“PAZ DESARMADA E DESARMADORA AO MUNDO”: PAPA LEÃO XIV EMOCIONA EM SEU PRIMEIRO DISCURSO COMO SUCESSOR DE PEDRO

Em um clima de emoção e esperança, o novo Papa Leão XIV foi apresentado ao mundo neste 08 de maio de 2025, com palavras que tocaram corações e acenderam a fé dos fiéis: “Que a paz esteja convosco.” Assim começou o seu primeiro discurso, pronunciado da sacada central da Basílica de São Pedro, diante de uma Praça repleta de peregrinos e câmeras ligadas ao redor do mundo.

Com uma fala marcada por simplicidade, firmeza e espiritualidade profunda, Leão XIV destacou a missão da Igreja como “ponte” entre Deus e a humanidade, pedindo união, diálogo e caridade: “A humanidade necessita de pontes para que sejam alcançadas por Deus e ao mundo.”

Assumindo o legado do Papa Francisco, a quem agradeceu emocionadamente, o novo pontífice fez ecoar o espírito sinodal da Igreja e recordou sua vocação como agostiniano: “Convosco sou cristão, e para vós bispo.”

Em espanhol, dirigiu-se também com carinho ao povo da sua antiga diocese de Chiclayo, no Peru, reconhecendo a fé viva daquele povo que o formou como pastor.

Encerrando com a oração à Virgem Maria, Leão XIV deixou um apelo ao mundo: “Rezemos juntos por essa nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo.”

Em seguida, concedeu sua primeira Bênção Urbi et Orbi – à cidade de Roma e ao mundo –, abrindo um novo capítulo na história da Igreja com humildade e determinação.

Abaixo, o seu discurso na íntegra:

“Que a paz esteja convosco. Irmãos, irmãs caríssimos, esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado, o bom pastor, que deu a vida pelo rebanho de Deus. Também eu gostaria que esta saudação, de paz, entrasse no vosso coração, alcançasse vossas famílias, a todas as pessoas. Onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra, a paz esteja convosco. Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, uma paz desarmadora, humilde e perseverante, que provém de Deus. Deus que nos ama a todos, incondicionalmente. Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz frágil, mas sempre corajosa do papa Francisco, que abençoava Roma. O papa que abençoava Roma, dava a sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me dar sequência àquela mesma bênção: Deus nos quer bem, Deus nos ama a todos. O mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, mão na mão com Deus e entre nós, sigamos adiante. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. O mundo precisa da sua luz. A humanidade necessita de pontes para que sejam alcançadas por Deus e ao mundo. Ajudai-nos também vós, unam-se aos outros, a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo, sempre, em paz. Obrigado, papa Francisco. Gostaria de agradecer a todos os irmãos cardeais que me escolheram para ser sucessor de Pedro, e caminharei junto a vós, como Igreja unida, buscando sempre a paz, a justiça, buscando sempre trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo. Sem medo, para proclamar o Evangelho. Para sermos missionários. Sou um filho de Santo Agostinho, agostiniano, que disse: “Convosco sois cristão, e para vós bispo”. Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo a essa pátria, à qual Deus nos preparou. À Igreja de Roma, uma saudação especial. Devemos buscar juntos como ser igreja missionária, uma igreja que constrói pontes, que dialoga, sempre aberta a receber como esta praça de braços abertos, a todos, todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo, de amor. E se me permitem também uma palavra: [em espanhol] a todos aqueles, de modo particular, à minha querida diocese de Chiclayo no Peru, onde um povo fiel acompanhou o seu bispo, compartilhou a sua fé e deu tanto a mim para seguir sendo igreja fiel de Jesus Cristo. A todos vós irmãos e irmãs, de Roma, da Itália e do mundo inteiro, queremos ser uma igreja sinodal, uma igreja que caminha, que busca sempre a paz, que busca sempre a caridade e busca sempre estar próxima, especialmente daqueles que sofrem. O dia da súplica à Nossa Senhora de Pompeia, nossa mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima, ajudar-nos com a sua interseção e seu amor. Agora gostaria de rezar junto convosco, rezemos juntos por essa nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo. Peçamos essa graça especial à Maria, nossa mãe.”

Nós, Pias Discípulas do Divino Mestre, acolhemos com alegria o Papa Leão XIV!

Com coração filial e espírito de comunhão, nos unimos a toda a Igreja para dar graças a Deus pelo dom do Santo Padre Papa Leão XIV. Reconhecemos nele o sucessor de Pedro, sinal visível da unidade e guia seguro para o povo de Deus em tempos de grandes desafios e esperanças renovadas.

Como Pias Discípulas, renovamos com entusiasmo nossa oferta de oração e missão ao serviço da Eucaristia, do sacerdócio e da liturgia, em profunda sintonia com o Papa Leão XIV, que inicia seu ministério com coragem evangélica e olhar voltado para Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

Acolhemos o Papa Leão XIV com gratidão, esperança e o firme propósito de caminhar em comunhão com ele, colocando nossos dons a serviço da evangelização, da formação litúrgica e da vida espiritual do povo de Deus. Seu sim generoso é para nós sinal de fidelidade e inspiração para vivermos também nossa vocação com renovado ardor.

Confiamos ao Divino Mestre o início deste pontificado, para que o Papa Leão XIV seja sempre guiado pela sabedoria do Espírito Santo, animado pelo amor à Igreja e fortalecido na missão de confirmar os irmãos na fé. Desejamos que sua palavra toque os corações, promova a paz, a justiça e renove a esperança nos caminhos do Evangelho.

Seja bem-vindo, Papa Leão XIV! Com afeto e fidelidade, caminhamos contigo, em comunhão, fé e amor à Igreja.

RETIRO MENSAL DE MAIO: UM ROTEIRO PARA VIVÊNCIA, A PARTIR DOS TEXTOS DO 3º DOMINGO DA PÁSCOA

Antes de iniciar o retiro, cuide com carinho da ambientação: prepare uma mesa coberta com uma toalha, a Bíblia aberta (ou o Lecionário), uma vela acesa e cadeiras dispostas em círculo, garantindo que todas as pessoas tenham um lugar para se sentar. Esse ambiente favorece o encontro com o Senhor e entre os irmãos.

Refrão de Abertura:
Ressuscitou de verdade, aleluia, aleluia!
Cristo Jesus ressuscitou, aleluia, aleluia!

Invocação ao Espírito Santo

Abrimos nosso encontro invocando o Espírito Santo, pedindo que nos conduza na escuta da Palavra e nos ajude a reconhecer a presença do Ressuscitado entre nós.

Leituras Bíblicas do Retiro

  • Evangelho: João 21,1-19
  • 1ª Leitura: Atos dos Apóstolos 5,27b-32.40b-41
  • Salmo: Salmo 29
  • 2ª Leitura: Apocalipse 5,11-14

Reflexão sobre os Textos

Neste 3º Domingo da Páscoa, a liturgia nos convida a continuar celebrando o coração da nossa fé: a Ressurreição de Jesus. Somos chamados a refletir sobre como nossa vida e nossas comunidades podem testemunhar, de forma concreta, a salvação que Ele nos trouxe.

  • Na primeira leitura, vemos os apóstolos em Jerusalém proclamando, com coragem e alegria, a vida nova que brota da Ressurreição — mesmo diante das perseguições. A Boa Nova não pode ser silenciada.
  • Na segunda leitura, o “Cordeiro” vitorioso é aclamado por toda a criação. Este louvor universal é um convite para que também nós nos unamos a esse cântico de gratidão e reconhecimento pela salvação oferecida a todos.
  • O Evangelho nos mostra os discípulos retomando suas atividades cotidianas, mas já transformados pela presença do Ressuscitado. Ainda assim, é preciso o olhar da fé para reconhecer o Senhor — “É o Senhor!”, proclama João. Pedro, impulsionado por essa certeza, mergulha nas águas. A pesca abundante (153 peixes grandes, símbolo da universalidade da missão) revela a generosidade de Deus e a presença viva de Cristo entre eles.
    Jesus não precisa se identificar. Eles sabem que é Ele.

A morte de Jesus não foi um acidente. Foi o resultado de sua fidelidade a um projeto de amor que incomodava os poderosos. Mesmo sabendo que isso o levaria à cruz, Ele seguiu firme, revelando em tudo a verdade de Deus. Essa mesma mensagem continua, ainda hoje, sendo rejeitada por quem escolhe viver na mentira.

Como discípulos de Jesus, somos chamados a seguir seus passos com coragem, mesmo quando isso significar enfrentar incompreensões ou resistências. A pergunta que ecoa ao final da reflexão é desafiadora:
E nós, estamos dispostos a viver como Ele viveu?

Encerramento

Após o momento de oração pessoal e comunitária, partilhem os frutos da escuta e da meditação da Palavra. Em seguida, cantem ou recitem juntos o Salmo 29, rezem o Pai Nosso, e finalizem com uma oração espontânea e a bênção.

CONCLAVE 2025: TEMPO DE ORAÇÃO E DISCERNIMENTO

Desde o dia 21 de abril de 2025, com a morte do querido Papa Francisco, a Igreja Católica entrou no período da Sede Vacante, fase que antecede a eleição de um novo Sumo Pontífice.

Este é um tempo de dor, mas também de fé, esperança e discernimento. A Igreja em todo o mundo se une em oração, pedindo ao Espírito Santo que ilumine os Cardeais eleitores em sua missão de escolher o novo sucessor de São Pedro.

O Conclave terá início no dia 07 de maio de 2025, na Capela Sistina, onde os Cardeais se reunirão em recolhimento até que um novo Papa seja eleito.

O QUE É O CONCLAVE?

A palavra “Conclave” vem do latim cum clave, que significa “trancado com chave”. Ela define tanto o processo quanto o local em que os Cardeais se reúnem em isolamento total para discernir, sob oração e silêncio, quem será o novo Pastor da Igreja.

A origem do termo remonta a 1270, em Viterbo, quando os cardeais foram literalmente trancados até tomarem uma decisão, que resultou na eleição do Papa Gregório X. No entanto, o primeiro Papa eleito sob essas condições foi Gelasio II, em 1118.

O PAPEL DOS CARDEAIS NO CONCLAVE

Durante o Conclave, os Cardeais não apenas se reúnem para votar, mas vivem um verdadeiro retiro espiritual centrado na escuta da vontade de Deus. Esse processo é precedido e sustentado por uma intensa vida de oração e comunhão eclesial.

Ao longo dos dias do Conclave, os Cardeais participam diariamente da Celebração Eucarística, bem como da Liturgia das Horas, especialmente das Laudes (orações da manhã) e dos Vésperas (orações da tarde). Esses momentos litúrgicos não são apenas rituais formais, mas expressões profundas de fé, unidade e súplica. A Eucaristia, em particular, é celebrada como centro da vida cristã, alimentando os eleitores com o Corpo de Cristo e renovando neles o espírito de serviço e humildade.

O clima dentro da Capela Sistina, onde se realizam as votações, é de silêncio, sobriedade e recolhimento. Não há interferência externa nem comunicação com o mundo, a fim de preservar a liberdade interior de cada Cardeal e garantir que a escolha do novo Papa seja feita à luz do Espírito Santo, livre de pressões políticas ou pessoais.

Mais do que uma decisão estratégica, a eleição de um novo Sumo Pontífice é um ato espiritual e colegial, vivido em comunhão fraterna, com o coração voltado ao bem da Igreja e à missão evangelizadora confiada por Cristo. Por isso, cada momento é impregnado de oração, invocação, escuta da Palavra de Deus e discernimento.

Este processo, envolto de profunda reverência e responsabilidade, recorda à Igreja e ao mundo que a autoridade na Igreja nasce da fidelidade a Cristo e do serviço aos irmãos.

UNIDAS EM ORAÇÃO: PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Como Pias Discípulas do Divino Mestre, unimo-nos com gratidão e fé a toda a Igreja neste momento decisivo: “Com coração grato, unimo-nos à súplica incessante pela Igreja peregrina no mundo, neste Ano Jubilar. Nos dias da oitava da Páscoa, encontramos em Jesus Ressuscitado a consolação, a luz e a vida.” Durante os nove dias de oração, vivemos em comunhão com a Igreja, intensificando nosso ministério de intercessão pelas necessidades da Igreja, dos povos e da Família Paulina.


ORAÇÕES RECOMENDADAS PARA O CONCLAVE 2025

Oração ao Espírito Santo – Veni, Creator Spiritus

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

(Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/oracoes/veni-creator-spiritus.html)

Oração para a eleição de um novo Papa

Ó Deus, eterno e bondoso,
que prefiguraste a tua Igreja,
com admirável desígnio, na antiga aliança,
e, na plenitude dos tempos,
a edificaste sobre o fundamento dos apóstolos.
Dentre eles, escolheste Pedro,
que primeiro reconheceu a divindade do teu Cristo,
e o constituíste como a rocha firme
sobre a qual tua Igreja foi construída.

Tu o fizeste guia e pastor de todo o rebanho,
para que, ao longo dos séculos,
confirmasse seus irmãos na fé.
Teu Filho e nosso Senhor Jesus
lhe confiou as chaves do Reino,
para que tudo o que ele decidisse na terra
fosse confirmado por ti, ó Pai, no céu.

Agora, Pastor eterno,
que conduzes teu povo com amor de Pai,
concede à Igreja Católica
um novo Pontífice segundo o teu coração:
santo e paciente,
totalmente dedicado ao serviço do teu povo,
que saiba guiar-nos com a sabedoria da palavra
e a força do exemplo,
para que, pastor e rebanho unidos,
alcancemos a recompensa prometida por ti.

Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

Outra sugestão de oração:

Ó Deus, que guias a tua Igreja
pelo dom do Espírito Santo,
te pedimos que ilumines os corações dos Cardeais
reunidos em Conclave.
Concede-lhes o dom do discernimento,
da sabedoria e do amor,
para que possam escolher o Pastor
que melhor corresponda à tua vontade
pelo bem da Igreja.
Neste momento de oração e espera,
te confiamos o Conclave
e todos aqueles que nele participam,
para que sejam instrumentos da tua paz e da tua unidade.
Amém.

Oração pelo momento crucial da eleição

Querido Deus,
confiamos a ti este momento crucial para a tua Igreja.
Concede aos Cardeais o Espírito de discernimento e sabedoria
para escolherem o Pastor que guiará a tua Igreja
com amor e fidelidade.
Guia seus passos em direção à tua vontade
e abençoa o novo Papa com a tua graça em seu ministério.
Amém.

Ao final de cada momento de oração, recomendamos:
Pai Nosso… Ave Maria… Glória ao Pai…

CONCLAVE 2025: UM TEMPO DE COMUNHÃO E FÉ

Convidamos todas as comunidades a intensificarem este tempo de oração e esperança, confiando que Cristo Ressuscitado conduzirá a Igreja à eleição de um novo pastor segundo o seu coração.

HOMENAGEM AO PAPA FRANCISCO – UM GESTO DE GRATIDÃO E ESPERANÇA

No dia 26 de abril de 2025, atendendo ao chamado para participar do sepultamento do Papa Francisco de forma simbólica e significativa, nós, Pias Discípulas do Divino Mestre, unimo-nos a tantas outras comunidades ao redor do mundo em oração e ação concreta.

Em comunhão com esse momento histórico e espiritual, algumas de nossas comunidades realizaram o plantio de árvores como sinal de vida, esperança e continuidade da missão. Em Cabreúva, as Irmãs e o núcleo dos Cooperadores Paulinos, Amigos do Divino Mestre, de Osasco e Cabreúva, reuniram-se em um momento orante, embalado pela oração de São Francisco, e plantaram um resedá branco no jardim, como gesto de fé e memória.

Já em Olinda, onde o espaço é mais restrito, as irmãs escolheram um Cróton (Codiaeum variegatum) – um arbusto de folhas vibrantes em tons de vermelho, laranja, amarelo e verde. Resistente e cheio de cor, ele foi plantado com carinho como símbolo da diversidade, beleza e força da criação, tão amada e valorizada pelo Papa Francisco.

Agradecemos a Deus pela vida e pelo testemunho do Papa Francisco. Que ele interceda por nós e continue a inspirar nossa caminhada com seu legado de simplicidade, cuidado com os pobres e amor à criação.

Obrigada, Papa Francisco!

Irmãs na Comunidade Divino Mestre, em Olinda/PE.

TRÍDUO PASCAL: CELEBRAÇÃO DA REDENÇÃO E DA VIDA NOVA EM CRISTO

Por Ir. Cidinha Batista, pddm

A celebração da Páscoa é o coração do ano litúrgico e a fonte que nutre a vida de fé da Igreja. No centro dessa experiência está o Tríduo Pascal — a paixão, morte e ressurreição de Jesus — que nos insere no mistério da redenção realizada por Cristo, que, ao morrer, venceu a morte, e ao ressuscitar, nos abriu as portas da vida nova.

O Tríduo Pascal é celebrado em três momentos interligados, formando uma única grande Páscoa: a Páscoa da Ceia, a Páscoa da Cruz e a Páscoa da Ressurreição.

Na Quinta-feira Santa, somos convidados a participar da Ceia do Senhor, sentando-nos à mesa com Jesus para celebrar a libertação de seu povo. É a noite do gesto do lava-pés, em que o Senhor nos ensina o mandamento do amor: “Amem-se uns aos outros como eu os amei” (Jo 13,34). A celebração eucarística desta noite, marcada por profunda comunhão, é seguida por um tempo de adoração, que, segundo as orientações da Igreja, não deve se estender além da meia-noite, preparando o coração e o corpo para a Vigília Pascal.

Na Sexta-feira Santa, a Igreja entra no silêncio da cruz. É a Páscoa do Crucificado. A liturgia deste dia expressa o luto, a indignação diante da injustiça e a solidariedade com os crucificados de nosso tempo. A comunidade se reúne para contemplar a Paixão do Senhor, rezar diante da cruz e renovar seu compromisso com a vida e com a dignidade humana.

A Vigília Pascal, celebrada na noite do Sábado Santo, é a mais importante de todas as vigílias da Igreja. É a celebração da vitória da vida sobre a morte, da ressurreição de Cristo, da realização plena do êxodo. À escuridão do túmulo sucede o anúncio glorioso da ressurreição: “Este é o meu Filho. A morte não o reteve, porque maior é o meu Amor”. É a celebração da libertação dos cristãos da escravidão do pecado e da morte, para participarem da glória dos filhos de Deus (Rm 8,21).

Nessa noite, os ritos litúrgicos — como a procissão luminosa com o Círio Pascal, a renovação das promessas batismais e a Eucaristia — tornam-se sinais vivos do novo êxodo do povo de Deus. A Igreja atravessa simbolicamente as águas do mal para renascer em Cristo, sendo alimentada pelo “novo maná” na travessia do deserto da vida.

A Vigília Pascal culmina no Domingo da Ressurreição e inaugura os cinquenta dias da festa pascal — tempo de alegria intensa, simbolizada pela cor branca, flores, cânticos de glória e aleluia. Durante todo o tempo pascal, o Círio permanece aceso nas celebrações dominicais como sinal da presença do Ressuscitado, e a aspersão da água pode substituir o ato penitencial, relembrando o batismo.

A última semana da Páscoa é dedicada à oração pela unidade dos cristãos. O Tempo Pascal se encerra com a Solenidade de Pentecostes, quando a Igreja celebra o dom do Espírito Santo, plenitude do Mistério Pascal de Cristo.

Feliz e abençoada Páscoa!

A CONTRIBUIÇÃO DO VENERÁVEL FRANCISCO CHIESA PARA A FAMÍLIA PAULINA E O BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE

O Venerável Francisco Chiesa (1874-1946) foi uma figura fundamental na trajetória do Bem-Aventurado Tiago Alberione e na fundação da Família Paulina. Sacerdote piedoso e intelectual respeitado, Chiesa exerceu um papel crucial na formação espiritual e teológica de Alberione, influenciando profundamente seu pensamento e sua missão apostólica.

VIDA E FORMAÇÃO

Francisco Chiesa nasceu em Montà d’Alba (Cuneo, Piemonte) em 2 de abril de 1874. Estudou no seminário de Alba e foi ordenado sacerdote. Depois de se formar em filosofia em Roma, em teologia em Gênova e em utroque jure em Turim, dedicou-se ao ensino por mais de cinquenta anos. Lecionou especialmente no Seminário de Alba, comunicando aos jovens clérigos e padres, junto com a ciência, o espírito sacerdotal.

UM MENTOR ESPIRITUAL E INTELECTUAL

Desde os tempos de seminário, o Cônego Chiesa foi um guia para Alberione, ajudando-o a aprofundar sua compreensão da Palavra de Deus e da missão evangelizadora da Igreja. Seu testemunho de vida sacerdotal e seu compromisso com a santidade inspiraram Alberione a buscar um apostolado voltado à comunicação e à propagação do Evangelho.

PUBLICAÇÕES E TRABALHO PASTORAL

Ao mesmo tempo em que se dedicava ao ensino, Chiesa também atuou na publicação de livros e artigos para revistas. Em 1913, foi eleito pároco da paróquia dos Santos Cosme e Damião, que guiou com sabedoria e amor por 33 anos, até sua morte em 1946.

APOIO NA FUNDAÇÃO DA FAMÍLIA PAULINA

Chiesa foi um dos primeiros a incentivar Alberione na realização de sua visão: criar instituições dedicadas à evangelização pelos meios de comunicação modernos. Seu apoio moral e intelectual foi decisivo nos primeiros anos de formação da Sociedade de São Paulo e das demais congregações da Família Paulina. Durante todo o desenvolvimento da Família Paulina, ele esteve presente como diretor espiritual e conselheiro de Dom Tiago Alberione.

UM MODELO DE SANTIDADE

A influência do Venerável Chiesa transcendeu a academia e o apoio institucional. Ele encorajou Alberione a confiar na Providência Divina e a manter-se fiel à oração e ao trabalho. Sua espiritualidade e sua profunda humildade deixaram marcas indeléveis na espiritualidade paulina.

LEGADO E RECONHECIMENTO

Francisco Chiesa faleceu em Alba no dia 14 de junho de 1946. Seu testemunho de vida e santidade continua inspirando aqueles que seguem os passos da espiritualidade paulina. Em reconhecimento à sua virtude heroica, foi proclamado venerável em 11 de dezembro de 1987.

Graças à sua orientação, Alberione seguiu em frente com sua missão, fundando a grande obra da Família Paulina, que hoje continua evangelizando em todo o mundo. O Venerável Francisco Chiesa permanece como um exemplo de fidelidade, dedicação e apoio ao chamado de Deus, sendo uma inspiração para todos aqueles que seguem a espiritualidade paulina.

O CARNAVAL E O SENTIDO PARA A COMUNIDADE CRISTÃ

O Carnaval é uma das maiores celebrações culturais do Brasil e de vários outros países, carregando profundas raízes históricas e sociais. Para a comunidade cristã, no entanto, essa festividade possui um significado especial, muitas vezes ambíguo, que vai além da simples celebração. Embora seja tradicionalmente associada à alegria, à dança e à diversão, o Carnaval está intimamente ligado ao calendário litúrgico cristão, especialmente como uma preparação para a Quaresma, período de reflexão, penitência e jejum.

O Carnaval ocorre imediatamente antes da Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma — um período de 40 dias de introspecção, oração e preparação para a Páscoa, a maior celebração cristã. O próprio nome “Carnaval” deriva do latim carne vale, que significa “adeus à carne”, indicando o começo de um tempo de abstinência e foco espiritual. Para muitos cristãos, essa proximidade entre o Carnaval e a Quaresma representa um contraste: enquanto o Carnaval é visto como um momento de libertação e indulgência, a Quaresma é um convite ao arrependimento e à renovação.

O significado do Carnaval para a comunidade cristã pode ser interpretado de maneiras distintas. De um lado, há aqueles que participam das festividades de forma moderada, enxergando o evento como uma oportunidade de lazer, convivência e alegria. Para esses, o Carnaval é um momento para celebrar com responsabilidade e manter o equilíbrio. Por outro lado, existem aqueles que preferem se afastar da folia, dedicando-se a retiros espirituais e momentos de oração, iniciando assim a vivência do espírito quaresmal.

Nos períodos de Carnaval, os retiros espirituais são uma prática comum em muitas igrejas cristãs, especialmente nas católicas e evangélicas. Esses retiros oferecem um ambiente propício para o recolhimento, o louvor e o estudo da Palavra de Deus, sendo uma alternativa para aqueles que buscam começar a Quaresma de maneira profunda e espiritual. Para os cristãos que preferem esse caminho, o Carnaval se torna um período de maior concentração e renovação espiritual.

O Sentido Negativo do Carnaval para Alguns Cristãos

Apesar de o Carnaval ser uma grande festa cultural, ele carrega uma visão negativa para algumas vertentes do cristianismo, especialmente para aqueles que têm uma abordagem mais conservadora em relação aos comportamentos durante esse período. Para esses cristãos, o Carnaval é frequentemente associado a excessos, festas desenfreadas, consumo excessivo de álcool e comportamentos considerados imorais.

O Carnaval, com sua ênfase em liberdade e transgressão das normas sociais, tem raízes em antigas celebrações pagãs. Sua proximidade com a Quaresma, um tempo de penitência e reflexão, faz com que muitos vejam o evento como um momento de “liberação” de comportamentos considerados inapropriados ou pecaminosos. Para algumas comunidades cristãs, esses excessos podem ser vistos como um afastamento dos princípios de moderação, autocontrole e respeito ao próximo, que são centrais na vida cristã.

Para esses grupos, o Carnaval simboliza um período de indulgência, no qual as pessoas se entregam ao prazer imediato e aos vícios, muitas vezes em desacordo com os valores cristãos de pureza, autocontrole e respeito à dignidade humana. O comportamento excessivo e a busca desenfreada por prazer, que muitas vezes ocorrem durante as festividades, são criticados por alguns cristãos, que os associam à negação dos ensinamentos de Cristo.

A visão negativa do Carnaval também está ligada à comparação com a Quaresma. Enquanto a Quaresma chama os fiéis a um tempo de oração, arrependimento e renúncia, o Carnaval é visto como uma “antítese” dessa preparação espiritual. Para alguns cristãos, o Carnaval é um período de permissividade, onde as normas morais e espirituais são muitas vezes ignoradas, o que gera uma discordância com o espírito de disciplina e reflexão proposto pela Quaresma.

O CARNAVAL COMO UM CONVITE AO EQUILÍBRIO ESPIRITUAL

O verdadeiro sentido do Carnaval para a comunidade cristã pode ser compreendido como um convite ao equilíbrio. Seja por meio da participação nas festividades com moderação ou pelo aprofundamento espiritual em retiros, o importante é que cada cristão viva esse período de maneira consciente. O Carnaval, ao lado da Quaresma, oferece uma oportunidade única para que o cristão se prepare espiritualmente, refletindo sobre sua fé, suas escolhas e seu compromisso com os ensinamentos de Cristo.

Ir. M. Bernardita Meráz Sotelo: Uma Vida de Fé e Serviço

Hoje, celebramos a vida e a trajetória de Ir. M. Bernardita Meráz Sotelo, que nasceu em 27 de fevereiro de 1958 em El Molino Namiquipa, província de Chihuahua, no México. Sua jornada de fé e dedicação iniciou-se cedo, culminando em sua consagração como Pia Discípula do Divino Mestre em 25 de março de 1977.

Ao longo de sua caminhada religiosa, Ir. M. Bernardita tem sido um exemplo de serviço e amor ao próximo. Sua vocação reflete a missão das Pias Discípulas do Divino Mestre, que buscam viver em comunhão com Cristo e servir à Igreja por meio da oração e da liturgia.

Neste dia especial, rendemos graças pela sua vida e missão, reconhecendo sua entrega generosa e seu compromisso com a espiritualidade e o serviço à todas as irmãs Pias Discípulas, neste seu ministério como superiora geral deste instituto. Que sua trajetória continue a inspirar a todos aqueles que buscam viver com fé e dedicação.

PAPA FRANCISCO E AS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Diante da delicada situação de saúde do Papa Francisco, voltamos nosso olhar para suas palavras dirigidas a nós em 2017, durante o nosso Capítulo Geral. Suas mensagens de encorajamento e seu desejo de bem para nossa congregação continuam a nos inspirar. Movidas por essa lembrança, renovamos nossa fé e reforçamos nossas orações por sua recuperação, pedindo a Deus que lhe conceda força, serenidade e saúde para seguir conduzindo a Igreja com sabedoria e amor.

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
 ÀS PARTICIPANTES NO CAPÍTULO GERAL
DAS PIAS DISCÍPULAS DO DIVINO MESTRE

Sala do Consistório
Segunda-feira, 22 de maio de 2017


Queridas Irmãs!

Dou as minhas boas-vindas a todas vós e saúdo cordialmente a nova Superiora-Geral e as novas Conselheiras. Faço votos para que este tempo forte que é o Capítulo Geral traga abundantes frutos evangélicos à vida do vosso Instituto.

Antes de tudo, frutos de comunhão. Abertas ao Espírito Santo, Mestre da diversidade, da unidade nas diferenças, caminhareis numa comunhão entre vós que respeite a pluralidade, que vos impulsione a tecer incansavelmente a unidade nas legítimas diferenças, considerando também o facto de que estais presentes em diversos países e culturas. «Como consentir a cada um de se exprimir, ser acolhido com os seus dons específicos, tornar-se plenamente corresponsável?» (Carta ap. Às pessoas consagradas, 21 de novembro de 2014, II, 3). Cultivando a atenção e o acolhimento recíproco; praticando a correção fraterna e o respeito pelas irmãs mais débeis; crescendo no espírito do viver juntas; banindo das comunidades as divisões, as invejas, os mexericos; dizendo tudo com franqueza e caridade. Sim, pode-se viver assim. Tudo isto que acabei de mencionar destrói a Congregação.

Frutos de comunhão com os irmãos e as irmãs da Família Paulina. Tendes em comum o sacerdote e fundador, padre Giacomo Alberione, e também a missão: anunciar o Evangelho aos homens e às mulheres do nosso tempo, particularmente no vosso caso, mediante o serviço litúrgico e o cuidado dos sacerdotes. Isto é bonito.

Frutos de comunhão com os outros carismas. É o momento da sinergia de todos os consagrados para acolher as riquezas dos demais carismas e pô-las todas ao serviço da evangelização, permanecendo fiéis à própria identidade. «Ninguém constrói o futuro isolando-se, nem contando apenas com as próprias forças« (ibidem). Por conseguinte, convido-vos a cultivar o diálogo e a comunhão com os outros carismas, e a combater de todos os modos a autorreferencialidade. Não é bom quando um consagrado ou consagrada é autorreferencial, sempre diante do espelho a olhar para si mesmo. É terrível.

Por fim, frutos de comunhão com os homens e as mulheres do nosso tempo. O nosso Deus é o Deus da história e a nossa é uma fé que age na história. Nas dúvidas e nas expetativas dos homens e das mulheres de hoje encontramos indicações importantes para o nosso seguimento de Cristo.

O Capítulo é tempo de escuta do Senhor que nos fala através dos sinais dos tempos; tempo de escuta recíproca e portanto de abertura a quanto o Senhor nos comunica mediante os irmãos; tempo de confronto sereno e sem preconceitos entre os próprios projetos e os dos outros. Tudo isto exige abertura da mente e do coração. Neste sentido o Capítulo é um tempo propício para praticar o espírito do êxodo e da hospitalidade: sair de si mesmo para acolher com alegria a parte de verdade que o outro me comunica e juntos caminhar para a verdade plena, a única que nos torna livres (cf. Jo 8, 32).

Ouvir as irmãs. Penso que um dos apostolados mais importantes hoje é o do ouvido: escutar. Ouvir as irmãs, assim como os homens e as mulheres de hoje, e partilhar com eles: estas atitudes são necessárias para um bom Capítulo e para uma santa vida fraterna em comunidade, em cujo crescimento todos se sentem participantes, todos oferecem e todos recebem. Não vos canseis de vos exercitar continuamente na arte da escuta e da partilha. Neste tempo de grandes desafios, que exigem dos consagrados fidelidade criativa e busca apaixonada, a escuta e a partilha são mais necessárias do que nunca, se quisermos que a nossa vida seja plenamente significativa para nós mesmos e para as pessoas que encontramos.

Para tal finalidade é necessário manter um clima de discernimento, para reconhecer o que pertence ao Espírito e o que lhe é contrário. Diante de nós abre-se um mundo de possibilidades. A cultura na qual estamos imersos apresenta-se-nos todas como válidas, boas, mas se não quisermos ser vítimas da cultura do zapping e, às vezes, de uma cultura de morte, devemos incrementar o habitus do discernimento, formar-nos e formar para o discernimento. Não vos canseis de perguntar pessoal e comunitariamente: «Senhor, o que queres que eu faça?», «o que queres que façamos?».

O Capítulo é também tempo para renovar a docilidade ao Espírito que anima a profecia. Ela é um valor irrenunciável para a vida consagrada, porque é uma forma especial de participação na missão profética de Cristo. Isto inclui o ser audaz e ao mesmo tempo humilde, apaixonado por Deus e pela humanidade, para se tornar porta-voz de Deus contra o mal e contra todo o pecado (cf. Vita consecrata , 84).

Como consagradas vivei, em primeiro lugar, a profecia da alegria. Ela está em primeiro lugar. Em primeiro lugar está a profecia da alegria: a alegria do Evangelho. É uma profecia. Hoje o mundo precisa disto: a alegria que nasce do encontro com Cristo numa vida de oração pessoal e comunitária, na escuta diária da Palavra, no encontro com os irmãos e as irmãs, numa feliz vida fraterna em comunidade, inclusiva da fragilidade e no abraço à carne de Cristo nos pobres. Profetas de uma alegria que nasce do nos sentirmos amados e, porque somos amados, perdoados.

A alegria é uma linda realidade na vida de muitos consagrados, mas é também um grande desafio para todos nós. Um seguimento triste é um triste seguimento! E a alegria autêntica, não autorreferencial nem arrogante, é o testemunho mais credível de uma vida plena (cf. Jo 10, 10), porque nele «transparecem a alegria e a beleza de viver o Evangelho e de seguir Cristo» (Carta ap. Às pessoas consagradas , 21 de novembro de 2014, II, 1).

Ao mesmo tempo, esta alegria que enche os vossos corações e se manifesta nos vossos rostos levar-vos-á a sair rumo às periferias participando da alegria da Igreja que é a evangelização. Mas para fazer isto a alegria deve ser verdadeira, não uma alegria falsificada! Não falsifiqueis a alegria. A evangelização, quando estamos convictos de que Jesus é a Boa Nova, é alegria e felicidade para todos. Esta alegria afasta de nós o cancro da resignação, fruto da preguiça que torna a alma árida. Por favor, irmãs resignadas, não! Alegria. Mas o diabo dirá: «Somos poucas, não temos vocações…». Deste modo, fecha-se a cara, faz-se carranca… e perde-se a alegria, acabando na resignação. Não, não se pode viver assim: a esperança de Jesus Cristo é alegria.

Encorajo-vos também a ser profetas de esperança, com os olhos dirigidos para o futuro, lá onde o Espírito impele, para continuar a fazer convosco grandes coisas (cf. Vita consecrata , 110). Santo Hilário de Poitiers, no seu Comentário aos salmos (118, 15, 7), fazia-se eco de uma pergunta que muitos formulavam e ainda hoje formulam aos cristãos: «Onde está, ó cristãos, a vossa esperança?». Como consagrados sabemos que não podemos ser surdos a esta questão. Como todos os discípulos de Jesus sabemos que a esperança é para nós uma responsabilidade, porque fomos chamados a responder a todos que nos perguntarem a sua razão (cf. 1 Pd 3, 15). A esperança que não desilude não se baseia em números nem em obras, mas n’Aquele para o qual nada é impossível (cf. Lc 1, 37).

Santo Agostinho diz que «só a esperança nos torna propriamente cristãos» (A Cidade de Deus, 6, 9, 5). E noutra obra afirma: «A nossa vida, agora, é esperança, depois será eternidade» (Comentário aos salmos 103, 4, 17). Só a esperança permite que caminhemos na estrada da vida, só ela nos torna capazes de futuro. Jesus Cristo é a nossa esperança (cf. 1 Tm 1, 1): n’Ele depositemos a nossa confiança (cf. 2 Tm 1, 12), e com a força do Espírito Santo podemos ser profetas de esperança.

Com esta confiança e força repito-vos: não vos unais aos profetas de desventura, que fazem muitos danos à Igreja e à vida consagrada; não cedais à tentação da sonolência — como os apóstolos no Getsémani — e do desespero. Fortalecei a vossa vocação de «sentinelas da manhã» (cf. Is 21, 11-12) para poder anunciar aos outros a chegada da aurora. Despertai o mundo, iluminai o futuro! Sempre com o sorriso, a alegria, a esperança.

Obrigado pelo que sois, pelo que fazeis e como o fazeis, também aqui na Cidade do Vaticano. Muito obrigado! Maria nossa Mãe vos proteja com o seu olhar e o Senhor vos abençoe, vos mostre o seu Rosto, vos conceda paz e misericórdia.

Por favor, rezai por mim.


Copyright © Dicastero per la Comunicazione – Libreria Editrice Vaticana

Fonte:

PAPA FRANCISCO. Discurso do Papa Francisco às Pias Discípulas do Divino Mestre. Vaticano: Libreria Editrice, 22 maio 2017. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2017/may/documents/papa-francesco_20170522_pie-discepole-divin-maestro.html. Acesso em: [19 fev. 2025].

RETIRO MENSAL DE OUTUBRO DE 2024

Todo sábado que antecede ao primeiro Domingo de cada mês, nós, família das Pias Discípulas do Divino Mestre, fazemos o retiro mensal. É um momento de encontro com a palavra de Deus da liturgia do primeiro Domingo do mês, domingo dedicado ao Divino Mestre.

Neste 27º Domingo do Tempo Comum, a Ir. M. Letícia Pontini do Secretariado de Espiritualidade quem preparou o texto de reflexão e que nos conduz na leitura atenta da Palavra de Deus.

Compartilhamos com vocês este texto, que está na integra no site: https://espacoorante.piasdiscipulas.org.br/retiro-mensal

Boa oração a todos!

SECRETARIADO PARA ESPIRITUALIDADE

RETIRO – OUTUBRO – 2024

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B

Prepare o ambiente: uma mesa com toalha, a bíblia, uma vela e cadeiras em círculo. Alguém acende a vela. Canta-se um hino apropriado. Pessoas previamente preparadas leem as leituras dos textos deste domingo: primeiro o Evangelho, segue a 1ª leitura, o salmo, a 2ª leitura.

A liturgia deste 27ª Domingo do Tempo Comum reflete sobre algumas questões fundamentais como: o homem não realiza sua vocação só no domínio da matéria e da vida, mas traz em si a exigência do encontro com um ser capaz de comunhão com ele.

De fato, é outro ele mesmo que descobre na mulher: “Desta vez é carne da minha carne e osso dos meus ossos” (1ª leitura). A estrutura sexual do homem e da mulher, como toda a sua existência corporal, deve ser compreendida como presença, linguagem, reconhecimento do outro. O mistério do homem e da mulher não está no homem e na mulher separadamente, mas a comunhão de toda a pessoa até um verdadeiro diálogo fecundo e aberto. O profundo laço que une o homem e a mulher tem, no texto do Gênesis, duas características essenciais: é superior a qualquer outro laço, inclusive o dos pais, que, nos mandamentos, vem imediatamente depois das relações com Deus; é tão íntimo e profundo no plano do corpo e do espírito que  formam um só ser.

Analisando a história do matrimônio através dos séculos, nota-se como a evolução dos costumes favoreceu, em quase todos os povos, a passagem da poligamia para a concepção monogâmica do matrimônio, e isto teve duas importantes consequências paralelas: a libertação da condição da mulher, que de um estado de inferioridade e quase de escravidão passou gradualmente à igualdade jurídica e social; e a escolha do parceiro no matrimônio, como ato livre, pessoal, não mais regulamentado e imposto de fora, por interesses estranhos. O atrativo sempre mais forte para o matrimônio, fundado no livre consenso dos cônjuges, não é absolutamente acompanhado, porém, de uma adesão voluntária à lei da indissolubilidade, onde ela figura no código religioso ou mesmo civil.

O Amor nunca morre.  Assim como Cristo não abandonou a humanidade nem a Igreja quando o pregavam na cruz, também no matrimônio contraído “no Senhor” conserva a indissolubilidade da ligação entre Cristo e a Igreja, também quando se tornou uma crucifixão. A presença de Cristo no matrimônio dos que creem não exclui, pois, a priori, incompatibilidade de caracteres, erros na escolha matrimonial, dificuldades com os filhos, nervosismo, doença, tédio… mas significa que, para os que creem, o Terceiro, isto é, Cristo, está sempre presente; Jesus Cristo dá força, conforto, esperança, enquanto observa que é sempre melhor dar que receber( cf At 20,35). Quem se impregna deste espírito nos dias felizes, poderá continuar a viver desta esperança nas horas difíceis.  (Missal Dominical).

Como uma criança que aprende convivendo com os pais e vendo a atitude deles, assim Jesus nos convida a aprender do Pai vendo o exemplo do Filho. Se recebermos o Reino como crianças, aprendendo as atitudes de Jesus, o amor fiel que nos une, perdoa e se doa será sempre a regra sem exceção.

Leituras para nossa oração orante:

Evangelho Marcos 10,2-16, conversar sobre o que chamou a atenção no texto. Em seguida, ler a primeira leitura, de Genesis 2,18-24, o salmo 128(127), e a segunda leitura, de Hebreus 2,9-11.  Como esses textos combinam com o Evangelho.

Que o mês do Divino Mestre seja uma escola de Amor, Fidelidade e Perseverança no caminhar de cada uma. “O homem todo em Cristo, com pleno amor a Deus: mente, vontade, coração, forças físicas. Tudo, natureza e graça e vocação, pelo apostolado. Carro que corre apoiado sobe quatro rodas: santidade, estudo, apostolado, pobreza”,(AD 100). Este é o centro, o núcleo da espiritualidade que estimula cada filho de Padre Alberione.  (Catequese Paulina)