Espírito está diretamente ligado à missão: anunciar, reconciliar, perdoar. É o início de uma nova criação, da humanidade renovada em Cristo.

    PENTECOSTES: ABRIR-SE AO SOPRO DO ESPÍRITO SANTO

    Celebrar Pentecostes é abrir-se ao sopro do Espírito Santo que renova todas as coisas. É reconhecer que a Igreja vive e cresce não por sua força, mas pela presença do Espírito. É tempo de renovar os dons recebidos no Batismo e na Crisma, de reacender a chama do amor de Deus e de assumir, com coragem, a missão de anunciar a Boa Nova.

    Que esta solenidade reavive em nós a alegria do Evangelho, fortaleça nossa unidade na diversidade e nos envie como discípulos missionários, cheios do fogo do Espírito.

    “Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons.”
    (Sequência de Pentecostes)

    59ª JORNADA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS: “PARTILHAI COM MANSIDÃO A ESPERANÇA QUE ESTÁ NOS VOSSOS CORAÇÕES”

    Papa Francisco convida a uma comunicação que gere esperança, construa pontes e cure feridas

    No próximo domingo, dia 01 de junho de 2025, celebraremos o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Em memória saudosa, o Papa Francisco escreveu, ainda no dia 24 de janeiro de 2025, a sua mensagem para este dia. Ele dirige ao mundo da comunicação uma mensagem de profundo apelo à esperança e à responsabilidade. Inspirado nas palavras da Primeira Carta de São Pedro — “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (1Pd 3,15-16) —, o Santo Padre convoca comunicadores, jornalistas, profissionais da mídia e todos os fiéis a serem protagonistas de uma comunicação que humaniza, promove o diálogo e semeia esperança.

    Desarmar a comunicação

    Num cenário marcado por desinformação, polarização e discursos de ódio, Francisco alerta para os riscos de uma comunicação agressiva, que distorce a realidade, gera medo e fomenta divisões. O Papa chama a atenção para a “dispersão programada da atenção” nas plataformas digitais, que, ao manipular percepções, comprometem o senso de comunidade e o bem comum.

    “Não podemos render-nos à lógica de identificar o outro como inimigo”, afirma o Pontífice, sublinhando que a esperança se enfraquece quando o rosto e a dignidade do outro são obscurecidos.

    Uma esperança que transforma

    Para Francisco, a esperança não é mero otimismo ou ilusão, mas uma virtude ativa e transformadora. Citando Bento XVI, ele recorda que “quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova”. Por isso, o comunicador cristão é chamado a testemunhar, antes de tudo, a beleza da vida iluminada pela fé, sendo presença que inspira perguntas e oferece respostas permeadas de mansidão, respeito e amor.

    Comunicar como Jesus: com mansidão e proximidade

    A mensagem do Papa propõe um modelo de comunicação inspirado em Jesus, o maior Comunicador de todos os tempos, que soube escutar, caminhar com os outros e acender a esperança nos corações, como fez com os discípulos de Emaús.

    “Sonho com uma comunicação que fale ao coração, que gere empatia, que aposte na beleza e na esperança, mesmo nas situações mais difíceis”, escreve Francisco.

    Esperança que se faz juntos

    O Papa lembra ainda que a esperança não é um ato isolado, mas comunitário. Em sintonia com o Jubileu de 2025, ele convoca todos a serem “peregrinos de esperança”, protagonistas de uma comunicação capaz de tecer comunhão, construir pontes, escutar os últimos e valorizar as sementes de bem presentes no mundo.

    Cuidar do coração para comunicar com verdade

    Por fim, Francisco deixa um apelo incisivo: “Sede testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construa pontes e atravesse os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo”. E conclui, encorajando os comunicadores a cuidarem do próprio coração, para que sua palavra seja sempre fonte de vida, de esperança e de fraternidade.

    O 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado em maio de 2025, solenidade da Ascensão do Senhor, como é tradição na Igreja.

    A íntegra da mensagem pode ser lida no site do Vaticano:
    Mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais

    Abaixo, uma proposta de oração para este dia:

    1 A 8 DE JUNHO: SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS 2025

    Entre os dias 1º e 8 de junho de 2025, comunidades cristãs de todo o Brasil se reunirão para celebrar a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC), sob o tema “Crês nisso?” (João 11,26). Promovida pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), a SOUC é um convite à oração e ao diálogo entre diferentes tradições cristãs, buscando fortalecer os laços de fraternidade e unidade.

    O tema deste ano remete ao diálogo entre Jesus e Marta, após a morte de Lázaro. Ao questionar Marta sobre sua fé na ressurreição, Jesus nos convida a refletir sobre o conteúdo e a profundidade de nossa própria fé. Essa interrogação serve como ponto de partida para a reflexão ecumênica proposta pela SOUC 2025, desafiando os cristãos a examinarem o que significa crer em Jesus Cristo e como essa fé se traduz em ações concretas de amor e unidade.

    Desde 2021, os materiais da SOUC são disponibilizados exclusivamente em formato digital. O Caderno de Celebrações da SOUC 2025 oferece subsídios litúrgicos e formativos para auxiliar as comunidades na organização de celebrações e momentos de oração durante a semana. O material pode ser acessado gratuitamente no site oficial do CONIC.

    A identidade visual da SOUC 2025 foi criada por Gabriel Zinani, vencedor do concurso nacional promovido pelo CONIC. Sua arte destaca símbolos de unidade, como o caminho e a luz, e elementos representativos da fé cristã, como a pomba, evocando a presença do Espírito Santo. A proposta artística visa inspirar as comunidades a caminharem juntas na busca pela unidade.

    A Semana de Oração pela Unidade Cristã é celebrada mundialmente, com datas que variam conforme o hemisfério. No hemisfério Sul, as igrejas geralmente celebram a SOUC no período de Pentecostes, simbolizando a unidade da Igreja. No Brasil, o CONIC coordena as iniciativas da SOUC em diversos estados, promovendo a vivência ecumênica e o fortalecimento dos laços entre as diferentes tradições cristãs.

    Para mais informações e acesso aos materiais da SOUC 2025, visite o site oficial do CONIC: www.conic.org.br.

    O Cartaz da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2025

    O cartaz oficial da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC) 2025 foi criado pelo jovem designer gráfico Gabriel Zinani, vencedor do concurso nacional promovido este ano.

    Gabriel, de 18 anos, é estudante de Design Gráfico na FSG e desde cedo cultiva paixão pelas artes, seja através da música, teatro, cinema ou literatura. Sua trajetória é marcada pela busca constante de crescimento espiritual e humano, acreditando na força transformadora do amor e do bem. Foi por meio do incentivo de seu professor, Manoel Zampieri, que conheceu o CONIC e decidiu participar do concurso, motivado pela vontade de expressar, por meio da arte, uma visão da fé que une e ilumina.

    A inspiração por trás da arte do Cartaz da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

    O cartaz da SOUC 2025 é carregado de símbolos que dialogam profundamente com o tema da unidade e da comunhão entre os cristãos, oferecendo múltiplas leituras teológicas, culturais e espirituais. Gabriel explica que sua proposta busca respeitar a diversidade de pensamentos e realidades, sem perder de vista a centralidade do amor e da presença de Cristo.

    Posicionamento de Jesus: No centro da cena, Jesus não se coloca acima ou à frente dos outros, mas ao lado das pessoas, refletindo sua humildade, proximidade e amor. Seu manto lembra os lençóis palestinos, tradicionalmente usados por homens no Oriente Médio, sugerindo uma conexão cultural com suas origens.

    Símbolos de unidade: À frente, vemos duas pessoas de mãos dadas: uma mulher com véu floral, representando o Oriente, e um homem com vestes ocidentais, simbolizando o Ocidente. Seus dedos entrelaçados formam um coração de luz, imagem que traduz o amor e a fraternidade que unem os cristãos de diferentes culturas.

    O caminho e a luz: O caminho percorrido pelo casal transmite a ideia de direção e esperança. Jesus segura um lampião aceso, iluminando o trajeto e recordando que Ele é a Luz do mundo, aquele que guia os passos de seus seguidores.

    A pomba da paz: No alto do cartaz, uma pomba branca carrega uma cruz bizantina, símbolo da paz e da união entre Oriente e Ocidente, reforçando o chamado à reconciliação e à construção de pontes entre as igrejas e os povos.

    Paleta de cores: A escolha das cores foi inspirada na obra “A Noite Estrelada” de Vincent Van Gogh, evocando sensações de acolhimento, serenidade e esperança. Nos trajes, o Oriente aparece representado por tons claros e florais, enquanto o Ocidente se expressa em cores neutras e sóbrias, criando um equilíbrio visual que reforça a mensagem de harmonia e unidade.

    O cartaz da SOUC 2025 é mais do que uma peça visual. Ele é um convite à reflexão, ao diálogo e à vivência do amor que ultrapassa fronteiras, culturas e tradições, nos aproximando do desejo de Jesus: “Que todos sejam um” (Jo 17,21).

    👉 Confira o cartaz completo e acesse os materiais da SOUC 2025 no site do CONIC: www.conic.org.br

    Fonte desta notícia: https://www.conic.org.br/portal/vivencia-ecumenica/semana-de-oracao-pela-unidade-crista-souc